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1 NEGOCIAÇÃO E GESTÃO DE CONFLITOS 2 1. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4 2. O QUE É A NEGOCIAÇÃO? ....................................................................... 5 2.1 Conceitos Chave da Negociação ............................................................. 6 2.2 Estilos de Negociação........................................................................ 7 2.3 Como se Prepara uma Negociação? ................................................. 8 3. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS NEGOCIAIS ................................................. 10 4. INTERVENÇÃO DE TERCEIRAS PARTES .............................................. 12 5. ALGUNS ERROS COMUNS NA NEGOCIAÇÃO ...................................... 13 6. QUE SÃO CONFLITOS? ........................................................................... 14 6.1 Situações que Geram Conflitos ....................................................... 15 7. GESTÃO DE CONFLITOS ........................................................................ 17 7.1 Transições na Conceituação de Conflito .......................................... 19 8. ESTIMULAÇÃO DE CONFLITOS FUNCIONAIS ....................................... 21 CONFLITO X DESEMPENHO ................................................................. 23 8.1 Áreas de Conflito.............................................................................. 23 8.1.1Os Níveis de Conflito ....................................................................... 24 9. QUAIS AS ESTRATÉGIAS FUNDAMENTAIS NA GESTÃO DE CONFLITOS? ................................................................................................... 26 9.1 Características fundamentais que um bom negociador ......................... 27 9.2 Negociação em 7 Passos ................................................................ 28 10. O PAPEL DA LIDERANÇA NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS ................. 30 11. POTENCIAIS EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO CONFLITO ...... 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 33 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 34 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 INTRODUÇÃO Em diversas áreas da nossa vida, seja pessoal, econômica ou empresarial, enfrentamos situações de negociação com outras pessoas. Apesar de ser uma exigência constante em nossas vidas, não é fácil conduzir bem esse processo. Pois saiba que existem estratégias de negociação que podem ser aprendidas. Por outro lado, como todo processo de interação humana, a negociação não pode ser vista friamente como uma técnica, porque requer atitudes e comportamentos que passam pela aquisição de algumas características de personalidade que, às vezes, a pessoa ainda não tem, como a paciência por exemplo. Nada que não se possa conquistar com uma postura disciplinar adequada para compreender essa verdadeira filosofia da interação humana. Neste artigo, vamos identificar as atitudes pessoais que inferem em um processo de negociação e compreender alguns estilos de negociação e ainda desenhar métodos e plano de ação para gestão de conflitos no dia a dia. Primeiro precisamos compreender o que significa conflito, para conhecer algumas estratégias para dominá-lo. Conflito é uma situação de tensão entre partes, percebida como um grau alto de pressão emocional em conseqüência de desacordo ou discordância entre as partes. A discordância sempre reflete uma diferença de perspectiva que, provocando tensão, pode inviabilizar a conquista de objetivos em comum. 5 O QUE É A NEGOCIAÇÃO? A Negociação ocorre nos mais diversos planos da vida de um indivíduo, a nível pessoal, econômica, social e organizacional. Trata-se do processo através do qual as partes que se encontram em disputa tentam alcançar uma decisão conjunta nos assuntos em questão. A negociação faz parte do nosso dia-a-dia: O comprador negocia com o vendedor, os trabalhadores e a administração de uma empresa negociam as condições de prestação de serviços, um jovem negocia a sua hora de regresso a casa. A necessidade de negociar está presente no nosso dia-a-dia podendo surgir a qualquer momento. Apesar das negociações se realizarem diariamente não é fácil fazê-las bem, onde as estratégias conhecidas de negociação podem deixar as pessoas insatisfeitas, exaustas ou indiferentes. Perante este dilema existe duas formas gerais de negociar: ou são flexíveis ou inflexíveis. O negociador flexível tenta evitar o conflito pessoal o que por vezes o pode fazer sentir explorado. O negociador inflexível encara qualquer situação como um confronto de vontades, no qual assume uma posição de querer ganhar, o que pode dar origem a uma resposta igualmente agressiva afetando assim a sua relação com a parte contrária. Resta também referir que a negociação é um processo complexo que ocorrer no quotidiano de todos, consoante as origens culturais em que cada pessoa está inserida. De referi que sem comunicação não há negociação, é um processo de comunicação recíproco com o intuito de alcançar uma decisão comum. Não é fácil comunicar, mesmo entre as pessoas com valores e experiências comuns. SAIBA MAIS EM: Marcio Miranda Palestrante de Vendas e Negociação Falando sobre o que é negociação. Vai perder essa informação? Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=XXuUdEjENzU 6 2.1 Conceitos Chave da Negociação Para se conduzir uma Negociação com efeitos positivos que vão de encontro ao que pretendemos inicialmente, temos de ter uma ideia dos conceitos chaves da negociação. Um dos conceitos chaves é o MAPAN (Melhor Alternativa Para um Acordo Negociado). Este conceito resume a alternativa mais favorável que os negociadores dispõem caso não alcancem um acordo. Por norma define os limites de resistência aos quais estamos dispostos a chegar. Outro conceito a ter em consideração será o ponto de resistência. Basicamente o ponto de resistência representa o limite que os negociadores não estão dispostos a ultrapassar, por exemplo, é o salário abaixo do qual o candidato a um emprego prefere não aceitar. Por norma o ponto de resistência é ocultado por ambas as parte, mas pode ocorrer a sua divulgação durante a negociação. Este representa um elemento crucial na negociação pois o negociador que não tenha uma clara noção do seu ponto pode ser arrastado por propostas que não aceitaria noutras circunstâncias. Como conceito básico e chave da negociação têm também o nível de aspiração. Este é o resultado que o negociador deseja realmenteatingir. O nível de aspiração deve ser realista para não induzir o negociador a apresentar ofertas irrealistas. O nível de aspiração é determinado por vários fatores, nomeadamente a percepção dos negociadores, a personalidade de ambos, etc. Por fim resta referir o conceito de oferta inicial, pois ela constitui um elemento crucial em qualquer negociação. Por norma a oferta inicial tem uma grande influência decisiva nos termos finais do acordo. Muitas vezes associado a oferta inicial fica associado um efeito designado por ancoragem, porque quando a incerteza se instala na negociação de um acordo, a oferta inicial funciona como uma âncora. Posteriormente o processo negocial é desenvolvido em torno dessa proposta. 7 2.2 Estilos de Negociação Os observadores e estudiosos do assunto definiram 5 estilos de negociação normalmente empregados pelas pessoas que enfrentam um confronto. 1. Controlador - focado em metas e resultados O controlador geralmente está ansioso pelos resultados e quer chegar a uma conclusão rapidamente. Gosta de ir direto ao assunto, objetividade, organização e concisão são suas características, focado em resultados, pode ser visto como insensível por quem tem que negociar com ele. 2. Analítico - focado em dados e pesquisas Se você tiver que enfrentar um negociador analítico, verá que ele faz muitas perguntas, quer informações e o máximo de dados sobre o assunto. Busca saber os detalhes de cada negócio antes de decidir-se. Pode ser visto como detalhista, perfeccionista ou procrastinador. 3. Catalisador - inovador O negociador/comunicador é extrovertido, extremamente criativo, inovador e empreendedor. Eventualmente, ele pode ser percebido como superficial ou algo irreal em suas decisões e ações. 4. Apoiador – garantia de satisfação O apoiador é aquele que considera que os seres humanos são mais importantes que qualquer trabalho; gosta de trabalhar em equipe, procura agradar a outra parte e evita magoar as pessoas. Eventualmente pode ser visto como incapaz de cumprir prazos, para os executivos mais durões ele tem mais o pefil de um missionário. Por receio de agredir a outra parte pode apresentar decisões mais lentas. AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS: Neste vídeo os estudos de Jung sobre Tipos Psicológicos e sua influência para entender os estilos de negociadores. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=APFSoGDzWE4 8 2.3 Como se Prepara uma Negociação? O Ato Negocial pode ser visto em três etapas fundamentais: Figura 1 Fonte: Elaboração própria, Equipe Educare. Preparação – Ela envolve três áreas principais: as características do conflito, o negociador e a contra parte. A negligência de um negociador devido a escassez de tempo ou o excesso de confiança pode sofrer graves consequências de perda, como, por exemplo: o Perder flexibilidade negocial para aceitar propostas que se ajustam satisfatoriamente aos seus objetivos. o Fazer propostas irrealistas que induzem de imediato a sua rejeição pela parte oposta, que podem conduzir ao negociador “perder a face”. o Não ter consciência das suas fraquezas e forças nem as do oponente, o que pode dar origem a perde de credibilidade e poder persuasivo. o Aceitar propostas desfavoráveis por não ter estudado a sua MAPAN (São as alternativas estudadas pelo negociador, dependendo dos cenários possíveis na negociação. Poderão não ser ideais mas são admissíveis). o Perante atuações lentas e ambíguas do negociador, o oponente “ perde a paciência” e recusa atual e futuras negociações. Negociação – O contexto da negociação integra o componente social e o componente físico em que ela ocorre. Para estudar o componente físico temos de identificar variáveis como: o local da negociação e sua organização e os limites de tempo que a condicionam. A vantagem de negociar em território próprio é que o negociador pode interpretar um papel dominante, enquanto que um negociador na situação de convidado vai ter um estatuto subordinado o que pode induzir a um comportamento menos afirmativo. Muitas vezes ambas as Preparação Negociação Efetivação de acordo 9 partes em negociação optam por um território neutro, o que vai suprimir o estatuto de dominador e de dominado. o No estudo da componente social, as variáveis identificadas são: a presença de audiência, a existência de uma terceira parte e o papel que ela desempenha e o número de partes envolvidas na negociação. o A questão principal em relação às audiências durante o processo negocial é o seu impacto nas estratégias que os negociadores utilizam e a sua influência no desfecho do processo. o A existência de uma terceira parte, independente de ambas as partes, na estrutura social da negociação vai influenciar o decorrer da negociação e até mesmo a efectivação do acordo. o O número de partes envolvidas na negociação também tem um papel na negociação. O aumento do número de partes envolvidas no processo pode ser um factor impeditivo para se chegar a um acordo. A dificuldade de identificar os indivíduos em grupos grandes e mesmo quando são identificados, é necessário recorrer a estratégias de cooperação e competição para se conseguir manter uma identidade social comum. Efetivação do Acordo – Ocorrer quando ambas as partes encontram em acordo e termina as negociações. Nesta etapa podemos concluir que o processo de comunicação ocorrer de maneira clara e precisa pois sem isso não se conseguiria chegar a uma conclusão comum. 10 ESTRATÉGIAS E TÁTICAS NEGOCIAIS As estratégias são as intenções mais gerias das tácticas negociais. As tácticas por sua vez são mais específicas, de mais curto prazo, que ambas as partes executam para evidenciar as estratégias. As principais quatro estratégias são: • Obter um acordo final próximo do ponto de resistência do oponente. • Aumentar a amplitude positiva da negociação induzindo o opositor a baixar o seu ponto de resistência. • Transformar a amplitude negativa em positiva, impedindo o opositor a baixar o seu ponto de resistência. Aliciar o oponente, levando-o a acreditar que um determinado resultado é o melhor que ele pode alcançar. Estas quatro estratégias vão implicar uma atuação sobre as percepções da parte opositora, para que fundamentalmente, seja feita uma recolha e gestão da informação. Quando os dois negociadores atuam de modo igual, a comunicação torna-se complexa e podem surgir situações de “bluff”. As tácticas da negociação podem ser competitivas ou integrativas. Vamos primeiro abordar algumas das tácticas competitivas da negociação, elas são: Lisonjear o opositor – Quando o oponente é lisonjeado, ele vai ter mais dificuldades em adotar uma posição agressiva e dizer que não. Tende a não ter efeito quando provinda de um negociador inferior. Persuadir o opositor – É um processo de influência social o qual o negociador tenta convencer a outra parte que as suas propostas são vantajosas e razoáveis. Implica que o negociador seja credível e as informações sejam enquadradas de forma adequada aos interesses do alvo. Demonstração de poder – O negociador pode fazer demonstrações da sua força com o objetivo de colocar o seu opositor uma posição de inferioridade e submissão. Pode ocorrer que a outra parte em função deste comportamento pode reagir do mesmo modo. 11 Ofertas iniciais e concessões – Ofertas iniciais elevadas e concessões reduzidas transmitem a ideia de firmeza. A firmeza pode apressar o acordo mas também pode gerar conflitos e dificuldades de futuras negociações. Ofertas finais – Podem determinar-se num curto prazo para que o oponente tome uma decisão de aceitação/recusa. Tem como objetivo pressionar a outra parte a aceitar a oferta e deixar de procurar alternativas. Podegerar ruptura negocial. Técnica do espantalho – O negociador faz a simulação de grande empenho numa variável que no fundo não esta interessado. Em fase posterior ele cede nessa mesma variável para exigir ao seu opositor concessões na matéria realmente importante. Este tipo de técnica pode desperdiçar o potencial de entendimento em variáveis muito relevantes. Técnica da mordiscadela – O negociador tenta obter uma concessão pequena numa matéria que não foi discutida, o que faz o opositor sentir que por causa dessa concessão não vale a pena perder o negócio. O opositor também poderá fazer uma análise diferente, interpretando como um sinal de má fé, recusando o acordo e negociações futuras. Ataques pessoais e intimidações – Podem ser feitos de forma verbal ou não verbal. O negociador vai incomodar bastante a outra parte. Decisões irreversíveis – Implicam grande dose de credibilidade pois se não forem eficazes podem fomentar um conflito. Um modo potencial eficaz de a outra parte reagir consiste em ignorar ou desdramatizar a posição do ameaçador. As tácticas integrativas ocorrem quando o problema é em torno de um bolo de recursos não expansível, que é necessário dividirem. Vão ocorrer por ambas as partes uma comunicação franca e aberta sobre as suas preferências e opções. Ocorrer também a troca de ideias em relação a soluções viáveis e possíveis. A predisposição de ambas as partes para aceitar soluções mutuamente satisfatórias é a condição para que a negociação integrativa ocorra. Por norma primeiro ocorre a identificação do problema, seguidamente da definição do mesmo. Ao decorrer o processo negocial os negociadores vão descortinando as suas verdadeiras necessidades e interesses. Por fim após terem acordado uma definição do problema e compreendido os interesses e objetivos mútuos criam soluções alternativas para a satisfaçam de todos, avaliando assim soluções apropriadas para ambos chegando a um acordo. 12 INTERVENÇÃO DE TERCEIRAS PARTES Por vezes os processos negociais entre as partes intervenientes fracassam. Nestas situações pode ocorrer a intervenção de terceiras partes para a resolução desse fracasso podendo-se chegar a um acordo. Normalmente a intervenção de terceiros tem de ser aceite por ambas as partes e não só uma delas. Existem vários tipos de intervenção que podem ocorrer, nomeadamente um papel inquisitorial, onde ocorrer a filtragem de posições onde se tenta obter uma solução satisfatória para ambas as partes. Outro tipo de intervenção em um papel impulsionador, onde é diagnosticado rapidamente a fonte do conflito que impede a negociação. Neste caso se não for acordado nenhuma solução a terceira parte que tem o papel impulsionador impõe uma solução. A intervenção arbitral também ocorre muito frequentemente quando ambas as partes não chegam a um acordo. A arbitragem em questão vai ter controlo sobre a decisão final depois de ouvir ambas as partes envolvidas e também se envolve no próprio processo da negociação. Resta então salientar a intervenção por mediação. O mediador vai ter a função de facilitar a interacção, apoiar ambas as partes no processo comunicacional e remover barreiras entre eles. Este tipo de papel exige uma grande imparcialidade dos terceiros intervenientes, seno muitas vezes denominado como uma “negociação assistida”. AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS: Quer saber mais sobre Técnicas psicológicas para negociações: Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=1ni4nRUbi9I Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=8PDLTvJf46g 13 ALGUNS ERROS COMUNS NA NEGOCIAÇÃO Como dado adquirido, em todos os processos ocorrem erros. Na negociação existem erros freqüentes que são cometidos que com um pouco de cuidado se conseguem evitar. Um erro freqüente é a falta de preparação, um negociador que não tenha noção dos níveis de resistência nem de aspiração facilita o fracasso na negociação. Não fazer concessões, tentar vencer em tudo o que é proposto, não ter em atenção as diferenças culturais são alguns erros comuns praticados. Outros tipos de erros que podem ocorrer são os erros perceptivos. O fato de criar estereótipos, criar efeito de halo ou de contraste são erros comuns que comprometem a negociação. Por natureza humana existem erros que não conseguimos muito bem evitar como o efeito da semelhança ou o habitual erro das primeiras impressões. Qualquer tipo de erro sozinho ou em conjunto com outros podem custar negociação entre as partes não se chegando a um acordo final. AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS: 7 Mitos na Gestão de Conflitos nas Organizações Autor: Armando Terribili Filho. Acesse: https://impariamo.com.br/artigo/7-mitos-na-gestao- de-conflitos-nas-organizacoes/ 14 QUE SÃO CONFLITOS? Existem várias definições de Conflito e do que pode ser o conflito mas podemos dizer que os conflitos são situações que se caracterizam por uma escassez de recursos onde se associa um sentimento de hostilidade. Também podemos definir o conflito como sendo o processo que se inicia quando uma parte percepciona que a outra o tem afetado negativamente ou está com intenções de o fazer em algo importante. Ele faz parte da nossa vida pessoal, social, empresarial, etc. O Conflito é sustentado pelas ações e reações de ambas as partes, ou seja pela interação entre ambas. Pelo menos uma das partes percepciona que a situação se caracteriza pela incompatibilidade de objetivos, metas, valores, e que tal pode dificultar ou inviabilizar o que pretende. Existem vários níveis de conflitos: • Intrapessoais - O conflito ocorrer dentro do indivíduo. Pode tratar-se de um conflito atração–atração, repulsão–repulsão ou ainda atração-repulsão. • Interpessoal – O conflito ocorre entre indivíduos. • Organizacionais - Os conflitos organizacionais podem ser divididos em várias vertentes. Temos o conflito intra-grupal, quando o conflito ocorrer dentro de um pequeno grupo. Existe também o conflito inter-grupal onde o conflito ocorrer entre grupos de uma mesma organização. • Intra-grupal: Aquele que é no próprio grupo (é um conflito entre as pessoas que compõem um grupo). • Inter-grupal: Aquele que ocorre entre grupos (ocorre quando temos dois ou mais grupos com um problema a ser resolvido). • Conflito intraorganizacional: abrange a generalidade das partes da organização (situação de conflito generalizado). • Conflito interorganizacional: ocorre entre organizações, por exemplo, travado com uma associação ambientalista De referir que temos ainda os conflitos inter-organizacionais que ocorrem entre organizações e os conflitos intra-organizacionais que abrangem a generalidade das partes da organização. 15 Identicamente existem outras designações para os níveis de conflitos. Diversos autores indicam que os conflitos podem ser divididos em dois grupos: Š • Cognitivos – Que resultam da divergência na avaliação de dados empíricos ou factuais e expressam-se controversamente. Š • Normativos – Da qual resultam de divergências em assuntos e matérias relacionadas com as formas apropriadas de comportamento. 6.1 Situações que Geram Conflitos Para se fazer uma boa gestão de conflitos e também os prevenis é necessário conhecer as situações que têm tendência a gerar conflitos. A interdependência de funções são das situações chave que dão origem a conflito, pois se o trabalho de uma pessoa esta dependente do trabalho de outra é bastante provável que surjam conflitos. Outra situação que se deve referir é a indefinição das “regras do jogo”. Quando se instala a ambigüidade quer seja em relações profissionais como pessoais, dá origem a interpretações às quais as partes intervenientes podem não estar de acordo. Igualmente geradorade conflitos está a situação de interdependência de recursos. Em todas as situações em que os recursos são escassos em relação ao desejado vai ocorrer uma discordância em como reparti- los. O conflito esta presente em situações onde existe um sistema de recompensas competitivas, pois basicamente se verifica que para um indivíduo ganhar e ser premiado o outro não o será. AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS: Nesse vídeo focaremos no conflito Intra-grupal. Contudo, você vai conhecer os demais conflitos, suas fases e um pequeno exemplo. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=ghtlksknekw 16 Possivelmente a situação mais geradora de conflitos será a mudança. O ser humanos é um animal de hábitos e nem sempre encara a mudança como algo positivo ou desejável, pois a mudança provoca ansiedade. Ansiedade essa que depois se vai traduzir em falta de segurança e num esforço adicional para se adaptar à nova realidade. Podem igualmente surgir situações de conflito quando a mudança é imposta ao indivíduo. Basicamente o receio da mudança é devido à incerteza do futuro, perda de privilégios adquiridos e que ela constitua uma crítica. 17 GESTÃO DE CONFLITOS O objetivo desta apostila é apresentar alguns conceitos fundamentais sobre Conflitos, e para isso iremos abordar uma pouco da história do conflito, seus tipos, suas causas, como estimular o surgimento do mesmo, sua relação com o desempenho organizacional. Além dos tópicos citados acima, iremos também trabalhar e entender as áreas e os níveis dos conflitos. Ao final desta apostila, você deverá estar apto a entender como os conceitos, a história, como se processam os vários tipos de conflitos e de que forma seria possível administrar cada um deles, passando pelos seus níveis e estágios. Originado do latim “conflictus”, de “confligere”, é empregado na linguagem jurídica para indicar “embate”, “oposição”, “encontro”, “pendência”, “pleito”. Tem o sentido de “entrechoque” de ideias ou de interesses, em razão do que se origina o “embate” ou a “divergência” entre fatos, coisas ou pessoas. Abaixo apresento uma definição sobre o termo conflito: “Um conflito é uma luta expressa entre pelo menos duas partes interdependentes que percebem que seus objetivos são incompatíveis, suas compensações são reduzidas e a outra parte os impede de atingir seus objetivos” (Hocker e Wilmot, 1985, p. 135). Segundo Thomas (1992), o conflito é o processo que começa quando uma das partes percebe que a outra parte a afetou de forma negativa, ou que a irá afetar de igual forma. Esta definição tem três características: O conflito tem que ser percebido, pois a ideia será a não existência de conflito, não existe conflito; Tem que existir uma interação; Tem que haver uma incompatibilidade entre as partes. Outra definição para conflito é: “O conflito é um encontro entre duas ou mais linhas de força, com direções convergentes, mas em sentidos opostos, resultando deste encontro a necessidade de uma gestão eficaz da situação , de modo a ser retirado algo de positivo dela.” (Serrano e Rodriguez, 1993, P.97) 18 Figura 2 Podemos dizer que os conflitos existem desde o início da humanidade, onde tornou-se fonte de ideias novas, podendo levar a discussões abertas sobre determinados assuntos, caracterizando-se positivo em algumas das vezes, permitindo a expressão e exploração de diferentes pontos de vistas, interesses e valores. Dessa forma o conflito pode ser considerado necessário, em algumas ocasiões. Um estudo internacional realizado em 2008 na Europa, no Brasil e nos EUA demonstrou que em média, são gastas mais de 2 horas por semana e por colaborador em conseqüência de conflitos organizacionais. Os conflitos fazem parte da natureza humana. Não devemos atribuir ao conflito independente da sua complexidade, uma conotação negativa, pois dependendo do modo como é administrado pode ser uma fonte de criatividade, de mudança e de maior produtividade para a organização e para as pessoas, de uma maneira geral. Dentro dessa visão organizacional, podemos afirmar que: “Em qualquer organização, a existência de conflito com baixos níveis deixa a organização vulnerável à estagnação, à tomada de decisões empobrecidas, mesmo à falta de eficácia, enquanto que possuir conflito em demasia encaminha a organização diretamente ao caos.” (Hampton, Summer & Webber, 1973, p.186) 19 Neste caso para é a gestão do conflito que se mostra necessária, podendo passar pela negociação ou por outras estratégias, e não a sua eliminação (Carvalho Ferreira, Neves & Caetano, 2001; Rahim, 2001). Resultado proporcionado Figura 3 7.1 Transições na Conceituação de Conflito Portanto, historicamente o conflito já foi visto como algo que interferia diretamente no desempenho das atividades. Atualmente essa visão já não mais corresponde. O conflito para as modernas empresas servem para assegurar um desempenho elevado. Ajuda a buscar novas táticas e estratégias em situações que exigem criatividade. Ajudam também nas discussões francas de buscar alternativas na criação de novos produtos. Enfim, segundo Vecchio (2008), o conflito, em si, não é desejável ou indesejável. Seu valor pode ser julgado somente em termos de efeitos de desempenho. Robbins (2002), faz algumas abordagens sobre o conceito de conflito na visão tradicional, das relações humanas e a visão interacionista. • Visão tradicional: esta abordagem dizia que todo conflito era ruim e que, portanto, deveria ser evitado. O conflito era visto como uma disfunção resultante de falhas de comunicação, falta de abertura e de confiança entre as pessoas e 20 um fracasso dos líderes em atender às necessidades e às aspirações de suas equipes. A visão tradicional era consistente com as atitudes de grupo que prevaleciam nas décadas de 30 e 40. • Visão das relações humanas: esta abordagem argumenta que o conflito é uma conseqüência natural e inevitável em qualquer grupo, não sendo necessariamente ruim, podendo ter o potencial de ser uma força positiva na determinação do desempenho do grupo. A visão das relações humanas dominou a teoria sobre conflitos do final dos anos 40 até a metade da década de 70. • Visão interacionista: esta abordagem, que é a mais recente, propõe não apenas que o conflito pode ser uma força positiva, como defende abertamente a tese de que algum conflito é absolutamente necessário para o desempenho eficaz de um grupo. A principal contribuição desta abordagem, portanto, é encorajar os líderes dos grupos a manter um nível mínimo constante de conflito suficiente para manter o grupo viável, autocrítico e criativo. Figura 4 21 ESTIMULAÇÃO DE CONFLITOS FUNCIONAIS Segundo Robbins (2005), podemos estimular os surgimento dos conflitos através de: Mudar a cultura organizacional: gerentes devem transmitir aos empregados a mensagem, apoiada em ações, de que o conflito é um valor importante para a organização. A idéia é que indivíduos com idéias inovadoras e apresentam pensamento e opiniões divergentes precisam ser recompensados; Usar a comunicação: uso de mensagens ambíguas ou ameaçadoras encorajam conflitos; chamar a atenção para diferenças de opinião que os indivíduos por si mesmos ainda não reconheceram; Trazer gente de fora: incluir nos grupos de trabalho empregados com históricos, valores, atitudes ou estilos gerenciais diferentes dos vigentes; Reestruturar a organização: realinhar os grupos de trabalho, alterar regras e regulamentos, outras mudanças estruturais que rompam com o status quo vigente; Nomear um advogado do diabo: que é aquele intencionalmente apresenta argumentos contrários aos propostos pela maioria ou contrários às práticasem curso. Ele desempenha o papel de crítico, assumindo posições das quais ele mesmo discorda. Para Nascimento (2002), a forma de conseguirmos uma eficiente administração do conflito, se faz necessário que sejam conhecidas as possíveis causas que levaram ao seu surgimento. Podemos indicar algumas possíveis causas: MOMENTO LEITURA: • Conflitos Relacionais, Maná ou Erva Daninha? Fonte: http://www.rhportal.com.br/artigos/rh.php?rh=&idc_cad=4adi5ce6n • Estudo de Caso - Responsabilidade em pesquisa – Conflito de interesses Fonte: http://www.anis.org.br/Cd01/Port/EstudoDeCaso/estudo_de_caso_06.pdf 22 Experiência de frustração de uma ou ambas as partes: incapacidade de atingir uma ou mais metas e/ou de realizar e satisfazer os seus desejos, por algum tipo de interferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental; Diferenças de personalidade: são invocadas como explicação para as desavenças tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas no relacionamento diário através de algumas características indesejáveis na outra parte envolvida; Metas diferentes: é muito comum estabelecermos e/ou recebermos metas/objetivos a serem atingidos e que podem ser diferentes dos de outras pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à geração de tensões em busca de seu alcance; Diferenças em termos de informações e percepções: costumeiramente tendemos a obter informações e analisá-las à luz dos nossos conhecimentos e referenciais, sem levar em conta que isto ocorre também como outro lado com quem temos de conversar e/ou apresentar nossas ideias, e que este outro lado pode ter uma forma diferente de ver as coisas. 23 CONFLITO X DESEMPENHO Tabela 1 SITUAÇÃ O NIVEL DE CONFLITO TIPO DE CONFLITO CLIMA DE TRABALHO DESEMPENH O A REDUZIDO OU NULO DISFUNCION AL APATIA, ESTAGNAÇÃ O REDUZIDO B APROPRIAD O FUNCIONAL AUTOCRITIC O, INOVADOR ELEVADO C ELEVADO DISFUNCION AL CAÓTICO, NÃO COLAORANT E REDUZIDO 8.1 Áreas de Conflito Segundo Nascimento (2002, pág.51), os conflitos podem ser divididos nas seguintes áreas: Conflito social: surge em decorrência do grau de complexidade e implicação social. Não podemos esquecer que vivemos numa sociedade altamente evoluída do ponto de vista social e tecnológico, mas bastante precária em termos de habilidade para negociações. Além disso a violência tem sido, no decorrer da história, um dos instrumentos mais utilizados na tentativa de sanar conflitos. Talvez a fantasia de todo ser humano seja eliminar uma idéia adversa à sua, em vez de ter que questionar sua própria posição; 24 Conflitos tradicionais: pertencem à história e são aqueles que reúnem indivíduos ao redor dos mesmos interesses, fortalecendo sua solidariedade. Os conflitos aparecem por três razões principais: pela competição entre as pessoas, por recursos disponíveis mas escassos; pela divergência de alvos entre as partes; e pelas tentativas de autonomia ou libertação de uma pessoa em relação a outra. 8.1.1Os Níveis de Conflito Figura 5 De acordo com Nascimento (2002, pág. 49), é possível acompanhar a evolução dos conflitos e suas características: Nível 1 - Discussão: é o estágio inicial do conflito; caracteriza-se normalmente por ser racional, aberta e objetiva; Nível 2 - Debate: neste estágio, as pessoas fazem generalizações e buscam demonstrar alguns padrões de comportamento. O grau de objetividade existente no nível 1 começa a diminuir; 25 Nível 3 - Façanhas: as partes envolvidas no conflito começam a mostrar grande falta de confiança no caminho ou alternativa escolhidos pela outra parte envolvida; Nível 4 - Imagens fixas: são estabelecidas imagens preconcebidas com relação à outra parte, fruto de experiências anteriores ou de preconceitos que trazemos, fazendo com que as pessoas assumam posições fixas e rígidas; Nível 5 - Loss of face (.ficar com a cara no chão.): trata-se da postura de .continuo neste conflito custe o que custar e lutarei até o fim., o que acaba por gerar dificuldades para que uma das partes envolvidas se retire; Nível 6 - Estratégias: neste nível começam a surgir ameaças e as punições ficam mais evidentes. O processo de comunicação, uma das peças fundamentais para a solução de conflitos, fica cada Nível 7 - Falta de humanidade: no nível anterior evidenciamse as ameaças e punições. Neste, aparecem com muita frequência os primeiros comportamentos destrutivos e as pessoas passam a se sentir cada vez mais desprovidas de sentimentos; Nível 8 - Ataque de nervos: nesta fase, a necessidade de se autopreservar e se proteger passa a ser a única preocupação. A principal motivação é a preparação para atacar e ser atacado; Nível 9 - Ataques generalizados: neste nível chega-se às vias de fato e não há outra alternativa a não ser a retirada de um dos dois lados envolvidos ou a derrota de um deles. 26 QUAIS AS ESTRATÉGIAS FUNDAMENTAIS NA GESTÃO DE CONFLITOS? Neste estudo sobre a gestão de conflitos podemos referir as cinco principais estratégias de gestão de conflitos, salientando as vantagens e desvantagens de cada uma. Uma das cinco estratégias é o evitamento, onde um indivíduo opta por não entrar na divergência e evita a todo o custo a confrontação. A principal vantagem deste tipo de estratégia e o ganho de tempo para resolver a divergência. A desvantagem é que se trata de uma solução provisória que não ataca o problema diretamente. Quando o problema é trivial e impossível de concretizar os interesses de ambas as partes é uma estratégia a ter em consideração. A acomodação também é uma estratégia de gestão de conflito com a vantagem de encorajamento de cooperação futura, mas a desvantagem de poder ocorrer o fracasso em lidar com o problema subjacente. Não se aconselha este tipo de atitude quando os problemas são complexos e difíceis. Um exemplo em que este tipo de estratégia e apropriada é quando existe o receio de a outra parte não ter uma ação ética. Uma estratégia muito conhecida na gestão de conflitos é a competição/dominação, onde o próprio nome da estratégia define o tipo de comportamento. A vantagem deste tipo de atitude é que pode estimular a criatividade, a rapidez e energizar as pessoas. A grande desvantagem é que cria ressentimentos da outra parte interveniente, o que pode dificultar negociações futuras. Este tipo de estratégia não é aconselhável em ambientes abertos e participativos e quando o assunto é complexo. No entanto é adequado quando uma decisão que não agrada ambas as partes tem de ser tomada e o prazo limite de tempo está a expirar. O compromisso permite soluções rápidas não gerando perdedores em ambas as partes. Por norma, com este tipo de estratégia, nenhuma das partes fica satisfeita ocorrendo o abafamento de ideias criativas para os problemas. O compromisso torna-se apropriado quando ambas as partes intervenientes detêm poderes equilibrados e quando é necessário uma solução temporária para um 27 problema complexo. É desaconselhável quando a questão a ser resolvida necessita de uma abordagem colaborativa. Resta então referir a quinta estratégia de gestão de conflitos que será a colaboração. Neste tipo de situação, vai acontecer ambas as partes lidarem com os problemas e não com os sintomas. Vão lidar com interesses e não posições, o que é uma vantagem da colaboração. O único inconveniente a salientar é o tempo excessivo que é necessário neste tipo de situações. Quando se tem de tomar uma decisão a longo prazo e os assuntos são complicados é uma estratégia adequada, mas se o tempo é escasso e a outra parte atua de ummodo competitivo é uma estratégia a não ter em consideração. 9.1 Características fundamentais que um bom negociador Habilidade no relacionamento Mostrar pontos fortes e não deixar transparecer as fraquezas; ser firme, porém simpático; observar as características da outra parte e ir desenvolvendo os próprios argumentos em função dessa percepção; saber ouvir e colocar-se no lugar da outra parte; ser flexível e criar um clima de cooperação. Táticas de negociação Nunca chegar a uma negociação de improviso e sim planejar, conduzir e controlar a negociação; conhecer algumas estratégias de argumentação e de sensibilização da outra parte; fazer algumas concessões se elas forem necessárias para superar impasses, para isso privilegiar a causa e não o duelo pessoal; nunca usar a coerção. Conhecimento do negócio Ter o máximo de informações acerca do assunto a ser negociado, de modo a não ser pego de surpresa com argumentos que não poderá rebater. APRENDA MAIS: Gestão de conflitos Com professora Andréia Ribas do canal concursos online. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=zaSlPrRX1Fw 28 9.2 Negociação em 7 Passos 1. Planejamento Tenha em mente os diversos acordos possíveis e um histórico do relacionamento entre as partes; liste objetivos ideiais e reais, tendo em mente o máximo possível e o mínimo aceitável, bem como as necessidades do interlocutor; planeje as concessões que poderão ser oferecidas; antecipe possíveis impasses. 2. Abertura Crie um clima bom para a negociação, deixe a outra parte à vontade, iniciando com um bate-papo sobre assuntos amenos; no início defina objetivo e benefícios mútuos e como os dois lados trabalharão. Um bom relacionamento entre as partes é fundamental para uma boa negociação. 3. Exploração É uma fase em que é preciso saber quais são os interesses, necessidades e expectativas da outra parte. Aplique aqui a tática do ouvinte, quanto mais ouvimos, mais informações para utilizar nós teremos. 4. Argumentação Hora de utilizar uma comunicação eficaz, demonstrando seu produto, seus argumentos, expondo sua proposta, com base nas informações obtidas no passo anterior. 5. Opções do acordo Identificar as opções que as partes têm, verificar se o interlocutor entendeu com clareza tudo o que foi colocado; ouvir atentamente objeções e respondê-las com calma, acatar as razões da outra parte. 6. Fechamento do negócio Esteja atento ao momento de fechamento do negócio; a outra parte vai emitir sinais de que está aceitando a proposta, proponha uma data para o fechamento do negócio. Ainda pairam dúvidas? Apresente opções, desvantagens e vantagens. 7. Compromisso final Tenha controle sobre tudo que ficou acertado: prazos, custos, condições, tome providências imediatas para cumprir o que foi combinado. Faça uma 29 comparação do planejamento e do que foi conseguido, analise as concessões que tiveram que ser admitidas e o que isso pode acarretar e faça suas anotações visando desenvolver-se para as próximas negociações que tiver pela frente. 30 O PAPEL DA LIDERANÇA NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS Uma empresa se assemelha muito a uma orquestra. Assim como a empresa tem setores, divisões e departamentos, a orquestra possui naipes: as cordas, as madeiras, os metais e a percussão. É necessário que cada instrumento esteja bem afinado e em harmonia com os outros para que a execução de uma obra seja perfeita. Assim é também no ambiente de trabalho. É necessário que os colaboradores estejam em sintonia, falando “a mesma língua”. Tanto na orquestra como na organização, a figura do gestor é de vital importância. Em uma orquestra, o maestro é quem dita o andamento e a dinâmica da obra, assim como numa organização o gestor é o gestor emocional da equipe de trabalho. Um gestor omisso pode levar seus comandados a se sentirem insatisfeitos e desmotivados, propiciando um ambiente para que cada um tome suas próprias decisões, o que acabará gerando conflitos, na acepção mais negativa da palavra. A competição passa a não ser saudável, levando um colaborador a ter a intenção de prejudicar o outro, como instrumentos desafinados em uma orquestra. Um dos grandes erros cometidos pelos gestores é ignorar a existência do conflito como forma de fugir da responsabilidade de sua resolução. Isso se deve principalmente à falta de habilidade interpessoal ou receio de agradar um grupo de colaboradores e desagradar outro. Parece mais fácil a famosa ideia de “deixar que eles se entendam por si”. É um pensamento bastante arriscado, que pode colocar a perder o desempenho da equipe. Um conflito bem administrado pode se transformar em um fator motivador de grandes mudanças e ter um efeito altamente positivo. Em outras palavras, o Observação: É necessário que os colaboradores estejam em sintonia, falando “a mesma língua”. 31 conflito pode contribuir para o amadurecimento da organização, se o gestor souber utilizar a situação a seu favor. Para Knapik (2012, p. 82), O papel dos gestores na administração de conflitos consiste em transformá-los em oportunidades de aprendizagem organizacional e de mobilização para novos métodos de trabalho, bem como em minimizar a probabilidade de eclosão de novos conflitos, que podem ser gerados por: • Dificuldades de relacionamento oriundas da relação entre colegas de trabalho, de liderança ou gerenciamento ineficaz; • Dificuldades por falta de recursos que dão suporte, como ambiente físico, falta de equipamentos, etc.; • Fatores ambientais (mercadológicos, legais etc.) e sociais (divergências de religião etc.); • Excesso de trabalho, já que o ideal é que as pessoas procurem o equilíbrio, conciliando trabalho, lazer e afetos. Sendo um dos papéis principais do gestor o aperfeiçoamento de seus colaboradores, é necessário que o gestor proporcione desafios, delegue poderes e tarefas significativas aos liderados. Fiorelli (2008, p. 204-210 apud KNAPIK, 2012, p. 93) defende a ideia de que “os gestores elaboram emoções, irradiam energia psíquica. Gestores colocam as pessoas em ação”. Neste contexto, o autor pontua a necessidade de instigar nos colaboradores a percepção de um relacionamento interpessoal significativo, positivo e proativo, que estimule a ação alavancada pelo envolvimento emocional. Robbins (2009) pondera que não há uma forma de administração de conflito que seja sempre a melhor, cabendo ao gestor, dentre as formas de administração de conflitos já citadas, escolher a mais apropriada para cada uma das situações. A competição pode ser utilizada em situações emergenciais, quando for necessária uma ação rápida. A colaboração deve ser utilizada para encontrar uma solução quando as partes envolvidas no conflito têm interesses muito importantes para serem comprometidos, quando a finalidade principal for a aprendizagem, para obter comprometimento ou ainda para trabalhar sentimentos que podem interferir no relacionamento entre os membros da equipe. O não enfrentamento pode ser utilizado quando o gestor perceber que há assuntos mais urgentes. A acomodação pode ser utilizada para permitir que uma posição melhor que a sua seja ouvida, com o objetivo de garantir a 32 cooperação. Finalmente, a concessão deve ser utilizada quando as metas, apesar de serem importantes, não justificam a ruptura de abordagens mais afirmativas, quando oponentes que desfrutam de poder igual já são comprometidos com metas exclusivas. POTENCIAIS EFEITOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO CONFLITO Atualmente a abordagem ao Conflito é positiva, pois é encarado como um fator de mudança e um estimulador a criatividade e à inovação. A abordagem tradicional ao conflito é exatamente o oposto. É algo negativo,assustador e a evitar. Tanto uma abordagem como a outra são aceitáveis e referem aspectos positivos e negativos do conflito. Alguns aspectos positivos do conflito são: • Gera motivação e energia para executar melhor as tarefas • Facilita a inovação, a mudança e a adaptação • Torna o clima organizacional mais entusiasmante • Reduz a preguiça social • As pessoas aprendem através do confronto de ideias, o que pode melhorar a qualidade das decisões • Permite libertar tensões Alguns aspectos negativos do conflito são: • Induz cada adversário a fazer atribuições hostis ao outro • Provoca impasses e atrasos no processo decisório • Provoca decréscimo nos níveis de satisfação • Reduz o empenhamento organizacional • Destrói a moral dos grupos e organizações • Suscita comportamentos retaliatório e irresponsáveis. A Negociação e os conflitos são processos complexos que ocorrem nos mais diversos sectores da vida quotidiano de todos os seres humanos. Foram referidas ao longo deste trabalho algumas tácticas e estratégias de modo a gerir os conflitos através de uma visão adequada da negociação. 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS Não é possível viver sem conflitos. Seja na esfera familiar, nas “rodas de amigos” ou no ambiente de trabalho, sempre haverá situações em que as partes discordarão. As pessoas e as organizações precisam aprender a administrar as situações conflitantes e solucioná-las, de modo que o espírito de equipe e de colaboração não seja comprometido. Através das conceituações de conflito descritas no início do artigo, é possível perceber a diversidade de teorias a respeito do papel dos conflitos nas organizações, desde a corrente de pensamento tradicional, que propõe que o conflito deve ser sempre evitado, até a visão interacionista, que encoraja o conflito, mantendo um nível constante de contestação. O desafio maior dos gestores é fazer com que os conflitos tenham papel construtivo, fortalecendo a confiança, tanto entre os colaboradores entre si como entre o colaborador e o gestor, enaltecendo o espírito de equipe e propiciando um ambiente saudável para a discussão produtiva. Para isso, é imprescindível a habilidade de comunicação, para que o gestor se faça entender e compreenda o anseio de seus colaboradores, evitando assim as falhas na comunicação, abrindo a possibilidade de diálogo. Embora essa habilidade precise estar presente em qualquer colaborador que trabalhe em equipe, cabe ao gestor a gestão emocional de seus comandados, gerenciando os pontos de vista divergentes, solucionando os problemas de forma criativa e mantendo a equipe motivada e unida em prol de um objetivo comum. É importante ressaltar que o impacto que o conflito exercerá dentro do ambiente organizacional dependerá da forma de tratamento dispensada. Situações conflitantes que propiciem desafios e que despertem amadurecimento devem ser, com certeza, encorajadas. Ao longo do artigo, pôde-se perceber claramente que os conflitos, quando gerenciados de forma correta, podem representar uma série de novas concepções em relação a vários assuntos relevantes, reforçando a conotação positiva do conflito, dando margem ao desenvolvimento de diversos pontos de vista, gerando novas ideias e o aprimoramento constante 34 REFERÊNCIAS ABRH, Brasil. Negociação é gestão de conflitos. Blog Werner. Associação brasileira de recursos humanos ANDRADE, G.M. ARAÚJO, J.V. CARVALHAL, E.D. KNUST, M. Negociação e administração de conflitos. Série: Gerenciamento de projetos quarta edição editora IDE FGV. ASSIS, A.F. STRAUB, A. Gestão de conflitos: a oportunidade de aprendizagem através da exploração de divergências. Rev. FAE, Curitiba, v. 19, n. 2, p. 220-231, jul./dez. 2016. COLARES, L. Gestao de conflitos e negociações sindicais. I UNIDADE – Gestão de conflitos. p.12. FANESE. COSTA, VN da. A habilidade de negociação na gestão de conflitos nas organizações. Administração de empresas em revista v. 1, n. 20 (2020): janeiro- abril. ESESP. Gestão de conflitos. Eixo: pessoas. Ano base 2008. Governo do estado do espírito santo. ÉSTHER, A.B. Gestão de conflitos. UFJF. Acessado em: 02/09/2020. Disponível em: <https://www.ufjf.br/angelo_esther/files/2012/10/RH-I-2013-Apostila- Gest%c3%a3o-de-conflitos.pdf>. GIL, D.L.L. Negociação e gestão de conflitos gestão de recursos humanos. Instituto Politécnico de Engenharia de Coimbra - Dezembro 2008 ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. São Paulo: Pearson Prentice- Hall, 11 ed., 2005, p.343.
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