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INERVACAO RECIPROCA Essa inibição não é realizada monossinapticamente, mas por intermédio de interneurônios inibitórios presentes em circuitos da substância cinzenta medular (Figura 21). Cada fibra aferente Ia faz conexões excitatórias com virtualmente todos os motoneurônios que inervam o músculo estimulado, e com até 60% dos motoneurônios responsáveis pela inervação dos músculos agonistas. O princípio de inervação recíproca não é observado apenas no reflexo miotático, mas também em movimentos voluntários, em que o mesmo conjunto de interneurônios inibitórios é utilizado para realizar a inibição dos motoneurônios, que inervam um dado grupo muscular, quando motoneurônios que inervam um grupo muscular antagonista são recrutados. A inervação recíproca contribui assim para aumentar a velocidade e eficiência de uma contração, já que a ativação de um dado grupo de músculos ocorre sem a oposição de uma contração antagônica ao movimento desejado. Assim, neurônios corticospinais originários do córtex motor projetam-se tanto sobre os motoneurônios que inervam um dado músculo quanto sobre interneurônios (inibitórios) que inibem motoneurônios de músculos antagonistas. INERVACAO RECIPROCA A maior parte dos movimentos realizados pelos humanos é feito de forma ampla e ilimitado e completamente ordenada; isso ocorre em consequência de reflexos existentes em nosso corpo durante o movimento. O que ocorre neste processo: Os proprioceptores presentes no músculo, conhecido pelo nome de fusos musculares são sensíveis ao grau de estiramento das fibras musculares. Então, quando há o estiramento destas fibras o fuso muscular detecta a modificação e também sofre distensão, o que ativa o neurônio 1-a (neurônio anuloespiralado) que está presente em sua região central. Este neurônio ramifica-se e atinge a região anterior da substância cinzenta medular, local onde localiza-se os motoneurônios. Algumas ramificações do neurônio 1-a, mandam PPSE'S (potenciais pós-sinápticos excitatórios) para motoneurônios alfa que inervam o músculo, produzindo a contração muscular. Entretanto , outras ramificações do neurônio 1-a, firmam sinapses com interneurônios inibitórios, presentes na medula e por sua vez, enviam PPSI'S (potenciais pós-sinápticos inibitórios) para motoneurônios dos antagonistas aos músculos que se contraíram, criando assim sua inibição. Portanto: o estiramento muscular procede da origem do reflexo,que gera a contração dos músculos agonistas e relaxamento dos músculos antagonistas. Sherrington: Inervação recíproca (inibição recíproca): - a contração dos músculos é acompanhada do relaxamento de seus Antagonistas. Mais especificamente, Sherrington (1906, p. 89) afirma que, no reflexo de flexão, a excitação reflexa de músculos agonistas é ativada, em contrapartida da inibição de músculos antagonistas correspondentes, e o autor caracteriza esse processo como “inervação recíproca”. Para ocorrer a excitação de determinado músculo agonista de maneira coordenada, é necessário que, na ativação de agonistas haja, em contrapartida, uma ação reflexa inibitória de seus antagonistas, justamente para evitar uma ação não coordenada. Portanto, sem os reflexos inibitórios uma soma de músculos seria excitada de forma não coordenada. Este ponto de vista, de que o processo de inibição nesses reflexos é uma contrapartida simultânea ao processo excitatório, é suportado pelas seguintes evidências da flexão-reflexa. … A visão de que a inibição reflexa (relaxamento) e da excitação reflexa (contração) são partes integrantes de uma só e da mesma reação reflexa; E que, embora estando em direções opostas elas sejam fatores coordenados reciprocamente em uma resposta conjunta (Sherrington, 1906, pp. 91-93) 62 LEITURA COMPLEMENTAR: Aires M. M. Fisiologia , 1999. Editora Guanabara Koogan. Bear M. F., Connors B. W., Paradiso M. A. Neurociências, 2001. Artmed Editora S.A. Gazzaniga M. S. The Cognitive Neurosciences, 1995. The MIT Press. Kandel E. R., Schwartz J. H., Jessel T. M. Principles of Neural Science, 2000. McGraw-Hill. Parent A. Carpenter’s Human Neuroanatomy , 1996. Williams & Wilkins. Shepherd G. M. Neurobiology , 1994. Oxford University Press. Stokes M. Neurologia para Fisioterapeutas, 2000. Editorial Premier.