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Avaliação Clínica e Psicossocial em Enfermagem Aula IV Professora Thaísy Schmidt Exame Físico • Existem quatro passos básicos utilizados para que o exame físico seja feito com resultados satisfatórios ao examinador. • 1. Inspeção • 2. Palpação • 3. Percussão • 4. Ausculta Inspeção • Utiliza-se da sensibilidade visual do examinador para analisar regiões corpóreas acessíveis; podendo-se fazer uso de lupas para ampliação de áreas de interesse. • Pode ser uma inspeção panorâmica ou localizada (mais utilizada). • LEMBRAR: iluminação é essencial, devendo ser natural quando possível, ou branca e de intensidade moderada. • Inspeção frontal x inspeção tangencial. Palpação • Recolhe dados do paciente a partir do tato e pressão das mãos do examinador, permitindo analisar texturas, volume, dureza, sensibilidade do paciente. • Pode ser realizada de diferentes formas, desde utilizando uma única mão até ambas formando garras ou permitindo aumento da área de palpação. • Também: digitopressão, vitropressão, pinçamento, puntipressão. • LEMBRAR: mãos aquecidas e unhas cortadas. Percussão • O princípio da percussão é de que ao realizá-la em uma estrutura, vibrações são originadas e retornam em forma de som conforme características da estrutura percutida. Pode ser: • Percussão direta: golpes com as polpas digitais são dados na região alvo. Movimento de martelo, sempre retirando rapidamente as polpas para que a vibração ocorra. • Percussão digito-digital: golpes com o leito ungueal do dedo médio (plexor) são dados no dorso do dedo médio da outra mão (plexímetro - único a tocar o paciente). • LEMBRAR: movimentos com o pulso, e não com antebraço. Ausculta • Iniciou-se com a ausculta direta, realizada tocando o paciente com a própria orelha. • A partir do séc. XIX, foram criados os primeiros estetoscópios baseando-se no princípio da amplificação de ondas. Ausculta Alguns cuidados devem ser tomados durante a ausculta: • Ambiente silencioso • Posição do paciente (decúbito dorsal, sentado, decúbito lateral esquerdo). • Instruções ao paciente (alterações na respiração). • Campânula (baixa frequência) x Diafragma (alta frequência). • Posição do receptor. Exame Físico Outros objetos necessários: • Balança • Estadiômetro • Fita métrica • Abaixador de língua • Lanterna • Martelo de reflexos • Esfigmomanômetro • Termômetro • Agulha e algodão • Diapasão Exame Físico Geral • Estado geral • Sinais vitais • Dados antropométricos • Nível de consciência • Estado de hidratação • Estado de nutrição • Fácies • Atitude e decúbito preferido • Mucosas • Pele e anexos • Linfonodos • Edema • Postura e biótipo • Marcha • Movimentos anormais Avaliação do Estado Geral De maneira geral, traduz a primeira impressão do paciente ao examinador, a partir de sua entrada no consultório. • Bom estado geral (BEG) • Regular estado geral (REG) • Mau estado geral (MEG) PERGUNTA: meu paciente está com cara de doente? Sinais Vitais • Pulso (Frequência cardíaca) • Frequência respiratória • Temperatura • Pressão arterial Sinais Vitais: Frequência Cardíaca • Artéria radial • Palpação do pulso radial por 1 minuto • Avaliação da frequência, ritmo e amplitude • Frequência normal em adulto em repouso: • 60 a 100 batimentos por minuto. • > 100:Taquicardia • < 60: Bradicardia • Sequência das pulsações: rítmico ou arrítmico. Sinais Vitais: Frequência Respiratória • Deve-se avaliar: Ritmo, frequência e amplitude. Adulto = 12 a 20 mrm • Taquipnéia : aumento da frequência respiratória no esforço físico, emoções, febre, doenças pulmonares e cardíacas. • Bradipnéia : redução da frequência respiratória no sono, atletas, hipertensão intracraniana, intoxicações exógenas. • Apnéia : parada respiratória • Eupnéia : frequência, amplitude e ritmo normal. Sinais Vitais: Temperatura Normal • Temperatura axilar: 35,5°C a 37°C • Temperatura bucal: 36 a 37,4°C • Temperatura retal: 36 a 37,5°C (mais fiel à T° central) Febre • Febre leve ou febrícula: 37°C a 37,5°C • Febre moderada: 37,5°C a 38,5°C • Febre elevada: acima de 38,5°C Sinais Vitais: Pressão Arterial • Medida indireta da onda de pressão que se propaga através da circulação arterial, decorrente das contrações cardíacas. • Largura deve ser 40% da circunferência do braço, enquanto comprimento do manguito deve envolver pelo menos 80% do mesmo (em adultos, geralmente 13cm de largura e 20cm de comprimento). • LEMBRAR: realizar aferição em ambos membros, deitado e sentado. Sinais Vitais: Pressão Arterial • Explicar o procedimento ao paciente • Repouso de pelo menos 5 minutos em ambiente calmo • Evitar bexiga cheia • Não praticar exercícios físicos 60 a 90 minutos antes • Não ingerir bebidas alcoólicas, café ou alimentos e não fumar 30 minutos antes • Manter pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado • Remover roupas do braço no qual será colocado o manguito • Posicionar o braço na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4º espaço intercostal), apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido • Solicitar para que não fale durante a medida Sinais Vitais: Pressão Arterial • Medir a circunferência do braço do paciente • Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço • Colocar o manguito sem deixar folgas acima da fossa cubital, cerca de 2 a 3 cm • Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial • Estimar o nível da pressão sistólica pelo método palpatório • Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula do estetoscópio sem compressão excessiva • Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica • Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo) Sinais Vitais: Pressão Arterial • Determinar a pressão sistólica na ausculta do primeiro som • Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som • Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa • Esperar 1 a 2 minutos antes de novas medidas • Informar os valores de PA obtidos para o paciente • Anotar os valores obtidos, o membro e a posição do paciente. Dados Antropométricos • Peso • Estatura • Envergadura: medida entre extremos dos membros superiores, em abdução a 90° • Circunferência abdominal • IMC = Peso / Altura² • 19 –25 normal • 25 –30 obesidade grau I • 30 –40 obesidade grau II • > 40 obesidade grau III Nível de Consciência • Quatro sinais principais trazem a classificação do nível de consciência: Perceptividade (respostas simples), reatividade (reagir a estímulos), deglutição, reflexos. • Alerta • Sonolência • Torpor • Coma superficial • Coma profundo Estado de Hidratação e Nutrição • Olhos • Mucosas • Pele (turgor e elasticidade) • Urina • Peso • DESIDRATAÇÃO: sede, queda de peso, pele sem elasticidade e turgor, mucosas secas, olhos fundos, oligúria, diminuição do estado geral, abatimento/agitação psíquico. Fácies São expressões faciais características de certas doenças: • Fácies normal • Fácies hipocrática • Fácies renal • Fácies parkinsoniana • Fácies basedowiana • Fácies mixedematosa • Fácies acromegálica • Fácies cushingóide • Fácies esclerodérmica Atitude, decúbito e Postura • Posição adotada pelo paciente no leito, ou fora dele, a fim de encontrar maior conforto, hábito ou alívio de dores. • Atitude ortopneica • Atitude genupeitoral ou “Prece Maometana” • Atitude de cócoras • Atitude parkinsoniana • Decúbito lateral • Opistótono Mucosas, Pele e Anexos • Coloração • Palidez • Vermelhidão • Cianose: Central ou Periférica • Icterícia • Hidratação • Integridade • Espessura • Elasticidade/Mobilidade • Turgor Mucosas, Pele e Anexos • Pêlos • Distribuição • Textura • Coloração • Brilho • Unhas Linfonodos • Informações quanto: localização, mobilidade, volume,Temperatura, consistência. • Cabeça e Pescoço: • Occipital • Auriculares posteriores • Parotidianos • Submandibulares • Submentonianos • Cervicais • Supraclaviculares Linfonodos • Axilares: • Infraclaviculares • Laterais • Posteriores • Centrais • Inguinais: • Superficiais • Profundos Edema • Localização: generalizado ou localizado. • Intensidade: relacionado ao tamanho da fóvea encontrada, ou medindo região diariamente para evolução. • Consistência: também aplicando-se manobra de digitopressão, pode ser mole ou duro. • Temperatura: usando dorso dos dedos, podendo ser normal, quente ou fria. • Sensibilidade: também observável durante digitopressão. • Outras alterações: coloração (palidez, cianose, vermelhidão), textura da pele (lisa ou enrugada). • CAUSAS: Síndrome nefrótica, cirrose hepática, desnutrição proteica, insuficiência cardíaca, gravidez, medicamentos. Postura e Biotipo • Postura: boa, sofrível e má. • Observar alterações da curvatura da coluna (cifose, lordose ou escoliose) • Biótipo: brevelíneo, normolíneo (mediolíneo) e longilíneo. • Mudanças estão no pescoço, tórax, relação membros x tronco, musculatura, estatura. Marcha • Deve ser observada assim que o paciente se encaminha ao consultório. • Marcha hemiplégica • Marcha parkinsoniana • Marcha cerebelar (bêbado) • Marcha tabética (tabes dorsalis – lesão medular) • Marcha vestibular • Marcha claudicante Movimentos Anormais • Tremores: de atitude, de ação, vibratório, de repouso. • Movimentos coréicos • Movimentos atestósicos: movimentos lentos, similares a tentáculos de polvo. • Hemibalismo: movimentos de grande amplitute • Mioclonias: contrações musculares rítmicas (choques) • Asterix (flapping): similar a bater de asas. • Tiques: ocorrem em pequenos grupos musculares e tornam-se repetitivos. • Convulsões: movimentos musculares súbitos generalizados ou não.
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