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MED SÍNDROMES DOS COMPARTIMENTOS RENAIS INTERSTICIAL/ VASCULAR 140 litros de ultrafiltrado -> percorrem os túbulos para a formação de urina -> reabsorção de 98% (cerca de 2 litros de urina). DOENÇA TUBULOINTERSTICIAL 1. NEFRITE INTERSTICIAL AGUDA 2. NEFRITE INTERSTICIAL CRÔNICA 3. NECROSE TUBULAR AGUDA 4. NECROSE DE PAPILA 5. DISTÚRBIOS ESPECÍFICOS NEFRITE INTERSTICIAL AGUDA (NIA) Causas: alergia medicamentosa (beta-lactâmicos, sulfa, rifampicina, AINEs), infecção, autoimune O interstício começa a ser invadido por células inflamatórias (leucócitos) = a inflamação ocorre da mesma forma em todos os lugares do corpo -> o interstício renal sofre um processo de edema/inchaço -> com isso, os túbulos são comprimidos -> não há mais descida normal/adequada de ultrafiltrado Clínica: Insuficiência renal OLIGÚRICA (inflamação do interstício -> compressão tubular) Dor lombar (acúmulo de ultrafiltrado -> aumento renal - > distensão da cápsula -> dor) Febre (pela inflamação) Rash*(alergia medicamentosa -> rash) Laboratório: (além do creatinina) Hematúria não dismórfica Proteinúria subnefrótica Piúria/ cilindro leucocitário Eosinofilia/ IgE sérica/ eosinofilúria – método Hansel* (quando temos processo alérgico) (*) Alterações da NIA alérgica O diagnóstico é classicamente dado pela história do doente – ingesta medicamentosa + oligúria + rash + eosinofilia. O padrão ouro é a biópsia, mas na prática em geral não é necessária (infiltrado intersticial eosinofílico). Padrão ouro (diagnóstico): BIÓPSIA (em geral, não faz) Tratamento: eliminar fator causal (suspender o medicamento)/ corticoide se necessário Geralmente a suspensão da medicação já é o suficiente para garantir o sucesso terapêutico. Caso clínico 1: NIA: oligúria, rash, EAS “rico” após medicamento Justificativa para oligúria: compressão tubular pelo edema intersticial Justificativa para a piúria: inflamação -> extravasamento de leucócitos *NIA alérgica= eosinofilúria Justificativa para o desconforto lombar: distensão da cápsula renal Resultado esperado na biópsia infiltrado eosinofílico intersticial Tratamento: suspensão da medicação envolvida na gênese da NIA Obs.: Clearance de creatinina = (140 – idade) x peso 72 x Cr plasmática Manifestações urêmicas são esperadas quando clearance < 30 mL/min NEFRITE INTERSTICIAL CRÔNICA (NIC) INFLAMAÇÃO FIBROSE + ATROFIA (perde função tubular) Causas: evolução da NIA, gota, chumbo ~é uma inflamação que dura muito tempo presente no interstício renal – pode ser decorrente de uma perpetuação da NIA (é raro que ocorra perpetuação da NIA por alergia medicamentosa; mas a NIA por LES por exemplo, pode se prolongar mais comumente), gota (o excesso de ácido úrico pode depositar-se no interstício), chumbo (o chumbo em excesso pode depositar-se no interstício provocando um processo inflamatório arrastado). Qualquer processo inflamatório muito arrastado tem uma tendência a evoluir com fibrose (cicatriz) – neste caso, temos este mesmo desfecho – com uma consequente desorganização estrutural – a modificação do interstício acaba levando a modificações também na arquitetura dos túbulos, que acabam perdendo suas funções. Marcas: POLIÚRIA ( reabsorção) ANEMIA “PRECOCE” ( eritropoetina) ACIDOSE “PRECOCE” (*) pacientes com doença renal –> para que tenham acidose –> geralmente é esperado que tenham uma função renal muito prejudicada com ClCr<30mL/min. Desproporção entre a síndrome urêmica e o clearance de creatinina (são manifestações ditas “precoces) As lesões do néfron distal na NIC provocam poliúria ao diminuir a reabsorção A anemia ocorre mais precocemente na NIC, pois as células tubulares proximais que produzem eritropoetina são destruídas, e costuma ser desproporcional ao aumento das escórias nitrogenadas A acidose metabólica também ocorre em uma fase mais precoce na NIC já que as células tubulares proximais deixam de produzir amônia essencial na eliminação do acido Na NIC, o sedimento urinário mostra hematúria do tipo não dismórfica, proteínúria subnefrótica e piúria. Não encontramos eosinófilos A HAS é encontrada em 50% dos casos de NIC, mesmo antes da elevação das escórias nitrogenadas. Ocorre distorção tecidual, má-perfusão local e aumento da secreção de renina O surgimento da síndrome urêmica na NIC é precoce. Na IR, a uremia ocorre com ClCr <30mL/min DISTÚRBIOS ESPECÍFICOS CONTORCIDO PROXIMAL Reabsorve 65% do ultrafiltrado GLICOSE/ ÁCIDO ÚRICO/ FOSFATO/ BICARBONATO ALÇA DE HENLE CONCENTRA A MEDULA MED CONTORCIDO DISTAL Reabsorve SÓDIO ou CÁLCIO COLETOR Aldosterona: troca Na+ por H+ ou K+ ADH: reabsorve ÁGUA / CONCENTRA URINA ADH: ao chegar no coletor da medula -> abre ‘portões’ de água (se a medula não estivesse concentrada, a água não seria reabsorvida). Contorcido Proximal GLICOSE Glicosúria ATENÇÃO: SEM HIPERGLICEMIA ÁCIDO ÚRICO Uricosúria FOSFATO Fosfatúria BICARBONATO Bicarbonatúria Acidose tubular renal (tipo II) Obs.: Glicosúria: a principal causa de glicosúria é o diabetes. Iremos pensar em lesão tubular quando: glicosúria sem hiperglicemia Bicarbonatúria: perda de bicarbonato pela urina -> como fica o pH no sangue -> ácido -> acidose tubular renal do tipo II Alguns pacientes apresentam falha em todo o processo reabsortivo proximal (falha generalizada): SÍNDROME DE FANCONI (MIELOMA MÚLTIPLO) Obs.: mieloma múltiplo: pode acarretar consequências túbulo- intersticiais. O mieloma múltiplo é um ca hematológico que se caracteriza pela proliferação de plasmócitos -> células que produzem anticorpos (igs) -> excesso de IgA, de IgG -> o ac tem um pedaço maior (cadeia pesada) e um pedaço pequeno (cadeia leve) -> alguns portadores de meiloma, ao produzirem grande quantidade de Igs, podem ter grande quantidade de cadeia leve sendo filtrada pelo glomérulo renal -> essa cadeia leve passa pelos túbulos e é eliminada na urina -> perda urinária de proteínas de cadeia leve -> proteinúria de Bence- Jones -> essas proteínas podem levar à lesão tubular O tumor de plasmócito está localizado no interior da medula óssea -> destruição óssea -> liberação de cálcio -> hipercalcemia -> esse cálcio em excesso pode se depositar no interstício, levando à lesão tubular. Diante de neoplasias também podemos ter um excesso de produção de ácido úrico, que também leva a agressão tubular. Algumas proteínas ganham uma propriedade amiloide (tornam-se “grudentas”) -> amiloidose (síndrome nefrótica) Proteínas de Bence Jones (cadeia leve) lesão tubular proximal Hipercalcemia lesão tubular distal Hiperuricemia lesão tubular completa Amiloidose síndrome nefrótica Resumindo acidose tubular renal: ACIDOSE TUBULAR RENAL TIPO I (distal) TIPO II (proximal) TIPO IV Causa acidificação Bicarbonatúria aldosterona pH urinário Alcalino Normal (ácido)* Em geral, ácido Calemia HipoK HipoK** HiperK Lembrar de Sjögren Mieloma múltiplo Diabetes Obs.: tipo III: existência controversa *Quando a doença se inicia -> na perda inicial de bicarbonato - > pH urináro estava alcalino-> porém, quando a doença se estabelece, não há mais tanto bicarbonato no sangue para ser perdido pela urina -> o pH urinário volta ao normal (ligeiramente ácido). ** Sempre que se perde carga negativa -> é necessário manter a eletroneutralidade da urina -> um íon positivo é arrastado -> quem é geralmente “arrastado” é o K+ -> hipocalemia (K+ sérico baixo) Alça de Henle Concentra a medula (Na-K-2Cl) *e é impermeável à água. Principais marcas: POLIÚRIA + HIPOK + ALCALOSE ação da aldosterona Existem doenças que se caracterizam por uma disfunção desse carreador (Na-K-2Cl) – existem inclusive medicações que levam a disfunção desse carreador-> consequências: não consegue concentrar a medula -> não irá ocorrer a reabsorção de água no coletor (poliúria); com o carreador inibido, teremos mais Na+ no túbulo, logo, iremos ofertar maiores quantidades de Na+ para as próximas porções tubulares – a aldosterona reabsorve mais Na+ e com isso, joga muito K+ e H+ para fora (hipocalemia e alcalose) Furosemida (Lasix) Síndrome de Bartter Obs.: Bartter mimetiza a intoxicação por Lasix Contorcido Distal Reabsorve Na+ ou Ca++ HIPOCALCIÚRIA + HIPOK + ALCALOSE ação da aldosterona Existe uma doença e medicações que inibem a reabsorção de Na+ -> se o Na+ não pode ser reabsorvido, o Ca++ será reabsorvido em seu lugar -> hipocalciúria (menor risco de cálculo renal -> tiazídicos são utilizados para prevenção de recorrência de nefrolitíase) -> teremos mais Na+ no túbulo que será oferecido consequentemente às porções posteriores - > mais Na+ será ofertado para a aldosterona -> maior reabsorção de Na+ (que será trocado por H+ ou K+) Tiazídico Síndrome de Gitelman Coletor Cortical Aldosterona: troca Na+ por K+ ou H+ Acidose tubular renal tipo I: continua a ter níveis normais de aldosterona -> o problema é que o carreador responsável por excretar H+ através do estímulo da aldosterona não funciona mais. Como o H+ não pode ser excretado -> a troca será apenas pelo K+ -> hipoK COLETOR K+ H+ SANGUE Na+ Acidose tubular renal tipo IV: como a aldosterona age com menor intensidade -> o K+ não é excretado com a mesma intensidade -> hiperK+. Embora em menor quantidade, o H+ ainda é excretado, o que mantem um pH urinário ácido (normal). Coletor Medular ADH: reabsorve água/ concentra urina Diabetes insipidus NEFROGÊNICO (poliúria, hipostenúria*, polidipsia) (*) densidade urinária. NECROSE DE PAPILA (ou Papilite necrosante) Papila (é onde ficam ancorados os túbulos coletores) – depois da papila já temos a pelve renal (iniciado o trato urinário MED propriamente dito). A localização da papila é muito desfavorável em termos perfusionais. A papila deve ser interpretada como uma estrutura cronicamente mal perfundida. As causas de necrose são situações que de uma forma ou de outra prejudicam a perfusão da papila, que inicialmente já é ruim. Quando prejudicamos a já difícil perfusão da papila -> isquemia e necrose da papila -> a papila se solta e cai na pelve renal (tal como um cálculo – um corpo sólido no meio da urina -> clínica similar). Depois que a papila sofre necrose e se desprende, o local que ela ocupava é invadido por células inflamatórias -> pode cursar com febre. Clínica: Febre Dor lombar (“cálculo”) Hematúria O diagnóstico é difícil, pois as manifestações são similares a outras doenças que são muito mais frequentes. Diagnóstico diferencial: Nefrolitíase/ Pielonefrite Diagnóstico: Urografia excretora: falhas de enchimento (SOMBRAS EM ANEL) Causas: P IELONEFRITE H EMOGLOBINOPATIA (anemia falciforme) O BSTRUÇÃO URINÁRIA D IABETES A NALGÉSICO (podem induzir certa vasoconstrição) Tratamento: afastar causa + avaliar ITU DOENÇA VASCULAR RENAL 1. Artéria renal ------------------ 2. Veia renal 3. Vasos glomerulares ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL Causas: ATEROSCLEROSE DISPLASIA FIBROMUSCULAR >70-90% dos casos Menos comum Idosos Mulheres jovens Proximal à aorta Distal à aorta Consequências: Hipofluxo Liberação de renina Ativação do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona RENINA ANGIOTENSINA I ECA ANGIOTENSINA II VASOCONSTRICÇÃO PA ALDOSTERONA RETENÇÃO Na+ (córtex adrenal) (HipoK e alcalose Diagnóstico: Exames iniciais: Cintilografia renal: renograma (em 2 fases: sem e com IECA) o “Compensado” -> angiotensina II o Com captopril -> angiotensina II (perda do mecanismo compensatório -> redução da filtração) USG renal com doppler: assimetria (o rim sem estenose tem tamanho normal e o rim com estenose é um pouco menor) fluxo Angio-TC/ AngioRNM: CONFIRMAÇÃO Dúvida diagnóstica/ planejamento intervencionista: Arteriografia renal = padrão-ouro (exame invasivo) Tratamento: Displasia fibromuscular: angioplastia (não é necessária a colocação de stent) Aterosclerose: IECA ou BRA-II não usar se Estenose bilateral/ estenose em rim único (chamadas de nefropatia isquêmica) Nesses casos: revascularização (angioplastia ou cirurgia) Obs.: embora essas medicações atuem de forma a eliminar o mecanismo compensatório utilizado pelo rim com estenose, ele de fato irá diminuir a filtração, porém, o rim contralateral poderá compensar essa perda de função – e, o mais importante, poderá seguir de forma saudável, sem as consequências deletérias da hipertensão. INFARTO RENAL Causas e manifestações: A grande causa é um trombo formado em outra região que se solta e funciona como um êmbolo. A grande fonte de doenças tromboembólicas é o coração – fibrilação atrial. Principal causa: EMBOLIA (fibrilação atrial) Clínica: DOR SÚBITA (flanco) HAS + febre LDH (inclusive na urina) Diagnóstico: Angio TC/ Angio RNM/ Arteriografia Tratamento: anticoagulação *se bilateral: trombolíticos/ revascularização ATEROEMBOLISMO Causas: Principal causa: procedimento vascular (ex.: aortografia) Manifestações clínicas: RIM (insuficiência renal) Fissuras biconvexas PELE (livedo reticular) Áreas pálidas (obstrução com placas de colesterol) entremeadas com hiperemia (vasos vizinhos não afetados que sofrem vasodilatação compensatória) EXTREMIDADES (síndrome do dedo azul) RETINA (Placas de Hollenhorst) EOSINOFILIA/ EOSINOFILÚRIA/ COMPLEMENTO Obs.: eosinofilúria: NIA ou ateroembolismo Tratamento: suporte a. Estenose b. Infarto renal c. Ateroembolismo
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