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- -1
TEORIA E SISTEMAS
CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO PSICOLÓGICO: 
TEORIAS E ESCOLAS
Itala Daniela da Silva
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui as primeiras teoriasConstrução do espaço psicológico: teorias e escolas
e escolas da ciência psicológica, compreendendo as influências da ciência, filosofia e de outras áreas do
conhecimento na constituição da psicologia.
Aprenda sobre abordagens nomotéticas e idiográficas. Conheça a constituição da psicologia enquanto ciência e
as principais escolas e matrizes do pensamento psicológico. Compreenda também esse campo do saber como
espaço de dispersão e os pontos de intersecção entre as teorias.
Bons estudos!
- -3
1 Abordagens nomotéticas e idiográficas
A história da filosofia exerceu influências na constituição do projeto científico. A partir do século XVI, iniciou-se
uma necessária cisão entre esses dois campos dos saberes. Com isso, não estamos dizendo que eles ainda não
continuam se influenciando reciprocamente. No entanto, ambos têm objetivos distintos: enquanto a filosofia
busca discutir e conhecer a verdade por meio de discussões ontológicas e ônticas, a busca construir ciência
métodos específicos para se chegar ao conhecimento verdadeiro (GIL, 2012). Essa cisão entre filosofia e ciência
foi ocorrendo gradativamente e o seu apogeu foi estabelecido no século XIX (RESENDE-JUNIOR, 2015).
Após a idade média, buscaram-se, a todo custo, formas de se conhecer a verdade. A foi aprocura pelo método
principal questão que permeou as discussões da época, e constituiu o solo para a construção dos projetos
científicos (COTRIM; FERNANDES, 2016). Francis Bacon, René Descartes e Augusto Comte são nomes
importantes na fundamentação de métodos. Cada qual ao seu modo e a partir das suas perspectivas, esses
pensadores indicaram como se constituíam as verdades e o modo com que se atingiria o conhecimento
verdadeiro.
É importante destacar que a revolução científica do século XVI foi pautada nas . Os métodosciências naturais
construídos nesse período objetivavam, sobretudo, encontrar . A buscaverdades rígidas, eternas e imutáveis
por verdades absolutas norteava as investigações metodológicas. Clique abaixo e veja as definições.
Para Descartes, o homem era considerado como uma máquina pensante que buscava encontrar verdades
absolutas (LAWN, 2006).
Comte, com o seu positivismo, defendia que: “o conhecimento científico, tanto da natureza quanto da sociedade, é
objetivo, não podendo ser influenciado de forma alguma pelo pesquisador” (GIL, 2012).
A ciência nasceu atrelada a essa promessa de neutralidade, objetividade, mensuração, controle, 
, estabelecida a partir de relações causais (causa-efeito). Essa fixação por encontrar o métodoprevisibilidade
baseando-se nesses critérios fez com que o projeto científico se fechasse para buscar formas alternativas de
abordar a verdade (LAWN, 2006). Lawn (2006, p. 52), ao falar sobre o projeto científico da modernidade, indica
que “a modernidade confiou, sem crítica alguma, no poder do método para estabelecer verdades
autocertificadas”.
- -4
No entanto, esse projeto científico deparou-se, posteriormente, com estudiosos que colocaram em xeque esse
. Um dos expoentes foi Wilhelm Dilthey. Para , o conhecimento era composto pormodelo cientificista Dilthey
duas áreas distintas: e . Essa distinção é importante para que seciências naturais ciências humanas
compreenda o objetivo de cada área, bem como para que se construam metodologias específicas (LAWN, 2006).
Enquanto no positivismo, Comte (GIL, 2012) defendia que os fatores humanos se assemelhavam aos da natureza
e, portanto, poderiam ser generalizáveis e construídos de forma neutra. Dilthey (LAWN, 2006, p. 75) foi
categórico ao defender que “o problema com qualquer estudo da vida humana é que sempre somos parte
daquilo que estamos procurando entender”. Nesse sentido, além de não ser possível estabelecer axiomas
neutros, o conhecimento sempre será circunscrito em um e, portanto, .horizonte histórico não é generalizável
Estudar o humano sempre será uma tentativa de entender as experiências históricas vividas por ele (LAWN,
2006, p. 76). Conforme Gil (2012, p. 5):
Os fatos sociais dificilmente podem ser tratados como coisas, pois são produzidos por seres que
sentem, pensam agem e reagem, sendo capazes, portanto, de orientar a situação de diferentes
maneiras. Da mesma forma o pesquisador, pois ele é também um ator que sente, age e exerce sua
influência sobre o que pesquisa.
Nesse sentido, as , além de considerarem a relação do pesquisador com o objetociências humanas e sociais
investigado, entendem a construção do conhecimento como um constructo sempre aberto, mutável e que
comporta indeterminações e evita as generalizações (GIL, 2012; LAWN, 2006).
Assista aí
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/ac0b1e050b8b1c00692ecd26d2bc48b2
Fique de olho
Dilthey, além de ser filósofo, era psicólogo, historiador e sociólogo. Suas discussões sobre
ciências naturais e humanas nasceram atreladas à filosofia e se ampliaram para as outras áreas
do conhecimento. Isso foi importante para que as ciências humanas pudessem pensar
metodologias distintas das metodologias de cunho naturalista.
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- -5
Considerar essas mudanças paradigmáticas é necessário para que se possa entender como essas novas lógicas 
influenciam a construção de perspectivas metodológica para pesquisas e para práticas profissionais, já que as
lógicas de funcionamento e as concepções de homem e de mundo se retroalimentam. Ou seja, as teorias sobre
ciência tanto influenciarão os modos de construção de conhecimento como os formatos das práticas
profissionais.
É exatamente essa retroalimentação que vemos quando falamos sobre as abordagens nomotéticas e idiográficas.
Foram conceitos que nasceram atrelados a metodologias científicas, mas que ressoam na construção das práticas
psicológicas.
Gordon Allport, pai da teoria da personalidade, trouxe para o âmbito da psicologia a discussão sobre essas duas
metodologias. Em suas análises, ele ressalta que ambos os horizontes metodológicos podem ser adotados pelos
profissionais. Apesar de compreender a disponibilidade dos dois métodos, o psicólogo teceu contundentes
críticas à psicologia norteamericana, que preferiu, esmagadoramente, as abordagens de cunho nomotético
(HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2008). Para Allport, “só conhecendo a pessoa como pessoa é que poderemos
predizer o que ela fará em qualquer situação dada” ( HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2008, p. 239)apud
Importa destacar que essas nomenclaturas foram substituídas por Allport e que ele preferia o uso dos termos
 ao invés de idiográfico, e ao invés de nomotético.morfogênico dimensional
Para Allport, conforme resumem Hall, Lindzey e Campbell (2008, p. 239)
Essa ênfase na abordagem morfogênica é uma consequência lógica de vários aspectos da disposição
teórica de Allport. Em primeiro lugar, sua ênfase na singularidade de cada pessoa obriga os
investigadores a selecionar métodos de estudo que não escondam nem embacem sua
individualidade. Em segundo lugar, e estreitamente relacionada, está a ênfase da importância das
disposições pessoais (traços individuais) como os determinantes primários do comportamento. se
essas disposições são as unidades “reais” da personalidade, e se são características apenas de uma
única pessoa, então certamente a abordagem mais efetiva ao estudo do comportamento será um
método que estude o indivíduo.
Mas como se configuram as abordagens nomotéticas e idiográficas enquanto horizontes teóricos? Vejamos.
- -6
1.1 Abordagens nomotéticas
Antes de iniciar os delineamentos sobre as , vamos compreender qual a perspectivaabordagens nomotéticas
científica que subjazessa metodologia para posteriormente discutirmos como ela reverbera nas perspectivas
psicológicas. Iniciemos pela definição do termo. O dicionário da língua portuguesa Houaiss (2009, p. 1361)
define que nomotético é “relativo à elaboração de ; legislativo. Diz-se de método ou disciplina que formula ouleis
trata de leis gerais para o entendimento de um determinado evento, circunstância ou objeto.”
Figura 1 - As engrenagens do cérebro
Fonte: Andrey_Kuzmin, Shutterstock, 2020
#PraCegoVer: A imagem mostra um fundo amadeirado com imagem de uma cabeça humana com engrenagens
de máquina no interior.
Com essa definição conceitual, já temos um direcionamento sobre o horizonte geral da abordagem e da
metodologia: ela busca estabelecer princípios e leis gerais. Apesar da perspectiva nomotética fazer parte do rol
das ciências sociais, ela está mais entrelaçada com os princípios das . Está vinculada àquelasciências naturais
metodologias que buscavam estabelecer as verdades fixas e imutáveis aos processos de conhecimento. Segundo
Nascimento . (2017, p. 25),et al
A abordagem Nomotética, busca a aquisição do conhecimento de forma muito próxima do modelo
das Ciências Naturais, isto é, amostragem cuidadosa, medidas precisas, bom e análise dedesign 
hipóteses apoiadas em teorias, pautada nas técnicas quantitativas para o estabelecimento de
conexões causais e utilizando como instrumento para coleta de dados, entre outros exemplos, bases
de dados e questionários padronizados.
- -7
Essa perspectiva teórica ressoa no campo psicológico ao convocar os profissionais da área a lidarem com o esse
campo do saber como uma ciência natural (FIGUEIREDO, 2014). Suas indicações são de que o pesquisador ou
psicólogo/a busque a . Assim, a psique e os comportamentos sãoordem natural dos fenômenos psíquicos
classificados numa perspectiva preditiva (NASCIMENTO ., 2014). Nesse modelo cientificista, existem trêset al
etapas fundamentais: construção das hipóteses, dedução exata das hipóteses e a mensuração que corresponde
ao teste da hipótese (NASCIMENTO ., 2014).et al
Conforme resume Luís Cláudio Figueiredo (2014, p. 43):
A emergência da “metodologia científica” corresponde exatamente a um estágio em que a
autorreflexão das práticas produtivas já permite que a estrutura do trabalho seja posta a serviço da
produção e validação de conhecimento. As ideias de caráter preditivo chamar-se-ão hipóteses, e suas
origens serão atribuídas a processos denominados indução, abdução ou invenção; as práticas
produtivas serão os procedimentos de observação controlada e, em especial, os procedimentos
experimentais de teste; o resultado obtido será confrontado com o resultado esperado - que, na
avenida do possível, deve ser rigorosamente deduzido das hipóteses iniciais; a finalidade deste
processo é a de, com base nesse confronto, aceitar ou refutar as hipóteses.
Esse alinhamento da psicologia com as noções cientificistas e as predições nomotéticas se deu devido ao aguçado
desejo de, no século XIX, fazer da psicologia uma . No entanto, um dos maiores desafios daciência autônoma
psicologia foi justamente estabelecer um objeto mensurável e passível de quantificação e controle. Só a definição
desse objeto de caráter matemático poderia oferecer as condições para que o objeto da ciência psicológica
pudesse ser submetido ao caráter experimental.
Na história da constituição da psicologia, podemos identificar que, desde o século XVIII, ou seja, no século
anterior ao do nascimento da psicologia científica, já havia projetos psicométricos. Com a , Christianpsicometria
Wolff buscou mensurar “os graus de satisfação (prazer e desprazer), perfeição e imperfeição, certeza e incerteza”
(FIGUEIREDO, 2014 p. 48-49).
Assista aí
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/dd0ece4b84edeed5dc47825e3ac0e257
No século XIX, foi a vez da de Weber, Fechner e Helmholtz mensurar as sensações. Conforme Gauerpsicofísica 
(2007, p. 2):
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A psicofísica foi o ramo de pesquisa que, embora não tenha durado até o século 20, produziu alguns
achados e métodos que ainda hoje são válidos, sobretudo ao campo da senso-percepção. Porém, o
mais importante é que a psicofísica encaminhou desenvolvimento de uma abordagem experimental
que proferiu a psicologia ao status de ciência autônoma, pronta para ocupar Laboratórios e
Departamentos Universitários.
Essas investigações que correlacionavam a física com a psicologia se estenderam e foram aderidas por outros
estudiosos. Ainda no século XIX, o fisiólogo e psicólogo Wilhelm Wundt fundou o nalaboratório experimental
Universidade de Leipzing na Alemanha (GAUER, 2007). O professor, além de estabelecer a aproximação entre a
pesquisa e a psicologia experimental, teve suas discussões centradas na duração dos fenômenos psíquicos. Um
dos seus experimentos estudou o fenômeno da atenção, buscando compreender o tempo entre o estímulo visual
e auditivo (FIGUEIREDO, 2014).
Outros psicólogos fundamentaram suas práticas experimentais na perspectiva nomotética. Clique abaixo para
conhecê-los.
H. Ebbinghaus buscou quantificar a memória associativa.
Thorndike, fundador do associacionismo que construiu gráficos cartesianos do processo de aprendizagem e
outros (FIGUEIREDO, 2014).
Além da psicologia experimental, a abordagem nomotética influenciou o desenvolvimento da psicometria,
iniciada por Wolff mas retomada nos séculos XIX e XX. Segundo Figueiredo (2014, p. 55),
Ao lado da psicologia experimental desenvolveu-se no final do século XIX um poderoso movimento
de psicometria dedicada ao estudo das diferenças individuais, como: função da progenitura, da raça,
do sexo e das variáveis ambientais. Neste movimento avultam as figuras do inglês Francis Galton
(1822 – 1911), do americano J. McKeen Cattel e do francês A. Binet (1857 – 1911). Com frequência
esta psicologia das diferenças individuais - ou psicologia diferencial - estava claramente empenhada
em tarefas práticas no âmbito da escola, da indústria e da burocracia civil e militar, classificando em
situando os sujeitos instalas numéricas de acordo com medidas de inteligência geral , capacidades
cognitivas específicas, velocidade de aprendizagem e desempenho de diferentes tipos de tarefa. Esta
ordenação dos indivíduos era a base da seleção de pessoal, da formação das classes escolares, da
assignação dos sujeitos para a tarefa que mais lhe convinha etc.
- -9
Essas práticas tinham como objetivo mensurar quantitativamente e, portanto, matematicamente os traços
psicológicos e o comportamento. é um dos produtos dessa perspectiva queA análise fatorial da personalidade
criou técnicas matemáticas para quantificar a psicologia e os objetos que ela estuda.
- -10
1.2 Abordagens idiográficas
Enquanto as abordagens nomotéticas têm uma característica quantificadora e buscam estabelecer leis gerais e
princípios, a idiográfica trata os fatos considerando-os de formas . Esta, além deindividuais e compreensivas
ser a definição teórica e metodológica é, também, o significado apresentado pelo dicionário da língua portuguesa
Houaiss.
Figura 2 - Cabeças conectadas
Fonte: Paul Craft, Shutterstock, 2020
#PraCegoVer: A imagem mostra um fundo laranja com dois contornos de cabeças humanas na cor branca. As
cabeças se conectam por um novelo que está bagunçado na cabeça da esquerda e se organizando na da direita.
A divisão entre abordagens idiográficas e nomotéticas dentro das ciências sociais foi proposta por Windelband,
conforme indica Nascimento . (2017). Sobre abordagens idiográficas, Nascimento (2017, p. 25) diz:et al et al.
A abordagem Ideográfica baseia-se no pressuposto de que a compreensão do mundo social ocorre
através da investigação em primeira mão, ou seja, é necessárioestabelecer uma relação próxima e
pessoal com o sujeito, com forte ênfase na vivência e na análise subjetiva, dada à necessidade de
conhecer profundamente o fenômeno de estudo. Nesse aspecto, é necessário envolver-se no fluxo da
vida cotidiana para a realização da análise detalhada dos obtidos em tais encontros com oinsights 
sujeito ou fenômeno em análise. A abordagem Ideográfica está interessada no conhecimento do
particular, como condição necessária à , ou seja, a forma de agir adequadamente em umapráxis
variedade de situações particulares. O exercício de observação dos objetos externos dota o
pesquisador pautado na abordagem Ideográfica de uma atitude espiritual completamente distinta da
empregada na abordagem Nomotética. Na abordagem Ideográfica, o emprego das matemáticas deve
- -11
ter uma função subordinada na compreensão profunda da sociedade, sendo seu principal objetivo
descrever e realizar análises comparativas, que na perspectiva Nomotética, dá lugar à indução, ao
experimento e a matematização.
Esse horizonte de compreensão histórica foi influenciado pelo pensamento do filósofo Dilthey quando propôs a
cisão entre as ciências naturais e humanas. O interesse pelo particular, pela compreensão individual, ressoou nas
práticas psicológicas. Se algumas áreas da psicologia se dedicam às leis gerais do comportamento, outras se
voltam para o singular, o histórico, . A clínica é uma das áreas em que o movimentoo horizonte existencial
idiográfico fica mais evidente – mas não podemos restringir esse modo de compreensão apenas a uma área da
psicologia. Na verdade, uma escuta idiográfica parte mais do modo de escuta do profissional do que
necessariamente do arcabouço explicativo do instrumento utilizado por ele. Há psicólogos e psicólogas que
fazem uso das noções idiográficas, inclusive no âmbito da psicometria.
Apesar da psicometria e dos testes psicológicos terem um caráter generalizante, pois a normatização deles parte
desse pressuposto, é importante na prática profissional. Conforme Tavares (2003), muitoso olhar singular
testes psicológicos também podem ser compreendidos de forma idiográfica e não apenas nomotética. Vejamos:
Alguns instrumentos são facilmente aplicados em uma abordagem nomotética, como o MMPI. Por
outro lado, este pode ser avaliado idiograficamente quando comparamos as respostas do sujeito a
itens críticos com outras informações, por exemplo, avaliando suas respostas a itens cujo conteúdo
sugere risco de suicídio com a prancha 3 (a crise) do TAT. O Rorschach facilmente permite a
utilização simultânea das abordagens nomotéticas e idiográficas. O WAIS permite os dois
tratamentos. Este é tradicionalmente conhecido como instrumento de avaliação nomotética da
inteligência. Contudo, ele pode ser entendido como muito mais do que isso (TAVARES, 2003, p. 131).
Assim, podemos compreender que o olhar para os fenômenos psíquicos e para o comportamento dependerá da
. É claro que muitas práticas estão eminentemente vinculadas a noçõespostura epistemológica do profissional
mais naturalistas ou mais humanas, mas isso não impede que o profissional articule suas análises de modo não
generalizante.
Essa postura também foi exortada pelo psicólogo Gordon Allport, como apontam Hall, Lindzey e Campbell (2008,
p. 240):
Podemos dizer que Allport, consistentemente com sua posição teórica, exortou os psicólogos a
dedicar mais tempo e energia do que costumavam ao estudo do caso individual. Allport enfatizou
- -12
que a maior obrigação de um pesquisador psicológico é levar seus independente de comoinsigts 
foram derivados, “de volta ao individual”. Essa ênfase foi tão bem aceita pelos psicólogos
contemporâneos que aquela que fora outrora uma posição desviante é hoje amplamente aceita.
Essa exortação de Allport pode ser considerada atual, na medida em que a psicologia é convidada a compreender
o geral e o específico. Esse diálogo entre as perspectivas nomotéticas e idiográficas dá percepções ampliadas
sobre o comportamento humano e, portanto, favorece a construção de práticas psicológicas holísticas.
- -13
2 Escolas da psicologia
A psicologia foi se constituindo como espaço científico e as perspectivas teóricas e os vieses metodológicos
foram sendo construídos influenciados tanto pelo espírito cientificista da época quanto a partir das demandas
socioeconômicas. Para Figueiredo e Santi (2007), as noções de subjetividade foram se consolidando; o sistema
de mercantilização, a ideologia liberal, iluminista, os regimes disciplinares, ofereceram o bojo para que as teorias
fossem se consolidado e encontrando abertura e ressonância nas instituições sociais. Conforme indica
Figueiredo (2014, p. 58):
O surgimento da psicologia como ciência natural não está associado apenas à expansão da economia
mercantil e ao aprofundamento dos seus reflexos na vida social. Está associado também às crises
desta economia que exigiram novas técnicas de controle social, uma intervenção mais ativa do
estado e legitima ações para essas formas renovadas de exercício de poder.
Com essas indicações, assinalamos que as escolas psicológicas nasceram vinculadas tanto a noções científicas e
filosóficas quanto respondendo a demandas das instituições sociais que exerciam, de algum modo, poder.
A seguir, serão apresentadas algumas escolas da psicologia, como funcionalismo, estruturalismo e
associacionismo.
- -14
2.1 Constituição da psicologia enquanto ciência
Como vimos, as noções sobre psique e comportamento humano nasceram pulverizados na filosofia e foram
retomados na constituição da ciência moderna. Todavia, os estudiosos queriam consolidar esse campo de saber
de forma independente. O nascimento da Psicologia independente esteve mais atrelado às abordagens
nomotéticas. Encontrar um objeto de estudo passível de mensuração e quantificação foi um grande desafio.
Apesar de filósofos, como Kant, por exemplo, defenderem que a psicologia não poderia ter os mesmos
parâmetros das ciências da natureza, os primeiros psicólogos produziram suas discussões o quantificando
, os e a (FIGUEIREDO, 2014).comportamento prazeres aprendizagem
No entanto, a consolidação da psicologia científica se deu atrelada à história da psicologia experimental. No
século XIX, com a Reforma da Universitária promulgada pelo Ministro da Educação da Prússia, o Ensino Superior
passou a ser considerado na associação direta com a pesquisa. Nesse sentido, os departamentos de ensino e os
laboratórios passaram a estabelecer relação de . Essas novas indicações favoreceram quecomplementariedade
Wilhelm Wundt estabelecesse o primeiro laboratório de Psicologia Experimental na Universidade de Leipzing no
ano de 1879. Por esse motivo, o filósofo, psicólogo e professor que realizava experimentos sistemáticos em
Psicologia é ainda hoje considerado o “Pai da Psicologia” (GAUER, 2007). Conforme Figueiredo e Santi (2007, p.
58):
Para Wundt a psicologia é uma ciência intermediária entre as ciências da natureza e as ciências da
Cultura. Sua obra se estende da psicologia experimental fisiológica à psicologia social. Ou seja, desde
seu início o lugar a psicologia entre as ciências é um tanto incerto, em um dos méritos de Wundt foi o
de conceber a psicologia nessa posição intermediária.
O laboratório, os escritos e estudos sistematizados deram espaço para a que a ciência psicológica pudesse
consolidar o seu campo de saber e iniciar sua história de forma “independente”.
- -15
2.2 Primeiras escolas psicológicas
Apesar do primeiro laboratório ter sido fundado na Alemanha, foi nos Estados Unidos que a Psicologia pôde ver
a instituição de suas primeiras escolas nascerem. O rápido crescimento da Psicologia em cenário estadunidense
dar-se-á pelo fato dos grandes avanços vividos e pela consolidação do capitalismo nesse país (BOCK; FURTADO;
TEIXEIRA, 2008). O estruturalismo, o funcionalismo e o associacionismo foram as primeiras escolas que “deram
origem às inúmeras teorias que existem atualmente” na psicologia(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008, p. 41).
Clique nas abas abaixo e acompanhe definições sobre as primeiras escolas psicológicas.
• Estruturalismo
Seguidor e aluno de Wundt, foi um dos responsáveis por expandir os cenários geopolíticos daTitchener
psicologia. Retirou-a dos recônditos alemães e a estendeu para o solo estadunidense. Seu objetivo era
estudar o conteúdo da mente e a . Para ele, a psicologia deveria estarestrutura da consciência
submetida às metodologias da ciência da natureza, visto que ambas a observação e a experimentação
seriam também o método psicológico (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009).
No entanto, a experimentação e observação propostas por Titchener para investigar a estrutura da
consciência seriam voltadas para uma , e não para uma observação externa do mundo.autoconsciência
Como indica Figueiredo (2007, p. 62): "A única diferença seria a de que na psicologia observação se daria
sob a forma de auto-observação ou introspecção, bem em que os sujeitos experimentais seriam
treinados para observar atentamente e descrever com total objetividade suas experiências subjetivas em
situações controladas de laboratório."
Sendo a base metodológica da psicologia a mesma das , o que caracterizaria aciências naturais
independência e a importância da Psicologia? A reposta dada pelo psicólogo é apresentada por Schultz e
Schultz (2009, p. 111), vejamos: "De acordo com Titchener, o objeto de estudo da psicologia é
Fique de olho
Muitas escolas contemporâneas da psicologia sofrem algumas ressonâncias das primeiras
escolas. É importante destacar que, neste momento, você está estudando apenas as primeiras
escolas. Em outra unidade, serão apresentadas as escolas contemporâneas presentes até hoje
na psicologia.
•
- -16
experiência consciente como dependente do indivíduo que a vivencia. Esse tipo de experiência difere da
estudada por cientistas de outras áreas. Por exemplo, tanto a física como a psicologia podem estudar a
luz e o som. Enquanto os físicos examinam os fenômenos do ponto de vista dos processos físicos
envolvidos, os psicólogos analisam a luz e o som com base na experiência e na observação humanas
desses fenômenos."
Nesse sentido, a peculiaridade, importância e distinção da psicologia, segundo o autor, advém da
, coisa de que as outras ciências não dependem e nem avaliam. A partir da auto-experiência pessoal
observação dos sujeitos experimentais, poder-se-á oferecer à psicologia a singularidade no olhar e na
análise dos elementos da consciência, já que a as constatações estarão eminentemente vinculadas à
experiência do sujeito experimental.
• Funcionalismo
Contrapondo-se ao estruturalismo, o funcionalismo não nasceu com o objetivo de ser necessariamente
uma escola da psicologia, mas apenas para apresentar um horizonte distinto sobre a consciência
(SCHULTZ; SCHULTZ, 2009). Todavia, com o passar do tempo, percebeu-se que a consolidação dessa
escola se deu exatamente devido ao contraponto que fazia com o estruturalismo.
 é tido como o precursor do pensamento funcionalista. Contudo, sua figura também é tidaWilliam James
como controvérsia no cenário da psicologia. Há quem defenda que ele foi uma das figuras mais
importantes da psicologia do seu tempo. Entretanto, há quem o acuse de não contribuir com a psicologia
experimental, já que ele tinha notório interesse por outras áreas do conhecimento contrapostas à ciência
da psique, tais como: telepatia, espiritismo, misticismos e outros (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009). Para
Schultz e Schultz (2009, p. 156): "James não fundou a psicologia funcional, mas apresentou de forma
clara e eficaz as suas ideias dentro da atmosfera funcionalista impregnada na psicologia americana.
Dessa forma, influenciou o movimento funcionalista, inspirando as gerações posteriores de psicólogos."
A geração de funcionalistas construiu diversas questões sobre a e, apesar de alguns pontosconsciência
serem distintos entre eles, todos corroboravam com uma investigação da consciência que deveria ser em
torno da dela e da sua relação com o meio. O modo de adaptação do ser humano ao meio foifunção
influenciado pelo Darwinismo (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009). Os funcionalistas se interessavam em saber
responder “ ” e “ ” os homens fazem determinadas coisas (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA,o quê por quê
2008).
•
- -17
Com o passar dos anos, o estudo das funções da consciência foi ganhando espaço nos Estados Unidos e se
consolidando, visto que essa perspectiva possibilitava uma aplicação direta a questões práticas do
 e da adaptação do homem ao meio ambiente.cotidiano
Metodologicamente, os funcionalistas não excluem a auto-observação defendida pelo estruturalismo,
mas sugerem cautela pois, para eles, não há garantia de que a auto-observação tenha sido bem feita.
Quanto à introspecção de Wundt, eles se opõem radicalmente.
• Associacionismo
Associar! Essa é a primeira ideia que vem à cabeça quando lemos ou ouvimos a palavra associacionismo.
E é a isso que essa perspectiva está vinculada: ao estudo de como a constitui aassociação de ideias
aprendizagem.
 é o principal representante dessa escola, isso porque foi o estudioso que cunhou a primeira Thorndike
. Essa teoria consiste na concepção de que as pessoas aprendem associandoteoria da aprendizagem
das ideias mais simples até chegar as mais complexas (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009).
Ainda estudando sobre aprendizagem, primeiramente com animais e depois com humanos, Thorndike
constatou que as respostas que ocorrem após uma ação podem ser facilitadoras do processo. Esse
processo de resposta após uma ação, o psicólogo chamou de (FEIST; FEIST; ROBERTS,lei do efeito
2015).
Sobre a lei do efeito, ele assegurou:
"A lei do efeito tinha duas partes. A primeira afirmava que as respostas a estímulos que são seguidas
imediatamente por um gratificador tendem a ser fortalecidas; a segunda defendia que as respostas a
estímulos que são seguidas imediatamente por um aversivo tendem a ser suprimidas. Thorndike, depois,
retificou a lei do efeito, minimizando a importância dos aversivos. Enquanto as recompensas
(gratificadores) fortalecem a associação entre um estímulo e uma resposta, as punições (aversivos) não
costumam enfraquecer tal associação. Isto é, punir um comportamento apenas inibe aquele
comportamento, não o suprime (FEIST; FEIST; ROBERTS, 2015, p. 308)."
As ideias associacionistas têm uma grande influência na construção do behaviorismo científico, tanto no
metodológico que teve como principal representante Watson, quanto no behaviorismo radical com
Skinner. São esses três expoentes que fundamentam as abordagens comportamentalistas.
•
- -18
3 Matrizes do pensamento psicológico
Como temos visto, a Psicologia foi se constituindo a partir de horizontes distintos. Conforme Figueiredo (2009),
esse campo do saber tem a como característica própria. No entanto, essa dispersão não se configuradispersão
como “um caos absoluto, pois possui uma organização subterrânea” (FIGUEIREDO, 2009, p. 24).
Essa organização se dá através do que Figueiredo (2009) nomeia de . Ou seja, asmatrizes do pensamento
perspectivas distintas teórico e metodologicamente encontram pontos de intersecção que as colocam dentro de
matrizes. Há duas obras de Figueiredo que falam sobre as matrizes do pensamento psicológico.
A obra mais completa é “Matrizes do Pensamento Psicológico”, escrita no ano de 1991 (FIGUEIREDO, 2014).
Nessa obra, o autor discute de forma mais abrangente as diversas matrizes, tais como as enumeradas abaixo.
Nomotética.
Atomicista e mecanicista.
Funcionalista e organicista americana.
Funcionalista e organicista europeia.
Ambientalista e nativista.
Vitalista e naturalista.
Matrizes compreensivas.
Fenomenológicas e existencialistas.
No entanto, ele também subdivide as matrizes anteriormente mencionadas em matrizes cientificistas,
românticas e pós-românticas. Dentro que cada matriz, encontram-se as submatrizes.
- -19
4.1 Matrizes cientificistas
A grande matriz chamada de cientificista é compostapor todas as matrizes que buscam fazer ou atrelar a
psicologia à ciência natural. Segundo Figueiredo (2009, p. 24-25):
Denominam matrizes cientificistas a todas as matrizes a partir das quais a psicologia vem ser
concebida em praticada como ciência natural (de acordo, naturalmente, com os modelos de ciência
natural disponíveis no século XIX); todas pressupõem a crença numa ordem natural e diferem
apenas na forma de considerarem nesta ordem; as psicologias geradas por essas matrizes seriam
construídas como anexos ou segundo os modelos de outras ciências da natureza, como, por exemplo,
a biologia. Como as demais ciências naturais, as psicologias estariam destinadas a fornecer um
conhecimento útil para previsão e controle dos eventos psíquicos e comportamentais.
Nesse rol, encontramos as matrizes: nomotética e quantitificadora; atomicista e mecanicista; funcionalista e
organicista. Cada qual ao seu modo, subsidiam práticas psicológicas com aquelas metodologias de controle,
previsibilidade e imutabilidade. Clique abaixo e conheça detalhes.
Nomotética e
quantificadora
A matriz de caráter indica que o comportamento precisa sernomotético e quantificador
classificado em leis gerais. Nesse sentido, o profissional precisará construir hipóteses,
tecer a dedução e testar (mensurar) a hipótese levantada.
Atomicista e
mecanicista
Para a matriz atomicista e mecanicista, o profissional necessita estabelecer as relações
de causa e efeito. É um olhar unidirecional que busca encontrar os fios determinantes
entre os acontecimentos e propor análises probabilísticas.
Funcionalista
e organicista
Já a matriz funcionalista e organicista,apesar de também buscar compreender as
relações causais, entende a ressonâncias de uma coisa na outra dentro de um horizonte de
interdependência. Além disso, está eminentemente vinculada à noção de adequação do
homem no mundo.
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4.2 Matrizes românticas e pós-românticas
As matrizes românticas e pós-românticas se opõem diretamente à supremacia da matematização enquanto
metodologia de conhecimento. A psicologia, sendo a ciência do comportamento humano, não deveria, portanto,
se atrelar às metodologias das ciências naturais, visto que ,comportamentos são formas de expressão
produtos de uma subjetividade singular que se mostra nas ações (FIGUEIREDO, 2009). Sobre as matrizes
românticas, assinala o autor:
Enquanto as psicologias engendradas por matrizes cientificistas propunham se como conhecimento
apto a previsões e controles e, nesta medida, se obrigavam a explicar os eventos psíquicos e
comportamentais inserindo-os numa ordem natural, as psicologias engendradas a partir de matrizes
românticas tem como meta compreender, ou seja, gerar conhecimentos aptos à apreensão das
formas expressivas. A meta deste conhecimento seria de ampliar a capacidade de comunicação entre
os homens e de cada um consigo mesmo.
As matrizes que compõem esse grande grupo das matrizes românticas são: a ; e a vitalista e naturalista
. Para a primeira, é possível fazer uso da classificação, mas esse não é o princípio fundamental dacompreensiva
psicologia. O fundamental estaria na . Segundo Figueiredo (2014), a bioenergética, criada porlida com a vida
Wilhelm Reich, e que trabalha as emoções do indivíduo em relação com o corpo, têm marcas do vitalismo e
naturalismo. Outra abordagem que poderia ser situada nesse diálogo é a Terapia Gestalt, que busca a experiência
holística do sujeito situada no aqui e agora (FIGUEIREDO, 2014).
Atreladas a matrizes românticas, estariam as matrizes compreensivas. Dentro dessas há: o historicismo
idiográfico, o estruturalismo e a fenomenologia. No entanto, Figueiredo (2014) analisa que as perspectivas
presentes nessa matriz são contraditórias, visto que apenas a perspectiva idiográfica é essencialmente
compreensiva. O estruturalismo tende a um cientificismo, enquanto a fenomenologia é epistemologicamente
antirromântica.
Essa matriz é um tanto contraditória, pois apenas o idiográfico é propriamente compreensivo, o estruturalismo
tende ao cientificismo e a fenomenologia é antirromântica. Mas o que faz com que essas perspectivas distintas
ainda assim estejam juntas? Para Figueiredo (2014, p. 33):
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No entanto, uma coisa as unifica: O que as unifica é visar - mediante os mais diversos procedimentos
- a experiência humana inserida no universo cultural, estruturada e definida por ele, manifesta
simbolicamente. Diante dos fenômenos vitais de natureza expressiva coloca-se a exigência de
compreensão, que se converte em interpretação quando a compreensão imediata bloqueada.
Mas do que se trata cada uma, para além do que as unifica? Quais as distinções? Veja as definições clicando
abaixo.
Historicismo
idiográfico
Para o , o objetivo da psicologia é buscar compreender,historicismo idiográfico
hermeneuticamente, a vivência de um sujeito.
Estruturalismo
Oestruturalismo defende que, para compreender o comportamento, é necessário
investigar a estrutura da consciência.
Fenomenologia
A fenomenologiaassegura que não há uma estrutura prévia que conduza ações, pois para
a epistemologia fenomenológica, a consciência é intencional, ou seja, é sempre
consciência de algo e, portanto, é estabelecida em uma relação.
Assista aí
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/a0fbc042599c6bc4355051fd8c63cbab
No entanto, para Figueiredo (2009), há uma distinção entre as matrizes românticas e pós-românticas. Para ele,
nas matrizes ,pós-românticas
[...] o que observamos é o resgate da grande questão colocada pelas matrizes românticas, a questão
da compreensão, aliado à renúncia à esperança de uma apreensão fácil e imediata do sentido. Para
essas matrizes o sentido dos atos, dos produtos e das obras não coincide com as vivências que lhes
correspondem, supõe-se que por trás dos sentidos haja outros sentidos e por trás destes haja
processos em mecanismos geradores de sentido e que nada disso se dê espontaneamente a nossa
consciência. Seria preciso, portanto, elaborar métodos e técnicas e critérios interpretativos que nos
permitam ir além de uma compreensão ingênua e autocentrada dos outros e de nós mesmos
(FIGUEIREDO, 2009, p. 25).
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Conhecer os pontos de intersecção e distanciamentos das matrizes do pensamento psicológico favorece um olhar
amplo para as epistemologias/teorias que subjazem cada perspectiva de prática. Esse conhecimento é
importante para que se perceba que, apesar da psicologia ser um campo de e , não dádispersão multifacetado
para estabelecer um ecletismo, ou seja, adotar indiscriminadamente vários horizontes teóricos que em alguns
pontos se contradizem, mas também não dá para se fechar no dogmatismo de conceber apenas uma linha teórica
como verdadeira, visto que, ao seu modo, cada uma contribui para a ciência, para a profissão e sobretudo para as
pessoas e os setores que necessitam dos serviços dos profissionais da área (FIGUEIREDO, 2009).
A atuação dar-se-á eticamente a partir da situação profissional que, reconhecendo a sua morada, ou seja, a sua
teoria, os limites e as possibilidades de atuação e intervenção, se abrirá à alteridade da prática, desalojando-se
constantemente e revisitando continuamente seus arcabouços técnicos, teóricos e suas experiências
profissionais e existenciais.
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• estudar sobre as abordagens nomotéticas;
• conhecer a influência metodologia idiográfica nas abordagens mais compreensivas;
• reconhecer as ressonâncias da filosofia na psicologia;
• aprender sobre as primeiras escolas da psicologia;
• compreender os pontos de interseção entre as abordagens, a partir da matriz de cada uma.
Referências
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São Paulo: Saraiva, 2008.
COTRIM, G.; FERNANDES, M. São Paulo: Saraiva, 2016.Fundamentos da filosofia e manual do professor. 
FIEST, J.; FIEST, G. J.; ROBERTS, T. Porto Alegre: AMGH, 2015.Teorias da Personalidade. 
FIGUEIREDO, L. C. M.; SANTI, P. L. R. uma (nova) introdução. São Paulo: Educ, 2006.Psicologia: 
FIGUEIREDO, L. C. M. da epistemologia à ética das práticas e discursos psicológicos.Revisitando as psicologias: 
Petrópolis: Vozes, 2009.
FIGUEIREDO, L. C. M. Petrópolis: Vozes, 2014.Matrizes do pensamento psicológico. 
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GAUER, G. 2007. Disponível em: Desenvolvimento da Psicologia Experimental. http://www.fafich.ufmg.br
. Acesso em: 10 fev. 2018./cogvila/dischistoria/gauer2.pdf
GIL, A. C . São Paulo: Atlas, 2012.. Métodos e técnicas de pesquisa social
HALL, C. S.; LINDZEY, G.; CAMPBELL J. B. São Paulo: Artmed, 2008.Teorias da personalidade. 
HOUAISS, A. . Rio de Janeiro, Objetiva: 2009.Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
LAWN, C. Petrópolis: Vozes, 2006.Compreender Gadamer. 
NASCIMENTO, J. C. H. B. . Perspectivas da pesquisa em contabilidade no Brasil: um ensaio teórico sobre aset al
abordagens ideográficas e nomotéticas. CAP 2017, v. 2018, n. 11, ISSN impressaAccounting and Management, 
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RESENDE-JUNIOR, J. A crítica metodológica das ciências de Wilhelm Windelband. ., v. Problemata: R. Intern. Fil
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SCHULTZ, S. E.; SCHULTZ, D. P. São Paulo: Cengage Learning, 2009.História da psicologia moderna. 
TAVARES, M. Validade Clínica. , v. 8, n. 2, p. 125-136, jul./dez. 2003. Psico-USF
http://www.fafich.ufmg.br/cogvila/dischistoria/gauer2.pdf
http://www.fafich.ufmg.br/cogvila/dischistoria/gauer2.pdf
	Olá!
	1 Abordagens nomotéticas e idiográficas
	Assista aí
	1.1 Abordagens nomotéticas
	Assista aí
	1.2 Abordagens idiográficas
	2 Escolas da psicologia
	2.1 Constituição da psicologia enquanto ciência
	2.2 Primeiras escolas psicológicas
	Estruturalismo
	Funcionalismo
	Associacionismo
	3 Matrizes do pensamento psicológico
	4.1 Matrizes cientificistas
	4.2 Matrizes românticas e pós-românticas
	Assista aí
	é isso Aí!
	Referências

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