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Apostila de Tec Prod apicolas 6 semanas

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS 
CAMPUSPIRANHAS 
 
 
 
 
 
Curso técnico de nível médio integrado em alimentos na modalidade 
PROEJA 
 
 
Professora: Denise Araújo da Silva 
 
 
 
 
 
Piranhas 
Janeiro/2021
 
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Introdução 
Quando se fala sobre a unidades de extração e processamento de produtos apícolas, referencia-se a 
casa do mel o ambiente onde são realizadas a extração e preparação básica do mel para 
comercialização. Por tratar-se de um ambiente de manipulação de alimento sua construção deve 
atender as exigências legais referente as condições higiênico-sanitárias determinadas em lei, pelo 
Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), para estabelecimentos elaboradores 
e industrializadores de alimentos (Portaria SIPA no 006, de 25 de julho de 1985 e Portaria no 368, 
de 04 de setembro de 1997 – DIPOA). 
Dentro deste tema veremos a seguir alguns pontos que devem ser observados no planejamento e 
construção de uma casa do mel, dentro das recomendações do MAPA. É importante que o apicultor 
perceba a necessidade de construir sua casa do mel em atendimento ao que está estabelecido na lei, 
sob pena de ter que, posteriormente, fazer as adequações necessárias para o registro de sua unidade 
de processamento junto ao Ministério da Agricultura. 
 
 
 
Cenário atual 
No senário em que o mundo se encontra, em meio a uma pandemia de Covid-19, dados da Federação 
Mineira de Apicultura (Femap) apontam que as vendas aumentaram cerca de 30% desde o início da 
quarentena de produtos apícolas. Segundo a CNA, as exportações de produtos apícolas brasileiros 
cresceram 54,5% em maio de 2020 na comparação com o mesmo mês de 2019. Enquanto o mel 
registrou aumento de US$ 3,8 milhões no mês, a cera de abelha teve queda de US$ 490,8 mil. Nos 
primeiros cinco meses, os dois produtos registraram aumento nas vendas. O mel atingiu receita US$ 
30,5 milhões graças ao aumento de US$ 7 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior, 
enquanto a cera de abelha teve crescimento de US$ 115,1 mil. Nesta pequena descrição do senário 
atual é possível visualizar grande potencial que temos para crescer ainda mais, uma vez que muitos 
produtos produzidos não entram no mercado por falta de orientações de beneficiamento dos 
produtos apícolas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Incentivo do professor aos alunos 
Vamos lá queridos alunos.... 
Hoje daremos início a nossa disciplina de Tecnologia de Produtos 
Apícolas. Esta disciplina terá um papel muito importante para todos, uma 
vez que o mercado de produção de produtos apícolas encontra-se em 
ascensão. Nesta disciplina, iremos aprender quais os produtos que abelhas 
produzem e a melhor forma que podemos beneficia-las para que se tenham 
produtos de excelente qualidade. 
 
 
Através dessa disciplina veremos a grandeza que as abelhas 
representam para a sobrevivência da vida humana e além de tudo 
produzem uns dos melhores alimentos. 
 
 
 
Então ....embarca nessa comigo!!!!!!!! 
 
 
 
Ficou curioso? 
 
 
4 
 
Primeira semana de estudos 
 
Para darmos início a nossa disciplina, vamos começar 
aprendendo o é necessário para a realização do 
processamento e beneficiamento dos produtos apícolas, 
OK ? 
 
Tudo tem início em uma edificação 
chamada casa do mel 
 
O que é a casa do mel? 
 
Entende-se por Casa do Mel, o estabelecimento destinado ao 
beneficiamento, industrialização e classificação de mel e seus 
derivados, oriundos de produção própria e/ou associados. 
Para que se tenha um produto apícola de qualidade é necessário 
que a casa do mel siga várias normativas para que o produto final 
seja comercializado com segurança. 
Vamos conhecer um pouco sobre essas estruturas. 
 
LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO 
 
A Casa do Mel poderá estar localizada em área rural ou urbana, desde que atenda aos seguintes 
requisitos: 
• área de terreno suficiente, visando futuras ampliações; 
• distante de demais construções ou abrigo de animais; 
• construção própria à finalidade, não devendo estar anexa a residências, porém, quando esta 
situação ocorrer, não será permitida a comunicação entre os dois prédios; 
• afastado das vias públicas, preferentemente a uma distância mínima de 10 (dez) metros; 
 
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• fácil acesso e circulação interna; 
• dispor de facilidade para abastecimento de água potável, instalação de fossas sanitárias ou rede de 
esgotos industriais e sanitários; 
• área do estabelecimento delimitada, impossibilitando a entrada de animais e pessoas estranhas. 
A construção destinada às operações de extração, filtração, decantação, classificação, envase e 
estocagem deverá ser localizada afastada da área do terreno onde se situa o colmeal, podendo, 
inclusive, ser urbana, uma vez ouvidas as autoridades competentes, com relação a códigos de 
postura, saúde pública e defesa do meio ambiente. 
As áreas de circulação de veículos deverão ser pavimentadas com material de fácil limpeza, que 
não permita a formação de poeira e que facilite o perfeito escoamento das águas. As demais áreas 
deverão ser gramadas. 
A área industrial será delimitada de modo a não permitir a entrada de animais e pessoas estranhas. 
INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS 
 
Área construída: 
Deverá ser compatível com a capacidade do estabelecimento e tipo de equipamentos, sendo as 
dependências orientadas de tal modo que os raios solares, o vento e as chuvas não prejudiquem os 
trabalhos industriais. 
 
Instalações: 
Deverá dispor de dependências para : 
• recepção e extração; 
• filtração, decantação, classificação e envase do produto; 
• depósito para material de envase e rotulagem; dependência para as operações de embalagem 
secundária, estocagem e expedição, recomendando-se a previsão de um local coberto e dotado de 
tanque, para a higienização dos vasilhames e utensílios. 
As áreas destinadas à recepção e expedição do mel deverão apresentar cobertura com 
prolongamento suficiente para abrigar os veículos transportadores. 
Os pisos: 
Deverão ser resistentes ao impacto, impermeáveis, laváveis e antiderrapantes, devendo ser ainda de 
fácil limpeza e desinfecção. 
Devem possuir queda que permita o escoamento dos líquidos para os ralos (sifonados). 
 
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Figura 1. Parte interna da casa do mel 
 As paredes: 
Deverão ser construídas e revestidas com materiais não absorventes, laváveis e de coloração clara 
até uma altura mínima de 2 metros, devendo ser de fácil limpeza e desinfecção nas áreas de recepção 
e manipulação. É admitida a pintura com tinta lavável de cor clara nas áreas dos depósitos e 
vestuário. Os ângulos entre as paredes, entre as paredes e os pisos, e entre paredes e os tetos ou 
forros, deverão permitir fácil limpeza, sendo sugerido que sejam arredondados, para evitar a 
formação de cantos. 
 
Figura 2. Paredes revestidas com materiais não absorventes, laváveis e de coloração clara até uma 
altura mínima de 2 metros. 
Pé direito: 
Mínimo de 3 (três) metros. 
Os tetos: 
Deverão ser construídos e acabados de forma que impeça o acumulo de sujidades, que apresente 
boa vedação e que seja de fácil limpeza. Nos últimos anos, o forro de PVC tem sido muito utilizado. 
As portas e janelas: 
Deverão ser metálicas ou revestidas de material impermeável e de fácil limpeza. Aquelas que 
fizerem comunicação com as áreas externas deverão ter proteção contra insetos (tela milimétrica) e 
 
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com ajuste no batente de no máximo 1 cm. As portas deverão ter largura suficiente para atender a 
necessidade do trabalho e providas de fechamento automático, quando for o caso. É importante que 
os peitoris das janelas possuam inclinação de 450, para evitar acúmulo de sujidades. As portas 
deverão estar a 1 cm de altura do batente, para dificultar a entradade roedores e pragas. 
 
 
Figura 3. Portas e janelas metálicas ou revestidas de material impermeável e de fácil limpeza. 
O abastecimento de água: 
deverá ser em quantidade adequada ao atendimento necessário aos trabalhos da casa do mel. A água 
deve ser potável e atender aos requisitos de qualidade estabelecidos pelo MAPA – RIISPOA. É 
necessário o controle periódico da qualidade da água no estabelecimento. É importante que a casa 
conte com caixa d’água própria, para assegurar o seu abastecimento. 
Água De Abastecimento: 
O estabelecimento deverá dispor de água em quantidade que atenda às necessidades industriais, 
obedecidos os padrões de potabilidade. 
Poderá ser exigida a cloração, e em certos casos, o prévio tratamento completo, especialmente para 
as águas de superfície. 
Os depósitos de água tratada deverão permanecer fechados, a fim de evitar possíveis contaminações. 
As mangueiras deverão ser mantidas em suportes, quando fora de utilização. 
 
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Rede de esgoto:Específica para o recebimento de efluentes e águas residuais, não sendo admitido o 
seu lançamento diretamente na superfície do terreno. A rede de esgoto deverá ser construída para o 
recebimento total dos efluentes e águas residuais, evitando assim a 
contaminação do abastecimento de água potável. 
Tratamento de efluentes: 
No momento do registro, o estabelecimento deverá 
apresentar uma autorização concedida pelo órgão de 
proteção ambiental competente. 
O banheiro e vestuário: 
Devem estar convenientemente instalados de forma a possuir 
boa iluminação e ventilação. A construção deve permitir fácil 
limpeza e higienização, não sendo admitida a comunicação direta com as áreas de manipulação e 
recepção das melgueiras. O banheiro deve ter piso e paredes impermeáveis, dispor de chuveiro, 
sanitário e pias, em quantidade adequada ao número de usuários. 
A iluminação: 
Poderá ser natural e/ou artificial, devendo ser suficiente para garantir a realização dos trabalhos de 
maneira segura e eficiente, sem que comprometa a qualidade do mel processado. As fontes de luz 
artificial que estejam nas áreas de manipulação de produtos devem ser do tipo inócuo e possuir 
proteção contra rompimentos e explosões. 
As instalações elétricas: 
Poderão ser embutidas ou aparentes e, neste caso, as tubulações por onde passarão os fios deverão 
estar perfeitamente isoladas e fixadas adequadamente nas paredes e tetos, não sendo permitido 
cabos ou fios pendurados nas áreas de manipulação. 
A ventilação: 
Poderá ser natural e/ou artificial, devendo ser suficiente para evitar o calor excessivo e garantir o 
conforto dos manipuladores. 
 
Figura 4. Opção de ventilação com tijolos vazados em áreas abertas. 
Lavatórios de mãos e higienizadores: 
Em todos os locais onde são realizadas as operações de recebimento, beneficiamento e envase do 
mel, existirão lavatórios de mãos de aço inoxidável, com torneiras acionadas à pedal, joelho ou 
 
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outro meio que não utilize o fechamento manual, providos de sabão líquido inodoro, água quente e 
coletor de toalhas usadas, acionado a pedal. 
ANEXOS E OUTRAS INSTALAÇÕES 
 
Vestiários e sanitários 
Construídos com acesso independente à qualquer outra dependência, serão sempre de alvenaria, 
com piso e paredes impermeáveis e de fácil higienização. Suas dimensões e instalações serão 
compatíveis com o número de trabalhadores do estabelecimento. 
Os vestiários, para troca e guarda de roupas, serão separados fisicamente através de parede, da área 
das privadas. Serão providos de duchas com água morna, bancos, cabides e armários em número 
suficientes. 
Os sanitários serão sempre de assentos e serão em número de uma privada para cada vinte homens 
ou uma privada para cada quinze mulheres. 
Os vestiários e sanitários terão sempre à sua saída lavatórios de mãos com torneiras acionadas à 
pedal ou outro meio que não utilize as mãos, providos de sabão líquido inodoro e coletor de toalhas 
usadas, também acionado a pedal. 
Todas as aberturas dos vestiários, banheiros e sanitários serão dimensionados de maneira à permitir 
um adequado arejamento do ambiente da dependência e serão sempre providas de telas à prova de 
insetos. 
Admite-se, conforme o caso, a localização dos vestiários e sanitários na residência do apicultor, 
quando para isto existirem condições, mediante autorização da CISPOA. 
Barreira Sanitária: 
 A barreira sanitária disporá de lavador de botas com água corrente, escova e sabão; e pia com 
torneira acionada a pedal ou joelho e sabão líquido, devendo estar localizada em todos os acessos 
para o interior da indústria. 
Almoxarifado: 
Em local apropriado, com dimensões que atendam adequadamente à guarda de material de uso nas 
atividades do estabelecimento, assim como de ingredientes e embalagens, desde que separados dos 
outros materiais. 
Escritório: 
O escritório deverá estar localizado fora do setor industrial. 
Laboratório: 
 O Serviço de Inspeção Estadual poderá requerer ao estabelecimento a realização de análises 
especiais em instituições públicas ou privadas, visando obter informações técnicas resultantes de 
metodologias analíticas mais sofisticadas, que normalmente não seriam conseguidas nos 
laboratórios das indústrias. 
 
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A inspeção Estadual deverá, periodicamente, aferir a eficácia do controle de qualidade analítico 
realizado pela empresa, através da remessa de amostras a laboratórios oficiais. 
Varejo: 
A seção de varejo, quando existente, deverá ser afastada de todas as dependências do 
estabelecimento, localizada preferentemente próxima às vias públicas, de forma que o acesso de 
pessoal seja totalmente independente da área industrial. 
Considerações gerais quanto aos equipamentos e 
implementos apícolas 
Para o apicultor manejar corretamente a criação racional de abelhas, deverá ter em mão vários 
apetrechos apícolas como: 
Fumigador: 
É um implemento apícola indispensável para qualquer tipo de trabalho 
com as abelhas. É utilizado com a finalidade de diminuir temporariamente 
a agressividade das mesmas pelo uso da fumaça. 
Formão: 
É uma ferramenta em formato de espátula, utilizada para 
fazer a limpeza e descolar as peças da colméia que, 
normalmente, estão coladas com própolis. É um 
instrumento indispensável no manejo das colméias. 
Vassourinha: 
 É um instrumento feito de madeira e de fios naturais ou 
sintéticos. 
Fixadores de cera: 
São instrumentos utilizados para soldar a cera alveolada no arame dos quadros. Normalmente são 
utilizados dois tipos de fixadores: a carretilha e o fixador 
elétrico. A carretilha é aquecida e passada sobre o arame 
do quadro que, aquecido, se une à placa de cera. Já o 
fixador elétrico solda a cera que, ao esquentar o arame, une este à cera alveolada. 
 
Figura 5. Fixador de cera elétrico 
 
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Alimentadores: 
 Os alimentadores são peças utilizadas para o fornecimento de alimentos para as abelhas em 
períodos de escassez e em outras situações, podendo ser coletivos ou individuais. 
Alimentadores individuais 
São destinados ao fornecimento de alimento a cada família, de forma individualizada. Têm a 
vantagem de prevenir o saque e também de permitir ao apicultor regular a quantidade de alimento 
fornecido de acordo com a necessidade de cada colméia. Os principais alimentadores individuais 
utilizados são: 
Alimentadores coletivos 
São peças em forma de cocho onde é servido o alimento para o atendimento coletivo das colméias 
do apiário. Podem ser confeccionados em madeira, plástico ou outros materiais alternativos como 
tambores e pneus cortados. Devem possuir peças flutuantes (tiras de madeira, pedaço de isopor, 
etc.) para evitaro afogamento das abelhas. Os alimentadores devem ser colocados a uma distância 
mínima de 50 metros do apiário. Apresentam como desvantagem o fato de alimentar todos os 
enxames nas proximidades do apiário além de desfavorecer a alimentação dos enxames mais fracos 
devido à concorrência com os enxames mais fortes. 
Boardmann: 
 Consiste de um cepo de madeira escavada no centro onde se encaixa um 
vidro emborcado, com a tampa perfurada sendo o conjunto acoplado no 
alvado da colméia. O acesso das abelhas ao alimento é feito através da 
parte escavada que se abre para o interior da colméia. O alimento deve ser 
líquido e colocado no vidro. 
Doolittle: 
 É um cocho com as dimensões de um quadro, que é colocado no interior da colméia no lugar de 
um dos quadros. Este alimentador pode ser usado com alimentos líquidos, pastosos ou secos. 
Cobertura: 
 É uma bandeja que possui uma abertura na parte central ou lateral, por onde as abelhas têm acesso 
ao alimento, que é colocado acima do corpo da colméia e abaixo da tampa. Pode receber alimentos 
líquidos, pastosos ou secos. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. Comedor de cobertura 
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Garfo desoperculador: 
É utilizado para retirar os opérculos dos favos com mel maduro, antes 
destes serem levados à centrífuga. 
O garfo é composto de dentes de aço retos com pontas afiadas, fixados em 
suporte curvo, que facilita o manejo. 
 
 Faca desoperculadora: Assim como o garfo, a faca é utilizada para 
desopercular os favos de mel maduro. É uma lâmina flexível e longa o suficiente 
para alcançar toda altura do quadro, possuindo corte nos dois lados. 
 
Equipamentos 
Basicamente compõem-se de desoperculadores, tanques ou mesas para desoperculação, centrífugas, 
filtros, tanques de decantação, tubulações, tanques de depósitos e mesas. 
 
Centrífuga: 
Equipamento muito importante para a exploração racional das abelhas e que é utilizado para extrair 
o mel sem a destruição dos favos. Quando a colheita de mel é feita na centrífuga os favos continuam 
intactos e são devolvidos às colméias para serem reutilizados pelas abelhas. Outra vantagem da 
centrífuga é a garantia da obtenção de um mel de melhor qualidade, pela redução dos riscos de 
contaminação no processo de extração. Há dois tipos de centrífuga: 
Centrífuga facial: 
Os quadros são posicionados com a face voltada para as paredes do tambor da centrifuga. Este 
equipamento apresenta como desvantagem a extração do mel apenas de um dos lados do favo de 
cada vez, sendo necessária a inversão da posição do quadro e a repetição do processo, para obtenção 
do mel. Não é um equipamento prático nem cômodo, por exigir muito trabalho. 
Centrífuga radial: 
Os quadros são colocados na posição do raio do tambor da centrífuga. Extrai simultaneamente o 
mel das duas faces do favo, não havendo a necessidade de se virar os quadros como na centrífuga 
facial. É um equipamento eficiente e rápido para extração do mel, sendo o modelo mais utilizado 
pelos apicultores profissionais. Sua capacidade varia de acordo com o seu diâmetro, podendo 
receber 8, 16, 32, 64 ou mais quadros por vez. 
 
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Figura 7. Centrifuga radial Figura 8. Parte interna da centrifuga radial 
Mesa desoperculadora: 
É uma mesa geralmente de aço inoxidável, lembrando uma cuba, que facilita o trabalho de 
desoperculação, pois permite a colocação dos quadros suspensos como na colméia. 
No fundo, possui uma tela que retém os opérculos retirados dos favos, permitindo que o mel flua 
para a parte inferior e escorra para um recipiente de coleta. Seu uso propicia um trabalho limpo, 
ordenado e higiênico. 
 
Figura 9. Mesa desoperculadora 
Decantador: 
O decantador é um tanque onde o mel é colocado em repouso após a centrifugação, por um período 
que varia de 3 a 5 dias. Normalmente é feito em aço inox e apresenta dimensões bastante diversas, 
com capacidade que variam de 75 Kg a 20 toneladas. 
 
Figura 9. Decantador 
 
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Filtros de tela de aço inoxidável ou fio de nylon: Peneiras em aço que auxilia na 
limpeza através da filtração do mel. As malhas nos limites de 40 a 80 mesh, não se permitindo o 
uso de material filtrante de pano. 
 
Figura 10. Filtros de tela de aço 
 
• Tubulações: Em aço inoxidável ou material plástico atóxico, recomendando-se que sejam 
curtas e facilmente desmontáveis, com poucas curvaturas e de diâmetro interno não inferior a 40 
mm. Não serão admitidos equipamentos constituídos ou revestidos com EPOXI, tinta alumínio ou 
outros materiais tóxicos, de baixa resistência a choques e à ação de ácidos e álcalis, que apresentem 
dificuldades de higienização ou que descamem ou soltem partículas. 
• Mesas e balcões: deverão ser revestidos com aço inoxidável, tolerando-se revestimento com 
outros materiais impermeáveis, resistentes, de fácil higienização, tais como azulejos, cerâmica 
industrial e fórmica. O uso de equipamentos de material plástico atóxico fica condicionado à 
comprovação, pelo fabricante, de sua inocuidade, mediante apresentação de certificado de análise 
emitido pelo órgão competente. 
LOCALIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 
A localização dos equipamentos deverá obedecer a um fluxograma operacional racionalizado, 
observando-se os detalhes relativos à facilidade de higienização. 
Uniformes 
Todo o pessoal que trabalha com produtos comestíveis, desde o recebimento até a expedição, deverá 
usar uniformes brancos aprovados pela CISPOA, em perfeito estado de higiene e conservação, 
sendo: calça, jaleco, gorro, boné ou touca e botas. 
O pessoal que exerce outras atividades não relacionadas à produtos comestíveis deverão usar 
uniformes coloridos que consistem em botas, calça e jaleco 
ou macacão. 
Quando utilizados protetores impermeáveis, estes deverão 
ser de plástico transparente ou branco, proibindo-se o uso de 
lona ou similares. Os aventais, bem como quaisquer outras 
peças de uso pessoal, serão guardadas em local próprio. 
Proíbe-se a entrada de operários nos sanitários, portando tais 
aventais. 
 
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O uso de toucas, a fim de propiciar a contenção dos cabelos, será extensivo também a operários do 
sexo masculino. 
Os operários e outras pessoas que trabalham nos estabelecimentos sob Inspeção Estadual, em 
dependências industriais, e/ou de manipulação, e/ou de expedição deverão manter-se rigorosamente 
barbeados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segunda e terceira semana de estudos 
 
Começaremos no novo tema, e na minha opinião um dos 
mais importantes, pois a partir do conhecimento dos 
produtos e sua composição é possível realizar o 
beneficiamento dos produtos sem que haja perdas de suas 
qualidades nutricionais e organolépticas. 
Produtos das Abelhas: tipos e composição 
 
Esse assunto acaba aqui !! 
 
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Na apicultura é possível a exploração de diversos produtos elaborados pelas abelhas, alguns 
resultantes do processamento de materiais coletados na natureza, como o mel, a própolis e o pólen. 
Outros, porém são resultados da produção glandular das abelhas como geléia real, cera e o veneno. 
Vamos conhecer suas variações e composições. 
 
Mel 
Apreciado desde a Grécia antiga, o mel foi utilizado pelo homem como alimento, medicamento e 
oferenda aos deuses. Existem relatos da utilização do mel como medicamento em papiros egípcios 
de cerca de 1500 a.C., onde o mel estava na composição de centenas de prescrições para uso externo 
e interno. Na Babilônia e na Grécia antiga, o mel foi ainda empregado para conservar os corpos de 
reis e generais mortos em batalha, até que fossem transportados para o funeral. No Egito antigo, foi 
usado como oferenda em cerimônias religiosas, sendo que os israelitas destinavam o mel de suas 
primeiras colheitas para presentear a Deus (Borsato, 
2008). 
O mel possui diferentes propriedades físicas e 
químicas por ser produzidoa partir do néctar das 
plantas e por isso a sua produção depende da 
abundância e da qualidade das flores existentes no raio 
de ação das abelhas. Conforme a flor de que o néctar 
foi obtido pelas abelhas, bem como de sua localização 
geográfica, o mel resultante terá características 
diferentes, principalmente quanto à cor, sabor e 
perfume. Por isso, a caracterização regional e o estabelecimento de padrões são de grande 
importância, considerando a diversidade botânica e a variação climática de cada região (Alves, 
2008; Pereira et al., 2003). 
 
Em resumo o mel 
O mel é um produto alimentício produzido pelas abelhas, tendo como matéria-prima o néctar das 
flores, secreções das partes vivas das plantas ou excreções de insetos sugadores (Ordem Hemiptera: 
Sub-Ordem Homoptera) que as abelhas coletam, transformam, combinam com suas substâncias 
próprias (secreções de várias glândulas), armazenam e deixam maturar nos favos da colméia 
(BRASIL, 2001). 
O mel é elaborado acima e ao redor dos favos de cria onde a temperatura varia em torno de 34 Co 
– 35o C. 
O mel pode ser classificado de acordo com a sua origem em mel floral quando é obtido dos néctares 
das flores e mel de melato quando é obtido principalmente a partir de secreções das partes vivas das 
plantas ou de secreções de insetos sugadores (pulgões, cochonilhas e cigarrinhas) de plantas 
(BRASIL, 2001). 
O Sul do Brasil apresenta uma abundante presença de mel de melato, produzido nas áreas de grande 
ocorrência de bracatinga (Mimosa scabella Benthan). 
 
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O mel de melato não tem nada em comum com o mel de cana-
de-açúcar, que as abelhas coletam eventualmente nas soqueiras 
da cana ou nos engenhos onde o caldo da cana é processado. No 
entanto, em algumas regiões açucareiras do Nordeste brasileiro, 
o mel produzido a partir do exsudado da cana-de-açúcar tem 
sido comercializado pelos apicultores que instalam seus apiários 
próximos aos canaviais. 
 
 
 
Sobre a transformação do néctar em mel 
Na produção do mel as abelhas processam o néctar em duas etapas. Na primeira ocorrem 
transformações físicas e na outra as transformações são de natureza química. 
 
Transformação física: 
É a perda de água do néctar por evaporação devido ao calor existente na colméia (em torno de 35 º 
C) e a constante ventilação produzida pelo movimento das asas das abelhas. 
 
Transformação química: 
Ocorre pela a ação de uma enzima denominada invertase, produzida pelas abelhas que atuam sobre 
a sacarose, principal açúcar do néctar, transformando-o em dois açúcares mais simples: glicose e 
frutose. 
 
Figura. 1 O desenho representa apenas a região anterior do sistema digestório, local onde o néctar 
circula, boca, papo e vice-versa. Cada vez que ele na língua é exposto ao ar, uma parte da água 
evapora. Este movimento é repetido centenas de vezes, para que ocorra uma perda significativa de 
água do néctar. 
 
 
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Transformam e combinam com matérias específicas, armazenando-a depois em favos da colmeia. 
Isto é, as abelhas colhem o néctar das flores, levam para a colmeia, 
lá o néctar que é basicamente composto de sacarose + 90% de água, 
sofre dois tipos de processamentos: um é um processamento físico, 
onde o néctar é desidratado ao passar de boca em boca por 
aproximadamente 15 abelhas, enquanto está também sofrendo um 
processamento químico através da enzima invertase que desdobra 
a sacarose em glicose e frutose. E enquanto colhem o néctar, também recolhem o pólen. 
 
Composição do mel 
Os principais componentes do mel são os açúcares, contendo também ácidos, pólen, cera, proteínas, 
enzimas, minerais e outros nutrientes (Tabela 1). 
 
 
Tabela 1. Composição química do mel maduro (Créditos: http://www.criareplantar.com.br) 
 
 
Classificação do Mel 
Quando o mel é originado principalmente de flores de plantas pertencentes à mesma família, gênero 
ou espécie é denominado de unifloral ou monofloral e o mel produzido a partir de diferentes origens 
florais denomina-se de mel multifloral ou polifloral (BRASIL, 2001). 
Na hora de fazer o rotulo do mel, citando a origem botânica, é necessário que essa planta esteja em 
pelo menos 80% de dominância no mel. 
Características físico-químicas 
A qualidade do mel é dependente das características que ele possui, tais como: cor, sabor, aroma, 
cristalização, umidade, viscosidade, entre outras. 
 
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Cor 
A coloração do mel depende quase que, exclusivamente, da origem da flor, podendo ser claro, 
vermelho, dourado ou escuro (figura 1). Dependendo da coloração, o sabor e aroma sofrem 
alterações, preservando o valor nutritivo. Quanto mais escuro o mel, maior quantidade de minerais 
este possui, porém menor valor comercial, pois a coloração clara é mais aceita no mercado mundial, 
sendo vendido com maior preço. Nos méis de diferentes origens botânicas foi encontrada 
predominância da cor clara sobre a escura. Na figura abaixo é possível a visualização da cor do mel 
quando ele ainda esta no favo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Variedades das cores do mel. 
 
 
 Fig.3 . Mel no favo de abelha sem ferrão Fig.4 Mel no favo de abelha Apis mell ifera 
 
Sabor 
O mel pode ter sabor doce, ácido e até mesmo amargo. Os sabores irão variar de acordo com a 
planta que produziu o néctar para as abelhas. O mel com sabor delicado é sempre luminoso e os 
escuros normalmente tem um sabor forte indicando que a cor pode oferecer informações sobre o 
sabor. 
 
Figura 5. O sabor do mel é diferenciado de acordo com a espécie da flor. 
(Créditos: http://www.apiarioballoni.com.br) 
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http://www.apiarioballoni.com.br/
 
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Aroma 
É variável de acordo coma a origem da planta, clima, solo e até mesmo a manipulação do apicultor. 
Cristalização do mel 
Muitas vezes as pessoas imaginam que mel cristalizado é mel adulterado. Ao contrário do que se 
pensa, a cristalização é um processo natural que não interfere na composição e na quala1idade do 
mel. 
A cristalização do mel consiste na separação da glicose da frutose pelo fato da glicose ser menos 
solúvel do que a frutose e é influenciada pela origem botânica, temperatura ambiente, umidade. O 
mel pode passar pelo processo de descristalzação com o aquecimento contralado de 45 a 50ºC em 
banho maria. Geralmente o mel cristaliza em temperaturas de 25 a 26ºC. É importante ressaltar que 
apenas o mel puro cristaliza e isto provoca a alteração de cor do mel deixando-a mais opaca. 
 
 
Figura . Cristalização do mel (Crédito: http://www.apacame.com.br) 
 
Teor de umidade 
O teor de umidade é uma característica importante para determinar a qualidade do mel. De acordo 
com a legislação brasileira o teor de umidade não deve ser inferior a 16,8% e nem superior a 20%. 
O mel maduro geralmente apresenta teor de umidade de 18%. Isto é importante porque o teor de 
umidade influencia outras características tais com: viscosidade,peso, conservação, sabor, 
palatabilidade e cristalização. 
 
Viscosidade 
A viscosidade de um fluido é basicamente uma medida de quanto ela gruda. A água é um fluido 
com pequena viscosidade, enquanto o mel, possui densidade maior. A viscosidade também depende 
da temperatura. Menos viscoso a temperaturas mais altas do que quando está frio. A viscosidade 
também pode ser influenciada pela composição do mel e principalmente o teor de água. 
 
 
Figura 5. Viscosidade do mel. (Crédito/: http://www.vidaperpetua.com.br) 
http://www.apacame.com.br/
http://www.vidaperpetua.com.br/
 
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Hidroximetilfurfural (HMF) 
 
O mel, mesmo depois de extraído continua passando por modificações que afetaram a qualidade do 
produto. O hidroximetilfurfural (HMF) é um composto químico formado pela reação de certos 
açúcares com ácidos, servindo com indicador de qualidade no mel. Pois quando mais elevado for o 
teor hidroximetilfurfural menor será o valor nutricionaldo mel em razão da destruição, por meio de 
aquecimento de determinadas vitaminas e enzimas. 
Teor de cinzas 
O teor de cinzas indica a quantidade de minerais encontradas no mel. É influenciado pela origem 
botânica da flor, expressando a riqueza do mel em minerais. O teor de cinzas muito alta indica que 
o mel sofreu adulterações. 
 
pH 
Também é influenciado pela origem da flor, constituintes das cinzas. O pH ideal para o mel é aquele 
inferior a 4,0. 
Valor nutritivo do mel 
O mel é um alimento completo e nutritivo tabela abaixo , devendo ser consumido todos os dias. 
Possui fácil digestão. é importante para o corpo humano pois em quantidades equilibradas encontra-
se fermentos, vitaminas, minerais, ácidos, aminoácidos, substancias bactericidas e aromáticas. 
 
Tabela . Valor nutricional do mel 
 
Análise realizada pelo CEPAQ – Centro Tecnológico de Pesquisas e Análises da Qualidade 
Ltda. (Crédito: http:// www.valedomel.com.br) 
 
Pode substituir o açúcar, sendo um produto totalmente natural. Tem propriedades terapêuticas que 
são determinadas pelas plantas visitadas pelas abelhas. 
Uma colher de sopa de mel tem o mesmo valor nutritivo de duas bananas, duas laranjas, meia maça, 
200 ml de leite, 100g de nozes, 150 gr de peixe e outros alimentos. 
Fermentação do mel 
A fermentação é um processo que interfere na composição e na qualidade do mel, tornando-o 
impróprio para o consumo humano. 
A fermentação é um processo causado pela ação de leveduras (microorganismos) sobre a glicose e 
a frutose, tendo como produto o álcool etílico e dióxido de carbono. O álcool na presença de 
http://www.valedomel.com.br/
 
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oxigênio pode ser quebrado em ácido acético (vinagre), daí o gosto azedo presente no mel 
fermentado. O alto teor de umidade favorece a fermentação. 
A colheita de mel deve ser feita quando mais de 80 % dos lados dos favos estiverem operculados, 
ou seja, coberto com uma película que dependendo da idade do favo, pode ser clara ou escura. Em 
favos novos os opérculos são claros. 
 
Figura 6. Quadro contendo mel maduro e mel verde. 
 
Cera 
As abelhas, para construírem seus ninhos, necessitam de cera. Este material que é praticamente 
insubstituível na construção dos favos, daí a importância da secreção de cera pelo organismo das 
abelhas. 
A cera é um produto secretado por quatro pares de glândulas ceríferas, localizadas na face ventral 
do 4°, 5°, 6° e 7° segmentos abdominais. Normalmente a cera é secretada pelas abelhas operárias 
com idade que varia entre 12 e 18 dias. 
 
Composição 
A cera é uma substância oleosa, que se solidifica em forma de lâminas delgadas, quase 
transparentes. Sua composição é de natureza lipídica, basicamente ácidos graxos. 
É composta por ácido cerótico e palmítico, ésteres alcoólicos hidrocarbonetos, alcoóis mono-
hídricos, ácidos, ácidos hydroxy, óleos, ésteres, gordura, ceroleína, é rica em vitamina A, contém 
traços de própolis (aproximadamente 6%), de pólen e diferentes pigmentos e outras substâncias. A 
cera tem uma estrutura cristalina granular, cuja forma de cristalização da cera depende da 
temperatura. 
É isolante elétrico, funde a 63/64 graus centígrados, amolece a partir dos 35 graus, e tem densidade 
próxima da água. É muito maleável, e solúvel em gorduras, azeites, benzina, sulfeto de carbono, 
terebintina, éter e clorofórmio e tem densidade próxima da água. 
 
Fabricação da cera 
 
 
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As escamas de cera, produzidas nas glândulas cerígenas, são transportadas pelas patas até à boca da 
obreira onde sofrem um processo de “mastigação”. Durante este processo são adicionadas proteínas 
que promovem a dureza do favo de cera. Para que a obreira tenha a capacidade de moldagem da 
cera é necessária a umidade e a temperatura. A umidade é obtida através da respiração da colónia e 
da desidratação do néctar no interior da colmeia, o que é suficiente para 1 quilo de cera possuir 
0,2% de água. 
A temperatura necessária para a moldagem do favo é obtida da própria abelha através do seu 
metabolismo. A temperatura ideal para a moldagem é de 35º C, sendo necessário o dobro da energia 
requerida pela obreira a 25 ºC para realizar o mesmo trabalho. Ao longo do tempo, os favos vão 
ficando impregnados da própolis, das fezes das larvas, de pólen e de fibras sedosas produzidas pela 
larva o que lhe confere rigidez. A introdução destas substâncias na cera promove as diferentes cores 
de ceras (mesmo após a sua moldagem e sem branqueamento) e a rigidez dos favos. 
Os favos se tornam escuros por causa da saliva das abelhas, da própolis e de fragmentos deixados 
pelas crias por ocasião das mudas durante o seu desenvolvimento, dejeções das crias e emanações 
dos corpos das abelhas adultas. As abelhas necessitam consumir 6 a 7 kg de mel para secretar 1 kg 
de cera. 
Uso da cera 
A cera é usada na colméia para a construção dos favos, sendo também matéria-prima para as 
indústrias de cosméticos, velas, vernizes etc. 
O principal uso da cera é na prática da apicultura, sendo utilizada na colméia em forma de lâminas 
contendo as bases dos alvéolos desenhadas, facilitando a construção dos favos pelas abelhas 
operárias. 
A cera é usada pelas abelhas na construção dos favos, que servem para deposito de mel, pólen e 
cria. 
 
Figura 7. Cera de belha 
 Fatores importantes na produção de cera 
 
Estado da florada: geralmente a produção de cera é mais intensa durante os períodos de grandes 
floradas, devido ao rápido desenvolvimento das colônias, pois necessitam construir novos favos 
para a postura da rainha e armazenamento de limentos. 
Número de abelhas jovens da colônia: geralmente as abelhas com idade entre 12 a 18 dias 
possuem as glândulas ceríferas mais desenvolvidas, possibilitando a produção de cera. 
 
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Distribuição de espaços livres na colméia: a adição de peças (melgueira ou ninhos) à colméia, 
com a finalidade de aumentar o espaço para a produção de mel. 
 
Pólen 
O que é o Pólen? 
O pólen é o gameta masculino das flores das plantas, sendo produzido pelas anteras e atraído pelo 
ovário com o objetivo de garantir a fecundação do mesmo e consequentemente garantir a 
reprodução da planta, e a sobrevivência da espécie. Formado por minúsculos grãos é recolhido pelas 
abelhas e levado para a o interior da colmeia, sendo utilizado na preparação do alimento das larvas 
jovens, devido ao seu alto valor nutritivo, riqueza em proteínas naturais, a que se acresce sais 
minerais como o potássio, o fósforo, o enxofre, o cobre, o ferro, o cloro, o magnésio, o silício e 
quantidades variáveis de elementos dos complexos vitamínico B, C, D e E. 
 
Figura 8. Abelhas coletando pólen das plantas 
As flores das plantas polinizadas pelo vento (anemófilas) produzem grãos de pólen leves e secos, 
que facilmente são transportados pelo vento. As flores das plantas entomófilas (polinizadas pelos 
insetos) produzem, por norma, pólen e néctar, tendo os grãos de pólen a característica única de 
estarem envolvidos por uma película adesiva, que contribui para que facilmente fiquem presos aos 
pelos dos insetos com pelo como as abelhas. Quer o pólen das plantas anemófilas, quer o das plantas 
entomófilas é recolhido pelas abelhas. 
Composição do Pólen 
A composição do pólen varia de acordo com a planta que o originou, existindo muito maior 
diversidade do que em qualquer outro produto da colmeia. O pólen é recolhido pelas abelhas nas 
flores das espécies por elas selecionadas, contendo uma pequena % de açúcares derivados do mel 
(ou do néctar) que as abelhas misturam aquando da constituição das cargas polínicas que 
transportam nas suas patas. 
Segundo alguns autores, o pólen recolhido pelas abelhas apresenta algumas propriedades 
antibióticas, pelo que a sua capacidade germinativa, e consequente interesse para a polinização estão 
comprometidos. 
Na tabela abaixo apresentam-seos resultados de análises comparativas feitas entre pólen de 
diferentes origens florais, e obtidos pelas abelhas e através da ação humana direta. 
 
 
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A riqueza do pólen pode ser avaliada através da constituição das várias fracções acima descritas. 
A maioria das proteínas existentes no pólen são aminoácidos essenciais (não sintetizáveis pelo 
organismo), como a lisina, triptofano, histidina, leucina, isoleucina, metionina, fenilalanina, mas 
também por aminoácidos promotores do crescimento, como a arginina, a cistina e a tirosina. Para 
que se tenha uma ideia do valor deste produto, eis a descrição das funções de cada um destes 
compostos: 
– A lisina contribui para a fixação do cálcio, estimula o apetite, facilita a digestão e favorece a 
renovação dos glóbulos vermelhos. 
– O triptofano permite a assimilação da vitamina B3, cuja carência provoca a Pelagra (doença do 
que pode levar à morte); 
– A arginina combate a impotência; 
– A histidina favorece a formação da hemoglobina; 
– A cistina contribui para a melhoria da elasticidade da pele; 
– A tirosina protege a pele contra a radiação solar; 
– A leucina facilita o bom funcionamento do pâncreas; 
– A metionina favorece o fígado e o aparelho digestivo em geral; 
Outros constituintes conhecidos do Pólen: 
– As vitaminas do grupo B, C, D, E, e a Provitamina A; 
– A maior parte dos sais minerais: cálcio, potássio, magnésio, fósforo e numerosos oligoelementos; 
– Alguns enzimas que favorecem o metabolismo de funções orgânicas importantes; 
– Distintos pigmentos. 
 
Própolis 
O que é a Própolis? 
 
Esta substância, elaborada pelas abelhas, é conhecida do Homem desde tempos imemoriais. Foi 
utilizada por sacerdotes egípcios e mais tarde, os gregos, atribuíram-lhe a denominação de Própolis, 
I que significa “antes de” e polis que significa cidade, ou seja a antes da colónia, a protegê-la. 
Trata-se de um produto com um mercado altamente promissor, que se pode transformar numa 
importante fonte de rendimento para o apicultor. Dado que é bastante utilizado em Apiterapia para 
a elaboração de inúmeros de medicamentos e considerando atualmente existe grande procura por 
 
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produtos naturais e de qualidade, torna-se imprescindível que o apicultor se esmere ao máximo para 
não alterar as suas propriedades, procurando evitar ou reduzir ao máximo o nível de contaminantes. 
Por definição, a própolis é uma goma ou resina, de composição complexa, de cor verde pardo, 
castanho, ou encarniçado, podendo inclusivamente a ser quase negro (dependendo da sua origem 
botânica). O própolis é recolhido pelas abelhas a partir de várias plantas. Estas desenvolveram ao 
longo dos séculos um mecanismo de proteção das suas folhas, flores, frutos e restantes órgãos, com 
o objectivo de prevenir infecções a partir de feridas (cortes por exemplo), através da produção de 
uma substância resinosa com potencial antimicrobiano, que impede a putrefacção, à prova de água 
e com propriedades de isolamento térmico. 
 
Figura 9 – Abelha coletando resina de Álamo 
Composição química da Própolis 
 
Após ocorrer uma lesão numa planta, e comum ver-se resina a escorrer para fora dessa planta. Tal 
tem como objetivo evitar a perda de mais seiva e prevenir a infecção da ferida. As abelhas utilizam 
o resultado dessa evolução do metabolismo secundário de plantas para proteger suas colmeias, 
recolhendo essas resinas de rachas na casca de árvores, de folhas, ramos. Após a recolha e à 
semelhança do que fazem com outros produtos da colmeia, adicionam enzimas salivares. Esta goma 
já mastigada é seguidamente misturada com cera de abelha e outros materiais estranhos à sua 
composição. 
Sabemos hoje que os vários compostos presentes na própolis provêm de três fontes: 
1. Resinas de plantas recolhidas pelas abelhas; 
2. Substâncias segregadas pelo metabolismo das abelhas (cera e enzimas salivares); 
3. Outras substâncias, introduzidas durante a elaboração da própolis. 
 
A composição relativa das três diferentes parcelas componentes da própolis varia de acordo com a 
região de produção, o tipo de vegetação, e a subespécie de Apis mellifera. Quanto maior for a 
disponibilidade de plantas produtoras de resinas na região envolvente dos apiários em produção, 
maior será a proporção destas na composição da Própolis, e menor será a proporção de cera, e vice-
versa. 
Em épocas ou em locais onde as plantas fonte da própolis escassearem as colónias podem sofrer 
com essa escassez de própolis, tendo inclusivamente sido observadas abelhas a recolher 
"substituintes da Própolis", como asfalto, tintas ou óleos minerais. Estes substituintes da própolis 
 
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são misturados com a resina disponível e utilizados nas colmeias. Mesmo quando estão reunidas 
todas as condições para a recolha de Própolis, e em regiões onde não haja escassez de fontes de 
resina vegetal, a proporção relativa de cera na própolis depende do fim a esta se destina, ou seja, a 
própolis usada para reparar favos de mel é frequentemente complementada com grandes 
quantidades de cera, o que confere uma composição mais firme à própolis. Pelo contrário a própolis 
utilizada para revestir a face interna das células de criação, contém muito pouca ou nenhuma cera, 
pois esta não tem qualquer efeito antimicrobiano. 
 
A cor da própolis varia de verde amarelado para castanho escuro dependendo da sua planta de 
origem e da sua idade. 
A sua consistência é altamente influenciada pela temperatura, sendo flexível e pegajosa acima de 
30°C, e dura e inquebrável a cerca de 15°C, e frágil e facilmente pulverizável a temperaturas 
inferiores a 5°C e especialmente após a sua congelação. O ponto de fusão de própolis situa-se em 
média entre os 60 e os 70°C, podendo subir acima dos 100°C. 
A composição química da própolis é determinada principalmente pelas resinas das plantas. Os 
produtos metabólicos incorporados pelas abelhas (enzimas salivares, cera), bem como pelos 
restantes materiais incorporadas desempenham um papel menor. A maioria dos componentes das 
resinas das plantas são incorporadas na própolis sem quaisquer alterações, mas é provável que 
alguns dos componentes sejam sujeitos a alterações enzimáticas através da ação da saliva das 
abelhas durante a sua colheita, ou pela posterior adição de cera. 
A composição química específica da própolis é fortemente influenciada pela localização geográfica 
das colmeias e pela subespécie de abelhas em causa. O maior grupo de compostos existente na 
própolis é o dos pigmentos flavonóides, que estão presentes em grande quantidade em todo o reino 
vegetal. Existem, até agora mais de 200 compostos identificados como: aminoácidos, ácidos 
alifáticos e seus ésteres, ácidos aromáticos e seus ésteres, álcoois, aldeídos, hidratos de carbono e 
cetonas. 
Destes compostos, os flavonóides têm sido os mais investigados e tendo sido considerados como os 
responsáveis por diversas atividades biológicas atribuídas à própolis. Independentemente da alta 
variação na composição química específica da própolis nas diferentes regiões do globo e por 
diversas espécies de abelhas ou subespécies, em geral a sua composição química (em condições 
favoráveis) permanece quase o mesma. É geralmente composto por cerca de 50% de resinas 
vegetais, cerca de 30 % de cera, 10% de óleos essenciais, 5 % de pólen e 5% de várias outras 
substâncias. 
Uso da própolis 
Pelas abelhas: as abelhas utilizam a própolis para protegê-las contra os insetos e microorganismos, 
empregando-a no reparo de frestas ou danos à colméia. É também usado no preparo de locais 
assépticos (alvéolos) para a postura da abelha rainha e na mumificação de insetos invasores. 
Pelo homem: possui ação antimicrobiana, antifúngica, antiprotozoárias, antivirais, além de possuir 
propriedades antinflamatórias. 
Usada também na cura das doenças da pele, doenças do aparelho digestivo, no tratamento de 
doenças respiratórias, alémde possuir vários usos na odontologia e na veterinária. 
 
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Produção da Própolis 
A quantidade de própolis produzida por uma colmeia depende essencialmente do comportamento 
de pastoreio de resinas por parte das obreiras e no tipo de vegetação circundante. 
Nas nossas condições e considerando a utilização dos métodos tradicionais de raspagem, conseguir-
se-ão obter entre 100 a 200 gramas de própolis por ano por colmeia. 
Com a utilização de redes podemos esperar produções unitárias de cerca de 500 gr por colmeia/ano, 
mantendo a qualidade e sem aumentar grandemente os custos de produção. 
Embora a qualidade da própolis dependa do tipo de flora e da qualidade do meio ambiente, é crucial 
a este respeito o trabalho do apicultor. Assim, a qualidade do produto resultante está diretamente 
relacionada com os métodos de extração, armazenamento e conservação. 
 
Quais os tipos de própolis existentes 
Devido a grande biodiversidade no Brasil são descritas propriedades biológicas e composição 
química distintas para diferentes amostras coletadas em diferentes partes do país, logo sua 
composição química varia com a flora da região, locais e épocas de coleta, com a técnica empregada 
para a produção (tipos de coletores) e com as características genéticas (gênero e espécie das abelhas) 
por isso há diferentes tipos de própolis na natureza e cada uma possui características especificas, 
já que esse conjunto de fatores exerce uma enorme importância nas suas propriedades físicas, 
químicas e biológicas. 
No Brasil existem mais de dez subtipos, incluindo a própolis verde, própolis vermelha, própolis 
marrom, própolis amarela, própolis preta e geoprópolis. Esses são diferenciados pela cor, pelo odor 
e pela consistência. Abaixo os principais tipos de própolis e suas propriedades: 
Própolis Verde: a própolis verde é proveniente do alecrim do campo (Baccharis 
dracunculifolia), mais conhecida como Vassourinha do campo. Este tipo de própolis possui como 
marcador químico um composto fenólico denominado Artepillin C, cuja patente de descoberta 
pertence ao Japão. Esse composto químico denominado ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico foi 
capaz de inibir o crescimento de tumores em testes in vitro (fora do organismo, realizados no 
laboratório). Esse tipo é produzida fundamentalmente no sul, leste, centro e zona da mata de Minas 
Gerais, leste de São Paulo, norte do Paraná e em regiões serranas do Espírito Santo e Rio de Janeiro. 
A própolis verde é conhecida pelas suas propriedades biológicas, tais como: antimicrobiana, 
antioxidante, anti-inflamatória, imunomodulatória, cicatrizante, anestésica, anticâncer e 
anticariogênica. 
 
 
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Figura 10. Própolis verde 
Própolis vermelha: é um tipo de própolis encontrada na região norte e nordeste do Brasil e 
presente, por exemplo, nos manguezais dos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e 
Bahia. A resina coletada pelas abelhas para sua fabricação é proveniente de uma planta conhecida 
popularmente como rabo de bugio (Dalbergia ecastophyllum (L) Taub). Essa planta secreta 
exsudato (secreções) de cor vermelha (o que explica sua coloração) pelos buracos feitos por insetos 
em seu caule e as abelhas visitam e recolhem essa resina para a fabricação da própolis. Essa própolis 
possui como constituinte majoritários os compostos fenólicos, do tipo flavonoides, antraquinonas e 
fenóis. Possui constituintes jamais encontrados em outros tipos de própolis e extratos desta 
mostraram atividades antitumorais e antioxidantes in vitro, porém é necessário o estabelecimento 
da eficácia e segurança dos produtos obtidos. 
 
Figura 11. Própolis vermelha 
 
Própolis amarela: a própolis amarela é comum no Mato Grosso do Sul, em geral possui 
baixos teores de compostos fenólicos e flavonoides (substâncias responsáveis pelas principais 
propriedades atribuídas a própolis). 
 
Figura 12. Própolis amarela 
Própolis marrom: a própolis marrom pode ser encontrada na região Sudeste e Sul do Brasil. 
Possui atividade antimicrobiana e antioxidante. 
Própolis preta: a própolis preta é fabricada pelas abelhas a partir de resina coletada de uma 
planta denominada Jurema Preta (Mimosa Hostilis benth). É uma árvore presente praticamente em 
quase todo nordeste brasileiro. A literatura científica evidencia poucos relatos sobre esse tipo de 
própolis e seu extrato hidro -alcoólico, sendo mais abordadas outras própolis. 
 
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Figura 13. Própolis preta 
 
Geoprópolis: o termo geoprópolis é utilizado para diferenciar a própolis produzida pelas 
abelhas sem ferrão daquela produzida por outra espécies. Esse tipo de própolis é produzida, por 
exemplo, pelas abelhas sem ferrão Mandaçaia, Manduri e Jataí. No Brasil índios usavam a 
geoprópolis na fabricação de ferramentas e como dádiva em sepultamentos. Apresenta atividade 
antimicrobiana e antioxidante. 
 
Figura 14. Geoprópolis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Apitoxina – Veneno da Abelha 
 
 
O veneno da abelha, outros dos produtos de origem 
animal, é produzido principalmente por uma 
glândula de secreção ácida denominada glândula 
ácida ou mais simplesmente glândula do veneno, 
situada no interior do abdómen da abelha obreira. No 
extremo da glândula encontra-se um reservatório 
piriforme, a bolsa de veneno, onde o veneno, uma 
vez segregado, se acumula, atingindo cerca de 0,3 
mg. 
A abelha, quando pica o homem ou em geral outro 
vertebrado, geralmente não consegue retrair o ferrão 
devido à presença de farpas na sua estrutura e à elasticidade da pele. Por conseguinte, devido ao 
esforço que a abelha faz para se afastar, dilacera os últimos segmentos abdominais, abandonando o 
ferrão, unido a uma parte das vísceras e à glândula do veneno. A abelha, embora consiga escapar, 
não sobrevirá. Pelo contrário, se uma abelha picar outra abelha, ou em geral outro inseto, consegue 
retrair o ferrão dada a consistência rígida do tegumento perfurado (Sabatini, A. G., Carpana, E., 
2002, Bogdanov, S., 2014). 
A melitina está descrita como o principal componente responsável pelos efeitos dolorosos ou letais do 
veneno da abelha, e corresponde a mais de 50% do conteúdo total do veneno. A elevada atividade 
fisiológica desta enzima está também diretamente ligada às potencialidades terapêuticas da aplicação 
do veneno de abelha. Para além desta substância, a composição do veneno inclui ainda glucose, frutose 
e fosfolípidos em concentração similar à da hemolinfa, bem como vestígios de outros compostos tais 
como ácido fosfórico, ácido fórmico, ácidos gordos e substâncias orgânicas de diversa natureza 
provenientes do corpo do inseto e que podem concorrer ao desencadeamento dos fenómenos alérgicos 
reconhecidos no veneno. A aplicação mais interessante no ser humano é no tratamento da artrite 
reumatóide. Estudos clínicos recentes mostram que a taxa de sucesso para este produto varia de 70 a 90 
% (Bogdanov, S., 2014). 
 
Geleia Real 
Contrariamente aos restantes produtos da colmeia, utilizados desde a antiguidade, a geleia real não 
despertou atenção até meados do século passado. Apenas a partir da década de cinquenta a geleia 
real começou a conquistar uma posição própria no mercado dos produtos das abelhas, propondo-se 
como complemento alimentar e como matéria-prima para a indústria cosmética. 
A geleia real é um produto inteiramente de origem animal, segregado pelo sistema glandular 
cefálico (glândulas hipofaríngeas e mandibulares) das abelhas obreiras com idade compreendida 
entre os 3 e os 10 dias. É um dos produtos mais importantes para a colmeia, pois serve de alimento 
 
32 
 
para as larvas na sua fase inicial de desenvolvimento, e para a rainha durante toda a sua vida, 
permitindo a sua diferenciação dentro da colónia 
 
Figura 14 -Geleia Real. (Fonte: http://www.reidaverdade.net/geleia-real-engorda-preco.html) 
Composição da geleia real 
 
A composição da geleia real é complexa, incluindo proteínas, aminoácidos, lípidos, ácidos 
orgânicos, esteróis, fenóis, açúcares, minerais, entre outros (Krell, 1996; Wiese, 2000, Garcia-
Amoedo e Almeida-Muradian, 2003; Nagai et al. 2003; Nagai, Inque,2004; Almeida-Muradian e 
Penteado, 2007). O ácido 10-hidroxidec-2-enóico (10-HDA), principal componente da fração 
lipídica é considerado o princípio ativo da geleia real mais importante, por possuir propriedades 
farmacológicas. Adicionalmente este composto é também um bom indicador de qualidade e frescor 
da geleia real, bem como importante na certificação da autenticidade do produto (Bloodworth et al., 
1995; Garcia-Amoedo, Almeida-Muradian, 2003; Koshio, Almeida-Muradian, 2003; Pamplona et 
al., 2004; Almeida-Muradian e Penteado, 2007). Na Tabela 2 apresentam-se os valores 
caraterísticos descritos na literatura para a composição da geleia real. 
Tabela 2 - Composição da geleia real (Ramadan, M. F., Al-Ghamdi, A., 2012) 
 
A geleia real é rica em minerais, especialmente em potássio, magnésio, cálcio, ferro, fósforo, 
manganês, silício, chumbo entre outros, refletindo-se num teor de cinzas entre os 0,8 e 3 % de massa 
fresca. Os oligoelementos desempenham um papel fundamental nas atividades biomédicas 
associados com a geleia real, uma vez que estes elementos têm uma infinidade de funções biológicas 
conhecidas. 
Propriedades 
 
http://www.reidaverdade.net/geleia-real-engorda-preco.html
 
33 
 
A geleia real é um importante alimento funcional que possui várias propriedades promotoras de 
saúde. A sua utilização a nível comercial tem crescido significativamente com a incorporação em 
medicamentos, alimentos saudáveis e cosméticos. A geleia real tem demonstrado possuir várias 
propriedades funcionais tais como atividade antibacteriana, anti-inflamatória, atividades 
vasodilatadoras e hipotensores, ação desinfetante, atividade antioxidante e atividade anti tumoral. 
Esta atividade é atribuída em particular ao conteúdo lipídico e proteico com a presença de 10-HDA 
e MRJP. 
Recentemente o mecanismo da atividade anti tumoral da geleia real foi atribuído à presença de 10-
HDA, e ao seu efeito inibitório no fator de crescimento do endotélio vascular, induzindo a 
angiogénese e consequente bloqueando a proliferação e migração das células cancerígenas. Por 
outro lado verificou-se também que as MRJP estimulam a necrose de tumores em ratos (Crenguta, 
et al., 2011). Ao nível da ação neurotrófica é reconhecida a capacidade da geleia real na 
diferenciação de todo o tipo de células cerebrais, bem como a capacidade do 10-HDA para 
incrementar a produção de neurónios. A aplicação de geleia real em ratos provou também ter uma 
ação neurotrófica e neuroprotetora sobre o hipocampo (Crenguta, et al., 2011). Para além destes são 
conhecidos diversos exemplos da funcionalidade da geleia real para casos de cansaço, astenia, falta 
de apetite, esgotamento físico e mental, transtornos de comportamento, deficiência de crescimento 
e desenvolvimento da puberdade e na adolescência, nas anemias, amenorreias e na debilidade senil 
(Ramadan, et al., 2012). 
Quarta semana de estudos 
Veremos a partir de agora como se realiza a extração e o 
beneficiamento dos produtos produzidos pelas abelhas 
.Fique atento !!!! 
 
 
Coleta, extração e beneficiamento do mel 
Colheita do mel 
O apicultor deve evitar a colheita em dias chuvosos ou com umidade elevada. Quantidades elevadas 
de umidade no mel favorecem a proliferação de leveduras, promovendo a fermentação, inutilizando 
ao consumo humano. 
Fazer a colheita em dias ensolarados de preferência entre 7:30 às 10 h da manhã e das 16 às 18 
horas. Após coleta, as melgueiras não devem permanecer por longo período expostas ao sol, pois 
temperaturas altas elevam o teor de hidroximetilfufural (HMF) no mel, comprometendo a sua 
qualidade. 
Vestimentas 
 
34 
 
O apicultor, no manejo da colmeia, deve usar vestimentas próprias às práticas apícolas, ou seja, EPI 
(equipamento de proteção individual: macacão, botas, luvas, protetor de cabeça), em condições 
ótimas de higiene. O ideal é usar exclusivamente para as práticas apícolas. 
Protetor de cabeça ou véu 
Deve ser de tecido grosso e adaptado a um chapéu ou capacete duro e com 
um visor de tela de arame ou de náilon, preto ou escuro e de malha fina. Deve 
ser folgado e bem ajustado pelo elástico de sua bainha, ao pescoço, por cima 
da gola do macacão. 
 
Macacão 
Pode ser de lonita, brim ou outro tecido bem grosso e resistente, bem folgado para não 
atrapalhar os movimentos. Sua cor pode ser: branca ou bege, lisa e uniforme, mas nunca 
em preto, marrom ou vermelho e nem listrado, estampado ou peluda . 
 
Luvas 
Para o manejo, as melhores são as de borracha, sendo que estas protegem mais 
contra ferroadas, porque as abelhas não conseguem firmar as patas, como apoio, 
para enfiarem o ferrão . 
 
 
Botas 
Podem ser de canos alto ou médio, de couro, borracha ou plástico e brancas 
ou das cores do macacão, desde que permitam que as bainhas das calças se 
ajustem bem sobre elas, para não entrar abelhas. 
Prática da colheita 
Todos os equipamentos utilizados na colheita devem estar sempre higienizados e ser de uso 
exclusivo para este fim, de forma a evitar contaminação do produto. 
Seleção de quadros 
Ao efetuar a abertura da melgueira o apicultor deve selecionar os quadros que tiverem no mínimo 
90% dos alvéolos operculados, sendo um indicativo da maturidade do mel em relação ao teor de 
umidade. 
O apicultor não deve colher os quadros que apresentarem: 
• Crias em qualquer fase de desenvolvimento; 
• Grande quantidade de pólen; 
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Fonte: Wilza Pinto 
 
 
35 
 
• Mel “verde” o qual as abelhas ainda não opercularam. A quantidade elevada de água no mel 
facilitará a proliferação de leveduras, levando-o ao processo de fermentação, impossibilitando o 
consumo e comercialização do produto. 
 
Figura 1 - Exame e seleção de quadros na coleta 
Cuidado com o líquido que se forma com a queima do material utilizado para fazer a fumaça, para 
que não escorra pelo bico e caia sobre os favos. 
• NUNCA utilizar produtos químicos para desalojar as abelhas das melgueiras. 
Recomenda-se o uso de materiais vegetais como: caroço de açaí, serragem específica, capim santo 
e cidreira. 
• A fumaça deve ser fria, limpa e livre de fuligem. 
 
Figura 2 - Materiais a serem utilizados no fumigador para fazer fumaça: a) capim santo; 
b) caroço de açai; c) casca de coco e d) serragem. 
 
Transporte até a “casa do mel” 
• O veículo usado para o transporte até a “casa do mel” deve ser preparado bem antes, passando por 
processo de higienização; 
• O veículo não pode ter transportado materiais que deixem resíduos (adubos, produtos químicos, 
agroquímicos, etc.), pois pode contaminar o mel; 
• A superfície da área de carga do veículo deve ser revestida por lona plástica devidamente 
higienizada e livre de impurezas, para evitar o contato da superfície com as melgueiras; 
• Caso o veículo tenha a área da carga aberta, recomenda-se o uso de lona plástica limpa para cobrir 
as melgueiras, evitando contaminação por poeira, terra ou outro tipo de sujeira; 
A B 
C D 
 
36 
 
• Pode-se usar uma lona plástica de grandes dimensões que sirva tanto para cobrir as melgueiras 
quanto para revestir o assoalho do veículo; 
Durante a colocação das melgueiras no veículo, o recomendado é não deixá-las expostas direto ao 
sol, pois diminui a qualidade do mel. Nesta fase recomenda-se trabalhar com no mínimo três 
pessoas, duas levariam as melgueiras até o veículo e a terceira faria a acomodação da carga; 
• Para a acomodação, deve-se utilizar sobre a lona uma tampa de colmeia, atuando como base para 
o empilhamento das melgueiras, e uma tampa em cima dasmesmas, que vedará o acesso das abelhas 
durante a formação desta pilha; 
• Durante a colocação das melgueiras no veículo, elas devem sempre estar cobertas pela lona até o 
preenchimento total da carga, proporcionando uma carga segura e protegida. 
Fluxograma de beneficiamento do mel 
Tem por objetivo mostrar de forma descomplicada o fluxo das informações e elementos, além da 
sequência operacional que caracteriza o trabalho de extração e beneficiamento do mel de abelhas. 
Abaixo veremos o fluxograma que o mel segue dentro da casa do mel. 
 
Recebimento das melgueiras 
As melgueiras coletadas no campo devem ser colocadas na recepção, em estrados limpos, 
preferencialmente de PVC. 
Seleção e limpeza prévia 
Os quadros selecionados no campo devem ser limpos na recepção, algumas abelhas ainda ficam 
aderidas aos quadros. Somente após a limpeza, faz-se a transferência para a mesa desoperculadora. 
Desoperculação 
É retirada da cera que recobre os alvéolos sobre a mesa desoperculadora, utilizando os garfos 
desoperculadores. O mel escorrido neste processo não deve ir para o mesmo local do mel 
centrifugado, visto que pode ter absorvido cheiro de fumaça, porém pode ser usado na alimentação 
das abelhas. Após a desoperculação, os quadros seguem para a centrífuga (Figura 3). 
 
 
37 
 
Figura 3- Processo de desorpeculação 
Fonte: Wilza Pinto. 
Centrifugação 
Consiste na retirada do mel pela força centrífuga, utilizando uma centrífuga (equipamento). A 
velocidade da centrifugação deve ser aumentada gradativamente, evitando a quebra dos favos 
(Figura 4). O mel é recolhido nos baldes de plástico devidamente higienizados e depositado nos 
decantadores. 
 
Figura 4 - Centrifugação. 
Fonte: Wilza Pinto 
Os quadros centrifugados são recolhidos em melgueiras e devolvidos às colméias. Caso sejam 
observados quadros com favos escurecidos, devem ser substituídos por quadros com cera nova 
alveolada. 
Filtração 
A filtração do mel deve ser feita em dois momentos. 
• Após ser recolhido da centrífuga e 
• Antes de ser depositado na decantadora. 
O processo de filtragem pode ser manual, utilizando-se peneira, ou, 
automático, utilizando bomba e filtro. 
Recomenda-se nas primeiras filtragens usar malhas da peneira com 
diâmetros maiores, diminuindo gradativamente ao longo da etapa de 
filtragem. Não se recomenda usar malhas muito finas, que retirem o 
grão de pólen existente no mel. 
 
Decantação 
É o processo da retirada de sujeiras do produto por decantação, no 
mel, por ser muito denso, as sujidades, por serem menos densas, 
irão acumular-se na parte superior do decantador. Como ele possui 
válvula de escapamento na parte inferior, o mel pode ser retirado 
facilmente sem as impurezas. 
 
 
 
 
 
38 
 
Envase 
Após todo o processo de beneficiamento o mel deve ser envasado 
em embalagens apropriadas, destinadas a acondicionamento de 
produtos alimentícios, no envase a granel recomenda-se uso de 
baldes plásticas com capacidade de 28 kg, brancos e com tampa 
(Figura 5). 
 
Figura 5- Mel envasado em balde 
Fonte: Wilza Pinto. 
 
No envasamento fracionado, o ideal seria potes de vidro, porém há o risco de quebra no transporte. 
O recomendado são as embalagens de plástico com variadas formas e tamanhos (garrafas PET, 
bisnagas, potes, saches). 
Armazenamento 
As embalagens devem ser colocadas em estrados de PVC ou outros materiais apropriados (Figura 
6). 
 
Figura 6 Armazenamento do produto em baldes. 
Fonte: Wilza Pinto 
O Ambiente de armazenamento deve ter pouco acesso de pessoas e ser vistoriado periodicamente a 
fim de evitar entrada de animais que possam comprometer a higiene do ambiente. 
Registro de estabelecimento e produtos 
Os estabelecimentos beneficiadores de produtos de origem animal devem ser registrados nas 
instituições reguladoras que fazem a inspeção desses produtos. No caso do mel se for 
comercializado somente no Estado pode ter seu registro na AGÊNCIA DE DEFESA 
AGROPECUÁRIA DO ESTADO. 
 
Colheita e processamento de Pólen 
 
A produção de pólen por parte dos apicultores necessita de conhecimentos específicos, mas a sua 
produção em termos comerciais apenas terá sucesso em zonas onde exista muita disponibilidade 
 
39 
 
deste recurso. As regiões mais secas do país (Beira Interior e Alentejo) são as mais favoráveis, na 
medida em que a umidade é a principal inimiga desta produção. 
A produção e o processamento do pólen apesar de gerar menores rendimentos é, ainda assim, menos 
trabalhoso que o de geleia real, pelo que pode constituir uma boa solução quando procurarmos 
diversificar as produções da nossa exploração. O seu processamento é menos complicado, podendo 
colocar no mercado um produto atrativo. 
Ao contrário do mel, o pólen não é armazenado na colmeia em quantidades muito superiores às 
necessidades da colónia. O pólen pode ser “colhido” da colmeia, através da colocação na entrada 
de voo de capta-pólens (também conhecidos como caça-pólens). As abelhas ao entrar na colmeia 
têm que passar por uma rede (que faz parte integrante do capta-pólens), cuja malha tem uma 
dimensão tal que muitas das cargas polínicas transportadas nas patas das obreiras em pastoreio de 
pólen cairão para um recipiente (igualmente parte integrante do capta-pólens). Este recipiente 
encontra-se separado do resto do equipamento por uma rede de malha fina, que impede as abelhas 
de recolher o pólen caído no seu interior. O fundo deste equipamento deve ser de um qualquer 
material que deixe escapar a umidade (e a água) e facilite a circulação de ar, pois só dessa forma se 
evitará a deterioração do pólen. Mesmo assim, os apicultores deverão recolher o pólen do tabuleiro 
regularmente. 
As abelhas não conseguem manter a sua criação saudável sem pólen, pelo que o apicultor deve 
sempre manter especial atenção ao bem-estar das suas colônias, quando pretende orientar a sua 
exploração para a produção deste recurso. Enquanto as colmeias estão equipadas com capta-pólens, 
uma parte do pólen recolhido pelas obreiras persiste em entrar na colónia. Esta proporção varia de 
acordo com os tipos de equipamento utilizado (e as dimensões das grelhas), podendo ir dos 10 aos 
60%. As obreiras em colheita de pólen podem rapidamente adaptar-se à dimensão das malhas, 
formando cargas polínicas de menores dimensões. Assim, é recomendado que os capta pólens sejam 
retirados 10 a 15 dias após a sua colocação, permitindo desta forma equilibrar o aporte de pólen 
para o interior da colónia, e dessa forma fazer face às necessidades da criação presente no seu 
interior. Alguns autores propõem um esquema de recolha que passa pela colocação dos capta-pólens 
durante três semanas, retirando-os durante a quarta semana. Um estudo realizado em França aponta 
para quebras de produção de pólen na ordem dos 24 % em colónias onde os capta-pólens ficaram 
colocados durante 40 dias seguidos. 
 
FACTORES QUE CONTRIBUEM PARA A PRODUÇÃO DE PÓLEN 
1. Subespécie de Apis mellifera (Genética) 
2. Quantidade de criação não operculada, na colónia. 
3. Idade da Rainha (com uma Rainha nova terá sempre maiores garantias de boas produções). 
4. Condições edafo-climáticas (temperatura, radiação solar, umidade relativa do ar e 
precipitação). 
5. Alimentação suplementar. 
6. Estado sanitário do efetivo. 
7. Maneio das colónias. 
8. Boas florações produtoras de pólen. 
 
Coletores de pólen apícola 
 
40 
 
O coletor de pólen apícola é o equipamento utilizado para retirar as bolotas de pólen apícola das 
patas traseiras das abelhas no momento em que elas regressam à colmeia. O equipamento deve reter 
70% do pólen, visto que aproximadamente 30% do pólen apícola devem passar elo coletor para ser 
utilizado no suprimento das necessidades alimentares da colmeia. 
O diâmetro dos orifícios da tela deve ser adequado ao tamanho das abelhas de cada região, podendo 
ser de 4,45 até 5mm. Os mais utilizados são de 4,6 a 4,75mm. Essesorifícios não podem apresentar rebarbas, evitando, assim, ferir as 
abelhas. As telas são de 3mm de espessura. Não são indicadas telas 
metálicas. O tipo de coletor a ser utilizado depende das características 
do clima de cada região. 
Basicamente, podemos utilizar dois tipos de coletores, o interno e o externo. O coletor externo, 
colocado no alvado, é mais barato e de fácil colocação, retirada e limpeza, porém o pólen coletado 
pelas abelhas fica exposto à umidade, obrigando o produtor a coletar o pólen diariamente. Mesmo 
coletando diariamente, em regiões de alta umidade, corre-se o risco de o pólen fermentar por 
excesso de umidade. Não é recomendado para regiões em que chove frequentemente ou de alta 
umidade do ar. 
 
Figura 1. Coletor externo. Embora prático, este modelo oferece pouca proteção contra a entrada de umidade 
Foto: Marcia Faita 
 
O coletor interno é maior que o externo. É colocado em cima do 
ninho. Tem um custo de fabricação maior que o coletor externo 
(de alvado), porém oferece maior proteção ao pólen colhido pelas 
abelhas. Por isso, é mais recomendado, especialmente em região 
de chuvas mais frequentes e maior umidade do ar. Neste tipo de 
coletor, quando as famílias estão fortes, é comum a propolização 
da tela do fundo do coletor. A retirada desse própolis é feita com 
o auxílio de lava a jato. Após a seleção do modelo de coletor de 
pólen apícola, este deverá ser colocado nas colmeias sem a tela durante 24 a 48 horas para adaptação 
das abelhas. 
 
41 
 
 
Figura 2.Coletor interno 
Os capta-pólens não devem ser colocados enquanto as condições climatéricas não forem favoráveis, 
pois estas dificultam não só a recolha do pólen, mas sobretudo contribuem bastante para a sua 
degradação. 
Numa situação ideal, a colheita de pólen pode atingir os 5 Kg por colmeia, mas alguns estudos 
apontam para que com produções até 1,5 Kg/colmeia/ano, as produções médias de mel não 
diminuem, mantendo-se estáveis. 
Alguns cuidados devem ser tidos em conta aquando do transporte e processamento do pólen para a 
unidade de processamento. Nesta o processamento do pólen 
deve ser feito o mais rápido possível. Os equipamentos de 
transporte do pólen do campo devem ser fabricados em 
madeira e equipados com uma base que permita a ventilação 
do pólen. Estes equipamentos não devem ter uma altura 
superior a 13 cm, de forma a prevenir fenómenos de 
fermentação e de coagulação no pólen em transporte. 
 Figura 4.. Capta-pólen 
Aquando da recolha o pólen pode ter uma percentagem de umidade superior a 18 %, pretendendo-
se com a secagem que este teor baixe para valores próximos dos 6 %. O pólen seco pode ser 
armazenado a temperaturas baixas durante um curto período. 
Alguns países, como a Nova Zelândia estabeleceram um conjunto de requisitos mínimos para a 
apresentação do pólen para revenda a embaladores. 
Este deve apresentar-se: 
– Limpo, isento de ovos de traça, larvas e fragmentos de insetos; 
– Com um Teor de umidade máximo de 8 a 10% e exposto a uma temperatura de secagem não 
superior a 49ºC. 
– Apresentado em embalagens de 20 kg de plástico alimentar ou cartão, seladas e protegidas do ar, 
da luz e da possibilidade de absorverem umidade. 
 
42 
 
Cuidados a ter na colheita e transporte do pólen: 
1. Após a retirada do pólen das gavetas dos capta-pólens deve proceder-se 
à limpeza delas. 
2. O transporte até a sala de processamento deve ser realizado em baldes de 
plástico alimentar com tampa, e cuja capacidade não deve ser superior a 
2,5kg de pólen. 
3. Na sala de processamento pode retirar-se, com uma pinça por exemplo, as impurezas mais 
grosseiras (pré-limpeza) como abelhas ou formigas, por exemplo. 
4. Em seguida procede-se o congelamento: Para tal, o pólen pode ser colocado em bandejas (de 
plástico por exemplo), com capacidade máxima de 2,5 kg durante uma a duas horas, após as quais 
deve ser mexido ou agitado, de forma a facilitar o congelamento e evitar a agregação das cargas 
polínicas. 
Após a congelação, o pólen deve descongelado à temperatura ambiente durante 3 a 4 horas, período 
após o qual deve ser introduzido no secador, onde permanecerá por um período de 12 a 48 horas. 
Este equipamento não deverá ultrapassar os 40ºC e possuir sistema de ar forçado, devendo 
inclusivamente a sala de processamento estar equipada com um dispositivo capaz de retirar o 
excesso de umidade do meio ambiente. 
Caso o secador possua várias gavetas dispostas na vertical, durante o processo de secagem deve-se 
proceder à rotação destas, ou seja, colocar as bandejas inferiores e superiores na área central 
invertendo a frente. 
 
Estas operações bem como o misturar do pólen deve ser feito duas a 
três vezes durante o período de secagem e também após 12 horas do 
final do processo. 
Após seco, procede-se à limpeza final, podendo usar-se para tal 
peneiras ou ventilação forçada. A limpeza do pólen pode ser manual, 
mediante o uso de pinças ou mecanizada. Depois de limpo e 
selecionado o pólen pode ser embalado em sacos plástico, 
hermeticamente fechados, de capacidade variável (comércio a 
grosso), ou em embalagens de vidro de capacidade variável cujo 
destino será o comércio a retalho. 
Figura 5 . Secador de pólen 
Como se trata de um produto ainda desconhecido da grande maioria dos consumidores, recomenda-
se que seja comercializado em embalagens transparentes para melhor 
identificação. 
CIRCUITO DO PÓLEN 
 
 
43 
 
 
 Figura 6. Processamento de pólen apícola 
Colheita ou recolha 
Após a seleção do modelo de capta-pólen, este deverá ser colocado nas colmeias sem a rede durante 
24 a 48 horas para que as abelhas se adaptem à nova entrada. Os diâmetros dos orifícios da malha 
(régua) devem ser adequados ao tamanho das abelhas podendo variar dos 4,45 mm até aos 5,00 mm. 
Esses orifícios não podem apresentar defeitos ou esquinas cortantes, de forma a evitar ferir as 
abelhas. 
As gavetas, obrigatoriamente, devem ser higienizadas a cada recolha. 
Durante o transporte até a sala de secagem deve proteger-se o pólen recolhido de forma a evitar 
possíveis contaminações. 
Congelamento 
Após a colheita, e na impossibilidade de uma secagem imediata, deve ser 
feito o congelamento do pólen, o que permite que este se conserve “in 
natura”. 
Secagem 
Por ser um produto higroscópico e, portanto susceptível ao 
crescimento de fungos e leveduras, deverá ser desidratado 
em imediato, para o que se necessita preferencialmente de 
um equipamento desumidificador, de forma a manter uma 
umidade relativa do ar entre 40% a 50%; 
O secador deve possuir preferencialmente bandejas 
sobrepostas perfuradas, estar equipado com controlo de 
temperatura e sistema de circulação e renovação do ar. 
O teor de umidade final deve situar-se entre os 2,5 e os 6%, sendo que inicialmente apesar de variar 
de região para região, com a época e forma de colheita pode apresentar um valor entre os 18 e os 
25%. 
 
 
 
44 
 
Sistema de limpeza 
 Antes, durante e após a secagem é essencial a limpeza do pólen. Esta 
pode ser feita manualmente utilizando pinças ou através de sistema 
mecânico, como um ventilador, com o objetivo de retirar eventuais 
partes de abelhas e restos de resíduos vegetais. 
 
Conservação e embalagem 
A conservação está diretamente relacionada com o sistema de embalagem. Os recipientes mais 
utilizados são: frascos de vidro âmbar, plástico alimentar (todos devem estar hermeticamente 
fechados). 
 
Pólen no favo. Quando o pólen está no favo é mais nutritivo que o 
pólen dos coletores. É chamado de pão de abelha, pode ser degustado e é 
mais rico em vitaminas. 
Tipos de pólen. O pólen varia amplamente nos seus constituintes, 
dependendo da origem botânica. O conteúdo de proteína pode variar

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