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Controle De Constitucionalidade 1. Teoria da nulidade: regra geral SISTEMA AUSTRÍACO (KELSEN) SISTEMA EUA (MARSHALL) . A decisão tem eficácia constitutiva . A decisão tem eficácia declaratória, de uma situação preexistente. . Via de regra, o vício de inconstitucionalidade é aferido no plano da eficácia da lei. . Via de regra, o vício de inconstitucionalidade é aferido no plano da validade. . Via de regra, a decisão que reconhece a inconstitucionalidade da lei, produz efeitos ex-nunc (não retroagem). . Via de regra, a decisão que declara a inconstitucionalidade da lei, produz efeitos ex-tunc (retroagem). . A lei inconstitucional é um ato anulável (a anulabilidade pode aparecer em vários graus). . A lei inconstitucional é um ato nulo (null and void), ineficaz (nulidade ab origine), írrito (inválid0) e, portanto, desprovido de força vinculativa. . Trata-se de uma lei provisoriamente válida, produzindo efeitos até o momento de sua anulação. . Invalidação ab initio dos atos praticados com base nessa lei inconstitucional, atingindo-a no berço. . O reconhecimento da ineficácia da lei, produz efeitos a partir da decisão ou para o futuro (ex nunc), sendo erga omnes, preservando-se assim, os efeitos produzidos até então, por aquela lei. . A lei, por ter nascido inconstitucional (natimorta), nunca chegou a produzir efeitos, ou seja, apesar de existir, não entrou no plano da eficácia. *** DOUTRINA MAJORITÁRIA BRASILEIRA: adotou o modelo norte-americano para a caracterização da Teoria da Nulidade, ao declarar uma lei inconstitucional, afetando a plano da sua validade. É um ato declaratório, que reconhece uma questão passada do ano normativo (seu nascimento). Uma vez declarada inconstitucional, uma lei deve ser declarada (de acordo com essa teoria) como invalida, nula, írrita e, portanto, desprovida de força vinculativa. 2. Flexibilização da teoria da nulidade no Direito brasileiro Ao lado do Princípio da Nulidade e do Princípio da Supremacia da Constituição, outros valores, de igual hierarquia, vem sendo observados como, por exemplo: a boa fé e a segurança jurídica. Nesse sentido, de acordo com a Lei n° 9.868/99 (que dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal), ao ser declarada a inconstitucionalidade de uma lei ou um ato normativo, em razão da segurança jurídica ou de excepcional interesse social, o STF pode, por maioria de 2/3 dos seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir do seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Técnica de Modulação dos Efeitos da Decisão O Stf aceita em algumas situações, para controle difuso. 3. Histórico do controle de constitucionalidade no direito brasileiro (constituições) ANO CARACTERÍSTICAS MARCANTES 1824 . Não havia controle de constitucionalidade, consagrando o dogma da soberania do parlamento, sob a influência do direito francês (“expressão da vontade geral”) e do inglês (supremacia do parlamento), somente o Órgão Legislativo poderia saber o verdadeiro sentido da norma. . Poder moderador – chave de toda organização política, delegada somente ao Imperador, como chefe supremo da nação, cabendo a ele a independência, o equilíbrio e a harmonia entre os demais poderes. 1891 . Surge o controle difuso no direito brasileiro, sob a influência do direito norte-americano. . Foi mantido em todas as constituições que se seguiram. 1934 . Estabeleceu as seguintes novidades: representação interventiva (art. 36, III da CF/88 – PGR), cláusula de reserva de plenário (art. 97, CF/88), atuação do Senado Federal no controle difuso (art. 52, C, CF/88) 1937 . Hipertrofia do Poder Executivo, enfraquecendo o controle judicial . Art. 96 – permitia ao parlamento tornar sem efeito, uma decisão preferida pelo STF. 1946 . Fim da hipertrofia do Executivo. . EC n° 16/1965: prescreveu, pela primeira vez, o controle concentrado de constitucionalidade, estabelecendo a legitimação ativa exclusiva do PGR, para a propositura da então denominada representativa. Fixou-se a possibilidade de controle concentrado estadual. 1967 . Controle concentrado com legitimação do PGR mantido. . Controle concentrado estadual: retirado EC N° 1/69 . Controle concentrado estadual: reestabelecido para fins de intervenção. 1988 . Ampliação dos legitimados para a proposição da ADI genérica no STF (art. 103, CF/88) . Introdução da ADPF . Fixação de controle das omissões normativas (ADO e MI) . Ampla previsão de controle em âmbito estadual. EC N°3/93 . Introdução da ADC, fixando, inicialmente, 4 legitimados (Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Deputados e PGR) . Deixou clara na Constituição, a produção de efeitos vinculantes em razão do julgamento da ADC EC N° 45/04 . Igualou os legitimados da ADC aos da ADI, fixados no art. 103 da CF/88. . Deixou claro a produção de efeitos vinculantes em razão do julgamento não apenas da ADC, como, também da ADI (art. 102, §2° da CF/88) 4. Espécies de inconstitucionalidade a) Vícios: formal, material e de decoro parlamentar A inconstitucionalidade pode se dar de forma positiva ou por atuação (ação), ou de forma negativa (omissão) e decorre da inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada. • AÇÃO: a inconstitucionalidade por ação implica na existência de normas inconstitucionais. • OMISSÃO: a inconstitucionalidade por omissão implica na violação de uma lei constitucional, pelo silêncio legislativo (omissão), tanto total quanto parcialmente. A inconstitucionalidade por AÇÃO pode se caracterizar através de três vícios: • FORMAL: também chamada de nomodinâmica, se dá quando uma lei ou ato normativo inconstitucional apresenta um vício, em seu processo de formação, ou seja, no momento de sua elaboração (no seu processo legislativo), ou ainda, em razão de sua elaboração por uma autoridade incompetente. EX: um projeto de matéria de lei complementar, aprovado pelo quórum que deveria ser utilizado quando se trata de lei ordinária. // Um Estado-membro legislando sobre assunto que é de competência da União. • MATERIAL: de conteúdo, substancial, doutrinário ou nomoestático. Diz respeito à matéria ou conteúdo do ato normativo. Qualquer ato que contrarie preceitos ou princípios da Constituição Federal, deve ser declarado como inconstitucional, posto que possui vício material. O processo legislativo, neste caso, não é importante. EX: uma lei discriminatória, que contraria o princípio da igualdade. • VÍCIO DE DECORO PARLAMENTAR: surgiu com a denúncia de compra de votos para obtenção de apoio político. Trata-se, segundo entendimento do STF, de vício na formação de vontade no procedimento legislativo. Art. 55, § 1º, CF - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. . formal . Material . De “decoro parlamentar” b) “Estado de coisas inconstitucional” Segundo o Min. Marco Aurélio, presente quadro de violação massiva e persistente de direitos fundamentais, decorrente de falhas estruturais e falência de políticas públicas e cuja modificação depende de medidas abrangentes de natureza normativa, administrativa e orçamentária, o sistema penitenciário deve ser caracterizado como estado de coisas inconstitucional. 5. Momentos de controle O controle de constitucionalidade pode ser: • CONTROLE PREVENTIVO OU PRÉVIO: realizado antes de um projeto de lei virar lei. Impede que um projeto de lei quepadeça de vícios, seja inserido no sistema jurídico. É exercido: → Poder Legislativo: quando o projeto de lei é apresentado pela CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania). → Poder Executivo: quando o Presidente da República veta um projeto de lei. → Poder Judiciário: quando um parlamentar impetra um Mandado de Segurança preventivo, alegando a violação do devido processo legislativo (único a demonstrar o direito líquido e certo ao processo legislativo hígido). Preventivo ou prévio Repressivo ou posterior Atenção!!!! STF definiu que só cabe controle preventivo em apenas 2 hipóteses: 1. PEC manifestamente contrária a cláusula pétrea; 2. Projeto de lei ou PEC em cuja tramitação, se verifique manifesta ofensa ao processo legislativo. Nesse caso, o STF não admite discussão da matéria. • CONTROLE POSTERIOR OU REPRESSIVO: é o controle realizado sobre a lei, geradora de efeitos potenciais ou efetivos. Exercido pelo Poder Judiciário. → Poder Legislativo: EXCEPCIONALMENTE! Quando, por exemplo, não aprova uma Medida Provisória, por entende-la como inconstitucional. → Poder Executivo: O STF admite o controle posterior, desde que, presentes elementos de razoabilidade. Através da sua Chefia ou no âmbito administrativo, o Poder Executivo pode determinar que seus órgãos subordinados deixem de aplicar uma lei ou um ato que tem força de lei (Ex: MP), que considerem inconstitucionais. O risco de abuso poderá ser combatido com a decretação de intervenção ou caracterização de crime de responsabilidade. 6. Sistemas e vias de controle judicial O controle judicial de constitucionalidade pode ser: • CONTROLE DIFUSO: exercido por qualquer juiz ou tribunal, observando-se as regras de competência, realizando o controle de constitucionalidade de forma incidental. • CONTROLE CONCENTRADO: nesse sistema, o controle se concentra nas mãos do STF ou no TJ estadual. Trata-se de competência originária desses tribunais, e se dá na via principal. a) Controle Difuso Fundada no histórico julgamento em que o juiz John Marshall, da Suprema Corte dos EUA (1803), no caso Marbury x Madison, decidiu que, em havendo conflito entra a aplicação de uma lei em um caso concreto x a Constituição, deve prevalecer a Constituição, tendo em vista a hierarquia das normas, no ordenamento jurídico. O controle difuso ou posterior é também chamado de controle pela via de exceção ou defesa, ou ainda de controle aberto. Pode ser realizado por qualquer juízo ou tribunal do Poder Judiciário, observando-se as regras de competência. Quando ocorre o controle difuso, declara-se a inconstitucionalidade, implementando-se de forma incidental e prejudicando o exame do mérito. Difuso Concentrado • CONTROLE DIFUSO NOS TRIBUNAIS: No tribunal competente, depois que um processo é distribuído para uma turma, câmara ou seção, verificando-se que existe um questionamento acerca da constitucionalidade de uma lei ou um ato normativo, levanta-se uma questão de ordem e a análise da constitucionalidade é enviada ao Pleno, ou um órgão especial do Tribunal, para resolver a questão. Nesse sentido, estabelece a CF: Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Entretanto, a cláusula de reserva de plenário (art. 97) não é exigida nas seguintes hipóteses: → ART. 949, § único do CPC: quando já houver decisão do STF sobre o assunto. → SE O TRIBUNAL MANTIVER A INCONSTITUCIONALIDADE DO ATO NORMATIVO: ou seja, não afastar a presunção de validade. O art. 97 determina a observância de reserva de plenário (full bench), para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Cláusula de reserva de plenário (full bench): SÚMULA VINCULANTE 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. A T E N Ç Ã O → NORMAS PRÉ-CONSTITUCIONAIS: a análise do direito, no ordenamento anterior à nova Constituição não se baseia na teoria da inconstitucionalidade e sim, na sua recepção ou revogação. → TRIBUNAL UTILIZA A INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO: pois não haverá a declaração da inconstitucionalidade. → MEDIDA CAUTELAR: em sede de cautelar, já que não se trata de decisão definitiva → TURMAS RECURSAIS DOS JUIZADOS ESPECIAIS: por não serem consideradas tribunais. → JUÍZO MONOCRÁTICO DE 1ª INSTÂNCIA: pois o art. 97 da CF é direcionado para os tribunais. • EFEITOS DA DECISÃO: uma vez que a inconstitucionalidade de uma lei é declarada, no controle difuso, são os efeitos: → INTER PARTES → EX-TUNC: ou seja, retroativos, que se reconhece a nulidade da lei. Se uma lei é inconstitucional, ela contém um vício de nascimento. Já que ela “nasceu” inconstitucional, é um ato nulo. Atenção n°1!!!! STF entende que, no controle difuso, pode haver efeito EX-NUNC (pro futuro), haja vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social (modulação dos efeitos da decisão) Aplica-se, por analogia, a Lei n°. 9.868/99 Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Atenção n°2!!! STF prevê a possibilidade de efeito ERGA OMNES no controle difuso, conforme o prediz o texto constitucional: Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X - Suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; Ou seja, o Senado Federal não está obrigado a suspender a execução de uma lei que foi declarada inconstitucional, pois, para tanto, tem discricionariedade. Essa suspensão, pelo Senado, pode ser em relação a: leis federais, estaduais, distritais e municipais. A expressão “no todo ou em parte”, deve ser interpretada como impossível para o Senado Federal, em ampliar, interpretar ou restringir a extensão da decisão do STF. Na hipótese de uma edição de resolução que suspende a execução de uma lei, que foi declarada inconstitucional, o Senado Federal deve fazê-lo conforme os termos já decididos pelo STF. • TEORIA DA TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES DA SENTENÇA NO CONTROLE DIFUSO: Parte da doutrina sustenta o chamado fenômeno da AUTÊNTICA MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL, previsto no art. 52, X, da CF, propondo que: uma vez que seja declarada a inconstitucionalidade de uma lei (mesmo que no controle difuso), quando a declaração for implementada pelo STF, ao caso concreto, já produza efeito erga omnes, sem que seja necessário editar uma resolução do Senado Federal, para tanto. Que forem declaradas inconstitucionais, pelo STF, de modo incidental, no controle difuso . Usam como principais argumentos: Entretanto, na Reclamação n° 4.335, o STF não admitiu a mutação constitucional. Ou seja, o efeito erga omnes no controle difuso ainda depende de resolução do Senado Federal ou de súmula vinculante. • CONTROLE DIFUSO EM SEDE DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA: só será cabível o controle difuso, em sede de ação civil pública. Segundo o Ministro Celso de Melo, é o único meio idôneo de fiscalização incidental de constitucionalidade, pela via difusa, de quaisquer leisou atos do poder público, mesmo que contestados em face da Constituição. Atenção!!!! A ação civil pública não pode ser ajuizada como substituta da ADI, tendo em vista a produção de efeitos erga omnes, ocasião em que estaria provocando controle concentrado de constitucionalidade, usurpando a competência do STF. . Força normativa da Constituição . Princípio da supremacia da Constituição e sua aplicação uniforme a todos os destinatários . STF como guardião da CF e seu intérprete máximo . A dimensão política das decisões do STF Desde que, nesse processo, a controvérsia constitucional, longe de ser o objeto único da demanda, qualifique-se como simples questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio principal. b) Controle concentrado O controle de constitucionalidade de uma lei ou ato normativo, como o próprio nome diz, se dá em apenas um único tribunal. Neste caso, quem exerce o controle concentrado é o STF, em cinco situações: AÇÃO FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL REGULAMENTAÇÃO ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica) Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - Processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; Lei n° 9.868/99 - Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. ADI ADI Art. 102, I, a Lei n° 9.868/99 ADC Art. 102, I, a Lei n° 9.868/99 ADPF Art. 102, §1° Lei n° 9.882/99 ADO Art. 103, §2° Lei n° 12.063/2009 IF Art. 36, III c/c art. 34, VII Lei n° 12.562/2011 Ação Fundamento constitucional Regulamentação • REGRAS GERAIS O objetivo é o controle de constitucionalidade (lei ou ato normativo), em tese e em abstrato, marcado pela impessoalidade, generalidade e abstração. No controle concentrado, a representação de inconstitucionalidade tem como objeto principal a declaração de inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo impugnado. • COMPETÊNCIA A competência para processar e julgar a ADI será definida de acordo com a natureza do objeto da ação e o paradigma (referência, padrão) adotado para o confronto de constitucionalidade. Existem três hipóteses: OBJETO ÓRGÃO JULGADOR → Lei ou ato normativo federal ou estadual que violar a CRFB STF → Lei ou ato normativo estadual ou municipal que violar a constituição Estadual TJ do estado → Lei ou ato normativo municipal que violar a CRFB Neste caso, inexistirá o controle concentrado e originário por ADI no STF. Estamos diante do denominado silêncio eloquente. Assim, caberá o controle difuso, através de ADPF. Ou a partir do controle concentrado estadual, na hipótese da reprodução de uma norma de reprodução obrigatória da CRFB na Constituição Estadual, cabe a interposição de Recurso Extraordinário contra acórdão do TJ estadual, permitindo a análise da Ao contrário do controle concentrado difuso, feito pela via de exceção ou defesa, onde se verificava em casos concretos e incidentalmente ao objeto principal da lide. constitucionalidade da lei municipal, em face da CRFB, pelo STF, mas não originariamente, somente de houver a interposição do Recurso Extraordinário. • LEGITIMIDADE Poderá ser proposta pelos seguintes legitimados, segundo a CRFB: Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - O Presidente da República; II - A Mesa do Senado Federal; III - A Mesa da Câmara dos Deputados; IV - A Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - O Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - O Procurador-Geral da República; VII - O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - Partido político com representação no Congresso Nacional; IX - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Os incisos IV, V e IX (legitimados interessados ou especiais) devem demonstrar pertinência temática, ou seja, o nexo de causalidade entre a propositura da ADI x sua finalidade institucional. Trata-se de rol taxativo (numerus clausus), ou seja, a ampliação desses legitimados depende de alterção do art. 103 da Constituição Federal, através de aprovação de Emenda constitucional. - Legitimados neutros ou universais - Legitimados neutros ou universais - Legitimados neutros ou universais - Legitimados neutros ou universais - Legitimados neutros ou universais - Legitimados neutros ou universais - Legitimados interessados ou especiais - Legitimados interessados ou especiais - Legitimados interessados ou especiais São questões pacificadas pelo STF: 1. Entidade de Classe de âmbito nacional: organizada em, pelo menos, 9 estados da federação (aplica-se, por analogia, o art. 7° da Lei 9.086/95 – partidos políticos → O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral). A classe tem que ter caráter profissional. STF ainda exige o requisito da homogeneidade de classe. EX: AMB (Associação dos Magistrados do Brasileiros), CONAMP (Associação Nacional dos Membros do MP). 2. Confederação Sindical: deve ser constituída por, pelo menos, 3 federações sindicais, conforme o art. 535 da CLT: Art. 535 - As Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede na Capital da República. § 1º - As confederações formadas por federações de Sindicatos de empregadores denominar-se-ão: Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional do Comércio, Confederação Nacional de Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional de Transportes Terrestres, Confederação Nacional de Comunicações e Publicidade, Confederação Nacional das Empresas de Crédito e Confederação Nacional de Educação e Cultura. § 2º - As confederações formadas por federações de Sindicatos de empregados terão a denominação de: Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, A Une (União Nacional dos Estudantes) não foi admitida como legitimada, para propositura de ADI. A Cut não foi admitida como legitimada, pois trata-se de uma central sindical e não de uma confederação, como prescreve a Constituição. Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicações e Publicidade, Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura. § 3º - Denominar-se-á Confederação Nacional das Profissões Liberais a reunião das respectivas federações. § 4º - As associações sindicais de grau superior da Agricultura e Pecuária serão organizadas na conformidade do que dispuser a lei que regular a sindicalização dessas atividades ou profissões. 3. Associação de associações: STF admite a legitimação ativa. EX: ADEPOL (Associação dos Delegados de Polícia do Brasil. 4. Partido Político com Representação no Congresso Nacional: basta que o partido tenha um Deputado Federal ou um Senador da República, eleitos. A aferição da representação é feita no momento da propositura da ação, não importando que o partido perca a representação posteriormente a propositura da ADI. 5. Necessidade de um advogado: somente os partidos políticos e as confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional é que tem a necessidade decontratar um advogado, conforme o art. 103, VIII e IX da CF, devendo apresentar instrumento de mandato (procuração), havendo poderes específicos para atacar a norma impugnada. Quanto aos demais legitimados, a capacidade postulatória decorre da própria CF. • PROCEDIMENTO Algum dos legitimados (art. 103, CF) propõe a ADI genérica no STF, tendo como objeto uma lei ou ato normativo federal ou estadual (ou distrital com natureza estadual), que violar a Constituição Federal. O relator solicitará informações ao órgão ou autoridade que emanou a lei ou ato normativo viciado, no pra do de 30 dias, contados do recebimento do pedido. Decorrido o prazo de 30 dias, para colhimento de informações, serão ouvidos, sucessivamente: o Advogado Geral da União (AGU) e o Procurador Geral da República (PGR) devendo, cada um deles, se manifestar no prazo de 15 dias, conforme os art. 6° e 8° da Lei n° 9.868/99. Art. 6o O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias contado do recebimento do pedido. Art. 8o Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias. Findada esta etapa, o relator lançara um relatório, com cópia para os Ministros, solicitando julgamento. Desde de que haja necessidade, de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato, ou ainda notória insuficiência de informações nos autos, o relato pode ainda: . Requisitar outras informações, . Designar perito ou comissão de peritos (para emissão de parecer sobre a questão), . Fixar data para ouvir depoimentos de pessoas que tenham experiência e autoridade na matéria (em audiência pública) O Relator, considerando a relevância da matéria, pode, por despacho irrecorrível, admitir a manifestação de outros órgãos ou entidades (amicus curiae), conforme a Lei n° 9.868/99: Art. 7o Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. § 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades. O prazo para a admissão do amicus curiae, conforme a jurisprudência do STF, é até a data em que o Relator liberar o processo para pauta. A declaração de inconstitucionalidade será proferida pelo voto da maioria absoluta dos membros do STF (pelo menos 6 ministros), desde que, esteja presento o quórum de instalação para sessão de julgamento, que é de 8 a 11 ministros. • CARACTERÍSTICAS MARCANTES DO PROCESSO OBJETIVO Por se tratar de um processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade, algumas regras tem de ser observadas: 1. Não há prazo recursal diferente, para recorrer ou contestar; 2. Não há prazo prescricional ou decadencial Trata-se de um terceiro, estranho ao processo, que poderá apresentar memoriais e fazer sustentação oral. O amicus curiae não pode interpor recurso impugnando o acórdão que for proferido, nas ações de controle concentrado de constitucionalidade. 3. Não se admite qualquer assistência jurídica para nenhuma das partes, nem intervenção de terceiros, exceto à figura do amicus curiae, solicitado pelo Relator, conforme o art. 7° da Lei n° 9.868/99; 4. Uma vez que a ADI é proposta, não pode haver desistência, conforme o art. 5° da Lei n° 9.868/99; 5. Existem três exceções para a irrecorribilidade da ADI, conforme art. 26 da Lei n° 9.868/99: → Embargos declaratórios → Agravo interno contra decisão do Relator que indeferir a exordial inepta, não fundamentada e manifestamente improcedente → Recurso Extraordinário contra acórdão do TJ em ADI (norma da CF, que é reproduzida compulsoriamente na constituição estadual) 6. Não cabe ação rescisória, conforme o art. 26 da Lei n° 9.868/99 7. Ao julgar uma ADI, o STF não está vinculado a nenhuma causa de pedir, a nenhuma tese jurídica que fora apresentada. • EFEITOS DA DECISÃO STF Decisões de mérito Efeito erga omnes + Efeito vinculante Órgãos do judiciário + Administração. Pública Efeito ex tunc, retirando do ordenamento jurídico, lei ou ato normativo incompatível com a Constituição (ato nulo). federal estadual municipal Tem efeito Para Atenção!!! A decisão não atinge o Poder Legislativo, na sua função típica, que é legislar, sob pena de “fossilização” da Constituição, podendo o parlamento editar uma lei com conteúdo idêntico àquele que foi objeto de ADI. • MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO Essa técnica tem o condão de mostrar que na declaração de inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, proferida pelo STF, tendo em vista razão de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, o mesmo poderá, por maioria de 2/3 dos seus membros (pelo menos 8 dos 11 Ministros), restringir os efeitos dessa decisão ou decidir que ela só terá eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de um dado momento que posteriormente seja fixado. Em razão do efeito vinculante, em caso de descumprimento por algum órgão do Poder judiciário ou da Administração Pública, caberá a Reclamação Constitucional, conforme a CRFB: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - Processar e julgar, originariamente: l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; Em regra, quando uma ADI está em curso e sobrevém a revogação (total ou parcial) de uma lei ou ato normativo, assim como ocorre a perda de sua vigência, ocorre, via de regra, a prejudicialização da ação por “perda do objeto”, exceto na hipótese de fraude processual ou singularidade do caso. A declaração de inconstitucionalidade reconhece a nulidade dos atos inconstitucionais e, consequentemente, a inexistência de qualquer eficácia jurídica desses atos. Assim, a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, provoca o restabelecimento do ato normativo anterior, quando a decisão tiver efeito retroativo (ex tunc). É o chamado efeito repristinatório, decorrente da declaração de inconstitucionalidade. • MEDIDA CAUTELAR NA ADI Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias. § 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias. § 2o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal. § 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou Por isso, o autor da ADI deve indicar toda a cadeia da lei ou ato normativo que pode ser atingida pela declaração de inconstitucionalidade. Atenção!!! Durante o recesso,quem aprecia o pedido de medida cautelar, é o Ministro Presidente do Stf e não o Relator! das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Nesta senda, presentes os 8 dos 11 Ministros, o quórum da maioria absoluta será o de Ministros. A medida cautelar dotada de eficácia contra todos (erga omnes) será concedida com efeito ex tunc, exceto se o Tribunal entender que a eficácia retroativa é conveniente. A concessão da medida cautelar vincula e a não concessão não vincula. Havendo o pedido de cautelar, o Relator, com base na relevância da matéria e do seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação de informações, no prazo de 10 dias e manifestação do AGU e do PGR, no prazo de 5 dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação, conforme a Lei n° 9.868/99: Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação AÇÃO FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL REGULAMENTAÇÃO ADC– Ação Declaratória de Constitucionalidade Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - Processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; Lei n° 9.868/99 - Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. A ADC foi introduzida no ordenamento pátrio, pela emenda constitucional n°3/93. Através dela, o que se busca é declarar a constitucionalidade de uma lei ou ato normativo, da esfera federal. ADC Não podem ser objeto de ADC, lei ou ato normativo de esfera estadual, distrital ou municipal. Princípio da Reserva Constitucional de Competência: necessário observar o rol taxativo (numerus clausus) de atribuições, previsto no art. 102 da Constituição, para o Stf. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - Processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; i) o habeas corpus , quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público II - Julgar, em recurso ordinário: a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político; III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal Atenção!!!! As ADI e ADC são ações dúplices ou ambivalentes, ou seja, são ações de “sinal trocado”. A procedência de uma implica na improcedência da outra. AÇÃO ADI ADC RESULTADO DO JULGAMENTO (+) procedência (-) improcedência CONSEQUÊNCIA EM RELAÇÃO À LEI Inconstitucionalidade inconstitucionalidade • COMPETÊNCIA O órgão competente para julgar a ADC, é o STF, de forma ordinária. • LEGITIMIDADE Ao introduzir a ADC no ordenamento jurídico, a EC n°3/93, apontou apenas quatro legitimados para sua propositura: Entretanto, com o advento da EC n° 45/2004, os legitimados para a propositura da ADC passaram a ser os mesmos legitimados da ADI, conforme o art. 103 da CF. . Presidente da República . Mesa do Senado Federal . Mesa da Câmara dos Deputados . Procurador Geral da República Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - O Presidente da República; II - A Mesa do Senado Federal; III - A Mesa da Câmara dos Deputados; IV - A Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - O Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - O Procurador-Geral da República; VII - O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - Partido político com representação no Congresso Nacional; IX - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. • EFEITOS DA DECISÃO → Erga omnes: com eficácia para todos → Ex tunc: retroativos → Vinculante: órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta ou indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. • MEDICA CAUTELAR NA ADC Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelarna ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos - Legitimados neutros ou universais - Legitimados neutros ou universais - Legitimados neutros ou universais - Legitimados neutros ou universais - Legitimados neutros ou universais - Legitimados neutros ou universais - Legitimados interessados ou especiais - Legitimados interessados ou especiais - Legitimados interessados ou especiais processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia. AÇÃO FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL REGULAMENTAÇÃO ADPF – Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental Art. 102, § 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. Lei n° 9.882/99 - Dispõe sobre o processo e julgamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental • REGRAS DE CABIMENTO E COMPETÊNCIA Conforme a CRFB, a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental será apreciada pelo STF, na forma originária. A cautelar deve ser concedida em 180 dias. Se não foi julgada até o fim do prazo, em definitivo, os juízes e tribunais voltam a julgar os seus processos, normalmente. ADPF Regulamentada também pela Lei n° 9.882/99, que estabeleceu duas modalidades para essa ação: ADPF (autônoma) ADPF (incidental) . Art. 1°, caput, da Lei n° 9.882/99 . Art. 1°, § único, I, da Lei n° 9.882/99 . Proposta perante o STF, terá como objetivo, evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultados de atos do Poder Público. EX: direitos e garantias fundamentais e cláusulas pétreas (art. 60, §4° da CF). . Cabe ADPF também quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional, sobre lei ou ato normativo (federal, estadual ou municipal), incluídos os anteriores à Constituição. • LEGITIMIDADE Os legitimados são o mesmo da ADI genérica. • PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE De acordo com a Lei n° 9.882/99, não será admitida a propositura de ADPF quando houver outro meio eficaz, para sanar a lesividade. Art. 4o A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não for o caso de arguição de Nesta hipótese, deve ser demonstrada a divergência jurisdicional (comprovação da controvérsia judicial) relevante na aplicação do ato normativo, que viole o preceito fundamental. Também chamada de “por equivalência ou equiparação”. Se achar necessário, o Relator pode ouvir as partes no processo que enseja a arguição de descumprimento (por isso, o uso na perspectiva da incidentalidade). descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta. • EFEITOS DA DECISÃO Uma vez que a ação for julgada, as autoridades e órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados na ADPF, são fixadas as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental. → Erga omnes → Vinculante: relativamente aos demais órgãos do Poder Público. → Ex tunc → Assim como na ADI, pode haver modulação dos efeitos da decisão • FUNGIBILIDADE STF admite a fungibilidade, entre ADI e ADPF, considerando, a noção de dúvida objetiva e proibição da incidência de erro grosseiro. Se couber Adi, não cabe Adpf. AÇÃO FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL REGULAMENTAÇÃO ADO – Ação Direita de Inconstitucionalidade por omissão Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê- lo em trinta dias. Lei n° 12.063/2009 - Acrescenta à Lei no 9.868, de 10 de novembro de 1999, o Capítulo II-A, que estabelece a disciplina processual da ação direta de inconstitucionalidade por omissão. • CONCEITO Introduzida no ordenamento jurídico pela CRFB/88, inspirada na Constituição Portuguesa. Seu objetivo é combater a “síndrome de inefetividade das normas constitucionais”, conforme entendimento da doutrina. ADO Art. 103, § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. • COMPETÊNCIA De forma originária, é competência do STF. Entretanto, somente se o responsável para suprir a omissão for o Congresso Nacional ou o Presidente da República, ou, ainda, um órgão administrativo, que se sujeite à sua competência. • LEGITIMIDADE São os mesmos legitimados da ADI, conforme o art. 103 da CRFB. • PROCEDIMENTO O procedimento é praticamente o mesmo da ADI, porém, com algumas especificidades. 1. Proposta a ADO, por algum dos legitimados do art. 103 da CRFB, o requerido na ação será responsável para suprimir a omissão (órgãos ou autoridades) constitucional. 2. A Lei n° 12.063/09, modificando o entendimento do STF, passou a estabelecer que o relator pode solicitar a manifestação do AGU, que deverá responder no prazo de 15 dias. 3. O PGR, nas ações em que não for o autor, terá vista do processo por 15 dias, após transcorrido o prazo para as informações. O que se busca é tornar efetiva uma norma constitucional, destituída de efetividade. Destinada às normas constitucionais de eficácia limitada. • MEDICA CAUTELAR NA ADO A Lei n° 12.063/09 admite ADO, pela maioria absoluta (6), presente o quórum devido (8 dos 11 Ministros), nos seguintes casos: 1. Suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, em caso de omissão parcial 2. Suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos 3. Em casos de outras providências fixadas pelo Tribunal • EFEITOS DA DECISÃO O §2° do art. 103 da CRFB, estabelece efeitos diversos para o poder competente e para o órgão administrativo. → Poder competente: será dada ciência ao poder competente, não sendo fixado qualquer prazo, para a elaboração da lei → Órgão administrativo: a medida deverá ser editada em 30 dias, sob pena de responsabilidade ou, de acordo com a Lei n° 9.868/99, em prazo razoável estipulada excepcionalmente pelo Tribunal, em razão das circunstâncias específicas do caso e interesse público envolvido. Atenção!!!! OBS 1: No caso do Poder competente, a doutrina não aceita a inércia (inertia deliberandi), em razão de não haver prazo para a elaboração da lei, quando manifestamente negligente e desidiosa. Entretanto, o STF continua considerando a mera ciência, em se tratando de Poder. OBS 2: Por essa razão, o Mandado de injunção (Lei n° 13.300/2016), tem sido mais efetivo que o uso da ADO, principalmente em razão da possibilidade de se dar eficácia subjetiva limitada às partes, produzindo os efeitos até o advento na norma regulamentadora (efeitos ultra partes ou até erga omnes). AÇÃO FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL REGULAMENTAÇÃO IF – Representação Interventiva (ADI Interventiva) Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e nocaso de recusa à execução de lei federal. c/c Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a observância dos Lei n° 12.562/2011 - Acrescenta à Lei no 9.868, de 10 de novembro de 1999, o Capítulo II-A, que estabelece a disciplina processual da ação direta de inconstitucionalidade por omissão. IF seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. • CONCEITO Surgiu na Constituição de 1934, representando um dos pressupostos para a decretação da intervenção federal ou estadual, pelos Chefes do Executivo, nas hipóteses dos art. 34 e 35 da CRFB/88: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - Manter a integridade nacional; II - Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - Reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - Prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. Esse procedimento obedece a três fases, quase sejam: FASE 1 FASE 2 FASE 3 . FASE JURISDICIONAL: o STF ou TJ analisam apenas os pressupostos para a intervenção, não anulando o ato que a ensejou. Uma vez que o pedido for julgado procedente, requisitam a intervenção ao Chefe do Executivo. . INTERVENÇÃO BRANDA: o Chefe do Executivo, através de Decreto, se limita a suspender a execução do ato que foi impugnado, se a medida for o bastante para restaurar a normalidade. . INTERVENÇÃO EFETIVA: se a medida tomada na fase 2 não for suficiente, o Chefe do Executivo decreta a efetiva intervenção, devendo especificar a sua amplitude, o prazo de duração e as condições de execução. Se couber, deve nomear também, o interventor. . CONTROLE POLÍTICO? NÃO!!! Nessa fase 2, dispensa-se a apreciação pelo Congresso Nacional ou Assembleia Legislativa. . CONTROLE POLÍTICO? SIM!!! Nessa fase 3, o decreto do Chefe do Executivo deve ser submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de 24 horas. Se estiver em no período de recesso, será feita convocação extraordinária, no mesmo prazo de 24 horas • OBJETO De acordo com o art. 3°, II da Lei n° 12.562/2011, podem ser objeto da ação de IF, na fase judicial: → Lei ou ato normativo que viole princípios sensíveis → Omissão ou incapacidade das autoridades locais para assegurar o cumprimento e a preservação dos princípios sensíveis. EX: direitos fundamentais da pessoa humana → Ato governamental estadual, que desrespeite os princípios sensíveis → Ato administrativo que afronte os princípios sensíveis → Ato concreto que viole os princípios sensíveis. • PRINCÍPIOS SENSÍVEIS Cabe IF quando houver violação dos princípios sensíveis, expostos na CF: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. • LEGITIMAÇÃO ATIVA A IF tem um único e exclusivo legitimado para sua propositura, que é o PGR (Procurador Geral da República), que tem total autonomia e discricionariedade para formar seu convencimento de ajuizamento. No âmbito estadual, sendo a ação proposta do TJ do estado, como premissa para a intervenção do estado no município, o legitimado exclusivo será o Chefe do MP estadual, ou seja, o PGJ (Procurador Geral de Justiça). • COMPETÊNCIA Na hipótese de intervenção federal: competência originária do STF. Na hipótese de intervenção estadual: competência do TJ local. • MEDIDA LIMINAR De acordo com a Lei n° 12.562/2011, o STF, por maioria absoluta do seus membros, poderá deferir o pedido de liminar na IF, que pode consistir na determinação da suspensão do andamento do processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativas, ou qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da representação interventiva. Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na representação interventiva. § 1º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum de 5 (cinco) dias. § 2º A liminar poderá consistir na determinação de que se suspenda o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativas ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da representação interventiva. • REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA NO CASO DE RECUSA À EXECUÇÃO DE LEI FEDERAL O art. 36, III da CRFB, estabelece o cabimento da IF perante o STF, a ser ajuizada pelo PGR, no caso de recusa à execução de lei federal por parte do estado-membro ou do DF. Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: I - No caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; II - No caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; III - De provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. Ou recusa à execução ao direito federal. MENDES, Gilmar. Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no DistritoFederal, exceto para: VI - Prover a execução de lei federal, 7. Controle Abstrato de constitucionalidade nos Estados- Membros Conforme a CRFB, cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos, estaduais ou municipais, em face da Constituição Estadual, sendo vedada a atribuição de legitimidade para agir, a um único órgão. Pelo Princípio da Simetria, embora tenha sido fixado somente a possibilidade de instituição de representação de inconstitucionalidade, é perfeitamente possível que se implementem os demais meios de controle. Não há, na CRFB a especificação para os legitimados, no controle abstrato de constitucionalidade. Dessa forma, cabe às Constituições Estaduais, a delimitação dessa regra. Assim sendo, como se trata de manifestação do poder constituinte derivado concorrente, deve-se respeitar, pelo princípio da simetria, o art. 103 da CRFB: ART. 103 – LEGITIMADOS PARA O CONTROLE CONCENTRADO - STF ART. 125, §2° - LEGITIMADOS PARA CONTROLE CONCENTRADO – TJ LOCAL – “Princípio da Simetria” ART. 125, §2°- LEGITIMADOS PARA CONTROLE CONCENTRADO – TJ - “Princípio da simetria” – LEIS OU ATOS MUNICIPAIS Presidente da República Governador do Estado Prefeito Mesa do Senado Mesa da Câmara dos Dep. Mesa Assembleia Legisl. Mesa da Câmara Municipal PGR PGJ Conselho Federal OAB Conselho Seccional OAB Partido Político – Congr. Nac. Part. Pol. – Assemb. Legisl. Partido Político - Câmara do município Confederação Sindical Entidade de classe – âmbito nacional Federação Sindical Entidade classe – âmbito estadual
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