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419607180-Trabalho-Temas-Constitucionais-Contemporaneos-Anderson-Cavalcante-Cardoso

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário
Resenha do artigo: “Limites exegéticos do ativismo judicial: por uma estratégia hermenêutica de preservação do Estado Democrático de Direito”
 Nome do aluno: ANDERSON CAVALCANTE CARDOSO
 Trabalho da disciplina: TEMAS CONSTITUCIONAIS
 CONTEMPORÂNEOS
 Tutor: Prof.: MARIANA DE FREITAS RASGA
Belém/PA
2019
Artigo: Limites exegéticos do ativismo judicial: por uma estratégia hermenêutica de preservação do Estado Democrático de Direito
Referência: GOES, Guilherme Sandoval; RASGA, Mariana de Freitas. Limites exegéticos do ativismo judicial: por uma estratégia hermenêutica de preservação do Estado Democrático de Direito. Rio de Janeiro, 2014.
O artigo escrito pelos autores visa analisar os limites exegéticos do ativismo judicial no contexto do neoconstitucionalismo atual, com o intuito de encontrar o equilíbrio entre a liberdade de conformação do legislador democrático e a efetividade dos direitos fundamentais.
Na primeira parte do artigo, os autores trazem a importância da elaboração de uma nova hermenêutica que faça uso do ativismo judicial sem se esquecer do princípio da separação dos poderes e do Estado Democrático de Direito. Nesse sentido, afirmam a importância de se criar um modelo que reconheça a dimensão das decisões judicias, sem, no entanto, invadir o espaço do legislador. Ainda, reconhecem como um dos pilares de sustentabilidade do Estado Democrático de Direito a separação dos poderes e a necessidade do desenvolvimento de fórmulas hermenêuticas capazes de efetivar diretamente o conteúdo constitucional, sem necessidade de intervenção legislativa superveniente.
Por fim, trazem os desafios do direito constitucional contemporâneo, propondo modalidades de eficácia constitucional a partir de uma estrutura tridimensional, formada por uma parte nuclear, área de conteúdo essencial; uma parte ponderável, área de conflito com outras normas constitucionais de mesma hierarquia; e uma metajurisdicional, área de eficácia negativa.
No segundo item do artigo analisado, os atores trazem a nova estratégia e a dimensão retórica das decisões judicias, destacando que a eficácia da norma constitucional não se encontra apenas no texto da norma, mas na racionalidade argumentativa das decisões judiciais. Para eles, no plano hermenêutico, a dogmática pós-positivista dá nova feição para a correção normativa do direito, na medida em que imprime força jurígena ao conjunto de argumentações jurídicas usado na elaboração das decisões judiciais.
 Na terceira e última parte do artigo os autores buscam formalizar uma teoria normativa tridimensional de eficácia das normas constitucionais ao estabelecer uma teorização compatível com as noções de núcleo essencial, ponderação de valores quando da colisão de normas constitucionais e os limites epistêmicos da criação jurisprudencial do direito.
Ainda, os autores propõem que seja necessário acrescentar uma terceira região normativa que seria responsável por impor limites exegéticos ao ativismo judicial. Um espaço que impõe limites exegéticos ao ativismo judicial, na medida em que se cria um espaço dentro do qual o intérprete da Constituição vai reconhecer o poder discricionário do legislador.
Por conseguinte, diante do crescente número de decisões proferidas pelo Judiciário em que se verifica uma postura proativa a fim de efetivar os direitos fundamentais, cresce a discussão acerca do ativismo judicial. Desse modo, diante de omissões legislativas que impossibilitam o povo de exercer seus direitos, é legítima e necessária a atuação do julgador, não sendo plausível que se exija do cidadão o aguardo da atividade legislativa para a realização de seu direito, porém deve-se sempre lembrar dos princípios básicos de um Estado Democrático de Direito pautado pela separação dos poderes. Neste diapasão, o ativismo judicial deve ser claro, pontual e limitado a fim de buscar a efetivação direitos diante de uma omissão do legislador democrático.

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