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Sangramentos na Segunda Metade da Gestação LARA BIANCA CARDOSO PEREIRA- TURMA XVI MED UEMA PLACENTA PRÉVIA É a implantação da placenta no segmento inferior do útero após 28 semanas. • Por que 28 semanas? A migração placentária ocorre até a 28º semana. O trofoblasto se implanta no miométrio e cresce para regiões de maior oxigenação (como corpo uterino e fundo uterino- da região inferior para superior do útero) • Não se pode dar o diagnóstico antes da 28 semana, pois a placenta pode crescer ainda e adquirir uma posição normal CLASSIFICAÇÃO Marginal: tangencia orifício interno uterino Parcial: recobre orifício interno parcialmente Total: todo orifício interno está recoberto FATORES DE RISCO Cesariana anterior: região de corte irá virar uma área de fibrose, sem oxigenação, e a placenta, ao crescer, vai procurar outros lugares para crescer (ocorre isso em diversas outras situações que agridam o útero) Cirurgias uterinas Curetagem uterina de repetição Multiparidade Idade > 35 anos Endometrite Grande volume placentário Gestação gemelar QUADRO CLÍNICO Sangramento vermelho vivo, autolimitado Indolor Sangramento recorrente Sem sofrimento fetal Sem hipovolemia da mãe EXAME FISICO Não realizar o toque vaginal (pode descolar a placenta!!! Exame especular (ver origem do sangramento) ex: laceração da parede vaginal DIAGNÓSTICO USG (preferencialmente pela USG transvaginal) CONDUTA Paciente com hemorragia importante (descompensação materna e/ou fetal): não clássico na PP o Parto Gestante estável: termo (>37 semanas) o Parto (prematuridade não é risco) Gestante estável: pretermo o Expectante (esperar ficar termo) Via de parto: Placenta total ou parcial: cesariana Marginal: vaginal * (observar sangramento) *amniotomia: diminui sangramento da placenta previa COMPLICAÇÕES Parto prematuro Atonia uterina pós-parto Apresentações anômalas Infecção puerperal Distócia de parto Acretismo placentário ACRETISMO PLACENTÁRIO É a aderência anormalmente firme da placenta ao útero. Isso geral dificuldade de extração da placenta (pode ter sangramento) e invasão de estruturas adjacentes (reto e vagina). É a principal causa de histerectomia. CLASSIFICAÇÃO Acreta: ate a camada esponjosa do endométrio Increta: até o miométrio Percreta: perfura a serosa (pode chegar nos outros órgãos) FATORES DE RISCO Placenta prévia (principal) o Placenta localizada no segmento inferior uterino não faz adesão correta da placenta Cesariana anterior (placenta presa) QUADRO CLÍNICO Hemorragia Dificuldade no descolamento placentário Sem sintomas durante da gestação DIAGNÓSTICO US no pré-natal Dopplerfluxometria Ressonância CONDUTA Diagnóstico no pré-natal o Orientação o Cesariana eletiva o Reserva de sangue (evitar choque) o Cuidado diferenciado pós-operatório Durante a cirurgia: placenta acreta o Extração manual da placenta ou histerectomia Durante a cirurgia: increta ou percreta o histerectomia DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA (DPP) É a separação prematura da placenta normoinserida com mais de 20 semanas e antes do feto. Pode ser uma emergência obstétrica. Ocorre em 1-2% das gestações Grande incidência de complicações materno-fetais CLASSIFICAÇÃO Grau 0: assintomático o Diagnostico histopatológico Grau I: sintomas leves o Sem hipertonia uterina nem sofrimento fetal o Pouco sangramento Grau II: intermediário (clássico!) o Sangramento, dor abdominal e hipertonia uterina o Sinais de sofrimento fetal Grau II: grave o Óbito fetal o Hipotensão materna o IIIa: sem coagulopatia o IIIb: com coagulopatia FATORES DE RISCO Hipertensão arterial (principal) o É importante, mas não é definidor, pois a paciente pode ter choque hipovolêmico Trauma abdominal Idade > 35 anos Retração uterina intensa (polidramnia/ gemelaridade) Tabagismo/ cocaína (necrose placentária) FISIOPATOLOGIA Hemorragia decidual (lesão de vasos que não aguentam a pressão sanguínea e começam a sangrar) que resulta em hematoma retroplacentário. O hematoma começa a invadir o miométrio, iniciando uma irritação importante, resultando em hipertonia uterina (contrações- tônus uterino aumentado). (cenário pré-parto) No período pós parto, tem-se hipotonia uterina- típico útero de couvelaire. Sufusões hemorrágicas com hematomas Há também consumo de fatores de coagulação (diminui na periferia) e entrada de tromboplastina (ativa cascata de coagulação na periferia) = coagulação intravascular disseminada QUADRO CLÍNICO Sangramento vermelho escuro súbito (de coágulo) (80%) o O sangramento pode ficar oculto Dor abdominal Hipertonia uterina (útero “duro”) Hipertensão arterial Sofrimento e até óbito fetal (alimentação e respiração do bebe ficam prejudicadas) OUTROS: hemoâmnio, hemorragia oculta e CIVD. o Quando há hemorragia e o sangue fica contido (paciente não tem sangramento vaginal) e o hematoma pode entrar no líquido amniótico DIAGNÓSTICO Clinico US só deve ser feita para casos duvidosos de placenta prévia x DPP o Vê onde está a placenta, pois não da para ver hematoma, pois o sangue é “novo” e tem a mesma ecotextura da placenta Exames complementares o Hemograma o Tipagem sanguínea o Coagulograma o Exames de rotina para doença hipertensiva CONDUTA Sempre parto! Via de parto o Feto vivo: cesariana o Feto morto: vaginal o Feto vivo e parto iminente: vaginal (raro) o Feto morto e parto não iminente: cesariana Pode aumentar o risco de CIVD quando tiver conduta errada, adiamento do trabalho de parto... OBS: se optou pelo parto vaginal, deve-se: o Amniotomia: reduz compressão da cava inferior, dificulta a ampliação do descolamento, melhora hipertonia, coordena contrações, identifica hemoâmnion, diminui pressão intrauterina, diminui risco de coagulopatias, induz/acelera trabalho de parto COMPLICAÇÕES Perda de sangue causa instabilidade hemodinâmica: choque hipovolêmico CIVD: Tromboplastina para circulação materna o Avaliação pratica de coagulopatia: colher 8 mL de sangue da paciente > colocar em tubo de ensaio >> colocar a 37º C (segurar tubo com a mão fechada- não balançar tubo)> se o sangue coagula em 10 min e permanece firme por mais 15 min >> afasta coagulopatia Insuficiência renal aguda Necrose hipofisária com amenorreia (síndrome de Sheehen) Coagulação intravascular disseminada Útero de couvelaire (atonia/hipotonia uterina) o Massagem + cito (se não deu certo: misoprostol) o Sutura b-lynch o Ligadura de a. hipogástrica/ uterina o Histerectomia (subtotal) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL OUTROS SANGRAMENTOS MENOS COMUNS... ROTURA UTERINA É o rompimento total ou parcial do miométrio, ocasionando o contato da cavidade abdominal com a cavidade miometrial. (bebê nada nas alças intestinais) FATORES DE RISCO Cirurgia uterina prévia Trauma abdominal Parto obstruído não identificado Ocitocina/ prostaglandina (parto induzido) o Não induzir trabalho de parto em pacientes com cirurgia uterina previa Manobra de kristeller Malformação congênita QUADRO CLÍNICO Dor aguda intensa Parada súbita da contratilidade Sangramento vaginal Subida da apresentação Pode ocorrer também choque materno, bradicardia, óbito fetal e sinal de Clark (ar na cavidade endometrial) Sinais de iminência de rotura uterina Sinal ou anel de Bandl: útero com formato de ampulheta Sinal de Frommel: palpação do ligamento redondo (útero fica para frente) CONDUTA Cesarianas Uterolíticos (tentar diminuir as contraçõesuterinas) Se a rotura for consumada, deve-se fazer rafia ou histerectomia (ideal) ROTURA DE VASA PRÉVIA É o trauma de vasos prévios, geralmente inseridos de forma anômala na placenta. Esses vasos são fáceis de serem rompidos, ocorrendo sangramento fetal (vasos do bebê). OBS: tudo que é prévio na obstetrícia está entre o colo uterino/ orifício interno e a apresentação. Fator de risco: inserção velamentosa do cordão QUADRO CLÍNICO Sangramento vivo após amniorrexe Sofrimento fetal CONDUTA Cesariana (eletiva ou urgência) ROTURA DE SEIO MARGINAL É o trauma da periferia do espaço interviloso. OBS: espaço interviloso é a região onde o sangue materno banha a placentra para troca de nutrientes e oxigênio. QUADRO CLÍNICO Sangramento indolor vermelho vivo BCF normal Tônus do útero normal Placenta normoinserida CONDUTA Monitorização fetal Acompanhamento do trabalho de parto
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