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Anamnese e Exame Físico Disciplina : Prática de enfermagem II Profª Adriene Kvatkovski Aula: Adriene Kvatkovski Investigação O Histórico de enfermagem é elaborado em duas partes Anamnese(entrevista) e exame físico Anamnese (do grego aná = trazer de novo e mnesis = memória) Exame físico: métodos propedêuticos 2 Durante investigação obtemos • Dados objetivos: O que você detecta durante o exame físico. • Dados subjetivos: o que o paciente relata. 3 Investigação/avaliação Abrangente ou Dirigida? Avaliação Abrangente • É adequada para pacientes atendidos pela primeira vez. • Fornece conhecimento fundamental e personalizado sobre o paciente. • Fortalece a relação entre enfermeiro e o paciente. • Ajuda a identificar ou excluir causas físicas relacionadas com as preocupações do paciente. • Desenvolve perícia nas habilidades essenciais do exame físico. Anamnese e Exame Físico Abrangente ou Dirigido? Avaliação Dirigida • É adequada para pacientes já conhecidos, sobretudo durante consultas de rotina ou de emergência. • Avalia preocupações ou sintomas específicos. • Avalia os sistemas corporais relevantes ás preocupações do paciente. ANAMNESE Objetivos da Anamnese • Estabelecer a relação enfermeiro/paciente; • Obter história clínica; • Conhecer os fatores pessoais, familiares e ambientais relacionados com o processo saúde/doença; • Guiar o enfermeiro no exame físico; • Definir a estratégia de investigação complementar; • Direcionar a terapêutica • Coleta de dados subjetivos e objetivos ANAMNESE ENTREVISTA Apresentação Apresentar-se, identificar o seu papel na instituição e motivo da entrevista Fase de trabalho Fase da coleta de dados - perguntas abertas e fechadas Perguntas abertas – informação narrativa. “o que o traz ao hospital? Perguntas fechadas – informações específicas (respostas sim ou não). Encerramento Dê a oportunidade par a pessoa se expressar. “Existe alguma outra coisa que você gostaria de mencionar?” ANAMNESEANAMNESE ENTREVISTA Ambiente físico Manter temperatura ambiente confortável Iluminação suficiente Reduza o ruído Manter proximidade com o paciente Manter nível de igualdade ANAMNESE • Separar os sentimentos pessoais sobre o comportamento, as atitudes ou as crenças do paciente. • Não demonstre intimidade que você não tem com o paciente. • Utilize sempre o nome do paciente e nunca utilize apelidos genéricos como "tia", "mãe", "avó" etc; • Garanta o conforto e a privacidade do paciente. • Fique próximo do paciente. Evite a presença de barreira física entre você o paciente (mesas, macas, etc.) ANAMNESE • Componentes da Anamnese 1. Identificação 2. Queixa Principal ou Queixa e Duração 3. História da doença atual 4. Interrogatório sobre os Diferentes Aparelhos ou Interrogatório Sintomatológico ou Anamnese Especial 5. Antecedentes Pessoais 6. Antecedentes Familiares. ANAMNESE • Antecedentes pessoais: doenças na infância • Acidentes ou lesões: doenças graves ou crônicas • Hospitalizações ou cirurgias: imunizações, exames, alergias e medicamentos atuais • Histórico familiar • Revisão dos sistemas • Autoestima • Atividade/exercício • Relacionamento interpessoal • Percepção da saúde ANAMNESE IDENTIFICAÇÃO • Nome • Idade • Sexo (Gênero) • Cor (raça) • Estado civil • Profissão • Local de trabalho • Nacionalidade/Naturalidade • Procedência próxima e remota • Data do atendimento ANAMNESE Queixa Principal ou Queixa e Duração: A queixa principal geralmente é obtida por questões do tipo: • Em que posso ajudá-lo? • Pode me contar o seu problema? • Qual problema o fez decidir-se a procurar o médico? • Diga-me o que você acha que está errado com você? • Porque motivo o (a) Srº/Srª está internado (a)? ANAMNESE História da moléstia atual • É a história cronológica dos fatos • Não se deve interferir no relato – limite-se ao uso de facilitadores do tipo “o que mais” • Nesta fase deve-se evitar a utilização de perguntas indutórias ou do tipo “sim” ou “não”. • Respeite os dois principais focos em que se divide a entrevista clínica: O foco do paciente e O foco do enfermeiro ANAMNESE História da moléstia atual • Mantenha o fluxo de informações utilizando os facilitadores da comunicação. • Registre a época de seu início na linha do tempo. • Utilize o sintoma-guia como fio condutor da história e estabeleça as relações das outras queixas com ele. • Garanta que a história obtida tenha começo, meio e fim. ANAMNESE Sinais e Sintomas Os pacientes expressam suas doenças em termos de sinais e sintomas. Sintomas são as sensações subjetivas anormais sentidas pelo paciente mas não visualizada (dor, náusea, tontura). Sinais são as manifestações objetivas reconhecidas por meio da inspeção, palpação, percussão, ausculta e outros meios subsidiários (edema, palidez, hematúria etc.). Síndrome é o conjunto de sinais e sintomas que ocorrem associados, podendo ser ocasionada por causas diferentes. ANAMNESE Sinais e Sintomas • Início – caracterizar a época em que o sintoma surgiu, a forma como surgiu (insidiosa ou aguda), os fatores ou situações que desencadearam o seu aparecimento, a sua duração e o seu desaparecimento. • Características semiológicas dos sintomas - localização, irradiação, qualidade, intensidade. • Evolução - comportamento do sintoma em relação ao tempo, modificações ocorridas e influência dos tratamentos. • Relação com outros sintomas. EXAME FÍSICO Finalidade • Levantamento de dados sobre o estado de saúde do paciente. • Anotação das anormalidades encontradas. • Ter subsídios para o diagnóstico, prescrição e evolução da assistência de enfermagem. EXAME FÍSICO Propósito • Possibilitar a expansão e enriquecimento dos dados • Facilitar a Assistência de Enfermagem a uma grande variedade de problemas. • Elaborar considerações clínicas definidas e inteligentes. • Avaliar qualitativa e quantitativamente a Assistência de Enfermagem prestada. EXAME FÍSICO Normas Gerais para a realização do exame físico: • Solicitar a colaboração do paciente • Iluminação adequada, homogênea, sem sombras • Respeitar a privacidade do paciente • Explicar sobre os procedimentos • Realizar o exame: sentido céfalo-podálico • Mãos aquecidas e as unhas, curtas • Paciente deverá estar relaxado e confortável EXAME FÍSICO Normas Gerais para a realização do exame físico (continuação): • Em órgãos pares: iniciar o exame pelo lado não afetado • Monitorar a expressão facial do paciente em relação a desconforto e dor • Evitar interrupções ou interferências • Evitar expressões acerca dos problemas encontrados. Exame físico Métodos Propedêuticos utilizados na avaliação: Inspeção palpação ausculta percussão Métodos Propedêuticos Órgãos do sentido Inspeção (Olhar, visualizar) Visão Palpação (Tocar, sentir) Tato Percussão (Golpear e ouvir os sons emitidos) Tato e Audição Ausculta (Ouvir) Audição INSPEÇÃO É o ato de observar e inspecionar o corpo, humor e comportamentos não verbais. Utiliza a visão na avaliação do aspecto, cor, forma, posição, tamanho e movimento. INSPEÇÃO Na inspeção geral, buscam-se informações sobre: Estado aparente de saúde Nível de consciência Estado nutricional Hidratação, Higiene pessoal Postura Motricidade Humor Tipo de fala INSPEÇÃO A inspeção pode ser estática ou dinâmica. Inspeção estática Observação dos contornos anatômicos. Exame dos grupos musculares Forma do tórax Distribuição dos pelos Cicatrizes Inspeção dinâmica O foco do observador está centrado nos movimentos dos seguimentos inspecionados Frequência respiratória Ritmo respiratório Expansibilidade Marcha 26 PALPAÇÃO É a técnica que permite a obtenção do dado através da utilização do sentido do tato e da pressão com o objetivo de explorar a superfície corporal. Confirma dados da inspeção e permite a obtenção de novos indícios: textura, tamanho, forma, consistência,sensibilidade, elasticidade, temperatura, posição, característica, resistência. A palapação pode ser superficial ou profunda Palpação Técnicas • Mão espalmada: utiliza-se toda a palma de uma ou de ambas as mãos; • Mão em garra; • Mão espalmada com polpas digitais uma mão superponde- se à outra; • Em pinça formada pelo polegar e indicador; • Dorso das mãos; • Digitopressão comprime-se uma área com a polpa do polegar ou indicador; • Palpação bimanual uma das mãos aproxima a estrutura a ser examinada e a outra realiza a palpação. 28 PALPAÇÃO • Técnica de mão espalmada: utiliza-se toda a palma de uma ou ambas as mãos. • Técnica de mão em garra PALPAÇÃO Técnica de mão em pinça. Técnica do dorso da mão. PALPAÇÃO • Técnica da digito-pressão: comprime-se uma área com a polpa do polegar ou indicador. • Técnica da palpação bimanual: uma das mãos aproxima a estrutura a ser examinada e a outra realiza a palpação. PALPAÇÃO • Técnica da palpação com as polpas digitais. PERCUSSÃO É o golpeamento leve de uma área a ser pesquisada, originando sons vibratórios, que dependem da densidade do tecido subjacente. Utiliza os sentidos do tato e audição, requerendo perícia. É utilizada para delimitar órgãos, detectar coleções de líquidos ou ar e perceber formações fibrosas teciduais. PERCUSSÃO Técnicas • Dígito-digital: Utiliza-se a parte ulnar dos dedos • Borda cubital da mão • Digital (direta). 34 PERCUSSÃO Tipos de sons encontrados na percussão MACIÇO Transmite a sensação de dureza, encontrado em regiões desprovidas de ar (músculo, fígado, coração). SUBMACIÇO Regiões relativamente densas, com quantidade restrita de ar, como a região de transição entre o parênquima pulmonar e um órgão sólido (pulmão–fígado). TIMPÂNICO A sensação é de elasticidade, obtido em regiões que contenham ar, recobertas por membrana flexível, (estômago, intestino). CLARO PULMONAR Obtido quando se percute a área dos pulmões, depende da quantidade de ar existente nas estruturas pulmonares. AUSCULTA É a aplicação do sentido da audição para ouvir sons produzidos pelos órgãos, decorrentes da vibração das estruturas entre sua origem e a superfície corporal. Técnica: Direta: ouvido do examinador: encostar direto na superfície Indireta: auxílio estetoscópio. AUSCULTA Tipos de sons encontrados na ausculta MURMÚRIOS VESICULARES É o som encontrado quando se ausculta os pulmões, percebe- se o movimento do ar através das estruturas pulmonares. Pode estar presente, ausente ou diminuído em um ou vários lobos, unilateral ou bilateralmente. RUÍDOS ADVENTÍCIOS São sons anormais encontrados durante a ausculta pulmonar. Podem ser: roncos, sibilos, estertores, crepitações. AUSCULTA Tipos de sons encontrados na ausculta BULHAS CARDÍACAS Quando de ausculta o coração, procuramos identificar a presença das bulhas cardíacas que podem apresentar-se com sons abafados, rítmicos ou arrítmicos, sopros, timbre. RUÍDOS HIDROAÉREOS Quando auscultamos a região abdominal, em toda sua extensão, procuramos evidenciar a presença de sons que traduzam a motilidade do trato intestinal. Os ruídos hidroaéreos podem estar presentes, diminuídos ou ausentes; devemos especificar o local ou os locais onde estas alterações aparecem. Posicionamento do paciente O paciente pode assumir várias posições durante o exame físico e, sua escolha pelo enfermeiro dependerá da área a ser examinada. Deve-se evitar: Posições constrangedoras e/ou desconfortáveis por longos períodos. Deve-se priorizar: A privacidade do paciente; Avaliação do estado físico do paciente pelo seu grau de dependência durante o exame. 39 Posicionamento do paciente • Posição Ereta • Posição Sentada • Posição Supina • Posição Prona • Posição de Sims • Posição de Litotomia • Posição de Trendelemburg • Posição de Fowler • Posição Genu-peitoral 40 POSICIONAMENTO DO PACIENTE • Posição ereta: O paciente em pé, mantendo a coluna alinhada e os pés ligeiramente afastados • Posição Supina: Paciente deitado em decúbito dorsal, braços estendidos ao longo do corpo e pernas estendidas ou ligeiramente fletidas. • Posição Sentada: O paciente sentado • com o tórax elevado. • Posição Prona: Paciente deitado em decúbito ventral com a cabeça virada para um dos lados, braços abduzidos para cima com os cotovelos fletidos e pernas estendidas EXAME FÍSICO • Posição de Trendelemburg: Paciente em decúbito dorsal, em plano inclinado, de forma a manter a cabeça mais baixa em relação ao corpo. • Posição de Sims: Paciente em decúbito lateral esquerdo, com os braços posicionados de maneira confortável para o paciente, perna direita ligeiramente mais fletida que a esquerda e apoiada sobre a cama. EXAME FÍSICO • Posição de Litotomia: Paciente em decúbito dorsal, com as pernas afastadas, joelhos fletidos e pés apoiados sobre a cama. • Posição de Fowler: Paciente em decúbito dorsal, com o tronco elevado em ângulo de 45º • Posição Genu-peitoral: Paciente ajoelha-se, mantendo os joelhos afastados, com o peito apoiado sobre a cama e a cabeça lateralizada sobre os braços. LEMBRE-SE: •Quem não sabe o que procura não sabe interpretar o que acha!!! (Claude Bernard) REFERÊNCIAS BARROS, A. L, B. L & Cols – Anamnese e Exame Físico: Avaliação Diagnóstica de enfermagem no adulto; 3ª reimpressão, Porto Alegre, Artmed, 2002. BIKLEY, L. S; SZILAGYI, P. G – Bases Propedêutica Médica Essencial: Avaliação clínica, anamnese e exame físico, 6ª edição, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2010. CAMPANA, A. O – Exame Clínico: Sintomas e Sinais em Clínica Médica, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2010. JARVIS, C. Guia de Exame físico para enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
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