Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUSPIRANHAS Curso técnico de nível médio integrado em alimentos na modalidade PROEJA Professora: Denise Araújo da Silva Piranhas Janeiro/2021 2 Introdução Quando se fala sobre a unidades de extração e processamento de produtos apícolas, referencia-se a casa do mel o ambiente onde são realizadas a extração e preparação básica do mel para comercialização. Por tratar-se de um ambiente de manipulação de alimento sua construção deve atender as exigências legais referente as condições higiênico-sanitárias determinadas em lei, pelo Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), para estabelecimentos elaboradores e industrializadores de alimentos (Portaria SIPA no 006, de 25 de julho de 1985 e Portaria no 368, de 04 de setembro de 1997 – DIPOA). Dentro deste tema veremos a seguir alguns pontos que devem ser observados no planejamento e construção de uma casa do mel, dentro das recomendações do MAPA. É importante que o apicultor perceba a necessidade de construir sua casa do mel em atendimento ao que está estabelecido na lei, sob pena de ter que, posteriormente, fazer as adequações necessárias para o registro de sua unidade de processamento junto ao Ministério da Agricultura. Cenário atual No senário em que o mundo se encontra, em meio a uma pandemia de Covid-19, dados da Federação Mineira de Apicultura (Femap) apontam que as vendas aumentaram cerca de 30% desde o início da quarentena de produtos apícolas. Segundo a CNA, as exportações de produtos apícolas brasileiros cresceram 54,5% em maio de 2020 na comparação com o mesmo mês de 2019. Enquanto o mel registrou aumento de US$ 3,8 milhões no mês, a cera de abelha teve queda de US$ 490,8 mil. Nos primeiros cinco meses, os dois produtos registraram aumento nas vendas. O mel atingiu receita US$ 30,5 milhões graças ao aumento de US$ 7 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a cera de abelha teve crescimento de US$ 115,1 mil. Nesta pequena descrição do senário atual é possível visualizar grande potencial que temos para crescer ainda mais, uma vez que muitos produtos produzidos não entram no mercado por falta de orientações de beneficiamento dos produtos apícolas. 3 Incentivo do professor aos alunos Vamos lá queridos alunos.... Hoje daremos início a nossa disciplina de Tecnologia de Produtos Apícolas. Esta disciplina terá um papel muito importante para todos, uma vez que o mercado de produção de produtos apícolas encontra-se em ascensão. Nesta disciplina, iremos aprender quais os produtos que abelhas produzem e a melhor forma que podemos beneficia-las para que se tenham produtos de excelente qualidade. Através dessa disciplina veremos a grandeza que as abelhas representam para a sobrevivência da vida humana e além de tudo produzem uns dos melhores alimentos. Então ....embarca nessa comigo!!!!!!!! Ficou curioso? 4 Primeira semana de estudos Para darmos início a nossa disciplina, vamos começar aprendendo o é necessário para a realização do processamento e beneficiamento dos produtos apícolas, OK ? Tudo tem início em uma edificação chamada casa do mel O que é a casa do mel? Entende-se por Casa do Mel, o estabelecimento destinado ao beneficiamento, industrialização e classificação de mel e seus derivados, oriundos de produção própria e/ou associados. Para que se tenha um produto apícola de qualidade é necessário que a casa do mel siga várias normativas para que o produto final seja comercializado com segurança. Vamos conhecer um pouco sobre essas estruturas. LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO A Casa do Mel poderá estar localizada em área rural ou urbana, desde que atenda aos seguintes requisitos: • área de terreno suficiente, visando futuras ampliações; • distante de demais construções ou abrigo de animais; • construção própria à finalidade, não devendo estar anexa a residências, porém, quando esta situação ocorrer, não será permitida a comunicação entre os dois prédios; • afastado das vias públicas, preferentemente a uma distância mínima de 10 (dez) metros; 5 • fácil acesso e circulação interna; • dispor de facilidade para abastecimento de água potável, instalação de fossas sanitárias ou rede de esgotos industriais e sanitários; • área do estabelecimento delimitada, impossibilitando a entrada de animais e pessoas estranhas. A construção destinada às operações de extração, filtração, decantação, classificação, envase e estocagem deverá ser localizada afastada da área do terreno onde se situa o colmeal, podendo, inclusive, ser urbana, uma vez ouvidas as autoridades competentes, com relação a códigos de postura, saúde pública e defesa do meio ambiente. As áreas de circulação de veículos deverão ser pavimentadas com material de fácil limpeza, que não permita a formação de poeira e que facilite o perfeito escoamento das águas. As demais áreas deverão ser gramadas. A área industrial será delimitada de modo a não permitir a entrada de animais e pessoas estranhas. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS Área construída: Deverá ser compatível com a capacidade do estabelecimento e tipo de equipamentos, sendo as dependências orientadas de tal modo que os raios solares, o vento e as chuvas não prejudiquem os trabalhos industriais. Instalações: Deverá dispor de dependências para : • recepção e extração; • filtração, decantação, classificação e envase do produto; • depósito para material de envase e rotulagem; dependência para as operações de embalagem secundária, estocagem e expedição, recomendando-se a previsão de um local coberto e dotado de tanque, para a higienização dos vasilhames e utensílios. As áreas destinadas à recepção e expedição do mel deverão apresentar cobertura com prolongamento suficiente para abrigar os veículos transportadores. Os pisos: Deverão ser resistentes ao impacto, impermeáveis, laváveis e antiderrapantes, devendo ser ainda de fácil limpeza e desinfecção. Devem possuir queda que permita o escoamento dos líquidos para os ralos (sifonados). 6 F o n te : G o o g le F o n te : G o o g le Figura 1. Parte interna da casa do mel As paredes: Deverão ser construídas e revestidas com materiais não absorventes, laváveis e de coloração clara até uma altura mínima de 2 metros, devendo ser de fácil limpeza e desinfecção nas áreas de recepção e manipulação. É admitida a pintura com tinta lavável de cor clara nas áreas dos depósitos e vestuário. Os ângulos entre as paredes, entre as paredes e os pisos, e entre paredes e os tetos ou forros, deverão permitir fácil limpeza, sendo sugerido que sejam arredondados, para evitar a formação de cantos. Figura 2. Paredes revestidas com materiais não absorventes, laváveis e de coloração clara até uma altura mínima de 2 metros. Pé direito: Mínimo de 3 (três) metros. Os tetos: Deverão ser construídos e acabados de forma que impeça o acumulo de sujidades, que apresente boa vedação e que seja de fácil limpeza. Nos últimos anos, o forro de PVC tem sido muito utilizado. As portas e janelas: Deverão ser metálicas ou revestidas de material impermeável e de fácil limpeza. Aquelas que fizerem comunicação com as áreas externas deverão ter proteção contra insetos (tela milimétrica) e 7 F o n te : G o o g le com ajuste no batente de no máximo 1 cm. As portas deverão ter largura suficiente para atender a necessidade do trabalho e providas de fechamento automático, quando for o caso. É importante que os peitoris das janelas possuam inclinação de 450, para evitar acúmulo de sujidades. As portas deverão estar a 1 cm de altura do batente, para dificultar a entradade roedores e pragas. Figura 3. Portas e janelas metálicas ou revestidas de material impermeável e de fácil limpeza. O abastecimento de água: deverá ser em quantidade adequada ao atendimento necessário aos trabalhos da casa do mel. A água deve ser potável e atender aos requisitos de qualidade estabelecidos pelo MAPA – RIISPOA. É necessário o controle periódico da qualidade da água no estabelecimento. É importante que a casa conte com caixa d’água própria, para assegurar o seu abastecimento. Água De Abastecimento: O estabelecimento deverá dispor de água em quantidade que atenda às necessidades industriais, obedecidos os padrões de potabilidade. Poderá ser exigida a cloração, e em certos casos, o prévio tratamento completo, especialmente para as águas de superfície. Os depósitos de água tratada deverão permanecer fechados, a fim de evitar possíveis contaminações. As mangueiras deverão ser mantidas em suportes, quando fora de utilização. 8 F o n te : G o o g le Rede de esgoto:Específica para o recebimento de efluentes e águas residuais, não sendo admitido o seu lançamento diretamente na superfície do terreno. A rede de esgoto deverá ser construída para o recebimento total dos efluentes e águas residuais, evitando assim a contaminação do abastecimento de água potável. Tratamento de efluentes: No momento do registro, o estabelecimento deverá apresentar uma autorização concedida pelo órgão de proteção ambiental competente. O banheiro e vestuário: Devem estar convenientemente instalados de forma a possuir boa iluminação e ventilação. A construção deve permitir fácil limpeza e higienização, não sendo admitida a comunicação direta com as áreas de manipulação e recepção das melgueiras. O banheiro deve ter piso e paredes impermeáveis, dispor de chuveiro, sanitário e pias, em quantidade adequada ao número de usuários. A iluminação: Poderá ser natural e/ou artificial, devendo ser suficiente para garantir a realização dos trabalhos de maneira segura e eficiente, sem que comprometa a qualidade do mel processado. As fontes de luz artificial que estejam nas áreas de manipulação de produtos devem ser do tipo inócuo e possuir proteção contra rompimentos e explosões. As instalações elétricas: Poderão ser embutidas ou aparentes e, neste caso, as tubulações por onde passarão os fios deverão estar perfeitamente isoladas e fixadas adequadamente nas paredes e tetos, não sendo permitido cabos ou fios pendurados nas áreas de manipulação. A ventilação: Poderá ser natural e/ou artificial, devendo ser suficiente para evitar o calor excessivo e garantir o conforto dos manipuladores. Figura 4. Opção de ventilação com tijolos vazados em áreas abertas. Lavatórios de mãos e higienizadores: Em todos os locais onde são realizadas as operações de recebimento, beneficiamento e envase do mel, existirão lavatórios de mãos de aço inoxidável, com torneiras acionadas à pedal, joelho ou 9 outro meio que não utilize o fechamento manual, providos de sabão líquido inodoro, água quente e coletor de toalhas usadas, acionado a pedal. ANEXOS E OUTRAS INSTALAÇÕES Vestiários e sanitários Construídos com acesso independente à qualquer outra dependência, serão sempre de alvenaria, com piso e paredes impermeáveis e de fácil higienização. Suas dimensões e instalações serão compatíveis com o número de trabalhadores do estabelecimento. Os vestiários, para troca e guarda de roupas, serão separados fisicamente através de parede, da área das privadas. Serão providos de duchas com água morna, bancos, cabides e armários em número suficientes. Os sanitários serão sempre de assentos e serão em número de uma privada para cada vinte homens ou uma privada para cada quinze mulheres. Os vestiários e sanitários terão sempre à sua saída lavatórios de mãos com torneiras acionadas à pedal ou outro meio que não utilize as mãos, providos de sabão líquido inodoro e coletor de toalhas usadas, também acionado a pedal. Todas as aberturas dos vestiários, banheiros e sanitários serão dimensionados de maneira à permitir um adequado arejamento do ambiente da dependência e serão sempre providas de telas à prova de insetos. Admite-se, conforme o caso, a localização dos vestiários e sanitários na residência do apicultor, quando para isto existirem condições, mediante autorização da CISPOA. Barreira Sanitária: A barreira sanitária disporá de lavador de botas com água corrente, escova e sabão; e pia com torneira acionada a pedal ou joelho e sabão líquido, devendo estar localizada em todos os acessos para o interior da indústria. Almoxarifado: Em local apropriado, com dimensões que atendam adequadamente à guarda de material de uso nas atividades do estabelecimento, assim como de ingredientes e embalagens, desde que separados dos outros materiais. Escritório: O escritório deverá estar localizado fora do setor industrial. Laboratório: O Serviço de Inspeção Estadual poderá requerer ao estabelecimento a realização de análises especiais em instituições públicas ou privadas, visando obter informações técnicas resultantes de metodologias analíticas mais sofisticadas, que normalmente não seriam conseguidas nos laboratórios das indústrias. 10 Fo to : D ar ce t C. S o u za A inspeção Estadual deverá, periodicamente, aferir a eficácia do controle de qualidade analítico realizado pela empresa, através da remessa de amostras a laboratórios oficiais. Varejo: A seção de varejo, quando existente, deverá ser afastada de todas as dependências do estabelecimento, localizada preferentemente próxima às vias públicas, de forma que o acesso de pessoal seja totalmente independente da área industrial. Considerações gerais quanto aos equipamentos e implementos apícolas Para o apicultor manejar corretamente a criação racional de abelhas, deverá ter em mão vários apetrechos apícolas como: Fumigador: É um implemento apícola indispensável para qualquer tipo de trabalho com as abelhas. É utilizado com a finalidade de diminuir temporariamente a agressividade das mesmas pelo uso da fumaça. Formão: É uma ferramenta em formato de espátula, utilizada para fazer a limpeza e descolar as peças da colméia que, normalmente, estão coladas com própolis. É um instrumento indispensável no manejo das colméias. Vassourinha: É um instrumento feito de madeira e de fios naturais ou sintéticos. Fixadores de cera: São instrumentos utilizados para soldar a cera alveolada no arame dos quadros. Normalmente são utilizados dois tipos de fixadores: a carretilha e o fixador elétrico. A carretilha é aquecida e passada sobre o arame do quadro que, aquecido, se une à placa de cera. Já o fixador elétrico solda a cera que, ao esquentar o arame, une este à cera alveolada. Figura 5. Fixador de cera elétrico Fo to : D ar ce t C . S o u za Fo to : D ar ce t C. S o u za Fo to : D ar ce t C. S o u za Fo to : D ar ce t C. S o u za 11 Fo to : D ar ce t C. S o u za Alimentadores: Os alimentadores são peças utilizadas para o fornecimento de alimentos para as abelhas em períodos de escassez e em outras situações, podendo ser coletivos ou individuais. Alimentadores individuais São destinados ao fornecimento de alimento a cada família, de forma individualizada. Têm a vantagem de prevenir o saque e também de permitir ao apicultor regular a quantidade de alimento fornecido de acordo com a necessidade de cada colméia. Os principais alimentadores individuais utilizados são: Alimentadores coletivos São peças em forma de cocho onde é servido o alimento para o atendimento coletivo das colméias do apiário. Podem ser confeccionados em madeira, plástico ou outros materiais alternativos como tambores e pneus cortados. Devem possuir peças flutuantes (tiras de madeira, pedaço de isopor, etc.) para evitaro afogamento das abelhas. Os alimentadores devem ser colocados a uma distância mínima de 50 metros do apiário. Apresentam como desvantagem o fato de alimentar todos os enxames nas proximidades do apiário além de desfavorecer a alimentação dos enxames mais fracos devido à concorrência com os enxames mais fortes. Boardmann: Consiste de um cepo de madeira escavada no centro onde se encaixa um vidro emborcado, com a tampa perfurada sendo o conjunto acoplado no alvado da colméia. O acesso das abelhas ao alimento é feito através da parte escavada que se abre para o interior da colméia. O alimento deve ser líquido e colocado no vidro. Doolittle: É um cocho com as dimensões de um quadro, que é colocado no interior da colméia no lugar de um dos quadros. Este alimentador pode ser usado com alimentos líquidos, pastosos ou secos. Cobertura: É uma bandeja que possui uma abertura na parte central ou lateral, por onde as abelhas têm acesso ao alimento, que é colocado acima do corpo da colméia e abaixo da tampa. Pode receber alimentos líquidos, pastosos ou secos. Figura 6. Comedor de cobertura Fo to : D ar ce t C. S o u za Fo to : D ar ce t C. S o u za 12 Garfo desoperculador: É utilizado para retirar os opérculos dos favos com mel maduro, antes destes serem levados à centrífuga. O garfo é composto de dentes de aço retos com pontas afiadas, fixados em suporte curvo, que facilita o manejo. Faca desoperculadora: Assim como o garfo, a faca é utilizada para desopercular os favos de mel maduro. É uma lâmina flexível e longa o suficiente para alcançar toda altura do quadro, possuindo corte nos dois lados. Equipamentos Basicamente compõem-se de desoperculadores, tanques ou mesas para desoperculação, centrífugas, filtros, tanques de decantação, tubulações, tanques de depósitos e mesas. Centrífuga: Equipamento muito importante para a exploração racional das abelhas e que é utilizado para extrair o mel sem a destruição dos favos. Quando a colheita de mel é feita na centrífuga os favos continuam intactos e são devolvidos às colméias para serem reutilizados pelas abelhas. Outra vantagem da centrífuga é a garantia da obtenção de um mel de melhor qualidade, pela redução dos riscos de contaminação no processo de extração. Há dois tipos de centrífuga: Centrífuga facial: Os quadros são posicionados com a face voltada para as paredes do tambor da centrifuga. Este equipamento apresenta como desvantagem a extração do mel apenas de um dos lados do favo de cada vez, sendo necessária a inversão da posição do quadro e a repetição do processo, para obtenção do mel. Não é um equipamento prático nem cômodo, por exigir muito trabalho. Centrífuga radial: Os quadros são colocados na posição do raio do tambor da centrífuga. Extrai simultaneamente o mel das duas faces do favo, não havendo a necessidade de se virar os quadros como na centrífuga facial. É um equipamento eficiente e rápido para extração do mel, sendo o modelo mais utilizado pelos apicultores profissionais. Sua capacidade varia de acordo com o seu diâmetro, podendo receber 8, 16, 32, 64 ou mais quadros por vez. 13 Fo to : D ar ce t C. S o u za Figura 7. Centrifuga radial Figura 8. Parte interna da centrifuga radial Mesa desoperculadora: É uma mesa geralmente de aço inoxidável, lembrando uma cuba, que facilita o trabalho de desoperculação, pois permite a colocação dos quadros suspensos como na colméia. No fundo, possui uma tela que retém os opérculos retirados dos favos, permitindo que o mel flua para a parte inferior e escorra para um recipiente de coleta. Seu uso propicia um trabalho limpo, ordenado e higiênico. Figura 9. Mesa desoperculadora Decantador: O decantador é um tanque onde o mel é colocado em repouso após a centrifugação, por um período que varia de 3 a 5 dias. Normalmente é feito em aço inox e apresenta dimensões bastante diversas, com capacidade que variam de 75 Kg a 20 toneladas. Figura 9. Decantador 14 Filtros de tela de aço inoxidável ou fio de nylon: Peneiras em aço que auxilia na limpeza através da filtração do mel. As malhas nos limites de 40 a 80 mesh, não se permitindo o uso de material filtrante de pano. Figura 10. Filtros de tela de aço • Tubulações: Em aço inoxidável ou material plástico atóxico, recomendando-se que sejam curtas e facilmente desmontáveis, com poucas curvaturas e de diâmetro interno não inferior a 40 mm. Não serão admitidos equipamentos constituídos ou revestidos com EPOXI, tinta alumínio ou outros materiais tóxicos, de baixa resistência a choques e à ação de ácidos e álcalis, que apresentem dificuldades de higienização ou que descamem ou soltem partículas. • Mesas e balcões: deverão ser revestidos com aço inoxidável, tolerando-se revestimento com outros materiais impermeáveis, resistentes, de fácil higienização, tais como azulejos, cerâmica industrial e fórmica. O uso de equipamentos de material plástico atóxico fica condicionado à comprovação, pelo fabricante, de sua inocuidade, mediante apresentação de certificado de análise emitido pelo órgão competente. LOCALIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS A localização dos equipamentos deverá obedecer a um fluxograma operacional racionalizado, observando-se os detalhes relativos à facilidade de higienização. Uniformes Todo o pessoal que trabalha com produtos comestíveis, desde o recebimento até a expedição, deverá usar uniformes brancos aprovados pela CISPOA, em perfeito estado de higiene e conservação, sendo: calça, jaleco, gorro, boné ou touca e botas. O pessoal que exerce outras atividades não relacionadas à produtos comestíveis deverão usar uniformes coloridos que consistem em botas, calça e jaleco ou macacão. Quando utilizados protetores impermeáveis, estes deverão ser de plástico transparente ou branco, proibindo-se o uso de lona ou similares. Os aventais, bem como quaisquer outras peças de uso pessoal, serão guardadas em local próprio. Proíbe-se a entrada de operários nos sanitários, portando tais aventais. 15 O uso de toucas, a fim de propiciar a contenção dos cabelos, será extensivo também a operários do sexo masculino. Os operários e outras pessoas que trabalham nos estabelecimentos sob Inspeção Estadual, em dependências industriais, e/ou de manipulação, e/ou de expedição deverão manter-se rigorosamente barbeados. Segunda e terceira semana de estudos Começaremos no novo tema, e na minha opinião um dos mais importantes, pois a partir do conhecimento dos produtos e sua composição é possível realizar o beneficiamento dos produtos sem que haja perdas de suas qualidades nutricionais e organolépticas. Produtos das Abelhas: tipos e composição Esse assunto acaba aqui !! 16 Na apicultura é possível a exploração de diversos produtos elaborados pelas abelhas, alguns resultantes do processamento de materiais coletados na natureza, como o mel, a própolis e o pólen. Outros, porém são resultados da produção glandular das abelhas como geléia real, cera e o veneno. Vamos conhecer suas variações e composições. Mel Apreciado desde a Grécia antiga, o mel foi utilizado pelo homem como alimento, medicamento e oferenda aos deuses. Existem relatos da utilização do mel como medicamento em papiros egípcios de cerca de 1500 a.C., onde o mel estava na composição de centenas de prescrições para uso externo e interno. Na Babilônia e na Grécia antiga, o mel foi ainda empregado para conservar os corpos de reis e generais mortos em batalha, até que fossem transportados para o funeral. No Egito antigo, foi usado como oferenda em cerimônias religiosas, sendo que os israelitas destinavam o mel de suas primeiras colheitas para presentear a Deus (Borsato, 2008). O mel possui diferentes propriedades físicas e químicas por ser produzidoa partir do néctar das plantas e por isso a sua produção depende da abundância e da qualidade das flores existentes no raio de ação das abelhas. Conforme a flor de que o néctar foi obtido pelas abelhas, bem como de sua localização geográfica, o mel resultante terá características diferentes, principalmente quanto à cor, sabor e perfume. Por isso, a caracterização regional e o estabelecimento de padrões são de grande importância, considerando a diversidade botânica e a variação climática de cada região (Alves, 2008; Pereira et al., 2003). Em resumo o mel O mel é um produto alimentício produzido pelas abelhas, tendo como matéria-prima o néctar das flores, secreções das partes vivas das plantas ou excreções de insetos sugadores (Ordem Hemiptera: Sub-Ordem Homoptera) que as abelhas coletam, transformam, combinam com suas substâncias próprias (secreções de várias glândulas), armazenam e deixam maturar nos favos da colméia (BRASIL, 2001). O mel é elaborado acima e ao redor dos favos de cria onde a temperatura varia em torno de 34 Co – 35o C. O mel pode ser classificado de acordo com a sua origem em mel floral quando é obtido dos néctares das flores e mel de melato quando é obtido principalmente a partir de secreções das partes vivas das plantas ou de secreções de insetos sugadores (pulgões, cochonilhas e cigarrinhas) de plantas (BRASIL, 2001). O Sul do Brasil apresenta uma abundante presença de mel de melato, produzido nas áreas de grande ocorrência de bracatinga (Mimosa scabella Benthan). 17 F o n te : G o o g le O mel de melato não tem nada em comum com o mel de cana- de-açúcar, que as abelhas coletam eventualmente nas soqueiras da cana ou nos engenhos onde o caldo da cana é processado. No entanto, em algumas regiões açucareiras do Nordeste brasileiro, o mel produzido a partir do exsudado da cana-de-açúcar tem sido comercializado pelos apicultores que instalam seus apiários próximos aos canaviais. Sobre a transformação do néctar em mel Na produção do mel as abelhas processam o néctar em duas etapas. Na primeira ocorrem transformações físicas e na outra as transformações são de natureza química. Transformação física: É a perda de água do néctar por evaporação devido ao calor existente na colméia (em torno de 35 º C) e a constante ventilação produzida pelo movimento das asas das abelhas. Transformação química: Ocorre pela a ação de uma enzima denominada invertase, produzida pelas abelhas que atuam sobre a sacarose, principal açúcar do néctar, transformando-o em dois açúcares mais simples: glicose e frutose. Figura. 1 O desenho representa apenas a região anterior do sistema digestório, local onde o néctar circula, boca, papo e vice-versa. Cada vez que ele na língua é exposto ao ar, uma parte da água evapora. Este movimento é repetido centenas de vezes, para que ocorra uma perda significativa de água do néctar. 18 Transformam e combinam com matérias específicas, armazenando-a depois em favos da colmeia. Isto é, as abelhas colhem o néctar das flores, levam para a colmeia, lá o néctar que é basicamente composto de sacarose + 90% de água, sofre dois tipos de processamentos: um é um processamento físico, onde o néctar é desidratado ao passar de boca em boca por aproximadamente 15 abelhas, enquanto está também sofrendo um processamento químico através da enzima invertase que desdobra a sacarose em glicose e frutose. E enquanto colhem o néctar, também recolhem o pólen. Composição do mel Os principais componentes do mel são os açúcares, contendo também ácidos, pólen, cera, proteínas, enzimas, minerais e outros nutrientes (Tabela 1). Tabela 1. Composição química do mel maduro (Créditos: http://www.criareplantar.com.br) Classificação do Mel Quando o mel é originado principalmente de flores de plantas pertencentes à mesma família, gênero ou espécie é denominado de unifloral ou monofloral e o mel produzido a partir de diferentes origens florais denomina-se de mel multifloral ou polifloral (BRASIL, 2001). Na hora de fazer o rotulo do mel, citando a origem botânica, é necessário que essa planta esteja em pelo menos 80% de dominância no mel. Características físico-químicas A qualidade do mel é dependente das características que ele possui, tais como: cor, sabor, aroma, cristalização, umidade, viscosidade, entre outras. 19 Cor A coloração do mel depende quase que, exclusivamente, da origem da flor, podendo ser claro, vermelho, dourado ou escuro (figura 1). Dependendo da coloração, o sabor e aroma sofrem alterações, preservando o valor nutritivo. Quanto mais escuro o mel, maior quantidade de minerais este possui, porém menor valor comercial, pois a coloração clara é mais aceita no mercado mundial, sendo vendido com maior preço. Nos méis de diferentes origens botânicas foi encontrada predominância da cor clara sobre a escura. Na figura abaixo é possível a visualização da cor do mel quando ele ainda esta no favo. Figura 2. Variedades das cores do mel. Fig.3 . Mel no favo de abelha sem ferrão Fig.4 Mel no favo de abelha Apis mell ifera Sabor O mel pode ter sabor doce, ácido e até mesmo amargo. Os sabores irão variar de acordo com a planta que produziu o néctar para as abelhas. O mel com sabor delicado é sempre luminoso e os escuros normalmente tem um sabor forte indicando que a cor pode oferecer informações sobre o sabor. Figura 5. O sabor do mel é diferenciado de acordo com a espécie da flor. (Créditos: http://www.apiarioballoni.com.br) F o n te : G o o g le http://www.apiarioballoni.com.br/ 20 Aroma É variável de acordo coma a origem da planta, clima, solo e até mesmo a manipulação do apicultor. Cristalização do mel Muitas vezes as pessoas imaginam que mel cristalizado é mel adulterado. Ao contrário do que se pensa, a cristalização é um processo natural que não interfere na composição e na quala1idade do mel. A cristalização do mel consiste na separação da glicose da frutose pelo fato da glicose ser menos solúvel do que a frutose e é influenciada pela origem botânica, temperatura ambiente, umidade. O mel pode passar pelo processo de descristalzação com o aquecimento contralado de 45 a 50ºC em banho maria. Geralmente o mel cristaliza em temperaturas de 25 a 26ºC. É importante ressaltar que apenas o mel puro cristaliza e isto provoca a alteração de cor do mel deixando-a mais opaca. Figura . Cristalização do mel (Crédito: http://www.apacame.com.br) Teor de umidade O teor de umidade é uma característica importante para determinar a qualidade do mel. De acordo com a legislação brasileira o teor de umidade não deve ser inferior a 16,8% e nem superior a 20%. O mel maduro geralmente apresenta teor de umidade de 18%. Isto é importante porque o teor de umidade influencia outras características tais com: viscosidade,peso, conservação, sabor, palatabilidade e cristalização. Viscosidade A viscosidade de um fluido é basicamente uma medida de quanto ela gruda. A água é um fluido com pequena viscosidade, enquanto o mel, possui densidade maior. A viscosidade também depende da temperatura. Menos viscoso a temperaturas mais altas do que quando está frio. A viscosidade também pode ser influenciada pela composição do mel e principalmente o teor de água. Figura 5. Viscosidade do mel. (Crédito/: http://www.vidaperpetua.com.br) http://www.apacame.com.br/ http://www.vidaperpetua.com.br/ 21 Hidroximetilfurfural (HMF) O mel, mesmo depois de extraído continua passando por modificações que afetaram a qualidade do produto. O hidroximetilfurfural (HMF) é um composto químico formado pela reação de certos açúcares com ácidos, servindo com indicador de qualidade no mel. Pois quando mais elevado for o teor hidroximetilfurfural menor será o valor nutricionaldo mel em razão da destruição, por meio de aquecimento de determinadas vitaminas e enzimas. Teor de cinzas O teor de cinzas indica a quantidade de minerais encontradas no mel. É influenciado pela origem botânica da flor, expressando a riqueza do mel em minerais. O teor de cinzas muito alta indica que o mel sofreu adulterações. pH Também é influenciado pela origem da flor, constituintes das cinzas. O pH ideal para o mel é aquele inferior a 4,0. Valor nutritivo do mel O mel é um alimento completo e nutritivo tabela abaixo , devendo ser consumido todos os dias. Possui fácil digestão. é importante para o corpo humano pois em quantidades equilibradas encontra- se fermentos, vitaminas, minerais, ácidos, aminoácidos, substancias bactericidas e aromáticas. Tabela . Valor nutricional do mel Análise realizada pelo CEPAQ – Centro Tecnológico de Pesquisas e Análises da Qualidade Ltda. (Crédito: http:// www.valedomel.com.br) Pode substituir o açúcar, sendo um produto totalmente natural. Tem propriedades terapêuticas que são determinadas pelas plantas visitadas pelas abelhas. Uma colher de sopa de mel tem o mesmo valor nutritivo de duas bananas, duas laranjas, meia maça, 200 ml de leite, 100g de nozes, 150 gr de peixe e outros alimentos. Fermentação do mel A fermentação é um processo que interfere na composição e na qualidade do mel, tornando-o impróprio para o consumo humano. A fermentação é um processo causado pela ação de leveduras (microorganismos) sobre a glicose e a frutose, tendo como produto o álcool etílico e dióxido de carbono. O álcool na presença de http://www.valedomel.com.br/ 22 F o n te : G o o g le oxigênio pode ser quebrado em ácido acético (vinagre), daí o gosto azedo presente no mel fermentado. O alto teor de umidade favorece a fermentação. A colheita de mel deve ser feita quando mais de 80 % dos lados dos favos estiverem operculados, ou seja, coberto com uma película que dependendo da idade do favo, pode ser clara ou escura. Em favos novos os opérculos são claros. Figura 6. Quadro contendo mel maduro e mel verde. Cera As abelhas, para construírem seus ninhos, necessitam de cera. Este material que é praticamente insubstituível na construção dos favos, daí a importância da secreção de cera pelo organismo das abelhas. A cera é um produto secretado por quatro pares de glândulas ceríferas, localizadas na face ventral do 4°, 5°, 6° e 7° segmentos abdominais. Normalmente a cera é secretada pelas abelhas operárias com idade que varia entre 12 e 18 dias. Composição A cera é uma substância oleosa, que se solidifica em forma de lâminas delgadas, quase transparentes. Sua composição é de natureza lipídica, basicamente ácidos graxos. É composta por ácido cerótico e palmítico, ésteres alcoólicos hidrocarbonetos, alcoóis mono- hídricos, ácidos, ácidos hydroxy, óleos, ésteres, gordura, ceroleína, é rica em vitamina A, contém traços de própolis (aproximadamente 6%), de pólen e diferentes pigmentos e outras substâncias. A cera tem uma estrutura cristalina granular, cuja forma de cristalização da cera depende da temperatura. É isolante elétrico, funde a 63/64 graus centígrados, amolece a partir dos 35 graus, e tem densidade próxima da água. É muito maleável, e solúvel em gorduras, azeites, benzina, sulfeto de carbono, terebintina, éter e clorofórmio e tem densidade próxima da água. Fabricação da cera 23 F o n te : G o o g le As escamas de cera, produzidas nas glândulas cerígenas, são transportadas pelas patas até à boca da obreira onde sofrem um processo de “mastigação”. Durante este processo são adicionadas proteínas que promovem a dureza do favo de cera. Para que a obreira tenha a capacidade de moldagem da cera é necessária a umidade e a temperatura. A umidade é obtida através da respiração da colónia e da desidratação do néctar no interior da colmeia, o que é suficiente para 1 quilo de cera possuir 0,2% de água. A temperatura necessária para a moldagem do favo é obtida da própria abelha através do seu metabolismo. A temperatura ideal para a moldagem é de 35º C, sendo necessário o dobro da energia requerida pela obreira a 25 ºC para realizar o mesmo trabalho. Ao longo do tempo, os favos vão ficando impregnados da própolis, das fezes das larvas, de pólen e de fibras sedosas produzidas pela larva o que lhe confere rigidez. A introdução destas substâncias na cera promove as diferentes cores de ceras (mesmo após a sua moldagem e sem branqueamento) e a rigidez dos favos. Os favos se tornam escuros por causa da saliva das abelhas, da própolis e de fragmentos deixados pelas crias por ocasião das mudas durante o seu desenvolvimento, dejeções das crias e emanações dos corpos das abelhas adultas. As abelhas necessitam consumir 6 a 7 kg de mel para secretar 1 kg de cera. Uso da cera A cera é usada na colméia para a construção dos favos, sendo também matéria-prima para as indústrias de cosméticos, velas, vernizes etc. O principal uso da cera é na prática da apicultura, sendo utilizada na colméia em forma de lâminas contendo as bases dos alvéolos desenhadas, facilitando a construção dos favos pelas abelhas operárias. A cera é usada pelas abelhas na construção dos favos, que servem para deposito de mel, pólen e cria. Figura 7. Cera de belha Fatores importantes na produção de cera Estado da florada: geralmente a produção de cera é mais intensa durante os períodos de grandes floradas, devido ao rápido desenvolvimento das colônias, pois necessitam construir novos favos para a postura da rainha e armazenamento de limentos. Número de abelhas jovens da colônia: geralmente as abelhas com idade entre 12 a 18 dias possuem as glândulas ceríferas mais desenvolvidas, possibilitando a produção de cera. 24 F o n te : G o o g le Distribuição de espaços livres na colméia: a adição de peças (melgueira ou ninhos) à colméia, com a finalidade de aumentar o espaço para a produção de mel. Pólen O que é o Pólen? O pólen é o gameta masculino das flores das plantas, sendo produzido pelas anteras e atraído pelo ovário com o objetivo de garantir a fecundação do mesmo e consequentemente garantir a reprodução da planta, e a sobrevivência da espécie. Formado por minúsculos grãos é recolhido pelas abelhas e levado para a o interior da colmeia, sendo utilizado na preparação do alimento das larvas jovens, devido ao seu alto valor nutritivo, riqueza em proteínas naturais, a que se acresce sais minerais como o potássio, o fósforo, o enxofre, o cobre, o ferro, o cloro, o magnésio, o silício e quantidades variáveis de elementos dos complexos vitamínico B, C, D e E. Figura 8. Abelhas coletando pólen das plantas As flores das plantas polinizadas pelo vento (anemófilas) produzem grãos de pólen leves e secos, que facilmente são transportados pelo vento. As flores das plantas entomófilas (polinizadas pelos insetos) produzem, por norma, pólen e néctar, tendo os grãos de pólen a característica única de estarem envolvidos por uma película adesiva, que contribui para que facilmente fiquem presos aos pelos dos insetos com pelo como as abelhas. Quer o pólen das plantas anemófilas, quer o das plantas entomófilas é recolhido pelas abelhas. Composição do Pólen A composição do pólen varia de acordo com a planta que o originou, existindo muito maior diversidade do que em qualquer outro produto da colmeia. O pólen é recolhido pelas abelhas nas flores das espécies por elas selecionadas, contendo uma pequena % de açúcares derivados do mel (ou do néctar) que as abelhas misturam aquando da constituição das cargas polínicas que transportam nas suas patas. Segundo alguns autores, o pólen recolhido pelas abelhas apresenta algumas propriedades antibióticas, pelo que a sua capacidade germinativa, e consequente interesse para a polinização estão comprometidos. Na tabela abaixo apresentam-seos resultados de análises comparativas feitas entre pólen de diferentes origens florais, e obtidos pelas abelhas e através da ação humana direta. 25 A riqueza do pólen pode ser avaliada através da constituição das várias fracções acima descritas. A maioria das proteínas existentes no pólen são aminoácidos essenciais (não sintetizáveis pelo organismo), como a lisina, triptofano, histidina, leucina, isoleucina, metionina, fenilalanina, mas também por aminoácidos promotores do crescimento, como a arginina, a cistina e a tirosina. Para que se tenha uma ideia do valor deste produto, eis a descrição das funções de cada um destes compostos: – A lisina contribui para a fixação do cálcio, estimula o apetite, facilita a digestão e favorece a renovação dos glóbulos vermelhos. – O triptofano permite a assimilação da vitamina B3, cuja carência provoca a Pelagra (doença do que pode levar à morte); – A arginina combate a impotência; – A histidina favorece a formação da hemoglobina; – A cistina contribui para a melhoria da elasticidade da pele; – A tirosina protege a pele contra a radiação solar; – A leucina facilita o bom funcionamento do pâncreas; – A metionina favorece o fígado e o aparelho digestivo em geral; Outros constituintes conhecidos do Pólen: – As vitaminas do grupo B, C, D, E, e a Provitamina A; – A maior parte dos sais minerais: cálcio, potássio, magnésio, fósforo e numerosos oligoelementos; – Alguns enzimas que favorecem o metabolismo de funções orgânicas importantes; – Distintos pigmentos. Própolis O que é a Própolis? Esta substância, elaborada pelas abelhas, é conhecida do Homem desde tempos imemoriais. Foi utilizada por sacerdotes egípcios e mais tarde, os gregos, atribuíram-lhe a denominação de Própolis, I que significa “antes de” e polis que significa cidade, ou seja a antes da colónia, a protegê-la. Trata-se de um produto com um mercado altamente promissor, que se pode transformar numa importante fonte de rendimento para o apicultor. Dado que é bastante utilizado em Apiterapia para a elaboração de inúmeros de medicamentos e considerando atualmente existe grande procura por 26 F o n te : G o o g le produtos naturais e de qualidade, torna-se imprescindível que o apicultor se esmere ao máximo para não alterar as suas propriedades, procurando evitar ou reduzir ao máximo o nível de contaminantes. Por definição, a própolis é uma goma ou resina, de composição complexa, de cor verde pardo, castanho, ou encarniçado, podendo inclusivamente a ser quase negro (dependendo da sua origem botânica). O própolis é recolhido pelas abelhas a partir de várias plantas. Estas desenvolveram ao longo dos séculos um mecanismo de proteção das suas folhas, flores, frutos e restantes órgãos, com o objectivo de prevenir infecções a partir de feridas (cortes por exemplo), através da produção de uma substância resinosa com potencial antimicrobiano, que impede a putrefacção, à prova de água e com propriedades de isolamento térmico. Figura 9 – Abelha coletando resina de Álamo Composição química da Própolis Após ocorrer uma lesão numa planta, e comum ver-se resina a escorrer para fora dessa planta. Tal tem como objetivo evitar a perda de mais seiva e prevenir a infecção da ferida. As abelhas utilizam o resultado dessa evolução do metabolismo secundário de plantas para proteger suas colmeias, recolhendo essas resinas de rachas na casca de árvores, de folhas, ramos. Após a recolha e à semelhança do que fazem com outros produtos da colmeia, adicionam enzimas salivares. Esta goma já mastigada é seguidamente misturada com cera de abelha e outros materiais estranhos à sua composição. Sabemos hoje que os vários compostos presentes na própolis provêm de três fontes: 1. Resinas de plantas recolhidas pelas abelhas; 2. Substâncias segregadas pelo metabolismo das abelhas (cera e enzimas salivares); 3. Outras substâncias, introduzidas durante a elaboração da própolis. A composição relativa das três diferentes parcelas componentes da própolis varia de acordo com a região de produção, o tipo de vegetação, e a subespécie de Apis mellifera. Quanto maior for a disponibilidade de plantas produtoras de resinas na região envolvente dos apiários em produção, maior será a proporção destas na composição da Própolis, e menor será a proporção de cera, e vice- versa. Em épocas ou em locais onde as plantas fonte da própolis escassearem as colónias podem sofrer com essa escassez de própolis, tendo inclusivamente sido observadas abelhas a recolher "substituintes da Própolis", como asfalto, tintas ou óleos minerais. Estes substituintes da própolis 27 são misturados com a resina disponível e utilizados nas colmeias. Mesmo quando estão reunidas todas as condições para a recolha de Própolis, e em regiões onde não haja escassez de fontes de resina vegetal, a proporção relativa de cera na própolis depende do fim a esta se destina, ou seja, a própolis usada para reparar favos de mel é frequentemente complementada com grandes quantidades de cera, o que confere uma composição mais firme à própolis. Pelo contrário a própolis utilizada para revestir a face interna das células de criação, contém muito pouca ou nenhuma cera, pois esta não tem qualquer efeito antimicrobiano. A cor da própolis varia de verde amarelado para castanho escuro dependendo da sua planta de origem e da sua idade. A sua consistência é altamente influenciada pela temperatura, sendo flexível e pegajosa acima de 30°C, e dura e inquebrável a cerca de 15°C, e frágil e facilmente pulverizável a temperaturas inferiores a 5°C e especialmente após a sua congelação. O ponto de fusão de própolis situa-se em média entre os 60 e os 70°C, podendo subir acima dos 100°C. A composição química da própolis é determinada principalmente pelas resinas das plantas. Os produtos metabólicos incorporados pelas abelhas (enzimas salivares, cera), bem como pelos restantes materiais incorporadas desempenham um papel menor. A maioria dos componentes das resinas das plantas são incorporadas na própolis sem quaisquer alterações, mas é provável que alguns dos componentes sejam sujeitos a alterações enzimáticas através da ação da saliva das abelhas durante a sua colheita, ou pela posterior adição de cera. A composição química específica da própolis é fortemente influenciada pela localização geográfica das colmeias e pela subespécie de abelhas em causa. O maior grupo de compostos existente na própolis é o dos pigmentos flavonóides, que estão presentes em grande quantidade em todo o reino vegetal. Existem, até agora mais de 200 compostos identificados como: aminoácidos, ácidos alifáticos e seus ésteres, ácidos aromáticos e seus ésteres, álcoois, aldeídos, hidratos de carbono e cetonas. Destes compostos, os flavonóides têm sido os mais investigados e tendo sido considerados como os responsáveis por diversas atividades biológicas atribuídas à própolis. Independentemente da alta variação na composição química específica da própolis nas diferentes regiões do globo e por diversas espécies de abelhas ou subespécies, em geral a sua composição química (em condições favoráveis) permanece quase o mesma. É geralmente composto por cerca de 50% de resinas vegetais, cerca de 30 % de cera, 10% de óleos essenciais, 5 % de pólen e 5% de várias outras substâncias. Uso da própolis Pelas abelhas: as abelhas utilizam a própolis para protegê-las contra os insetos e microorganismos, empregando-a no reparo de frestas ou danos à colméia. É também usado no preparo de locais assépticos (alvéolos) para a postura da abelha rainha e na mumificação de insetos invasores. Pelo homem: possui ação antimicrobiana, antifúngica, antiprotozoárias, antivirais, além de possuir propriedades antinflamatórias. Usada também na cura das doenças da pele, doenças do aparelho digestivo, no tratamento de doenças respiratórias, alémde possuir vários usos na odontologia e na veterinária. 28 Fo to : N at u ce n tr o P ró p o lis Produção da Própolis A quantidade de própolis produzida por uma colmeia depende essencialmente do comportamento de pastoreio de resinas por parte das obreiras e no tipo de vegetação circundante. Nas nossas condições e considerando a utilização dos métodos tradicionais de raspagem, conseguir- se-ão obter entre 100 a 200 gramas de própolis por ano por colmeia. Com a utilização de redes podemos esperar produções unitárias de cerca de 500 gr por colmeia/ano, mantendo a qualidade e sem aumentar grandemente os custos de produção. Embora a qualidade da própolis dependa do tipo de flora e da qualidade do meio ambiente, é crucial a este respeito o trabalho do apicultor. Assim, a qualidade do produto resultante está diretamente relacionada com os métodos de extração, armazenamento e conservação. Quais os tipos de própolis existentes Devido a grande biodiversidade no Brasil são descritas propriedades biológicas e composição química distintas para diferentes amostras coletadas em diferentes partes do país, logo sua composição química varia com a flora da região, locais e épocas de coleta, com a técnica empregada para a produção (tipos de coletores) e com as características genéticas (gênero e espécie das abelhas) por isso há diferentes tipos de própolis na natureza e cada uma possui características especificas, já que esse conjunto de fatores exerce uma enorme importância nas suas propriedades físicas, químicas e biológicas. No Brasil existem mais de dez subtipos, incluindo a própolis verde, própolis vermelha, própolis marrom, própolis amarela, própolis preta e geoprópolis. Esses são diferenciados pela cor, pelo odor e pela consistência. Abaixo os principais tipos de própolis e suas propriedades: Própolis Verde: a própolis verde é proveniente do alecrim do campo (Baccharis dracunculifolia), mais conhecida como Vassourinha do campo. Este tipo de própolis possui como marcador químico um composto fenólico denominado Artepillin C, cuja patente de descoberta pertence ao Japão. Esse composto químico denominado ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico foi capaz de inibir o crescimento de tumores em testes in vitro (fora do organismo, realizados no laboratório). Esse tipo é produzida fundamentalmente no sul, leste, centro e zona da mata de Minas Gerais, leste de São Paulo, norte do Paraná e em regiões serranas do Espírito Santo e Rio de Janeiro. A própolis verde é conhecida pelas suas propriedades biológicas, tais como: antimicrobiana, antioxidante, anti-inflamatória, imunomodulatória, cicatrizante, anestésica, anticâncer e anticariogênica. 29 F o n te : G o o g le F o n te : G o o g le Figura 10. Própolis verde Própolis vermelha: é um tipo de própolis encontrada na região norte e nordeste do Brasil e presente, por exemplo, nos manguezais dos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. A resina coletada pelas abelhas para sua fabricação é proveniente de uma planta conhecida popularmente como rabo de bugio (Dalbergia ecastophyllum (L) Taub). Essa planta secreta exsudato (secreções) de cor vermelha (o que explica sua coloração) pelos buracos feitos por insetos em seu caule e as abelhas visitam e recolhem essa resina para a fabricação da própolis. Essa própolis possui como constituinte majoritários os compostos fenólicos, do tipo flavonoides, antraquinonas e fenóis. Possui constituintes jamais encontrados em outros tipos de própolis e extratos desta mostraram atividades antitumorais e antioxidantes in vitro, porém é necessário o estabelecimento da eficácia e segurança dos produtos obtidos. Figura 11. Própolis vermelha Própolis amarela: a própolis amarela é comum no Mato Grosso do Sul, em geral possui baixos teores de compostos fenólicos e flavonoides (substâncias responsáveis pelas principais propriedades atribuídas a própolis). Figura 12. Própolis amarela Própolis marrom: a própolis marrom pode ser encontrada na região Sudeste e Sul do Brasil. Possui atividade antimicrobiana e antioxidante. Própolis preta: a própolis preta é fabricada pelas abelhas a partir de resina coletada de uma planta denominada Jurema Preta (Mimosa Hostilis benth). É uma árvore presente praticamente em quase todo nordeste brasileiro. A literatura científica evidencia poucos relatos sobre esse tipo de própolis e seu extrato hidro -alcoólico, sendo mais abordadas outras própolis. 30 F o n te : G o o g le F o n te : G o o g le Figura 13. Própolis preta Geoprópolis: o termo geoprópolis é utilizado para diferenciar a própolis produzida pelas abelhas sem ferrão daquela produzida por outra espécies. Esse tipo de própolis é produzida, por exemplo, pelas abelhas sem ferrão Mandaçaia, Manduri e Jataí. No Brasil índios usavam a geoprópolis na fabricação de ferramentas e como dádiva em sepultamentos. Apresenta atividade antimicrobiana e antioxidante. Figura 14. Geoprópolis 31 Apitoxina – Veneno da Abelha O veneno da abelha, outros dos produtos de origem animal, é produzido principalmente por uma glândula de secreção ácida denominada glândula ácida ou mais simplesmente glândula do veneno, situada no interior do abdómen da abelha obreira. No extremo da glândula encontra-se um reservatório piriforme, a bolsa de veneno, onde o veneno, uma vez segregado, se acumula, atingindo cerca de 0,3 mg. A abelha, quando pica o homem ou em geral outro vertebrado, geralmente não consegue retrair o ferrão devido à presença de farpas na sua estrutura e à elasticidade da pele. Por conseguinte, devido ao esforço que a abelha faz para se afastar, dilacera os últimos segmentos abdominais, abandonando o ferrão, unido a uma parte das vísceras e à glândula do veneno. A abelha, embora consiga escapar, não sobrevirá. Pelo contrário, se uma abelha picar outra abelha, ou em geral outro inseto, consegue retrair o ferrão dada a consistência rígida do tegumento perfurado (Sabatini, A. G., Carpana, E., 2002, Bogdanov, S., 2014). A melitina está descrita como o principal componente responsável pelos efeitos dolorosos ou letais do veneno da abelha, e corresponde a mais de 50% do conteúdo total do veneno. A elevada atividade fisiológica desta enzima está também diretamente ligada às potencialidades terapêuticas da aplicação do veneno de abelha. Para além desta substância, a composição do veneno inclui ainda glucose, frutose e fosfolípidos em concentração similar à da hemolinfa, bem como vestígios de outros compostos tais como ácido fosfórico, ácido fórmico, ácidos gordos e substâncias orgânicas de diversa natureza provenientes do corpo do inseto e que podem concorrer ao desencadeamento dos fenómenos alérgicos reconhecidos no veneno. A aplicação mais interessante no ser humano é no tratamento da artrite reumatóide. Estudos clínicos recentes mostram que a taxa de sucesso para este produto varia de 70 a 90 % (Bogdanov, S., 2014). Geleia Real Contrariamente aos restantes produtos da colmeia, utilizados desde a antiguidade, a geleia real não despertou atenção até meados do século passado. Apenas a partir da década de cinquenta a geleia real começou a conquistar uma posição própria no mercado dos produtos das abelhas, propondo-se como complemento alimentar e como matéria-prima para a indústria cosmética. A geleia real é um produto inteiramente de origem animal, segregado pelo sistema glandular cefálico (glândulas hipofaríngeas e mandibulares) das abelhas obreiras com idade compreendida entre os 3 e os 10 dias. É um dos produtos mais importantes para a colmeia, pois serve de alimento 32 para as larvas na sua fase inicial de desenvolvimento, e para a rainha durante toda a sua vida, permitindo a sua diferenciação dentro da colónia Figura 14 -Geleia Real. (Fonte: http://www.reidaverdade.net/geleia-real-engorda-preco.html) Composição da geleia real A composição da geleia real é complexa, incluindo proteínas, aminoácidos, lípidos, ácidos orgânicos, esteróis, fenóis, açúcares, minerais, entre outros (Krell, 1996; Wiese, 2000, Garcia- Amoedo e Almeida-Muradian, 2003; Nagai et al. 2003; Nagai, Inque,2004; Almeida-Muradian e Penteado, 2007). O ácido 10-hidroxidec-2-enóico (10-HDA), principal componente da fração lipídica é considerado o princípio ativo da geleia real mais importante, por possuir propriedades farmacológicas. Adicionalmente este composto é também um bom indicador de qualidade e frescor da geleia real, bem como importante na certificação da autenticidade do produto (Bloodworth et al., 1995; Garcia-Amoedo, Almeida-Muradian, 2003; Koshio, Almeida-Muradian, 2003; Pamplona et al., 2004; Almeida-Muradian e Penteado, 2007). Na Tabela 2 apresentam-se os valores caraterísticos descritos na literatura para a composição da geleia real. Tabela 2 - Composição da geleia real (Ramadan, M. F., Al-Ghamdi, A., 2012) A geleia real é rica em minerais, especialmente em potássio, magnésio, cálcio, ferro, fósforo, manganês, silício, chumbo entre outros, refletindo-se num teor de cinzas entre os 0,8 e 3 % de massa fresca. Os oligoelementos desempenham um papel fundamental nas atividades biomédicas associados com a geleia real, uma vez que estes elementos têm uma infinidade de funções biológicas conhecidas. Propriedades http://www.reidaverdade.net/geleia-real-engorda-preco.html 33 A geleia real é um importante alimento funcional que possui várias propriedades promotoras de saúde. A sua utilização a nível comercial tem crescido significativamente com a incorporação em medicamentos, alimentos saudáveis e cosméticos. A geleia real tem demonstrado possuir várias propriedades funcionais tais como atividade antibacteriana, anti-inflamatória, atividades vasodilatadoras e hipotensores, ação desinfetante, atividade antioxidante e atividade anti tumoral. Esta atividade é atribuída em particular ao conteúdo lipídico e proteico com a presença de 10-HDA e MRJP. Recentemente o mecanismo da atividade anti tumoral da geleia real foi atribuído à presença de 10- HDA, e ao seu efeito inibitório no fator de crescimento do endotélio vascular, induzindo a angiogénese e consequente bloqueando a proliferação e migração das células cancerígenas. Por outro lado verificou-se também que as MRJP estimulam a necrose de tumores em ratos (Crenguta, et al., 2011). Ao nível da ação neurotrófica é reconhecida a capacidade da geleia real na diferenciação de todo o tipo de células cerebrais, bem como a capacidade do 10-HDA para incrementar a produção de neurónios. A aplicação de geleia real em ratos provou também ter uma ação neurotrófica e neuroprotetora sobre o hipocampo (Crenguta, et al., 2011). Para além destes são conhecidos diversos exemplos da funcionalidade da geleia real para casos de cansaço, astenia, falta de apetite, esgotamento físico e mental, transtornos de comportamento, deficiência de crescimento e desenvolvimento da puberdade e na adolescência, nas anemias, amenorreias e na debilidade senil (Ramadan, et al., 2012). Quarta semana de estudos Veremos a partir de agora como se realiza a extração e o beneficiamento dos produtos produzidos pelas abelhas .Fique atento !!!! Coleta, extração e beneficiamento do mel Colheita do mel O apicultor deve evitar a colheita em dias chuvosos ou com umidade elevada. Quantidades elevadas de umidade no mel favorecem a proliferação de leveduras, promovendo a fermentação, inutilizando ao consumo humano. Fazer a colheita em dias ensolarados de preferência entre 7:30 às 10 h da manhã e das 16 às 18 horas. Após coleta, as melgueiras não devem permanecer por longo período expostas ao sol, pois temperaturas altas elevam o teor de hidroximetilfufural (HMF) no mel, comprometendo a sua qualidade. Vestimentas 34 O apicultor, no manejo da colmeia, deve usar vestimentas próprias às práticas apícolas, ou seja, EPI (equipamento de proteção individual: macacão, botas, luvas, protetor de cabeça), em condições ótimas de higiene. O ideal é usar exclusivamente para as práticas apícolas. Protetor de cabeça ou véu Deve ser de tecido grosso e adaptado a um chapéu ou capacete duro e com um visor de tela de arame ou de náilon, preto ou escuro e de malha fina. Deve ser folgado e bem ajustado pelo elástico de sua bainha, ao pescoço, por cima da gola do macacão. Macacão Pode ser de lonita, brim ou outro tecido bem grosso e resistente, bem folgado para não atrapalhar os movimentos. Sua cor pode ser: branca ou bege, lisa e uniforme, mas nunca em preto, marrom ou vermelho e nem listrado, estampado ou peluda . Luvas Para o manejo, as melhores são as de borracha, sendo que estas protegem mais contra ferroadas, porque as abelhas não conseguem firmar as patas, como apoio, para enfiarem o ferrão . Botas Podem ser de canos alto ou médio, de couro, borracha ou plástico e brancas ou das cores do macacão, desde que permitam que as bainhas das calças se ajustem bem sobre elas, para não entrar abelhas. Prática da colheita Todos os equipamentos utilizados na colheita devem estar sempre higienizados e ser de uso exclusivo para este fim, de forma a evitar contaminação do produto. Seleção de quadros Ao efetuar a abertura da melgueira o apicultor deve selecionar os quadros que tiverem no mínimo 90% dos alvéolos operculados, sendo um indicativo da maturidade do mel em relação ao teor de umidade. O apicultor não deve colher os quadros que apresentarem: • Crias em qualquer fase de desenvolvimento; • Grande quantidade de pólen; F o n te : W il za P in to Fonte: Wilza Pinto 35 • Mel “verde” o qual as abelhas ainda não opercularam. A quantidade elevada de água no mel facilitará a proliferação de leveduras, levando-o ao processo de fermentação, impossibilitando o consumo e comercialização do produto. Figura 1 - Exame e seleção de quadros na coleta Cuidado com o líquido que se forma com a queima do material utilizado para fazer a fumaça, para que não escorra pelo bico e caia sobre os favos. • NUNCA utilizar produtos químicos para desalojar as abelhas das melgueiras. Recomenda-se o uso de materiais vegetais como: caroço de açaí, serragem específica, capim santo e cidreira. • A fumaça deve ser fria, limpa e livre de fuligem. Figura 2 - Materiais a serem utilizados no fumigador para fazer fumaça: a) capim santo; b) caroço de açai; c) casca de coco e d) serragem. Transporte até a “casa do mel” • O veículo usado para o transporte até a “casa do mel” deve ser preparado bem antes, passando por processo de higienização; • O veículo não pode ter transportado materiais que deixem resíduos (adubos, produtos químicos, agroquímicos, etc.), pois pode contaminar o mel; • A superfície da área de carga do veículo deve ser revestida por lona plástica devidamente higienizada e livre de impurezas, para evitar o contato da superfície com as melgueiras; • Caso o veículo tenha a área da carga aberta, recomenda-se o uso de lona plástica limpa para cobrir as melgueiras, evitando contaminação por poeira, terra ou outro tipo de sujeira; A B C D 36 • Pode-se usar uma lona plástica de grandes dimensões que sirva tanto para cobrir as melgueiras quanto para revestir o assoalho do veículo; Durante a colocação das melgueiras no veículo, o recomendado é não deixá-las expostas direto ao sol, pois diminui a qualidade do mel. Nesta fase recomenda-se trabalhar com no mínimo três pessoas, duas levariam as melgueiras até o veículo e a terceira faria a acomodação da carga; • Para a acomodação, deve-se utilizar sobre a lona uma tampa de colmeia, atuando como base para o empilhamento das melgueiras, e uma tampa em cima dasmesmas, que vedará o acesso das abelhas durante a formação desta pilha; • Durante a colocação das melgueiras no veículo, elas devem sempre estar cobertas pela lona até o preenchimento total da carga, proporcionando uma carga segura e protegida. Fluxograma de beneficiamento do mel Tem por objetivo mostrar de forma descomplicada o fluxo das informações e elementos, além da sequência operacional que caracteriza o trabalho de extração e beneficiamento do mel de abelhas. Abaixo veremos o fluxograma que o mel segue dentro da casa do mel. Recebimento das melgueiras As melgueiras coletadas no campo devem ser colocadas na recepção, em estrados limpos, preferencialmente de PVC. Seleção e limpeza prévia Os quadros selecionados no campo devem ser limpos na recepção, algumas abelhas ainda ficam aderidas aos quadros. Somente após a limpeza, faz-se a transferência para a mesa desoperculadora. Desoperculação É retirada da cera que recobre os alvéolos sobre a mesa desoperculadora, utilizando os garfos desoperculadores. O mel escorrido neste processo não deve ir para o mesmo local do mel centrifugado, visto que pode ter absorvido cheiro de fumaça, porém pode ser usado na alimentação das abelhas. Após a desoperculação, os quadros seguem para a centrífuga (Figura 3). 37 Figura 3- Processo de desorpeculação Fonte: Wilza Pinto. Centrifugação Consiste na retirada do mel pela força centrífuga, utilizando uma centrífuga (equipamento). A velocidade da centrifugação deve ser aumentada gradativamente, evitando a quebra dos favos (Figura 4). O mel é recolhido nos baldes de plástico devidamente higienizados e depositado nos decantadores. Figura 4 - Centrifugação. Fonte: Wilza Pinto Os quadros centrifugados são recolhidos em melgueiras e devolvidos às colméias. Caso sejam observados quadros com favos escurecidos, devem ser substituídos por quadros com cera nova alveolada. Filtração A filtração do mel deve ser feita em dois momentos. • Após ser recolhido da centrífuga e • Antes de ser depositado na decantadora. O processo de filtragem pode ser manual, utilizando-se peneira, ou, automático, utilizando bomba e filtro. Recomenda-se nas primeiras filtragens usar malhas da peneira com diâmetros maiores, diminuindo gradativamente ao longo da etapa de filtragem. Não se recomenda usar malhas muito finas, que retirem o grão de pólen existente no mel. Decantação É o processo da retirada de sujeiras do produto por decantação, no mel, por ser muito denso, as sujidades, por serem menos densas, irão acumular-se na parte superior do decantador. Como ele possui válvula de escapamento na parte inferior, o mel pode ser retirado facilmente sem as impurezas. 38 Envase Após todo o processo de beneficiamento o mel deve ser envasado em embalagens apropriadas, destinadas a acondicionamento de produtos alimentícios, no envase a granel recomenda-se uso de baldes plásticas com capacidade de 28 kg, brancos e com tampa (Figura 5). Figura 5- Mel envasado em balde Fonte: Wilza Pinto. No envasamento fracionado, o ideal seria potes de vidro, porém há o risco de quebra no transporte. O recomendado são as embalagens de plástico com variadas formas e tamanhos (garrafas PET, bisnagas, potes, saches). Armazenamento As embalagens devem ser colocadas em estrados de PVC ou outros materiais apropriados (Figura 6). Figura 6 Armazenamento do produto em baldes. Fonte: Wilza Pinto O Ambiente de armazenamento deve ter pouco acesso de pessoas e ser vistoriado periodicamente a fim de evitar entrada de animais que possam comprometer a higiene do ambiente. Registro de estabelecimento e produtos Os estabelecimentos beneficiadores de produtos de origem animal devem ser registrados nas instituições reguladoras que fazem a inspeção desses produtos. No caso do mel se for comercializado somente no Estado pode ter seu registro na AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO ESTADO. Colheita e processamento de Pólen A produção de pólen por parte dos apicultores necessita de conhecimentos específicos, mas a sua produção em termos comerciais apenas terá sucesso em zonas onde exista muita disponibilidade 39 deste recurso. As regiões mais secas do país (Beira Interior e Alentejo) são as mais favoráveis, na medida em que a umidade é a principal inimiga desta produção. A produção e o processamento do pólen apesar de gerar menores rendimentos é, ainda assim, menos trabalhoso que o de geleia real, pelo que pode constituir uma boa solução quando procurarmos diversificar as produções da nossa exploração. O seu processamento é menos complicado, podendo colocar no mercado um produto atrativo. Ao contrário do mel, o pólen não é armazenado na colmeia em quantidades muito superiores às necessidades da colónia. O pólen pode ser “colhido” da colmeia, através da colocação na entrada de voo de capta-pólens (também conhecidos como caça-pólens). As abelhas ao entrar na colmeia têm que passar por uma rede (que faz parte integrante do capta-pólens), cuja malha tem uma dimensão tal que muitas das cargas polínicas transportadas nas patas das obreiras em pastoreio de pólen cairão para um recipiente (igualmente parte integrante do capta-pólens). Este recipiente encontra-se separado do resto do equipamento por uma rede de malha fina, que impede as abelhas de recolher o pólen caído no seu interior. O fundo deste equipamento deve ser de um qualquer material que deixe escapar a umidade (e a água) e facilite a circulação de ar, pois só dessa forma se evitará a deterioração do pólen. Mesmo assim, os apicultores deverão recolher o pólen do tabuleiro regularmente. As abelhas não conseguem manter a sua criação saudável sem pólen, pelo que o apicultor deve sempre manter especial atenção ao bem-estar das suas colônias, quando pretende orientar a sua exploração para a produção deste recurso. Enquanto as colmeias estão equipadas com capta-pólens, uma parte do pólen recolhido pelas obreiras persiste em entrar na colónia. Esta proporção varia de acordo com os tipos de equipamento utilizado (e as dimensões das grelhas), podendo ir dos 10 aos 60%. As obreiras em colheita de pólen podem rapidamente adaptar-se à dimensão das malhas, formando cargas polínicas de menores dimensões. Assim, é recomendado que os capta pólens sejam retirados 10 a 15 dias após a sua colocação, permitindo desta forma equilibrar o aporte de pólen para o interior da colónia, e dessa forma fazer face às necessidades da criação presente no seu interior. Alguns autores propõem um esquema de recolha que passa pela colocação dos capta-pólens durante três semanas, retirando-os durante a quarta semana. Um estudo realizado em França aponta para quebras de produção de pólen na ordem dos 24 % em colónias onde os capta-pólens ficaram colocados durante 40 dias seguidos. FACTORES QUE CONTRIBUEM PARA A PRODUÇÃO DE PÓLEN 1. Subespécie de Apis mellifera (Genética) 2. Quantidade de criação não operculada, na colónia. 3. Idade da Rainha (com uma Rainha nova terá sempre maiores garantias de boas produções). 4. Condições edafo-climáticas (temperatura, radiação solar, umidade relativa do ar e precipitação). 5. Alimentação suplementar. 6. Estado sanitário do efetivo. 7. Maneio das colónias. 8. Boas florações produtoras de pólen. Coletores de pólen apícola 40 O coletor de pólen apícola é o equipamento utilizado para retirar as bolotas de pólen apícola das patas traseiras das abelhas no momento em que elas regressam à colmeia. O equipamento deve reter 70% do pólen, visto que aproximadamente 30% do pólen apícola devem passar elo coletor para ser utilizado no suprimento das necessidades alimentares da colmeia. O diâmetro dos orifícios da tela deve ser adequado ao tamanho das abelhas de cada região, podendo ser de 4,45 até 5mm. Os mais utilizados são de 4,6 a 4,75mm. Essesorifícios não podem apresentar rebarbas, evitando, assim, ferir as abelhas. As telas são de 3mm de espessura. Não são indicadas telas metálicas. O tipo de coletor a ser utilizado depende das características do clima de cada região. Basicamente, podemos utilizar dois tipos de coletores, o interno e o externo. O coletor externo, colocado no alvado, é mais barato e de fácil colocação, retirada e limpeza, porém o pólen coletado pelas abelhas fica exposto à umidade, obrigando o produtor a coletar o pólen diariamente. Mesmo coletando diariamente, em regiões de alta umidade, corre-se o risco de o pólen fermentar por excesso de umidade. Não é recomendado para regiões em que chove frequentemente ou de alta umidade do ar. Figura 1. Coletor externo. Embora prático, este modelo oferece pouca proteção contra a entrada de umidade Foto: Marcia Faita O coletor interno é maior que o externo. É colocado em cima do ninho. Tem um custo de fabricação maior que o coletor externo (de alvado), porém oferece maior proteção ao pólen colhido pelas abelhas. Por isso, é mais recomendado, especialmente em região de chuvas mais frequentes e maior umidade do ar. Neste tipo de coletor, quando as famílias estão fortes, é comum a propolização da tela do fundo do coletor. A retirada desse própolis é feita com o auxílio de lava a jato. Após a seleção do modelo de coletor de pólen apícola, este deverá ser colocado nas colmeias sem a tela durante 24 a 48 horas para adaptação das abelhas. 41 Figura 2.Coletor interno Os capta-pólens não devem ser colocados enquanto as condições climatéricas não forem favoráveis, pois estas dificultam não só a recolha do pólen, mas sobretudo contribuem bastante para a sua degradação. Numa situação ideal, a colheita de pólen pode atingir os 5 Kg por colmeia, mas alguns estudos apontam para que com produções até 1,5 Kg/colmeia/ano, as produções médias de mel não diminuem, mantendo-se estáveis. Alguns cuidados devem ser tidos em conta aquando do transporte e processamento do pólen para a unidade de processamento. Nesta o processamento do pólen deve ser feito o mais rápido possível. Os equipamentos de transporte do pólen do campo devem ser fabricados em madeira e equipados com uma base que permita a ventilação do pólen. Estes equipamentos não devem ter uma altura superior a 13 cm, de forma a prevenir fenómenos de fermentação e de coagulação no pólen em transporte. Figura 4.. Capta-pólen Aquando da recolha o pólen pode ter uma percentagem de umidade superior a 18 %, pretendendo- se com a secagem que este teor baixe para valores próximos dos 6 %. O pólen seco pode ser armazenado a temperaturas baixas durante um curto período. Alguns países, como a Nova Zelândia estabeleceram um conjunto de requisitos mínimos para a apresentação do pólen para revenda a embaladores. Este deve apresentar-se: – Limpo, isento de ovos de traça, larvas e fragmentos de insetos; – Com um Teor de umidade máximo de 8 a 10% e exposto a uma temperatura de secagem não superior a 49ºC. – Apresentado em embalagens de 20 kg de plástico alimentar ou cartão, seladas e protegidas do ar, da luz e da possibilidade de absorverem umidade. 42 Cuidados a ter na colheita e transporte do pólen: 1. Após a retirada do pólen das gavetas dos capta-pólens deve proceder-se à limpeza delas. 2. O transporte até a sala de processamento deve ser realizado em baldes de plástico alimentar com tampa, e cuja capacidade não deve ser superior a 2,5kg de pólen. 3. Na sala de processamento pode retirar-se, com uma pinça por exemplo, as impurezas mais grosseiras (pré-limpeza) como abelhas ou formigas, por exemplo. 4. Em seguida procede-se o congelamento: Para tal, o pólen pode ser colocado em bandejas (de plástico por exemplo), com capacidade máxima de 2,5 kg durante uma a duas horas, após as quais deve ser mexido ou agitado, de forma a facilitar o congelamento e evitar a agregação das cargas polínicas. Após a congelação, o pólen deve descongelado à temperatura ambiente durante 3 a 4 horas, período após o qual deve ser introduzido no secador, onde permanecerá por um período de 12 a 48 horas. Este equipamento não deverá ultrapassar os 40ºC e possuir sistema de ar forçado, devendo inclusivamente a sala de processamento estar equipada com um dispositivo capaz de retirar o excesso de umidade do meio ambiente. Caso o secador possua várias gavetas dispostas na vertical, durante o processo de secagem deve-se proceder à rotação destas, ou seja, colocar as bandejas inferiores e superiores na área central invertendo a frente. Estas operações bem como o misturar do pólen deve ser feito duas a três vezes durante o período de secagem e também após 12 horas do final do processo. Após seco, procede-se à limpeza final, podendo usar-se para tal peneiras ou ventilação forçada. A limpeza do pólen pode ser manual, mediante o uso de pinças ou mecanizada. Depois de limpo e selecionado o pólen pode ser embalado em sacos plástico, hermeticamente fechados, de capacidade variável (comércio a grosso), ou em embalagens de vidro de capacidade variável cujo destino será o comércio a retalho. Figura 5 . Secador de pólen Como se trata de um produto ainda desconhecido da grande maioria dos consumidores, recomenda- se que seja comercializado em embalagens transparentes para melhor identificação. CIRCUITO DO PÓLEN 43 Figura 6. Processamento de pólen apícola Colheita ou recolha Após a seleção do modelo de capta-pólen, este deverá ser colocado nas colmeias sem a rede durante 24 a 48 horas para que as abelhas se adaptem à nova entrada. Os diâmetros dos orifícios da malha (régua) devem ser adequados ao tamanho das abelhas podendo variar dos 4,45 mm até aos 5,00 mm. Esses orifícios não podem apresentar defeitos ou esquinas cortantes, de forma a evitar ferir as abelhas. As gavetas, obrigatoriamente, devem ser higienizadas a cada recolha. Durante o transporte até a sala de secagem deve proteger-se o pólen recolhido de forma a evitar possíveis contaminações. Congelamento Após a colheita, e na impossibilidade de uma secagem imediata, deve ser feito o congelamento do pólen, o que permite que este se conserve “in natura”. Secagem Por ser um produto higroscópico e, portanto susceptível ao crescimento de fungos e leveduras, deverá ser desidratado em imediato, para o que se necessita preferencialmente de um equipamento desumidificador, de forma a manter uma umidade relativa do ar entre 40% a 50%; O secador deve possuir preferencialmente bandejas sobrepostas perfuradas, estar equipado com controlo de temperatura e sistema de circulação e renovação do ar. O teor de umidade final deve situar-se entre os 2,5 e os 6%, sendo que inicialmente apesar de variar de região para região, com a época e forma de colheita pode apresentar um valor entre os 18 e os 25%. 44 Sistema de limpeza Antes, durante e após a secagem é essencial a limpeza do pólen. Esta pode ser feita manualmente utilizando pinças ou através de sistema mecânico, como um ventilador, com o objetivo de retirar eventuais partes de abelhas e restos de resíduos vegetais. Conservação e embalagem A conservação está diretamente relacionada com o sistema de embalagem. Os recipientes mais utilizados são: frascos de vidro âmbar, plástico alimentar (todos devem estar hermeticamente fechados). Pólen no favo. Quando o pólen está no favo é mais nutritivo que o pólen dos coletores. É chamado de pão de abelha, pode ser degustado e é mais rico em vitaminas. Tipos de pólen. O pólen varia amplamente nos seus constituintes, dependendo da origem botânica. O conteúdo de proteína pode variar
Compartilhar