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Laís Kemelly – M14 FEBRE P1 Fechamento Introdução Quem são? (micina) • Gentamicina • Tobramicina • Amicacina • Metilmicina • Canamicina • Estreptomicina • Paromicina • Neomicina Os aminoglicosídeos são utilizados principalmente para tratar infecções causadas por bactérias gram- negativas aeróbicas. Eles são inibidores bactericidas da síntese de proteínas. A resistência do microrganismo pode ser causada por mutações nas proteínas, mas geralmente deriva de: • Enzimas metabolizadoras de aminoglicosídeos • Transporte prejudicado do fármaco na célula Nenhum aminoglicosídeo tem boa absorção por via oral e todos sofrem excreções relativamente rápidas pelo rim normal. Os principais efeitos adversos são a nefrotoxicidade e a ototoxicidade. Mecanismo de Ação Já falei ali em cima, né? Inibem a síntese proteica. Mas qual o caminho até lá? 1. Os aminoglicosídeos difundem-se através dos canais aquosos formados pelas porinas 2. Chegam no espaço periplasmático 3. Para alcançar a membrana citoplasmática, dependem de um gradiente elétrico transmembrânico acoplado ao transporte de elétrons, para impulsionar a penetração desses antibióticos. Ou seja, essa última etapa depende de energia. Sendo assim, os seguintes fatores podem bloquear ou inibir esse processo: • Cátions divalentes (Ca2+ e Mg 2+) • Hiperosmolaridade • Redução de pH • Condições anaeróbicas Depois dessas três etapas iniciais, o aminoglicosídeo está no interior da célula. Agora eles ligam-se aos polissomos e interferem na síntese proteica. Seu sítio de ação primário é a subunidade 30S ribossômica. Eles levam a erros de leitura e terminação precoce da leitura do RNAm. Isso pode: Aminoglicosídeos Essa passagem depende de energia Laís Kemelly – M14 FEBRE P1 Fechamento • Bloquear a iniciação da síntese de proteínas • Causar a leitura incorreta da matriz de RNAm • Causar a incorporação de aminoácidos incorretos nas cadeias polipeptídicas em crescimento. Uma coisa interessante, os aminoglicosídeos tem uma coisa chamada efeito pós-antibiótico. Existe um conceito chamado CIM, concentração inibitória mínima. É a menor quantidade de microbiano que é capaz de inibir a atividade bactericida no organismo. Traduzindo, o mínimo que eu posso oferecer pra ainda ter algum efeito. A ação do ATB vai depender da relação entre a sua concentração máxima e a CIM. Os aminoglicosídeos, porém, têm a capacidade de manter atividade inibitória mesmo com a concentração sérica abaixo da CIM. Por isso, os regimes de alta dosagem + intervalos prolongados são eficazes no uso de aminoglicosídeos. Resistência aos Aminoglicosídeos Bactérias podem ser resistentes aos aminoglicosídeos por: • Inativação do fármaco pelas enzimas microbianas As bactérias que contém enzimas modificadoras de aminoglicosídeos podem fosforilar, acetilar ou adenilar grupos hidroxila/amina do fármaco. • Falha do antibiótico em penetrar o ambiente interior da célula Isso pode acontecer em situações que prejudiquem a passagem dependente de energia. Comum em abcessos, hiperosmolaridade, etc. Lá em cima tem. • Baixa afinidade do fármaco pelo ribossomo bacteriano A ocorrência de mutações de um único aminoácido em uma proteína ribossômica essencial pode impedir a ligação. Dosagem e Monitoramento A administração é feita em doses elevadas e intervalos estendidos. Isso permite que a concentração de aminoglicosídeos atinja a morte bacteriana inicial máxima, sendo que pelo efeito pós antibiótico é possível estabelecer intervalos maiores. Além disso, os intervalos estendidos podem contribuir na redução da oto e nefrotoxicidade. Uso Terapêutico Para a maioria das indicações, a gentamicina é preferida devido ao menor custo. Também podem ser utilizadas: gentamicina, tobramicina, amicacina, netilmicina. Frequentemente faz-se a seguinte associação: Aminoglicosídeos + beta-lactâmico ou glicopeptídeo Pense aí no porquê. Os aminoglicosídeos cobrem bem as Gram-negativas, já os beta-lactâmicos têm maior atividade contra as gram-positivas. A associação, principalmente em suspeita de infecções bacterianas graves, permite: • Expandir o espectro empírico • Atuar sinergisticamente com a morte bacteriana • Impedir que se desenvolva resistência aos agentes individuais Enfim, as indicações terapêuticas são: • Infecções do trato urinário • Pneumonia • Meningite • Peritonite • Endocardite bacteriana • Sepse • Fibrose cística Laís Kemelly – M14 FEBRE P1 Fechamento Efeitos Adversos Ototoxicidade Pode resultar em: • Perda auditiva (irreversível, bilateral, de alta frequência) o Amicacina, canamicina, neomicina. Os sintomas iniciais podem ser reversíveis e os pacientes que são submetidos a altas doses por períodos prolongados devem ser mointorizados. Enfim, geralmente começa com um zumbido agudo. Se o fármaco não for descontinuado, pode ocorrer comprometimento auditivo em alguns dias. • Hipofunção vestibular o Estreptomicina, gentamicina Quando acometido, o paciente tem a seguinte evolução: • Cefaleia de intensidade moderada, durando 1 – 2 dias • Estágio agudo, durando 1 – 2 semanas o Náuseas, vômitos, dificuldade no equilíbrio o Vertigem ortostática o Dificuldade em sentar e permanecer ereto sem pistas visuais • Labirintite crônica Nos dois quadros, a reversão do fármaco deve ser feita o mais precocemente possível. Nefrotoxicidade 8 s 26% dos pacientes que recebem um aminoglicosídeo desenvolvem comprometimento renal leve, na maioria das vezes reversível, já que as células tubulares proximais, que são acometidas, apresentam capacidade de regeneração. A toxicidade acontece pelo acúmulo e retenção de aminoglicosídeos nas células tubulares proximais. A manifestação inicial de lesão nesse local é a eliminação de enzimas da borda de escova tubular renal, seguido de proteinúria leve e aparência de moldes hialinos e granulares. A taxa de filtração glomerular é reduzida alguns dias após. Acredita-se que a fase não oligúrica da insuficiência renal seja devida aos efeitos dos aminoglicosídeos na porção distal do néfron com uma sensibilidade reduzida do epitélio do dueto coletor à vasopressina. Embora a necrose tubular aguda grave possa ocorrer raramente, o achado significativo mais comum é um aumento leve da creatinina plasmática. A estreptomicina, que não se concentra no córtex renal, é o aminoglicosídeo menos nefrotóxico. Bloqueio neuromuscular Os aminoglicosídeos podem inibir a liberação pré- juncional de acetilcolina, enquanto também reduzem a sensibilidade pós-sináptica ao transmissor; todavia o Ca2+ pode superar esse efeito. A administração IV de um sal de cálcio constitui o tratamento preferido para esse tipo de toxicidade. Laís Kemelly – M14 FEBRE P1 Fechamento
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