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Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO PROBLEMA 1 – INTERMEDIÁRIA: PROTOCOLOS PARA O USO RACIONAL E TROCA DE AGENTES ANTIBACTERIANOS: A terapia antimicrobiana representa um importante avanço para a Medicina, que permitiu o controle de diversos quadros infecciosos anteriormente fatais. No entanto, a maioria dos pacientes atualmente submetidos a esse tratamento não foram submetidos a culturas de isolamento bacteriano, o que pode contribuir para a diminuição da eficácia desses medicamentos. O consumo excessivo de antibióticos pode levar à indução da resistência microbianas a partir da produção de enzimas que degradam suas estruturas microscópicas, como as betalactamases de espectro ampliado, que afetam as penicilinas. Bactérias multirresistentes aumentam o tempo de internação do paciente, além de elevar os custos do tratamento e potencializar a ocorrências de complicações ou desfechos sombrios. A indução de resistência bacteriana é ainda maior em UTIs, seja pelo uso frequente de antibióticos de amplo espectro, pela disposição de pacientes em diferentes estados de gravidade num só local, pelos períodos de internação elevados ou pela realização e manejo constante de procedimentos invasivos. Alguns exemplos que causam grande preocupação em UTIs são Acinetobacter spp. e Pseudomonas aeruginosa. O controle desse fenômeno perpassa por medidas não farmacológicas, como a aplicação de protocolos de higiene das mãos e de precauções contra infecções hospitalares, e de gestão de antibióticos, promovendo a educação continuada da equipe em antibioticoterapia e a restrição do espectro medicamentoso após a apreciação de culturas bacterianas. A racionalização no uso de antibióticos é de importância crucial, não sendo suficiente escolher o melhor medicamento para combater o patógeno, sendo prescrita a avaliação individualizada de cada paciente, para adequação da dose e do fármaco recomendados. Esse cuidado evita falhas terapêuticas e reduz os riscos inerentes à terapia. Pilares da racionalização de medicamentos Principais alvos e efeitos da racionalização do uso de antibióticos As principais estratégias utilizadas nesse processo são: Descalonamento da terapia: representa a administração inicial de medicações de amplo espectro, cobrindo os patógenos mais associados a infecções, com a substituição por compostos específicos assim que a identificação do agente etiológico for concluída. Esse processo também contempla a implementação da monoterapia e a suspensão da antibioticoterapia frente Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO a culturas negativas e melhora do quadro clínico; Rotação de antibióticos: tem como objetivo a redução do desenvolvimento de bactérias resistentes a partir da troca frequente desses medicamentos; Terapia preemptiva: pode ser fornecida a pacientes com risco elevado de infecções oportunistas de forma precoce, principalmente aqueles com contaminação potencial por Candida; Principais pontos de ação dos antibióticos sobre o desenvolvimento da doença Restrição de medicamentos: consiste no controle dos fármacos disponíveis para prescrição hospitalar, sendo a forma mais direta para a diminuição do uso indevido destes. Os efeitos são ainda melhores frente a medicações de amplo espectro; Educação continuada.