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Processo de Enfermagem - Saúde Coletiva

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INTRODUÇÃO
O processo de enfermagem que consiste em cinco etapas interrelacionadas – investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação – é um método, uma forma sistemática e dinâmica de prestar os cuidados de enfermagem. Através deste método, o enfermeiro promove cuidado humanizado, dirigido a resultados e de baixo custo e, ainda, esse é capaz de impulsionar os enfermeiros a continuamente examinarem suas práticas, refletindo sobre formas de fazê-las melhor.
O foco do processo de enfermagem é o indivíduo como um todo e não apenas sua doença, o que possibilita uma abordagem ampla, buscando maximizar a autonomia do indivíduo, considerando suas respostas humanas a um determinado problema, além de facilitar a interação enfermeiro-cliente.
Assim, a aplicação do processo de enfermagem poderá possibilitar uma melhoria na qualidade da assistência, uma vez que o planejamento e a implementação das ações de enfermagem deverão se voltar as reais necessidades desse cliente.
1 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
L. S., 78 anos, sexo feminino, viúva há 18 anos, aposentada, mãe de 4 filhos, reside a 40 anos em Cascavel, atualmente mora no bairro Floresta com a filha casada. Mora na mesma casa, porém com divisória de cômodos, relatando, portanto, que vive com uma renda de um salário mínimo. Possui casa própria, de alvenaria. Faz seleção do lixo, o orgânico é enterrado, o reciclável é recolhido por um catador de papelão uma vez por semana e o restante é recolhido pelo serviço público. A água para consumo geral é da rede pública, porém compra água mineral para beber. O destino do esgoto é fossa por não possuir rede de esgoto. Ninguém da família possui plano de saúde, e em caso de doença procuram a Unidade Básica de Saúde (UBS). O meio de comunicação mais usado é o telefone, sendo a televisão o único meio de lazer e distração. Nunca participou de grupos comunitários por sempre estar muito doente. O meio de transporte mais comum é o carro. Relata que há três anos sente dor constante nos dois joelhos. Há um mês e meio fez cirurgia de prótese de patela em joelho esquerdo, sendo alertada pelo médico da possibilidade de cirurgia no outro joelho. Faz acompanhamento com cardiologista, pois é hipertensa. Relata ter feito cirurgia de apendicite quando tinha 14 anos e de um nódulo cervical aos 23 anos, além de ser acometida por renite alérgica. Alimenta-se muito pouco, “não tem apetite”, gosta de verduras e legumes e esforça-se para ingerir no mínimo 2 litros de água por dia. Refere constipação intestinal, fazendo uso de laxante “Almeida Prado”. Elimina pouca diurese sentindo dor em região pélvica que está sendo investigada. Após a cirurgia fez uso de sonda vesical de demora por 30 dias e relata não dormir bem a noite. 
O retorno com o ortopedista foi marcado na UBS. As vacinas estão em dia. O que mais a incomoda é a impossibilidade de deambular sozinha, ficando acamada.
2 EXAME FÍSICO
PA 140/90 mmHg
FC 75 bpm
R 18 rpm
T 36,8ºC
Peso 93 Kg
Altura 1,68m
Tipo morfológico longilíneo. Cabeça normocefálica, cabelos grisalhos, limpos, sem oleosidades, bem distribuídos, com ausência de alopecia, lesões ou nódulos. Face hipocorada. Olhos com pupilas isocóricas, esclera branca, conjuntiva hipocorada. Acuidade visual amourosa, pálpebras com oclusão completa, sem lesões ou inflamação. Nariz com mucosa rósea, narinas desobstruídas, sem desvio de septo, edemas ou pontos sensíveis ao toque, presença de vibrissas uniformemente distribuídas. Orelhas simétricas, limpas, alinhada aos olhos, sem secreções, lesões e sensibilidade ao toque. Boca com prótese superior e parcial inferior, mucosa íntegra, língua saburrosa, ausência de halitose. Pescoço com ausência de nódulos palpáveis, força e movimentos simétricos dos músculos, simetria na amplitude e ritmo de pulsação. Traquéia reta e posicionada na linha média. Tórax com contração e expansão simétricas, a palpação vibração igualmente intensa nos dois lados do peito. Simetria de todas as estruturas, com ausência de nódulos ou lesões de pele e mamas. Murmúrios vesiculares audíveis em toda a extensão dos dois pulmões. A percussão som claro pulmonar em ambos os pulmões. O processo espinhoso adequadamente alinhado. A ausculta cardíaca, bulha 1 e 2 audíveis em foco aórtico, pulmonar e tricúspide. Abdômen com ruídos hidroaéreos em todos os quadrantes (QID, QSD, QSE e QIE), sons timpânicos a percussão em QID, QSD e QSE, som maciço em QIE. Presença de sensibilidade dolorosa ao toque em região inguinal direita, supra-púbica e inguinal esquerda, ausência de massas ou nódulos palpáveis. MMSS com mãos trêmulas, quentes bilateralmente, unhas lisas, arredondadas e com leitos brancos, articulações macias e livremente móveis, flacidez de pele e cor uniforme sem edemas. MMII com ausência de nódulos em virilhas, edemaciados, pele amarronzada, desidratada, com presença de cicatriz de erisipela em MID. Na região do joelho E cicatriz de cirurgia de prótese de patela. Ao toque sensibilidade dolorosa e presença de varizes em região poplítea. Perda parcial da atividade motora, perfusão sanguínea preservada.
3 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
	DIAGNÓSTICO
	FAOSE
	Nutrição alterada devido à condição pós-operatória e idade
	FAOSE
	Regulação vascular prejudicada 
	FAOSE
	Exercício e atividade física prejudicada devido à prótese de joelho
	AO
	Interação social prejudicada devido à cirurgia
	FAO
	Liberdade prejudicada devido à dificuldade de deambulação
	AOS
	Lazer prejudicado devido à cirurgia recente
	FAOS
	Auto-estima prejudicada devido à idade e condição clínica
	AOE
	Integridade cutânea prejudicada devido à incisão cirurgica
	FAOS
	Mecânica corporal prejudicada devido à prótese de joelho
	FAOS
	Mobilidade física alterada devido à prótese de joelho
	FAOS
	Sono e repouso alterado devido à idade e condição clínica
	ASE
	Segurança prejudicada devido à dificuldade de deambulação
	OS
	Regulação térmica alterada devido à idade
	FOS
	Eliminação alterada devido à dificuldade de deambulação e má alimentação
	OS
	Risco de infecção presente devido à cirurgia recente
	FOS
	Integridade tissular prejudicada devido à incisão cirurgica
	OSE
	Déficit no auto-cuidado para alimentação devido a dificuldade de deambulação e idade
	OS
	Déficit no auto-cuidado para higiene íntima devido à dificuldade de deambulação
	AOS
	Risco de trauma devido a dificuldade de deambulação e idade
	FAOS
	Risco de queda devido a dificuldade de deambulação e idade
	AOS
4 PLANO GLOBAL
· Proporcionar lazer;
· Melhorar o quadro nutricional;
· Proporcionar condições para melhor perfusão tissular;
· Adesão ao auto-cuidado;
· Melhorar a auto-estima;
· Motivar ingesta de líquidos constantes;
· Proporcionar condições de bem estar psicológico;
· Orientar sobre medicações prescritas;
· Atentar-se para a hipertensão, depressão e desanimo;
· Envolver familiar nos cuidados;
· Melhorar a hidratação cutânea;
· Proporcionar alívio da dor;
· Orientar retorno ao médico;
· Melhorar condições alérgicas.
5 PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM 
5.1 AO CUIDADOR
	1. Ofertar higiene oral 3x ao dia
	M T N
	2. Ofertar higiene corporal 1x ao dia
	N
	3. Manter ambiente limpo e arejado ausente de tapetes, cortinas e cobertores elérgicos
	Atenção
	4. Manter lençóis limpos
	Atenção
	5. Encaminhar e incentivar banho de sol 2x ao dia
	M T
	6. Realizar hidratação da pele com óleo de girassol 2x ao dia
	M T
	7. Marcar retorno com ortopedista conforme orientação
	Atenção
	8. Seguir orientações do fisioterapeuta
	Atenção
	9. Manter membros elevados quando deitada
	Atenção
	10. Envolver a paciente com atividades de distração e relaxamento
	Atenção
	11. Envolve-la em conversas a fim de que possa expressar seus medos e receios
	Atenção
	12. Manter medicação organizada a fim de facilitar o acesso e evitar erros
	Atenção
	13. Mediante qualquer alteração comunicar UBS
	Atenção
	14. Ofertar dieta conforme aceitação
	Atenção
	15. Realizar conforto no leito com uso de travesseiros entre os MMII
	Atenção
5.2 AO ENFERMEIRO
	1. Realizar
visita domiciliar 1x ao mês
	Atenção
	2. Entender a dinâmica da família
	Atenção
	3. Orientar sobre a patologia e o tratamento
	Atenção
	4. Orientar quanto à importância do acompanhamento médico e fisioterapêutico no pós-operatório 
	Atenção
	5. Interagir com a família e realizar exame físico em cada visita
	Atenção
	6. Orientar quanto à importância do banho de sol e a deambulação
	Atenção
	7. Orientar quanto à ingesta hídrica
	Atenção
	8. Orientar quanto à importância de uma dieta balanceada e com horários definidos
	Atenção
	9. Certificar-se que a medicação está sendo administrada corretamente
	Atenção
	10. Orientar familiares a observar possíveis sinais e sintomas de depressão
	Atenção
	11. Orientar sobre a importância de incluir o paciente nas conversas
	Atenção
	12. Incluir paciente no grupo de hipertensos
	Atenção
	13. Promover empatia com a paciente
	Atenção
	14. Apoiar a família na resolução de problemas
	Atenção
	15. Ouvir e orientar nas possíveis dúvidas sobre a patologia
	Atenção
	16. Buscar alternativas junto à família para melhorar a qualidade de vida da paciente
	Atenção
	17. Orientar sobre benefícios e complicações medicamentosas
	Atenção
	18. Realizar evolução no prontuário
	Atenção
	19. Conversar com a paciente olhando e tocando, estimulando a interação do mesmo
	Atenção
5.3 AO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
	1. Realizar visita domiciliar a cada 15 dias 
	Atenção
	2. Observar os cuidados prestados pelos familiares a paciente
	Atenção
	3. Observar condições de higiene pessoal
	Atenção
	4. Atentar-se para as necessidades da paciente e da família 
	Atenção
	5. Comunicar ao enfermeiro as alterações do paciente
	Atenção
	6. Relatar as observações para a equipe da UBS
	Atenção
	7. Ser fonte de informação entre UBS e família
	Atenção
5.4 AO TÉCNICO DE ENFERMAGEM
	1. Verificar SSVV quando necessário
	Atenção
	2. Orientar sobre vacinas e administrar S/N
	Atenção
	3. Orientar quanto a hidratação da pele
	Atenção
	4. Organizar e entregar medicação C.P.M.
	Atenção
	5. Relatar as observações ao enfermeiro
	Atenção
	6. Observar o ambiente familiar
	Atenção
	7. Atentar-se para a observância das orientações médicas
	Atenção
	8. Orientar sobre postura e posições corretas no leito e sentada
	Atenção
	9. Ouvir atentamente as queixas e insatisfações
	Atenção
6 EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM
Consciente, comunicativa, deambulando com auxilio dos familiares, com expressão de dor em joelho D e melhora da dor em joelho E no pós-cirúrgico. Referiu constipação e pouca eliminação de diurese. MMII edemasiados e ao toque sensibilidade a dor. PA permanece estável nos três dias em 140/90 mmHg. Apresenta boa cicatrização cirúrgica, com ausência de sinais sugestivos de infecção. No 3º dia relatou ter deambulado sozinha, referindo dor cervical E com irradiação para região infraescapular E. Melhorou ingesta de líquido e dieta com fibras conforme orientação do 1º dia, resultando na presença de evacuação e diurese em maior volume no 3º dia. A visita domiciliar foi realizada nos dias 25, 26 e 28/08 no período vespertino.
7 PROGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Apresenta prognóstico bom, com evolução pós-cirurgica satisfatória, mantendo PA dentro da normalidade e com independência no auto-cuidado. Não demonstrou resistência na seqüência do tratamento pós-cirurgico possibilitando melhoras nas condições físicas da paciente. 
CONCLUSÃO
A implantação do processo de enfermagem se dá através de uma confiança mútua entre profissional, paciente e família a fim de possibilitar o auxilio dos entes próximos ao paciente na resolução dos problemas encontrados pelo profissional e que foram prescritos cuidados. Toda a equipe da UBS é encarregada de prestar suporte a este paciente visando à recuperação do auto-cuidado e posterior melhora. A atenção básica é de extrema importância. pois é a porta de entrada do paciente ao cuidado e sendo ele prestado com qualidade pode resultar em diminuição da hospitalização e melhoria na saúde geral da população.
A implantação do processo de enfermagem tem papel fundamental pois indica o caminho que todas as pessoas envolvidas no cuidado devem ter, baseado nas experiências e referencial teórico do profissional enfermeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUNNER E SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. vol 1. Rio de Janeiro: Koogan, 2005.
DEF. Dicionário de Especialidades Farmacêuticas. Produção: IBM: Jornal Brasileiro de Medicina, 2002/2003. 
GALLO, Bárbara et al. Cuidados Críticos de Enfermagem. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 
HORTA, Wanda de Aguiar. Processo de Enfermagem. Ed. E.P.V. São Paulo: EDUSP, 1979.
MIRANDA, S. A Enfermagem na Gestão em Atenção Primária à Saúde. São Paulo: Ed. Manole, 2006
ANEXO I – PATOLOGIA
O joelho, para a medicina, é a junção do fêmur (osso da coxa) com a tíbia (osso da perna). Também faz parte da articulação a patela (rótula), que se move de encontro ao fêmur quando o joelho se estica ou se dobra. Em uma situação normal, as extremidades do fêmur e da tíbia, assim como a patela, são recobertas por uma camada de cartilagem, que é uma substância branca com aproximadamente 3 milímetros de espessura. Esta cartilagem não tem nervos e portanto não transmite nenhum sinal de dor ao cérebro. Uma radiografia do joelho normalmente mostra um espaço entre o final do fêmur e a tíbia porque a cartilagem é transparente aos raios-X.
Existe uma série de condições que causam doenças na articulação do joelho. Em quase todos os casos a cartilagem articular está afetada e muitas vezes ausente. Nesta situação osso do fêmur começa a raspar no osso da tíbia, em vez de estar separado pela cartilagem articular. Esse contato de osso com osso produz dor. Na radiografia vamos notar que o fêmur está encostado na tíbia. À medida que a doença se agrava, os movimentos podem tornar-se mais limitados, com dificuldade para esticar ou dobrar completamente o joelho.
Existe um aparelho chamado artroscópio, que pode ser introduzido no joelho para permitir ao médico ver as estruturas internas do joelho. Havendo uma lesão de menisco, é possível retirar as partes soltas através de cirurgia artroscópica, sem necessidade de grandes cortes no joelho. Há, hoje, diversos ortopedistas que são especializados neste tipo de operação. A artroscopia pode ser usada também em outros problemas do joelho. Entretanto, quando a cartilagem articular está gasta, a artroscopia dificilmente será de alguma valia para o problema. Muitas vezes será necessária uma artroplastia, isto é, uma cirurgia em que sejam substituídas as superfícies da articulação do joelho, para solucionar o problema.
A dor provocada pelo desgaste da cartilagem pode ser sentida na frente, atrás, ou nos lados de dentro ou de fora da articulação. Contudo, nem todas as dores no joelho vêm da articulação propriamente dita. Dores provenientes do quadril freqüentemente correm pela coxa até o joelho. Às vezes a dor é tão intensa no joelho, em casos de doenças do quadril, que pode levar o paciente, e por vezes o médico, a achar que o problema está no joelho, quando na verdade o quadril é que deverá ser tratado.
Em 1962 o cirurgião ortopedista John Charnley, trabalhando ao lado de engenheiros na Inglaterra, desenvolveu a moderna artroplastia total do quadril. Esta operação teve resultados entusiasmadores, e outros cirurgiões rapidamente passaram a trabalhar em artroplastias do joelho, também. As primeiras próteses utilizadas tiveram fraco desempenho quando comparadas aos modelos de quadril disponíveis naquela época. Contudo, ao final da década de 70, os cirurgiões aprenderam como melhorar seus resultados através de aprimoramentos tanto na técnica operatória quanto no desenho dos implantes (próteses). Atualmente a artroplastia do joelho é ao menos tão boa quanto a do quadril. O maior problema com estas duas cirurgias é sua durabilidade a longo prazo, mas provavelmente as artroplastias de joelho devem durar mais que as de quadril.
Se é decidida
a operação, certas medidas deverão ser tomadas. Já que a artroplastia total do joelho é uma cirurgia de grande porte, é indicada uma avaliação clínica completa. É preferível que o médico que fará essa avaliação possa acompanhar o paciente antes e depois da cirurgia, para tratar qualquer eventual complicação. Esses exames mostrarão como estão as condições do coração, pulmões, rins, e outros órgãos, e se há necessidade de qualquer tratamento prévio à operação.
Durante sua permanência no hospital será necessário o acompanhamento de um fisioterapeuta que tenha experiência neste tipo de operação. Geralmente a orientação dos exercícios é dada antes da cirurgia, para que o paciente possa aprendê-los em uma situação mais confortável que no período pós-operatório imediato. Também‚ o paciente é instruído no uso de suportes para a marcha, isto é, muletas ou bengalas com apoio nos cotovelos (canadenses). Elas serão usadas por cerca de 6 semanas após a operação para proteger a prótese de joelho.
Durante a operação é colocado um dreno no joelho, para evitar que se acumule sangue no local, o que pode favorecer a instalação de infecção. Este dreno é retirado geralmente no segundo dia depois da operação e, se as condições gerais permitirem, o paciente ‚ colocado em pé e é auxiliado para começar a andar. Também se iniciam exercícios para movimentar o joelho, e ‚ muito importante que o paciente entenda a importância desses exercícios e colabore com o fisioterapeuta. A artroplastia do joelho ‚ desconfortável nos primeiros dias, e seria ótimo se pudéssemos deixar o joelho parado até‚ que a dor da operação tivesse desaparecido. Entretanto, se fizermos isso, o joelho fica mais duro a cada dia e, se as cicatrizes da cirurgia ficarem firmes nessa posição, o joelho não se dobra mais. Portanto, somos forçados a fazer os exercícios com o joelho ainda em processo de cicatrização.
Alguns pacientes tem dificuldade para urinar logo após a operação e às vezes é preciso passar uma sonda para aliviar a bexiga. Tentamos evitar colocar essas sondas, porque podem causar infecção urina. Todos os pacientes recebem antibióticos desde a operação até 2 dias depois.
Exames de sangue são feitos para controle após a operação e eventualmente pode ser necessária transfusão sangüínea.
A maioria dos pacientes a partir do terceiro dia da operação está usando poucos remédios para dor e sentindo-se muito bem. No momento da alta normalmente já conseguem sair sozinhos da cama, apanhar as muletas e dar um pequeno passeio. O tempo de permanência no hospital é em média 10 dias, ou 1 semana de pós-operatório. Os pontos de sutura são retirados entre 10 e 15 dias após a cirurgia.
Após a alta, o paciente deve retornar para nova consulta após 6 a 8 semanas. Nesta ocasião deverá começar a poder andar sem as muletas ou bengalas canadenses. A cada consulta ser necessário uma radiografia do joelho operado, para verificar como a prótese está se portando. Outra consulta será feita com 6 meses de pós-operatório, então com 1 ano e depois anualmente. A nossa impressão é que o controle anual da cirurgia é indispensável para acompanhar o resultado da artroplastia, assim como para o paciente saber como está indo seu joelho.
Após 4 meses da cirurgia os pacientes estão com 90% de sua recuperação concluída, e geralmente ainda há melhora durante o primeiro ou segundo ano após a operação.
A artroplastia de joelho, na verdade, é uma operação em que é feita a cobertura apenas das superfícies ósseas danificadas do fêmur, tíbia e patela. A cartilagem articular danificada é substituída por peças de metal e plástico (próteses). A extremidade do fêmur ‚ coberta com uma prótese de metal e as da tíbia e da patela com plástico. As próteses são habitualmente fixadas ao osso através de um cimento plástico especial, chamado metilmetacrilato. Este vem em forma de um pó e um líquido, que são misturados e em alguns minutos adquirem uma consistência pastosa. Essa pasta é então pressionada contra o osso e a prótese ‚ pressionada contra o cimento. Em cerca de dez minutos o cimento adquire uma consistência pétrea.
Após a colocação da prótese, o metal que cobre o fêmur fica em contato com o plástico que cobre a tíbia, permitindo os movimentos do joelho sem que haja contato de osso contra osso, o que traz alívio da dor. O plástico de que são feitas as próteses da tíbia e da patela é chamado polietileno de densidade ultra alta, e apresenta um desgaste muito pequeno ao longo do tempo em contato com o metal muito polido da prótese femoral. As artroplastias de quadril também utilizam esses materiais. Quando bem realizadas, tais operações tem sucesso em seu resultado em torno de 90 a 95%.
A maior complicação a longo prazo com a artroplastia total do joelho é a soltura da prótese. O cimento pode desprender-se do osso. A prótese então começa a mover-se lentamente. Esse movimento causa irritação e começa a haver uma dor no local, semelhante àquela que existia antes da operação. Pode haver ainda, devido ao movimento, desgaste de uma porção do osso. Se a dor ou a perda óssea se tornarem mais acentuadas, pode ser necessária uma segunda operação. Por causa desse problema de soltura, muitos cirurgiões estão empenhados em desenvolver operações que sejam cada vez mais duráveis e que ao mesmo tempo dêem o mesmo alívio da dor. Uma das tentativas é de fazer a operação sem usar o cimento, e para tanto algumas próteses têm um desenho especial para que o osso se prenda diretamente a elas. Os resultados a curto prazo são aproximadamente os mesmos, e os resultados a longo prazo dessas próteses sem cimento no joelho são desconhecidos. Certos fatores como idade, osteoporose (osso enfraquecido) ou se há grande deformidade no joelho irão determinar o tipo de prótese mais adequado para cada paciente.
Problemas de cicatrização podem ocorrer na artroplastia do joelho. A pele que cobre o joelho às vezes não cicatriza e algumas partes da pele podem morrer. Esta é uma complicação relativamente séria, mas ocorre em uma percentagem muito baixa dos casos, e todas as precauções são tomadas para evitar que isso aconteça.
Em operações complicadas, pode haver alteração dos nervos da perna. Quando isso ocorre (menos de 1 por cento dos casos), geralmente o nervo comprometido ‚ aquele que movimenta a ponta do pé para cima. Na maioria dos casos existe recuperação expontânea após alguns meses.
Aproximadamente em 1 por cento dos casos pode haver complicações com a patela, que não fica com os movimentos normais. Podem ocorrer estalidos no local e às vezes é necessária uma nova cirurgia para corrigir o problema.
Uma possibilidade remota de complicação é a lesão dos vasos sangüíneos que passam pelo joelho. Geralmente é possível a repararão da lesão. A chance que isto ocorra é de uma em várias centenas de casos.
A complicação clínica mais freqüente é a formação de coágulos nas veias da perna. Desde que esses coágulos fiquem em seu lugar, não há grandes problemas. Ocasionalmente eles podem mover-se pela circulação até os pulmões e causar preocupações maiores.
A possibilidade de risco de vida é de uma em várias centenas de operações. Algumas medidas são tomadas para evitar os coágulos, como iniciar exercícios logo após a operação e usar meias para varizes por algum tempo. Por vezes é necessária a administração de alguns medicamentos para prevenir essas complicações.
Outras complicações ainda menos freqüentes podem ocorrer, mas o paciente deve ter em mente que a possibilidade de ter qualquer problema mais sério é muito pequena. Uma cirurgia de grande porte como uma artroplastia sempre envolve riscos. Contudo, há riscos em tudo que fazemos na vida. A equipe médica que tratar seu caso fará tudo ao seu alcance para reduzir ao mínimo os riscos. Deve-se ter em mente que quanto piores os sintomas, mais razoável ‚ correr algum risco envolvido na artroplastia total do joelho.
ANEXO II – MEDICAMENTOS PRESCRITOS PARA O TRATAMENTO CLÍNICO DA PACIENTE
1 DIGOXINA 0,25 mg (1 comprimido VO/dia – manhã)
Anti-arritimico e cardiotônico, em pacientes com
ICC, taquicardia e fibrilação. 
Cuidados de Enfermagem: 
1. Orientar uso conforme indicação médica.
2. Observar sinais de bradicardia antes da medicação, sendo relevante comunicar médico.
3. Estimular uso de alimentos rico em potássio.
4. Alertar sobre sintomas como: cefaléia, sincope, visão turva.
5. Devido sintomas supracitados evitar dirigir ou exercer atividades que exigem atenção.
2 DIPIRONA - (40 gts - VO S/N) 
Analgésico e antipirético, no combate à febre e dor.
Cuidados de enfermagem:
1. Verificar temperatura antes da administração de dipirona, administrar somente S/N.
2. Após 40 minutos verificar temperatura novamente.
3. Comunicar o médico caso a febre persistir dentro de 4 horas.
4. Realizar a contagem correta das gotas pois a alta dosagem pode causar hipotermia. 
3 RANITIDINA (1 cápsula VO – quando pirose)
Inibe secreção basal ou estimulada do suco gástrico através da redução do volume da secreção e de seu conteúdo em ácido e pepsina. Tratamento da úlcera gastroduodenal, esofagite e refluxo.
Cuidados de Enfermagem:
1. Em casos de gravidez ou amamentação o médico deve ser comunicado.
2. Informar a possível ocorrência de alopécia quando em tratamento prolongado.
3. Pode causar sonolência e tontura, portanto evite dirigir ou realizar atividades que exigem atenção.
4. Evitar tabagismo, cafeína, álcool e uso concomitante de ácido acetilsalicílico sem conhecimento médico.
4. DIAFLUX – RETARD 20mg (1x/dia pela manhã)
O mais potente antagonista do cálcio. Ocorre vasodilatação da rede coronariana com maior oferta de oxigênio ao miocárdio, diminui a PA, aumenta o débito cardíaco e ligeiro aumento da freqüência cardíaca.
Cuidados de enfermagem:
1. Recomendar que pode ser administrado com betabloqueadores.
2. Não usar durante gestação sem conhecimento médico.
3. Orientar hidratação adequada durante terapia.
4. Orientar evitar dirigir ou realizar atividades que exigem concentração, pois causa tontura.
5. Monitorar a PA, o ritmo e o débito cardíaco antes e após administração.
6. Avaliar edema pulmonar, alterações no ECG e palpitações.
5 METRONIDAZOL 100 mg (1x/dia)
Bactericida, tricomonicida, tratamento de infecções anaeróbicas, Helicobacter pylori.
Cuidados de enfermagem:
1. Administrar C.P.M., não interromper o tratamento.
2. Orientar não usar no 1º trimestre de gestação.
3. Evitar consumo de álcool durante terapia e 48 horas após seu término, e uso concomitante de qualquer outro tipo de drogas.
4. Avaliar resultados da cultura e antibiograma.
6 DIAZEPAN 10 mg (1 comprimido a noite)
Ansiolítico, sedativo, anticonvulsivante. Atua como depressor do SNC, facilitando a ação inibitória dos neurotransmissores.
Cuidados de enfermagem:
1. Orientar o uso C.P.M.
2. Orientar o não uso na gestação.
3. Evitar tabagismo, álcool e outras drogas que deprimem o SNC.
4. Durante e após medicação monitorar SSVV a cada 15 minutos.
5. Orientar repouso durante 3 horas quando administrado no ambulatório.
6. Monitorar nas terapias prolongadas funções renais, hepáticas e hematopoiéticas.
7 DICLOFENACO SÓDICO 50 mg (1 cápsula VO se dor)
Inibe a síntese de prostaglandina, ação anti-reumática, anti-inflamatória e anti-dismenorreica.
Cuidados de enfermagem:
1. Avaliar a dor, na artrite,antes e periodicamente durante terapia.
2. Orientar a administração com 1 copo de água, e permanecer em pé, durante 15 a 30 minutos após.
3. Orientar uso durante e após refeições ou com um anti-ácido contendo alumínio ou magnésio para minimizar irritação gástrica.
4. Evitar álcool e uso concomitante de ácido acetilsalicílico, paracetamol ou outros AINEs.
8 CAPTOPRIL 25 mg (1x ao dis pela manhã)
Insuficiência cardíaca, inibidores da eca. Age na conversão da angiotensina II.
Cuidados de enfermagem:
1. Tomar C.P.M., não interromper o tratamento.
2. Monitorar PA regularmente, antes e após.
3. Evitar levantar da cama bruscamente pela cefaléia e hipotenção postural.
4. Evitar dirigir ou realizar atividades que exigem atenção.
5. Evitar uso de outro anti-hipertensivo concomitantemente.
9 AAS (2 comprimidos VO no almoço)
Analgésico, anti-agregante plaquetário, anti-inflamatório, anti-térmico, anti-reumático.
Cuidados de enfermagem:
1. Evitar o uso durante a gestação.
2. Administrar conforme recomendação do médico.
3. Usar com cautela nos casos de disfunção renal, hipoprotombinemia, deficiência de vitamina K e em asmáticos.
4. Orientar suspensão de 5 a 7 dias antes de cirurgia.
5. Orientar durante terapia o uso de barbeador elétrico, escova dental macia, evitar esportes e quedas para prevenir sangramentos.
6. Durante terapia monitorar hematócrito, hemoglobina, TP, função renal, sinais de petéquias e sangramento de gengivas.
7. Não utilizar em casos de suspeita de dengue.

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