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DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY CRISE DE ASMA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ▪ Definição de asma; ▪ Apresentação clínica; ▪ Diagnóstico; ▪ Diagnóstico diferencial; ▪ Tratamento. CONCEITO DA CRISE DE ASMA Paciente sabidamente asmático, com piora repentina dos sintomas. Essa piora repentina dos sintomas faz com que eu tenha que mudar o tratamento do paciente. ▪ Aumento progressivo da dispneia, sibilância, tosse ou aperto no peito, ou de qualquer combinação desses sintomas; Qualquer paciente que tenha asma, e, mais algum desses sintomas acima, ou, a combinação deles. ▪ Pode ser grave e fatal; A crise de asma pode ser leve, mas pode ser grave, com insuficiência respiratória, que pode até ser fatal. ▪ Redução PFE e do VEF1; Paciente vai ter redução do pico de fluxo expiratório, e, do VEF1. Então, o paciente que tem o pico de fluxo em casa, consegue ir medindo o pico de fluxo dele, até ele perceber que o pico de fluxo dele diminuiu muito, e, então, ele já fica atento pra uma crise, e, procura o médico. ▪ 2000 morte/ano no Brasil; ▪ 2,5% das internações do SUS. FATORES DESENCADEANTES ▪ Infecções (viral/bacteriana); Qualquer infecção pode exacerbar a crise, por isso, a indicação é de que todo paciente asmático seja vacinado. Os asmáticos do SUS, cobre apenas vacina para Influenza. Paciente quando pode pagar pela Pneumococica, a professora orienta também. ▪ Inalação de alérgenos; ▪ Inalação de irritantes; ▪ Medicamentos; Pacientes que começam uso de beta-bloqueador, que usam algum anti-inflamatório, pacientes que abrem glaucoma e tem que usar beta-bloqueador de colírio, pacientes que começam a utilizar IECA ou BRA. ▪ Fatores emocionais; Paciente asmático quando ri muito, já pode começar a sibilar, nesse caso, devemos começar a medicação de resgate, antes, era apenas com Salbutamol, agora, deve estar associado ao corticoide inalado. ▪ Mudança de temperatura; Mudanças bruscas de temperatura podem precipitar crise de asma, seja do frio para o calor, seja do calor para o frio. ▪ Exercício; ▪ Falta de aderência ao tratamento. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA ▪ Tríade clássica: Sibilância, opressão torácica e dispneia. ▪ Pode acompanhar tosse. Entretanto, tem gente que não tem a tríade, tem gente que só tem a tosse. PACIENTES COM RISCO DE CRISE GRAVE ▪ História de necessidade de Ventilação Mecânica, devido crise de asma; ▪ Internação ou ida ao PS no último ano; ▪ Uso atual ou recente de corticoide oral; ▪ Uso excessivo de B2 agonista de curta duração em excesso; ▪ Paciente psiquiátrico, uso de droga, uso de sedativos; ▪ Comorbidades pulmonares e cardíacas; ▪ Não adesão ao tratamento. PARÂMETROS PARA DETERMINAR GRAVIDADE ▪ Dispneia; ▪ Nível de consciência; ▪ Frequência respiratória e padrão respiratório; ▪ Redução do MV; Chama-se “silencia ausculatório”, é quando o murmúrio vesicular está tão diminuído, que você não escuta sibilo, por exemplo. O sibilo é o ar entrando na via aérea, fazendo força para entrar, quando você não escuta o sibilo, ou quando o murmúrio está muito diminuído, significa que sua via aérea está muito fechada, não está entrando ar. Nesse caso, tenho que ver a frequência respiratória, ver oximetria, ver se ele está usando musculatura acessória, então, na verdade, não é pra ser visto um dado, e, sim, uma combinação de dados. ▪ FC; DISCIPLINA PNEUMOLOGIA AULA 4- CRISE DE ASMA PROFESSOR IVY DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Taqui ou bradicardia. ▪ PFE; Quando o pico de fluxo expiratório é muito baixo, geralmente menos que 30% do previsto para ele. ▪ Oximetria de pulso e gasometria arterial. NÍVEIS DE GRAVIDADE DA CRISE DE ASMA IMPORTÂNCIA DA RADIOGRAFIA DE TÓRAX ▪ Não deve ser realizado de rotina; ▪ Solicitar se: crise grave, suspeita de pneumotórax, pneumonia, presença de comorbidades, diagnóstico diferencial. Pedimos raio-x de tórax, quando na ausculta, percebermos algo diferente, por exemplo, paciente crepitando e fez febre (pneumonia), ou, se ele tem alguma outra comorbidade, ou, se fez a ausculta e encontrou uma ausculta muito diminuída de um lado, FTV alterado, ou percussão alterada, ou, se o paciente tem crise de asma grave. Mesmo na crise de asma grave, o raio-x não será a primeira coisa a ser feita, ele vai primeiro tratar, estabilizar, e, depois que ele estiver estável que vai fazer exame complementar. OUTROS EXAMES COMPLEMENTARES ▪ Gasometria arterial (VEF1 ou PFE <30 hipoventilação, desconforto respiratório). Somente se o paciente for de moderado a grave; ▪ ECG (pedir para paciente que tem DPOC e asma, ou, doença cardíaca, ou, >50 anos); ▪ Hemograma (febris, secreção purulenta); ▪ Eletrólitos (principalmente o potássio, paciente pode estar com hipocalemia, de tanto usar o dispositivo inalado em casa dele, de resgate, o SABA). TRATAMENTO • Broncodilatadores de curta ação (SABA (Fenoterol e Salbutamol)/SAMA (Ipratrópio)); • Corticoides sistêmicos (Oral ou venoso, na crise, não adianta dar corticoide inalado, eles são para manutenção da doença. Na crise, dou de preferência oral, se o paciente está engolido, tem nível de consciência preservado, na crise leve, não preciso fazer corticoide venoso); • Metilxantinas (Praticamente proscrito, só usamos quando já tentamos tudo e não conseguiu melhorar o paciente, praticamente não se faz, não existe mais xantinas dentro das medicações dos grandes pronto-atendimentos. São broncodilatadoras de ação ruim, não broncodilatam muito, e, tem muito efeito adverso. O nível terapêutico e tóxico da xantina é muito tênue, então, a chance de fazermos uma taquiarritmia é muito grande, e, não vamos broncodilatar tanto assim); • Sulfato de magnésio (Vou usar quando tiver falência em responder a terapêutica inicial- SABA/SAMA com corticoide sistêmico, ou quando VEF1<30%); • Oxigênio (Vou tentar manter uma saturação >92%. Então, se o paciente estiver saturando mais que 92%, não precisa de oxigênio. Existe na literatura “>95%”). DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Aqui estão as drogas, os mais comuns são Fenoterol e Salbutamol. Tem a Terbutalina, mas é bem pouco usada. CORTICOIDES ▪ Via oral ou endovenosa. Devemos lembrar de dar preferência sempre para a via oral.; ▪ Metilprednisolona: 60/80 mg/dia. ▪ Hidrocortisona 300/400 mg em 3 ou 4 doses. ▪ Prednisona: Aproximadamente 60 mg/dia (geralmente, usamos no PS). DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Ipratrópio e Corticoide vão entrar quando dei minha primeira nebulização com SABA na primeira hora, e, meu paciente não melhorou totalmente. NÃO É RECOMENDADO ▪ Hiper hidratação; ▪ Antibióticos (só se o paciente tiver pneumonia junto); ▪ Mucolíticos; ▪ Sedativos, ansiolíticos; ▪ Fisioterapia respiratória. MEDICAÇÃO SE ALTA DO OS ▪ Corticoide oral 0,5mg/kg/dia por pelo menos 7 dias; ▪ Retornar ou iniciar terapia de manutenção; ▪ B2 curta duração SOS. Se eu usar o corticoide todo dia, posso usar o B2 curta duração sozinho, do contrário, tenho que fazer SOS com corticoide inalado junto. INDICAÇÃO DE INTERNAÇÃO EM UTI ▪ Persistência dos sinais de gravidade após 1-2 horas de tratamento; ▪ Confusão mental ou sonolência; ▪ VEF1<30-40%; ▪ PaO2<60mmHg; ▪ PaCO2>45mmHg. OBS: Não falamos de VNI na asma, usamos VNI no DPOC exacerbado. No DPOC exacerbado, posso usar VNI até no paciente sonolento, na asma, não usamos. Se o paciente tiver indicação de alguma ventilação que não seja instantânea, é o tubo, não tem que colocar na VNI antes. INDICAÇÃO DE INTUBAÇÃO ▪ Parada respiratória ou PCR; ▪ Esforço respiratório progressivo e sinais de fadiga; ▪ Alteração do nível de consciência; ▪ Retenção de CO2; ▪ Hipoxemia não corrigida pela suplementação de O2. INTUBAÇÃO DE RÁPIDA SEQUÊNCIA ▪ Acesso venoso de grosso calibre, oxímetro, monitor cardíaco e de PA; ▪ Material preparado: aspirador, laringoscópio, tubo orotraqueal e cuff testado; ▪ Pré-oxigenar (O2 a 100%) por alguns minutos com ambu (dispositivo bolsa, valva, máscara); ▪ Medicação pré-intubação: Propofol ou Midazolam(Quetamina é a primeira opção, mas não é todo lugar que tem); ▪ Considerar o uso de bloqueador muscular (se tiver muita experiência em entubação).
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