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MED CEFALEIA CEFALEIA PRIMÁRIA x CEFALEIA SECUNDÁRIA CEFALEIA PRIMÁRIA CEFALEIA SECUNDÁRIA Recorrência (ao longo da vida o paciente apresenta sempre a mesma cefaleia) Exame físico normal Sinais de alarme SINAIS DE ALARME Início após os 50-55 anos A pior cefaleia da vida (remete a HSA) Súbita (quando o início é súbito= devemos pensar em trauma ou evento vascular – o vascular que “dói” é o hemorrágico) Progressiva (por que o individuo desenvolve cefaleia? O cérebro não dói! Quem é capaz de causar dor de cabeça: (1) meninge – é inervada como toda serosa; (2) periósteo da calota craniana; (3) grandes vasos da base possuem inervação, logo, se estiverem inflamados, podem causar dor. Ex.: paciente com tumor inicialmente pequeno que começa a crescer e passa a comprimir tais estruturas acima, mas no início ele irá recrutar poucas terminações sensitivas. Conforme ele cresce, ele aumenta sua área de abrangência, ativando mais terminações -> a dor aumenta de intensidade e se torna cada vez mais frequente -> a dor pode se tornar contínua; assim, o caráter progressivo nos remete a alguma lesão expansiva). Sinal neurológico focal (sinal neurológico focal = é a representação clínica de uma lesão neurológica focal -> existe uma agressão cerebral -> logo, a cefaleia é secundária) Achados sistêmicos (calafrios, febre, petéquias, rigidez de nuca,..) Doença sistêmica (câncer – se o paciente iniciar com cefaleia, devemos aventar a possibilidade de metástase; HIV – meningite, encefalite, abscessos, neoplasias) História de queda ou TCE recente Edema de papila EXAMES COMPLEMENTARES “(...) O exame físico e neurológico não apresentar anormalidades. A história pregressa mostra eventos semelhantes no passado ... ” CEFALEIAS PRIMÁRIAS CEFALEIAS PRIMÁRIAS ENXAQUECA (MIGRÂNEA) Segunda mais comum Mulheres Tem forte história familiar A enxaqueca é muito mais do que dor de cabeça. A dor de cabeça é um dos sintomas da enxaqueca, e podemos ter uma crise de enxaqueca sem dor de cabeça (embora não seja comum). O cérebro do enxaquecoso é um cérebro hiperexcitável -> qualquer mudança de homeostase é capaz de irritar esse neurônio (alimentos, mudança de temperatura, sono,..). Um fator desencadeante muito importante é a menstruação (alteração hormonal). Esse neurônio hiperexcitável começa a liberar NTs de forma incorreta, sendo que um dos principais é a serotonina -> essa descarga de liberação hormonal chega até os neurônios que inervam os vasos -> processo vascular inflamatório -> dor (dor pulsátil ou latejante) DOR Pulsátil/ latejante Unilateral Piora com movimento Moderada / forte/ incapacitante Duração de 4 a 72 horas Isso é uma consequência da alteração de NTs de um cérebro hiperexcitável -> essa alteração também leva a outros sintomas associados: paciente fica irritado, não consegue se concentrar, bocejar constantemente, repetitivo (repete a pergunta várias vezes), .. a enxaqueca incapacita a vida do paciente (barulho, luz, cheiros, podem irritar o paciente). O sono pode ajudar na regulação dos neurotransmissores. A serotonina é produzida também pelas células enterocromafins intestinais –> esse segmento gastrointestinal também pode ser afetado com a desregulação dos NTs -> pacientes com enxaqueca podem ter gastroparesia (náuseas e vômitos durante a crise); crianças em especial, podem apresentar quadro de dor abdominal SINTOMAS ASSOCIADOS Náuseas Vômitos Fotofobia Fonofobia Obs.: dica de prova: mulher/ cefaleia latejante e com náuseas = enxaqueca. Podemos ter vasos mais dilatados durante a crise (cujas áreas irrigadas irão receber mais sangue – devido à menor resistência vascular). Na crise teremos também alteração de fluxo cerebral – algumas áreas podem receber menos sangue de modo a causar um sofrimento neuronal durante a crise, que pode inclusive levar a um sinal neurológico focal (ex.: paciente pode ficar temporariamente cego, hemiplégico, dormência pelo corpo, escotomas cintilantes) – quando o paciente apresenta esse tipo de crise -> enxaqueca clássica (e esses sinais neurológicos focais são chamados de aura) ENXAQUECA CLÁSSICA (20%) Presença de aura (sinal neurológico focal) Tratamento: ABORTIVO (CRISE) Triptanos (escolha) – agonistas 5HT1 (Ex.: suma, riza) Analgésicos e AINEs Metoclopramida Falha terapêutica corticoide, clorpromazina Hoje é considerado o medicamento de escolha o grupo dos triptanos (agonistas 5HT1 – seletivos da serotonina). A ergotamina também é um agonista, porém, não seletiva. Pode-se fazer analgésicos e AINEs. Cuidado com a prescrição de medicamento abortivo para crise de enxaqueca – o paciente pode desenvolver cefaleia crônica diária por abuso de analgésicos. Assim, o limite máximo é de duas vezes (duas doses) por semana. É importante abortar a crise o mais rápido possível para que as medicações não precisem ser recorrentemente administradas. PROFILÁTICO (>3-5 crises/mês) Betabloqueador (escolha) – ex.: atenolol. Propranolol Antidepressivos tricíclicos – ex.: amitriptilina, nortriptilina Bloqueadores dos canais de cálcio – ex.: flunarizina Anticonvulsivantes – ex.: valproato, topiramato Obs.: é possível associar os medicamentos acima. MED Geralmente o tratamento profilático é feito durante 6m a 1 ano. Normalmente há boa resposta. CEFALEIA TENSIONAL Mais comum Mulheres O fator desencadeante mais importante: estresse Neste caso também existe uma alteração de neurotransmissores. DOR Opressiva Bilateral Leve a moderada (não incapacita) Dura: 30 minutos a 7 dias SINTOMAS ASSOCIADOS Hiperestesia e hipertonia da musculatura pericraniana Tratamento: ABORTIVO (CRISE): analgésicos e AINH PROFILÁTICO (>15 dias crise/mês): amitriptilina – nortriptilina CEFALEIA EM SALVAS Rara Etilismo TRIGÊMEO-DISAUTONÔMICA Homens DOR “Facada” Unilateral/ periorbitária Insuportável Duração: 15 a 180 min SINTOMAS ASSOCIADOS Hiperemia conjuntival, lacrimejamento, congestão nasal, sudorese facial, miose, ptose e edema palpebral ** Faz diagnóstico diferencial com as cefaleias secundárias – HSA, trombose de seio cavernoso, meningite – primeira crise + sinal focal indicar exame de imagem. TRATAMENTO ABORTIVO (crise): sentar o paciente na maca, com o tronco um pouco inclinado + dar oxigênio (máscara) 7-12L/min por cerca de 30 minutos. O2 – Sumatriptano (6mg via subcutânea) PROFILAXIA (a partir da 1ª. crise): VERAPAMIL – VALPROATO CEFALEIAS SECUNDÁRIAS CEFALEIA SÚBITA VASCULAR (HEMORRÁGICO) Quando o paciente tem evento espontâneo: Hemorragia subaracnoide Hemorragia intraparenquimatosa Vasos intracranianos -> podemos separa-los em dois grandes grupos, os de maior calibre distribuem o sangue pelo encéfalo – esses vasos em determinado momento passam pelo espaço subaracnoide, que é o espaço por onde corre o líquor. Temos também os vasos de perfusão, que estão dentro do parênquima, nutrindo os neurônios. Esses vasos podem ‘entupir’ – nos casos dos vasos de perfusão (AVCi lacunar), nos casos dos vasos de distribuição (AVCi extenso). Nos casos de sangramento, quando são acometidos os grandes vasos de destruição (aneurisma de a comunicante anterior), o sangue irá cair no espaço subaracnóideo (HSA); se o rompimento for de vasos de perfusão, teremos uma hemorragia intraparenquimatosa. HEMORRAGIA SUBARACNOIDE Cefaleia súbita intensa + rebaixamento do nível de consciência + rigidez de nuca *Como o sangue está fora do parênquima cerebral, ele irá “desenhar” as estruturas ao redor (mesencéfalo). O crânio é uma caixa fechado com conteúdo em seu interior, que exerce determinada pressão. A pressão intracraniana é dependente do parênquima cerebral + líquor + sangue (são os 3 compartimentos que exercem a pressão). Se algum desses compartimentosaumentar, a pressão intracraniana irá se elevar. Em caso de um evento agudo, ela irá subir de forma rápida, de modo que o neurônio não poderá ser nutrido adequadamente -> rebaixamento do nível de consciência. O aumento da PIC também começa a comprimir estruturas que são inervadas -> cefaleia súbita e descrita como a pior da vida. Como nestes casos o parênquima estará ‘limpo’, não são comuns sinais neurológicos focais, por outro lado, o sangue no espaço subaracnoide irá causar uma irritação – rigidez de nuca (aparece em 24h). Cefaleia sentinela: ocorre dias a semanas antes da ruptura do aneurisma. Tem forte intensidade e pode ser acompanhada de náuseas e vômitos. Representa um pequeno sangramento do aneurisma, sem consequências catastróficas. HEMORRAGIA INTRAPARENQUIMATOSA Cefaleia súbita intensa + sinal focal + rebaixamento do nível de consciência *Há um foco de sofrimento neuronal devido ao acúmulo de sangue, determinando um sinal neurológico focal. Obs.: Paciente jovem com sangramento espontâneo pensar em: malformação arteriovenosa rota Paciente idoso não hipertenso pensar em: angiopatia amiloide (principal fator de risco: doença de Alzheimer) SÍNDROME DE HIPERTENSÃO INTRACRANIANA Tríade de Cushing = hipertenso + bradicárdico + ritmo respiratório irregular Edema de papila Estrabismo convergente Rebaixamento de consciência HIC x CEFALEIA CEFALEIA PROGRESSIVA Parênquima: sinal focal Com febre = abscesso Sem febre = neoplasia Líquor: sem sinal focal Hidrocefalia CEFALEIA SÚBITA Sangue: Com sinal focal = hemorragia intraparenquimatosa Sem sinal focal = hemorragia subaracnoide ARTERITE TEMPORAL (DE CÉLULAS GIGANTES) ** Vasculite de grande e médio calibre** >50 anos Associada à polimialgia reumática em 40% (fraqueza muscular em cinturas escapular e pélvica) MED CLÍNICA: Sintomas constitucionais Cefaleia temporal Claudicação de mandíbula (diminuição de irrigação para o masseter) Cegueira - amaurose (grande preocupação) DIAGNÓSTICO: BIÓPSIA DA ARTÉRIA TEMPORAL VHS – nos mostra a atividade da doença TRATAMENTO: Prednisona (em dose imunossupressora) A dose da medicação só poderá ser reduzida quando o VHS voltar a seus valores normais. MENINGITE ** Cefaleia, febre, rebaixamento de consciência (sonolência) = pensar em meningite – não necessariamente é preciso que se tenha rigidez de nuca ** Qual a causa: Bactéria Vírus Fungo Tuberculose Não infecciosa MENINGITE BACTERIANA AGUDA ETIOLOGIA: Recém-nascido Streptococcus grupo B, E coli, Listeria 1 mês-20 anos N. meningitidis, S. pneumoniae, H, influenzae ≥ 20 anos N. meningitidis, S. pneumoniae Após TCE/ fístula liquórica S. pneumoniae (*) Listeria = gosta de colonizar indivíduos com certo grau de imunodeficiência. As gestantes tem um sistema imune um pouco mais “suprimido”, de forma que este agente pode se propagar para o RN. Outro grupo que pode ser afetado por este agente são os idosos ou seja, extremos de idade (porque isso é importante: porque ela possui um antibiótico específico) FISIOPATOLOGIA: A bactéria raramente chega através de via hematogênica (pois temos a BHE). Geralmente temos inicialmente a colonização da VAS – se o agente for virulento o suficiente e o sistema imune não for capaz de contê-lo, ele chegará até o SNC. Colonização das vias aéreas superiores Invasão SNC Inflamação (aumento da permeabilidade vascular) Edema HIPERTENSÃO INTRACRANIANA CLÍNICA: FEBRE – RIGIDEZ DE NUCA – CEFALEIA HIPERTENSÃO INTRACRANIANA HIPONATREMIA – CRISE CONVULSIVA – RASH - PETÉQUIAS A meninge está toda inflamada (ela envolve cérebro, tronco e medula, até o cone medular) – o pescoço é o local onde ela apresenta maior mobilidade. Logo, quando inflamada, assim como em qualquer inflamação, teremos uma certa rigidez no local. Patologias que afetam o SNC podem levar a SIADH, o que explica a hipoNa+ - a hipoNa+ por sua vez, irá prejudicar os neurônios, piorando o quadro clínico do paciente. Quando o paciente faz uma crise convulsiva na vigência de uma meningite -> infecção chegando por continuidade ao encéfalo = meningoencefalite (quando há manifestação neurológica associada). Em termos práticos, isso não faz diferença. A doença meningocócica possui 3 espectros: o meningococo pode inflamar apenas a meninge (meningite), ou então causar um quadro de sepse (meningococcemia) ou ainda um quadro de meningite + meningococcemia. As petéquias são consequências da meningococcemia que faz uma vasculite inflamatória grave, com necrose importante. É capaz de levar o indivíduo a óbito em menos de 24 horas de evolução. Febre + petéquias e quadro com menos de 48 horas de evolução (agudamente enfermo) = sempre afastar meningococemia (obs.: um quadro arrastado >48h – pensar em dengue). EXAME FÍSICO: **focar em sinais de irritação ** BRUDZINSKI: paciente em decúbito dorsal -> o examinador tenta encostar o mento no tórax do paciente - > fletir a coxa sobre o abdome e a perna sobre a coxa -> sinal de irritação meníngea KERNIG: paciente em decúbito dorsal -> elevar o membro inferior fletido -> o examinador irá estender a perna do paciente -> dor na região posterior -> sinal indicativo de possível irritação meníngea Obs.: Lasegue: ao elevar a perna -> dor bilateral -> possível sinal de irritação meníngea. Na hérnia, a dor é apenas de um dos lados. DIAGNÓSTICO: Qualquer infecção grave com necessidade de internação = hemocultura Hemocultura Exame do líquor (punção lombar)* (*) Se: imunocomprometido (risco da presença de um abscesso), papiledema, alteração do nível de consciência, déficit neurológico focal, história de TCE prévio -> risco de herniação Exame de neuroimagem antes da punção ** Tempo porta-antibiótico = 60 minutos ** Obs.: PED: lactente – indicar exame de imagem antes da punção? O lactente possui a caixa aberta (fontanelas), logo, ele sofre muito menos com a HIC – pode-se puncionar a necessidade da realização de exames de imagem. LÍQUOR: Pressão de abertura > 18 cm H2O Células (até 4/mm³) - PMN Proteínas (até 30mg/dL) > 45 mg/dL Glicose (de 50-80mg/dL) < 40mg/dL Antígenos bacterianos (látex) Cultura (80-90%) Bacterioscopia pelo Gram (60-80%) A glicorraquia varia de acordo com a glicose sérica (cerca de 2/3 da glicose sérica). Diplococo Gram (-) MENINGOCOCO **mais cai em prova Diplococo Gram (+) PNEUMOCOCO Bacilos Gram (-) HAEMOPHILUS Bacilos Gram (+) LISTERIA Cocos Gram (+) em cachos ESTAFILO MED LÍQUOR: POLIMORFONUCLEARES + GLICOSE BAIXA BACTÉRIA LINFOMONONUCLEARES + GLICOSE BAIXA FUNGO OU TUBERCULOSE LINFOMONONUCLEARES + GLICOSE NORMAL VÍRUS** OU ASSÉPTICA (*) A meningite fúngica é a principal no paciente com HIV – Cryptococcus (**) Enterovírus – vírus coxsackie e echovírus TRATAMENTO: antibioticoterapia empírica Recém-nascido Cefotaxime + Ampicilina Até 55 anos Ceftriaxone +/- Vancomicina (na suspeita de pneumococo resistente) >55 anos ou comorbidades Ceftriaxone +/- Vancomicina + Ampicilina ------------------------ Corticoide ? **Benefício só para Haemophilus e Pneumococo Isolamento ? Isolamento respiratório (gotícula -> máscara cirúrgica) – primeiras 24h do tratamento – a gotícula é uma molécula grande/pesada, assim, a gravidade rapidamente a joga para baixo, de modo que ela alcança distâncias de até 1 metro (já o aerossol é uma molécula pequena, capaz de subir e se espalhar de forma muito mais fácil no ambiente -> a máscara cirúrgica não é suficiente, pois seus poros são muito grandes, sendo necessária a máscara N95 ou “bico de pato” -> ex.: TB) ** O isolamento só tem benefício para Haemophilus e Meningococo ** -> são os mesmos para os quais serão utilizados a quimioprofilaxia QUIMIOPROFILAXIA: Doença Meningocócica Todos os contatos:familiares – íntimos – profissionais de saúde (que tenham entrado em contato com via aérea) Com o que: Rifampicina 600mg/dose - 12/12h por 2 dias Alternativas: o Ceftriaxone (de escolha para grávidas nos EUA) o Ciprofloxacino o Azitromicina Meningite por Haemophilus Todos os contatos, desde que haja: criança com menos de 5 anos além do caso índice e não vacinada ou imunodeprimido Com o que: Rifampicina 600mg/dose – 1x dia por 4 dias ATENÇAO: Se não tratar com CEFTRIAXONE (Haemophilus/ Meningococo) ... quimioprofilaxia para o paciente (pois o agente não será erradicado das VAS caso não seja utilizado uma cefalosporina de 3ª. geração). Lembrar = NOTIFICAÇÃO !! Meningite asséptica Síndrome de Behcet Meningite por Criptococo Paciente HIV (+) Tinta da China (nanquim) Trat: anfotericina B Meningite tuberculosa Tratamento recomendado: RIPE por 2 meses + RI por 7 meses + corticoide por 4 a 8 semanas Meningite pneumocócica Condição predisponente: fístula liquórica (ex.: fratura de base de crânio)
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