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CAPITULO III MARCO TEORICO

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O educador, o lúdico e o processo de ensino-aprendizagem
Isabela Rocha, Jéssica Caroline, Karoliny Alves e Vitória Porfirio
Introdução
As transformações econômicas, sociais, educacionais, culturais e políticas do mundo, favorecem a evolução do pensamento das pessoas, e isso não é diferente com as crianças. Os caminhos da evolução tecnológica trouxeram um ambiente em que não é mais o mesmo de antes. As metodologias de aprendizagem da educação tradicionalista passaram por mudanças relevantes, porque é preciso oferecer às crianças uma infância escolar mais proveitosa. 
O professor possui o papel de agente transmissor do ensino e precisa definir a escolha e o uso dos materiais escolares, como planejar a disposição de objetos, no ambiente de sala de aula, e também as atividades que serão realizadas. 
A ludicidade em todo seu âmbito é capaz de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional da criança em idade pré-escolar; analisar as funções pedagógicas do lúdico como subsídio necessário ao desenvolvimento das crianças; mostrar como o lúdico pode ser inserido de forma organizada no contexto escolar.
O que significa Lúdico?
Entende-se por lúdico, atividades como brincar, brinquedos, jogos, danças, teatros, contação de histórias, músicas. As cantigas de roda, as brincadeiras antigas e os jogos de adivinha são também considerados atividades lúdicas. A ludicidade é a prática dessas atividades dentro das escolas, como práticas pedagógicas utilizadas no processo de ensino-aprendizagem.
 O lúdico tem sua origem no vocábulo latino ludus que quer dizer jogos e brincar. E neste brincar, estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimento, e os estudiosos acreditam que isso auxilia a aprendizagem do indivíduo
O processo de ensino-aprendizagem se torna mais prazeroso e mais eficiente se for realizado através de jogos, brincadeiras e danças. 
Não se sabe ao certo quando tudo começou, mas a história do lúdico, no Brasil, começa com a chegada dos colonizadores1 , em terras indígenas. Junto com eles, chegaram também outras culturas, brincadeiras em equipe e individual e também teve início a evangelização e o ensino (KISHIMOTO,1993). 
Os indígenas, mesmo sem saberem, ensinavam a seus filhos os labores tradicionais de maneira divertida e prazerosa, as crianças absorviam o que lhes era ensinado. A resposta ao empenho dos pais, em transmitirem seus conhecimentos aos filhos, era dada com um resultado positivo de aprendizagem.
A aprendizagem era algo natural e inerente às crianças que eram frequentemente desfiadas pelo meio em que viviam. Brincadeiras como “vendinha” e “Casinha” eram a reprodução da vida adulta, em forma de brincadeira, nelas se aprendia brincando.
O lúdico faz parte do comportamento humano e tem estado presente ao longo da história da humanidade, como parte da cultura de todas as sociedades. Cada qual com sua simbologia cultural específica. As crianças sempre utilizaram e ainda utilizam o lúdico como uma forma de socialização
Segundo Ferreira (2000,p.37), o lúdico é “[...] uma forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, através dos jogos, música e dança. O intuito é educar, ensinar, se divertindo e interagindo com os outros”.
Para entender como é necessário utilizar o lúdico como instrumento de aprendizagem, é preciso compreender sua gênese como uma experiência cultural.
As crianças ainda bebês, utilizam determinados objetos macios ou brinquedos, para liberar todas as tensões e conflitos que permeiam as ausências curtas da mãe. Esses objetos são chamados de transicionais porque ocupam um espaço intermediário entre a realidade inter e externa. Esse espaço transicional persiste ao longo de toda a vida. Será ocupado por atividades lúdicas e criativas extremamente variadas. Terá por função aliviar o ser humano da constante tensão suscitada pelo relacionamento da realidade de dentro com a realidade de fora.
O imaginário está interligado ao jogo no processo psíquico, e em relação a isso Vygotsky (2007) afirma que: “Para resolver essa tensão, a criança entra em um mundo imaginário, ilusório, em que os desejos são inatingíveis: este mundo é o que chamamos de jogo. A imaginação é um novo processo psicológico para a criança, ou seja, não está presente na consciência de crianças.
A ludicidade tem como sentido básico aprender as regras da moralidade e da cultura local.
Para Piaget 91975), as fases evolucionais do lúdico na escola emergem gradualmente à medida que a criança passa da infância para a pré-escola. No início, as crianças estão mais voltadas para os objetos reais que eles usam quando jogam. Mais tarde, centram-se nos objetos como interação social e começam desenvolver jogos mais complexos, com várias funções e usos simbólicos.
Bergen (2002, p.35), chama a fase de repetição da criança, na idade pré-escolar de “[...] Jogo repetitivo, sem imaginação”. Suas pesquisas afirmam que à medida que as crianças crescem tendem a gastar menos tempo nas brincadeiras e mais tempo em jogos esportivos e/ou virtuais. Para Bergen é na pré-escola que as crianças tem a oportunidade de conhecer o lúdico e aprender ao mesmo tempo em que brincam.
Piaget (1975) e Vygotsky (2007) foram os primeiros pesquisadores a relacionarem o lúdico ao desenvolvimento cognitivo. Em uma análise global dos inúmeros estudos sobre o brincar, os pesquisadores encontraram evidências de que os jogos contribuem para avanços na verbalização, na linguagem, no vocabulário, na compreensão na atenção, na imaginação, na concentração, no controle do impulso, na curiosidade, nas estratégias de resolução de problemas, na empatia, na cooperação e na participação do grupo.
O USO DO LÚDICO E A EDUCAÇÃO INFANTIL 
Nos dias atuais, a tecnologia avança de forma acelerada em diversos setores, inclusive na educação. Por isso, as atividades que envolvem a ludicidade não podem ficar esquecidas e relegadas à segundo plano, no dia a dia em sala de aula. 
A inserção de um instrumento lúdico, como forma de ensinar, se aplicado de maneira correta, pode ser bastante compensadora.
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação da utilização e da experimentação de regras e papéis sociais.
De acordo com Ronca (1989), o lúdico consente que a criança explore a relação do corpo com o espaço, cria possibilidades de deslocamento e velocidades, e dá condições mentais para sair de enrascadas. É através dessas condições que elas desenvolvem o psicomotor e a afetividade, e amplia conceitos das várias áreas das ciências.
• Prevê-se que a brincadeira como forma de aprendizagem pode desenvolver o espírito criador, aguçar a curiosidade e trabalhar a imaginação.• Para Novaes o ensino, absorvido de maneira lúdica, passa adquirir um aspecto significativo e efetivo no curso de desenvolvimento da inteligência da criança.
O LÚDICO E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
O lúdico torna-se válido para todas as séries e não apenas para a Educação Infantil.
O autor revela a importância do jogo na interatividade emocional e cognitiva, porém o professor deve saber utilizá-lo em diversos momentos, no decorrer da aula.
 Segundo Macedo, Petty e Passos (2005):O jogo é social por natureza já que seus participantes se relacionam e obedecem às mesmas regras que seus oponentes, o lado afetivo se revela na mobilização de emoções e de energia. No campo cognitivo são ressaltadas algumas habilidades como: raciocínio, antecipação de jogadas e previsão das consequências das ações.
Antunes diz que quando a criança percebe as diversas maneiras de aproveitar os jogos ela, por si só, presta mais atenção em como eles funcionam e aprendem com maior rapidez.
Segundo Rodrigues a contração de histórias também é uma atividade lúdica.
Segundo Curto a interação professor/aluno, no momento da leitura, é de suma importância porqueé no chão da escola (em círculo) que se sabe o que a criança aprendeu ou não. 
O LÚDICO E AS NOVAS TECNOLOGIAS
Para a criança que está na Educação Infantil o computador é, sim, um objeto lúdico. 
 O lúdico com o uso dos computadores proporciona à criança o acesso às novas tecnologias, ao mesmo tempo em que, as insere em um contexto maior, o da globalização virtual.
As crianças quando estão realizando alguma atividade no laboratório de informática, se sentem muito mais a vontade do que na própria sala de aula. 
De acordo com Nascimento (2012) os jogos que exigem raciocínio são muito bem recebidos pelas crianças, pois elas os veem como desafios. 
Os professores devem reconhecer a importância de se trabalhar as atividades lúdicas e terem a visão de que ela é mais um instrumento que pode facilitar o ensino e a aprendizagem. 
Libânio (1994) defende que a prática docente requer uma análise, do aqui e do agora, um dos fatores que influenciam a sala de aula para identificar as necessidades de cada grupo e alcançar o aprendizado do aluno. 
O compromisso da escola é formar um homem confiável, criativo, forte e construtivo, capaz de realizar o seu potencial, sob a orientação dos professores. 
Os objetivos da educação não podem ser alcançados apenas com o uso de métodos explicativos e ilustrativos. 
Nascimento (2012) diz que a aprendizagem é enriquecida pelo espaço dinâmico e virtual dos jogos online que tem a capacidade de transformar o grande em pequeno, o feio em belo, as coisas reais em imaginárias, estudantes em profissionais. 
A LUDICIDADE PRESENTE NOS CONTOS
Além das novas tecnologias como prática pedagógica, o professor deve buscar outras dimensões como a leitura dos contos de fadas. 
Curto (2000) defende que a introdução dos contos de fadas na vida escolar do educando, é uma maneira muito eficaz de adentrar no universo infantil para repassar conhecimentos e toda a interação do universo adulto. 
Os contos devem ser utilizados como um suporte do lúdico.
Não se deve contar uma história, simplesmente para contar ou memorizar, ela deve ter um objetivo. 
Os professores devem perceber que o ensino mudou, e juntamente com ele, as metodologias, as práticas e as dinâmicas utilizada e sala de aula. 
Hoje o que se vê são escolas pautadas no compromisso de e ensinar e, acima de tudo, compreendem que a criança aprende muito mais brincando.
Prazer em “brincar” como uma ferramenta de aprendizagem. 
Freire (1987) quer dizer que os adultos conduzem de maneira direta e real sua aprendizagem vida a fora, já a criança precisa desse “brincar aprendendo” para encontrar-se e socializar-se com o mundo externo. 
A criança não deve ser considerada como um ser alheio ao mundo em que vive. 
O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
O brincar aprendendo é inerente à criança. 
Através da brincadeira a criança é transportada para o meio das regras de convivência que será cobrada quando adulta. 
OBRIGADA!!

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