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RESTAURAÇÕES CLASSE V Restaurações de cavidades Classe V são realizadas em superfícies lisas nos terços cervicais das faces vestibulares e linguais de todos os dentes. Podem ter origem cariosa ou não cariosa. As lesões, quando cariosas, podem ser de progressão rápida, com dentina amolecida e coloração castanho-clara, o que caracteriza uma lesão aguda, ou ser de progressão lenta, com dentina de consistência dura e coloração escurecida, o que caracteriza uma lesão crônica. Independentemente das características da lesão, a doença cárie deve ser controlada antes de qualquer procedimento restaurador. As lesões cervicais não cariosas, que em sua maioria têm origem multifatorial, podem ser classificadas em lesões por abrasão, abfração ou erosão. As lesões por abrasão caracterizam-se pela perda de estrutura dental por processo mecânico entre um dente e um agente exógeno, que pode ser a escova dental, palitos, entre outros, geralmente está associada a recessão gengival e baixo índice de placa bacteriana. Na abrasão a ação de um agente traumático extrínseco leva à formação de uma lesão côncava, com forma alongada e rasa, que se assemelha a um pires. A abfração caracteriza-se por uma cavidade em forma de cunha, com ângulos agudos decorrentes da flexão dental na região cervical, causada por sobrecarga oclusal e forças oclusais excêntricas. Pode ocorrer em um único elemento dental ou em múltiplos dentes. A erosão é a perda de estrutura dental causada por agentes ácidos, podendo estar associada à abrasão e à abfração. Após diagnosticado o tipo de lesão não cariosa, também se deve remover o agente causal antes de qualquer procedimento restaurador. Tanto nas lesões cariosas quanto nas não cariosas, depois de removido o agente causal e decidido pela restauração do(s) elemento(s) afetado(s), deve-se seguir um protocolo restaurador. Nas lesões cariosas é necessária a execução do preparo cavitário, que consiste apenas na remoção de tecido cariado e no acabamento da cavidade. Já nas lesões não cariosas o preparo cavitário é desnecessário, todavia nestas, devido à hipermineralizaçáo da dentina, alguns autores indicam a necessidade de um aumento no tempo de condicionamento ácido. Anestesia da região envolvida Quando necessário, devemos utilizar a técnica anestésica adequada para a região envolvida. Profilaxia dos dentes envolvidos A dentes envolvidos deve ser realizada com pedra-pomes cu outro material não oleoso. Seleção da cor Para uma correta seleção da cor é de suma importância a análise do remanescente dental para obter a maior quantidade informações como base cromática e textura superficial, caracterizações serão transmitidas à restauração, a fim de alcançar melhores resultados estéticos no que diz respeito à cor da restauração. A forma mais usual de proceder-se a seleção da cor é a técnica visual, na comparação de diferentes matizes entre a estrutura remanescente ou adjacente e a escala de cores. A região cervical é uma região com maior influência de características cromáticas da dentina, consequentemente com menor translucidez e maior saturação. Sendo assim, cavidades rasas sem alteração de cor podem ser restauradas com uma resina de translucidez média, já cavidades mais profundas elou com alteração de cor necessitam de uma primeira camada de uma resina mais opaca, seguida de uma camada superficial de uma resina de média translucidez. Seleção da resina composta É importante selecionar compósitos com excelente polimento superficial, para evitar o acúmulo de biofilme dental. Devido ao íntimo contato da restauração com o tecido gengival, a falta de polimento e o consequente acúmulo de biofilme podem acarretar inflamação gengival. Isolamento do campo operatório Os procedimentos adesivos requerem um campo limpo e seco, por isso o isolamento absoluto deve ser a primeira escolha, associadas a grampos que promovam retração gengival. Porém, em restaurações realizadas na cervical de região anterossuperior, torna-se possível lançar mão do isolamento com rolinhos de algodão associado a inserção de fio retrator no sulco gengival do elemento dental a ser restaurado. Preparo cavitário Devido à natureza adesiva dos compósitos, praticamente não existe a necessidade de preparo cavitário para a realização de retenções em cavidades não cariosas. Em lesões cariosas o preparo restringe-se à remoção de tecido cariado e ao acabamento da cavidade. Aplicação do sistema adesivo O sistema adesivo deve ser selecionado de acordo com a melhor indicação de cada caso, levando-se em consideração a extensão da lesão e o tipo de substrato e de material restaurador a ser utilizado. Em lesões não cariosas o tecido dentinário exposto geralmente se torna esclerótico, o que é caracterizado pela obliteração parcial ou completa dos túbulos dentinários, que ficam hipermineralizados. Por essa razão, alguns autores reconhecem a necessidade de maior tempo de condicionamento ácido em tecidos escleróticos, quando comparado ao necessário nos tecidos normais. Inserção da resina composta O primeiro incremento deve ser inserido e adaptado nas paredes cervical e axial, seguido de fotopolimerização. Em seguida, um segundo incremento deve ser inserido e adaptado nas paredes oclusal e axial, porém sem unir-se ao primeiro incremento, seguido de fotopolimerização. O terceiro e último incremento deve ser inserido de forma unir os incrementos anteriores e servir para restaurar a anatomia da região. Nesse momento, é importante observar o perfil da restauração e certificar-se de que ela acompanha o contorno dos dentes adjacentes. Após essa avaliação, é realizada a fotopolimerização do incremento. Em seguida, é aplicado o gel isolante e realizada a fotopolimerização final pelo tempo mínimo indicado pelo fabricante da resina. Acabamento e polimento Conforme detalhado anteriormente, essa etapa inicia-se com o emprego de pontas diamantadas finas e extrafinas em forma de ponta de lápis ou broca multilaminada com formato semelhante e discos ou borrachas de abrasividade decrescente, fazendo a de excessos de adesivo ou resina que estiverem presentes na região, seguida da remoção do isolamento absoluto ou do fio retrator. O polimento final é realizado com discos de feltros embebidos em pastas de polimento, de preferência em uma sessão subsequente.
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