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ASMA E DPOC ➔ Doença de maior prevalência no ambulatório de pneumologia; ➔ 20% das crianças e dos adolescentes são portadores de asma; A professora destacou dentro da definição: Doença crônica, inflamatória (há uns 20 anos atrás não havia essa noção da inflamação), variabilidade grande, reversibilidade (até sem tratamento) e ser recorrente. Asma é subdiagnosticada, muitas pessoas ficam com diagnóstico de tosse alérgica (não existe), porque a asma pode se manifestar só como tosse. Ela possui uma classificação de acordo com a gravidade. A maior parte dos indivíduos tem asma leve, mas por volta de 5% tem a asma grave, que é de difícil controle, sendo responsável pelo maior custo com a doença (muitas hospitalizações). O programa nacional do controle da asma contribui para a maior apresentação inicial de asma ser leve, no entanto, a maior parte dos asmáticos têm a patologia não controlada. Quando os pacientes possuem acesso à medicação e fazem uso de forma adequada, contribui para o controle da doença. A inflamação resulta de uma complexa interação entre células inflamatórias, mediadores inflamatórios e células estruturais das vias aéreas. Entre as células inflamatórias se destacam os eosinófilos, os mastócitos, os neutrófilos, os macrófagos e os linfócitos T. Então a consequência dessa interação entre essas células inflamatórias, os mediadores e as células estruturais das vias aéreas vai levar a um estreitamento brônquico intermitente e reversível. Esse estreitamento brônquico é causado pela contração do músculo liso brônquico, pelo edema da mucosa e pela hipersecreção brônquica. A hiper- responsividade brônquica é a resposta broncoconstritora exagerada a estímulos que seriam inofensivos a pessoas normais, então os asmáticos têm essa hiper- responsividade brônquica, que pode acontecer também em outros pacientes, como os pacientes que têm rinite. Os pacientes que têm DPOC também podem ter essa hiper-responsividade brônquica. E a inflamação crônica, que é o carro chefe da doença, é um processo contínuo de agressão e reparo, então, devido a esse processo contínuo de agressão e reparo, pode em alguns pacientes, especialmente naqueles pacientes que têm a doença grave, levar a um quadro chamado de remodelamento brônquico e aí esse paciente pode ter uma mudança funcional na asma, aquele processo inflamatório que é reversível pode se tornar irreversível, sem resposta à medicação. Então, a fisiopatogenia é a inflamação das vias aéreas (é uma doença inflamatória, daí a importância de, na hora que a gente for pensar em um tratamento, tratar a inflamação brônquica), essa inflamação vai gerar alterações estruturais das vaias aéreas e obstrução das vias aéreas, obstrução essa que geralmente é intermitente; disfunção mucociliar, além de hipersecreção brônquica. Esses são os sintomas característicos da doença. Atualmente a gente fala muito de fenótipo da asma, então a asma na realidade ela não é uma doença, são várias doenças, é uma doença muito heterogênea. Os pacientes que têm asma evoluem de maneira muito distinta um do outro, então a gente sabe que tem alguns fenótipos de asma. E o que que é fenótipo? Fenótipo são características observadas de um indivíduo. Então a asma pode ser classificada de acordo com fenótipo em asma alérgica e não alérgica; a asma eosinofílica e a não eosinofílica. A grande maioria dos pacientes têm asma considerada alérgica, que é aquela asma que tem associação com topia, geralmente surge na infância ou na adolescência e tem uma boa resposta ao tratamento, que é a base de corticoide inalatório. A asma eosinofílica é geralmente a asma alérgica associada a esse processo inflamatório eosinofílico. A asma não alérgica pode ser eosinofílica ou não eosinofílica. E os endótipos seriam um mecanismo molecular ou fisiopatológico que são subjacentes ao fenótipo. E aí a gente tem 2 tipos de endótipos: a inflamação T2 alta e a inflamação T2 baixa. Geralmente esses pacientes que têm a inflamação T2 alta são pacientes que têm asma alérgica, que em geral é a asma alérgica eosinofílica, então, é aquela asma que surge na infância, que tem associação com a rinite e com outras alergias e que tem uma boa resposta ao tratamento. E como é que a gente faz o diagnóstico da asma? Então, o diagnóstico de asma é eminentemente clínico. São os sintomas sugestivos de asma, como tosse, geralmente uma tosse crônica, que pode ser seca ou produtiva, ou os dois alternados; sibilância (chiado) e dispneia, além de um desconforto torácico. O paciente pode ter um sintoma, dois ou todos os sintomas, nem sempre os pacientes vão ter todos os sintomas. Esses sintomas geralmente surgem a noite ou no início da manhã e é característico da doença a variabilidade, por isso que os sintomas são episódicos, intermitentes, o paciente pode ter sintoma em um dia, em outro não ter, devido a essa variabilidade; ele pode passar vários dias, semanas ou meses sem sentir sintoma algum. Além disso, outra característica é a sazonalidade, aqui no Piauí/Nordeste a gente sente sintomas mais importantes no período que está ou muito úmido (período de chuva) por causa da mudança brusca de temperatura ou no período chamado B R O BRO, que a umidade do ar está muito baixa. Então, é muito frequente o paciente que só tem ou piora os sintomas nesse período, caracterizando essa sazonalidade. Os sintomas são desencadeados por algum fator: podem aparecer ou piorar após uma atividade física, exposição a alérgenos inalatórios como mofo, ácaro e aqueles associados a antígenos presentes nos pelos de animais, por exemplo, gatos ou cães; os irritantes como fumaça e cheiros fortes; mudanças climáticas bruscas durante período de chuvas é um fator que leva a descompensação, ou seja, desencadeamento dos sintomas; após um resfriado ou gripe, o paciente pode desenvolver uma crise; alterações como riso, choro ou stress e durante o ciclo menstrual os sintomas costumam aparecer. Outra característica é a melhora espontânea, então o paciente os apresenta à noite ou antes de dormir, porém ocorre uma melhora ao amanhecer, final de tarde, isto é, ao longo do dia até sem medicação com específica para a Asma. Com relação ao exame físico do paciente com asma, trata-se de ser inespecífico: nos que estão pouco sintomáticos ou assintomáticos pode ser completamente normal. Então, só haverá algum sinal nos pacientes que estão em crise de asma; quanto mais grave a crise, mais graves os sinais: desconforto respiratório, dispnéia, uso da musculatura respiratória acessória, que é sinal de crise grave, assim como cianose também é sinal de crise grave. Na propedêutica respiratória pode haver roncos ou sibilos. Mas no paciente que está assintomático ou pouco sintomático o exame físico pode ser normal. PERGUNTA: Essa melhora espontânea que a senhora citou durante o dia tem haver com o Cortisol? RESPOSTA: Por que esses sintomas são mais frequentes à noite? Tem algumas explicações: a produção de cortisol que é mais importante de dia, durante a noite diminui, então o paciente vai estar menos protegido ao anoitecer. Outra é que durante a noite o paciente pode estar sujeito a algum fator, como mofo especialmente, se não tiver cuidado, cortinas e tapetes; então durante a noite o paciente está mais exposto e menos protegido. Então, a Asma é como um Iceberg. Essa figura é bem interessante porque o que a gente vê é que os sintomas são a pontinha da doença. Os sintomas que são intermitentes, principalmente as exacerbações, mas o que tem aqui é a função pulmonar, que muitas vezes no paciente a gente não consegue fazer pela não disponibilidade do exame, da criança ser menor de 7 anos que a gente não consegue fazer, a inflamação das vias aéreas a gente não consegue avaliar, a maior parte dos pacientes a hiperreatividade brônquica e esse remodelamentobrônquico. Então o que a gente consegue avaliar dessa doença é a ponta do iceberg. PERGUNTA: No descolamento celular quando a mucosa descola e entra em contato com terminações nervosas, ela entra como remodelamento brônquico? Porque tem alguns casos de asma que você vai ter um descolamento celular. Aí você vai ter o contato com terminações nervosas, aí vai causar vasoespasmo. Isso entra como remodelamento? RESPOSTA: O remodelamento brônquico é quando ocorre aquela inflamação crônica, especialmente não tratada, o paciente fica tendo sintomas frequentes então exacerba. Aquela agressão e reparo....agressão e reparo...isso termina levando a uma alteração estrutural da via aérea que leva a esse remodelamento e essa obstrução fixa, então ela não tem mais aquele quadro de reversibilidade. Isso que a gente chama de remodelamento crônico. Aí, funcionalmente, a asma passa a se comportar como uma doença pulmonar obstrutiva crônica. Então, o diagnóstico é eminentemente clínico, mas é importante que a gente faça todo esforço para fazer o diagnóstico funcional da Asma. E esse diagnóstico funcional, a gente tem várias maneiras, mas o principal exame é espirometria, que é o exame mais simples que a gente tem de função pulmonar. Então, eu vou falar principalmente de espirometria. O pico de função expiratória é na realidade uma medida de função única que a espirometria pode dar, mas a gente tem o aparelho que dá exclusivamente a medida do pico de fluxo expiratório, então ele como é só uma medida, não é adequado, ideal, para dar o diagnóstico diferencial de asma, mas quando você não tem disponível a espirometria, você pode fazer o diagnóstico com Pico de Fluxo Expiratório (PFC). E o teste de broncoprovocação é o teste que a gente faz em alguns pacientes selecionados, então eu não vou entrar em detalhes, porque se não a aula vai prolongar muito, mas na grande maioria a gente não faz, só em alguns pacientes selecionados você suspeita realmente da asma e que a espirometria é normal, aí você precisa comprovar pelo teste de broncoprovocação. Então a espirometria é um exame de escolha no estabelecimento do diagnóstico. A gente deve fazer todo esforço para realizar o exame para você avaliar o paciente. Sempre tem que fazer espirometria com prova broncodilatadora. A espirometria vai avaliar quanto mais ou menos grave é a obstrução, através da intensidade de fluxo aéreo. Esse exame pode confirmar o diagnóstico de asma. Na espirometria pode ter um distúrbio obstrutivo (característico de asma), restritivo ou misto. Na asma, também é típica a resposta positiva ao broncodilatador mostrando a reversibilidade. Pode acontecer de a pessoa ter distúrbio obstrutivo e não responder ao broncodilatador, mas o exame pode ser feito em outro momento e neste, por causa da grande variabilidade da doença, pode haver a resposta positiva ao broncodilatador. Aqui é uma espirometria de um paciente asmático. Nela, podem ser usados vários tipos de aparelhos, e dependendo de qual espirômetro será usado, ele pode ter um poder maior de avaliação, ou mais parâmetros, no caso da imagem, ele é bem simples, só tem três parâmetros. Além disso, existem as curvas como a do lado direito da imagem, uma curva de volume (eixo das ordenadas) x tempo (eixo das abscissas), e do lado esquerdo da imagem tem-se a curva fluxo x volume. Essas curvas são importantes quando se avalia um paciente, primeiro para saber se o exame foi bem-feito ou não. Para saber se o exame está adequado observa-se as curvas. Na curva volume x tempo tem a curva azul (pré-broncodilatador) e a vermelha (pós-broncodilatador) mostrando a reversibilidade característica da asma, percebe- se que depois da prova broncodilatadora o volume aumentou, e na curva de fluxo também, onde as cores têm o mesmo significado, representando o aumento do fluxo depois da prova broncodilatadora. Então, o parâmetro diagnóstico de obstrução é essa relação: VEF1 (Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo) dividido pela CV (capacidade vital forçada), quando o resultado está abaixo de 0,75 em adultos - no paciente do exemplo deu 0,56 - mostra-se um distúrbio obstrutivo, e o que nos dá a ideia da gravidade da obstrução, é o VEF1 - no exemplo o paciente estava com esse parâmetro em 48% - que o normal é acima de 80%, então no caso do slide o VEF1 está bem baixo, o que configura um distúrbio obstrutivo de moderado a grave. Uma informação importante do caso abordado no slide é que no pré- broncodilatador ele fez mais ou menos 1L de VEF1 e o VEF1 no pós-broncodilatador foi para 1,6 L, mostrando uma resposta importante ao broncodilatador. Essa espirometria é típica de asma, mas essa doença pode se manifestar com espirometria normal, ou com distúrbio obstrutivo sem resposta ao broncodilatador. Por isso a espirometria vai nos ajudar, como todo exame complementar, mas ele é inespecífico, sendo obrigatório analisá-los partindo da clínica do paciente. PERGUNTA: Professora, esses valores preditos do que se espera são padronizados? RESPOSTA: Sim, existe uma tabela de normalidade para cada tipo de paciente, dependendo do sexo, da altura, da idade, etc., na realidade nem é um valor, é uma faixa, no caso do slide mostrou o valor da média e o limite inferior de normalidade, e tem espirômetro que nos dá também o limite superior. A asma tem uma prevalência grande em crianças, e nelas a gente não consegue fazer a espirometria, então numa criança de 6 anos ou menos o diagnóstico é eminentemente clínico. Não é possível fazer espirometria em crianças dessa faixa etária pois o paciente tem que cooperar realizando uma série de manobras que só se consegue realizar com pacientes a partir de 7 anos de idade. É avaliado se tem tosse ou sibilos que ocorrem à noite ou no início da manhã e que é desencadeado por fatores que desencadeiam a asma: riso, choro intenso, após exercício físico. Então, a mãe diz “não pode correr, não pode brincar, que começa a tossir e a ficar cansado”. É aquela criança que tem tosse sem relação evidente com viroses respiratórias; aí já chama a atenção. Criança que tem histórico de atopia, rinite alérgica ou dermatite atópica; então existe uma associação muito grande entre asma e rinite. A história familiar de asma e atopia é um dado bem importante e uma boa resposta às medicações, que são os broncodilatadores e os corticoides (inalatório ou corticoide oral). Então, o diagnóstico de asma em criança é clínico. Quando a gente vai avaliar um paciente com asma, vai classificar em asma controlada e não controlada, e a gravidade em asma leve, moderada ou grave. É importante diferenciar gravidade e nível de controle da asma. O controle da asma expressa a intensidade com que as manifestações da doença são suprimidas pelo tratamento. Então se o paciente está com asma, sem sintomas, ele está com a asma controlada. Já a gravidade, é a quantidade de medicamento que é necessária para atingir o controle. Se precisa de pouca medicação para controle da asma, geralmente é uma asma leve. Quando precisa de muita medicação para atingir o controle, é uma asma grave. E essa gravidade é uma característica intrínseca da doença e tem uma variabilidade com o tempo. Pode variar de gravidade em dias, horas, meses ou anos. O paciente, às vezes, fica vários dias ou meses, sem sintomas. São características da doença: a INFLAMAÇÃO, a VARIABILIDADE e a REVERSIBILIDADE. O tratamento é feito por etapas, de 1 a 5. Então, quando o paciente controla a asma na etapa 2, é classificado como asma leve. Já a asma moderada necessita de uma intensidade intermediária de tratamento, geralmente controlada na etapa 3. E a asma grave é aquela que, às vezes, nem consegue controlar, ou precisa de muita medicação para controlar, chega na etapa 4 ou 5. A população de asmáticos graves é pequena, em torno de 5%, no máximo, porém é ondeocorre o maior custo com tratamento para asma, utiliza maior número de medicações, interna com mais frequência. É importante uma avaliação periódica porque a doença tem essa variabilidade grande, como importante marcador dinâmico do nível da doença. E essa avaliação é um julgamento clínico, porque é de acordo com o paciente estar ou não sintomático, ou se está ou não precisando de medicação para aliviar os sintomas. Já o controle da asma é o quanto a gente consegue suprimir os sintomas. E classifica-se como controlada, parcialmente controlada ou não controlada. Um paciente com asma controlada seria um paciente sem sintomas diurnos, até 2 vezes por semana sintomas leves, nenhuma limitação de atividade, não tem despertar noturno, não necessita de medicação de alívio para asma (ou no máximo 2 vezes por semana) e a função pulmonar normal. Na parcialmente controlada, o paciente que tem sintomas 3 ou mais vezes por semana, se tem qualquer limitação de atividade ou qualquer despertar noturno, se precisa usar medicação de alívio 3 vezes ou mais por semana e se a função pulmonar está alterada então classificamos ele como parcialmente controlado. Já a asma não controlada é quando tem 3 ou mais dos parâmetros da asma parcialmente controlada. Na avaliação do paciente com asma, no dia a dia, para determinar se ele está controlado ou não controlado, é feita uma avaliação clínica. Temos vários testes, que são avaliações clínicas, e dentre eles, um bem interessante, chamado de ACT, a avaliação de controle da asma, em que fazemos 5 perguntas numeradas de a 1 a 5, em relação aos sintomas, a frequência, ao uso de medicação, se há limitações, e as impressões do paciente com a doença. Como a avaliação da asma é subjetiva, esse teste é interessante porque fornece uma maneira objetiva de avaliar se o doente está ou não controlado. A ideia é que, com esse teste, o paciente consiga obter 20 pontos. Se ele tiver 20 pontos ou mais, ele está bem controlado. Se ele obtiver entre 15 e 20 pontos, está parcialmente controlado, e menos de 15, não controlado. É interessante dar o teste para o paciente, para ele mesmo se autoavaliar em casa. A asma é uma doença crônica, que não tem cura, porém tem controle. O objetivo do tratamento é atingir o controle, e para isso, precisamos de um manejo efetivo da asma, que necessita da parceria entre o médico e o paciente, uma vez que é uma doença crônica. Portanto, o objetivo é atingir e manter o controle da doença e prevenir riscos futuros. Apesar da mortalidade de asma não ser alta, é inadmissível um paciente asmático morrer por uma crise de asma, uma vez que é uma doença que, na maior parte dos pacientes, conseguimos um controle adequado. A base do tratamento da asma é o uso contínuo de corticoide inalatório, para tratar o processo inflamatório. Podemos associar ou não o corticóide inalatório aos broncodilatadores, no caso, um beta agonista de longa ação inalatória (LABA). Esse tratamento visa o melhor controle dos sintomas, e com isso melhorar a qualidade de vida e evitar exacerbações, uma vez que a doença é crônica e tem períodos de piora dos sintomas, e evitar que o paciente morra. Além do tratamento adequado, são importante medidas de controle do ambiente, uma vez que a doença pode ser desencadeada por vários fatores, especialmente os alérgenos inalatórios, como o ácaro domiciliar, barata, cão, gato, alguns irritantes como fumaça e cheiros fortes e gripe (por isso, é importante a vacinação contra a gripe dos pacientes com asma). É importante também a abordagem personalizada, por isso é necessário orientar o paciente com asma, é preciso dizer que é uma doença crônica, mas que tem controle, dizer que é importante o tratamento e que é preciso tratar prolongadamente, avaliando periodicamente (usa-se a menor dose de medicação que deixa o paciente bem controlado). Além disso, a maioria das medicações para asma é inalatória, por isso precisamos treinar o paciente para o uso dos dispositivos inalatórios, e pode-se orientá-lo a levar o dispositivo para o consultório, para checar se ele está usando corretamente a medicação. Aqui, temos vários dispositivos inalatórios, como o aerossol dosimetrado, conhecido como bombinha. Temos por exemplo, os discos e os dispositivos inalatórios de pó seco. Lembrando que é interessante pedir para o paciente levar para o consultório e avaliar se ele usa corretamente a medicação. Essas são recomendações da sociedade brasileira de fisiologia e pneumologia, de 2020, no tratamento da asma. O tratamento da asma é dividido em tratamento controlador e o tratamento de alívio. Então, o tratamento controlador é a base de corticoide inalatório que pode associar ou não com broncodilatador e com outras medicações dependendo da gravidade da asma. E o tratamento de alívio, que é pra hora que o paciente sente, até 2019 se usava os broncodilatadores de curta ação, que a gente chama de SABA, beta-agonista de curta ação. A partir de 2020, houve uma mudança nesse tratamento, e a medicação de escolha para o tratamento de alívio é o formoterol, um beta agonista de longa ação, associado com corticoide inalatório em dose baixa. Então, agora a medicação de alívio ela é semelhante a medicação controladora que usa continuamente, aí o tratamento fica bem mais fácil para orientar os pacientes. Então, no manejo da asma, a finalidade é atingir o controle da asma. Se a asma está bem controlada, aí a gente vai identificar a menor dose da medicação para manter o controle, por isso a gente reavalia esse paciente periodicamente, às vezes a cada 1 mês ou a cada 2 meses, para avaliar se está bem controlada, e você reduz a dose. Se a asma está parcialmente controlada, aí você pode considerar aumentar a dose para atingir o controle. E se a asma tá não-controlada ou tá exacerbada, que seria aquelas crises que o paciente apresenta, então você vai ter que aumentar a medicação, subir uma etapa, para tentar conseguir o controle. E a gente viu que são etapas, etapas 1, 2, 3, 4 até a etapa 5. Educação e controle ambiental faz parte de todas as etapas, então para todo paciente com asma é importante que a gente eduque e que oriente o controle do ambiente. - E aqui é tudo que o paciente asmático não deve apresentar, poeira, fumaça, cigarro, o paciente asmático é proibido que fume, o pólen de animais, por isso que às vezes o paciente fica muito sintomático e usando às vezes medicação só de resgate continuamente. PERGUNTA: Professora, asma é fator de risco para covid? RESPOSTA: Quando começou a pandemia, a asma foi considerada uma doença que seria um fator de risco tanto para ter a doença quanto para má evolução. Com o passar do tempo, conhecimento maior da doença, o que se tem hoje é que a asma grave é fator de risco para má evolução da covid. Na realidade, hoje em dia, se sabe que os pacientes que têm asma leve a moderada, uma asma controlada e que usa a medicação, de uma certa maneira estão até mais ou menos protegidos, porque usa corticoide inalatório que trata a inflamação e isso parece que protegeria contra essa má evolução. Agora os pacientes que têm asma grave, aí sim, eles tem o maior risco para uma má evolução na covid. Por isso, que esses pacientes com asma grave, que eu falei pra vocês que é uma pequena população dos asmáticos, eles foram contemplados com a vacinação contra covid. PERGUNTA: Professora, eu tinha estudado que asma é uma irritação das vias aéreas, mas essa irritação tem alguma origem genética? RESPOSTA: Tem sim, essa asma chamada alérgica ou atópica tem uma história familiar importante, inclusive em crianças é um fator importante para você dar o diagnóstico. Paciente tem asma, provavelmente tem alguém na família que tem asma, ou o pai ou a mãe, ou irmão, tio, avô, às vezes não tem asma, mas tem rinite. PERGUNTA: Então é bastanteprevalente nas suas consultas como pneumologista? RESPOSTA: É a doença de maior prevalência na pneumologia. DPOC tem uma definição bem ampla. Então é uma doença passível de prevenção e tratamento, com alguns efeitos extra pulmonares significativos que podem contribuir para a gravidade em determinados pacientes. O seu componente pulmonar é caracterizado por limitação do fluxo aéreo, causado por anormalidades alveolares e em vias aéreas. A limitação do fluxo aéreo é geralmente progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal do pulmão à inalação de partículas ou gases tóxicos. Então, DPOC é a doença que mais causa confusão no diagnóstico diferencial com asma, é também uma doença inflamatória crônica diferentemente da asma, aqui não tem a variedade nem a reversibilidade, ela geralmente é progressiva. A DPOC é considerada uma doença sistêmica, não só pulmonar, então ela é uma doença sistêmica com componente pulmonar mais importante. Essa inflamação que ocorre no pulmão pode comprometer as vias aéreas ou parênquima pulmonar além da vasculatura e esse processo inalatório é secundário a inalação de partículas ou gases tóxicos em que o maior fator de risco é o tabagismo, não é como a asma que em boa parte dos pacientes tem a história familiar de atopia então ela é secundária a isso. Na DPOC esse processo inflamatório é diferente, é deflagrado pela presença dos fatores de risco A DPOC compreende 2 entidades, a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Então, nesse processo inflamatório secundário, a inalação do tabaco pode comprometer a via aérea levando a bronquite crônica (Lê slide) Esse processo inflamatório leva a alteração da via aérea levando ao espessamento da parede, broncoconstrição, hipersecreção brônquica e diminuição do diâmetro do brônquio por inflamação e edema. A outra entidade é o enfisema pulmonar. Então, quando esse processo inflamatório compromete o parênquima pulmonar especialmente os alvéolos se torna um enfisema. (Lê slide) Então, o paciente que tem DPOC, ele geralmente vai ter as duas entidades, a bronquite e o enfisema com predomínio de uma. Então qual é a fisiopatogenia disso? (Lê slide, 1° tópico) Então a inflamação na asma é principalmente eosinofílica, em maioria apesar de a gente ter pacientes com o fenótipo da asma não eosinofílica que é geralmente neutrofílica. Já a grande maioria dos pacientes com DPOC o que compromete é a inflamação neutrofílica. (Lê slide, 2° tópico) O paciente que tem DPOC tudo começa lá na pequena via aérea, nas vias aéreas de menor calibre e mais distal. (Lê slide, 3° tópico) Hipoxemia seria a redução da PaO2 e hipercapnia é o aumento da PaCO2. A hipertensão é decorrente da destruição da rede capilar junto com a vasoconstrição. Então, aqui a gente tem uma via respiratória normal (imagem A), DPOC levando a um infiltrado inflamatório, um remodelamento brônquico e a redução do calibre da via aérea (imagem B) e aqui (imagem C) nós temos a lesão do parênquima com destruição dos septos e aumento daquelas vias aéreas mais distais. PERGUNTA: professora, a senhora falou que na DPOC ocorre uma destruição dos leitos vasculares pulmonares, no caso são os vasos sanguíneos? RESPOSTA: Isso. PERGUNTA: E como é que isso causa o aumento da pressão dentro da artéria pulmonar? RESPOSTA: A destruição dos vasos leva ao aumento dessa pressão, além da vasoconstrição hipóxica. Então, ocorre vasoconstrição também principalmente naqueles pacientes que têm doença grave que vai ter hipoxemia e aumento de resistência nos vasos pulmonares, que leva ao aumento de pressão na artéria pulmonar. Isso leva ao que a gente chama de cor pumonale que é uma alteração na parte direita do coração secundário a uma doença pulmonar. O principal fator de risco para a DPOC é o tabagismo. 90% dos pacientes que têm DPOC está associada ao tabagismo, lembrando que tabagismo é qualquer cigarro seja ele industrializado, de palha, charuto, cachimbo, cigarro eletrônico entre outros. O tabagismo leva ao processo inflamatório crônico na via aérea e uma vez deflagrado o processo inflamatório ele não regride, mesmo o paciente deixando de fumar. Outros fatores de risco menos importantes mas que também podem acontecer é a exposição ocupacional. Teremos então o DPOC ocupacional que são aqueles pacientes trabalhadores em mineradora de carvão em escavações em rocha, produtores de concreto, trabalhadores do agronegócio e expostos a agentes químicos. OBS: O DPOC ocupacional precisa de um tempo grande de exposição para se manifestar. Outro fator, que vemos especialmente em mulheres não fumantes, é a exposição no fogão a lenha ou carvão, que chamamos também de queima da biomassa. Também temos a poluição atmosférica que ganha mais importância quando associada ao tabagismo. E temos uma doença hereditária que é a deficiência de alfa-1 antitripsina, que também é uma causa de DPOC e principalmente de enfisema, que é responsável por 2 a 5% dos casos de DPOC, em geral 2%. É uma doença geralmente rara em que acontece destruição dos septos e enfisema em pacientes jovens não fumantes. Outros fatores que também podem estar associados são pessoas que apresentam baixo peso ao nascer ou infecções respiratórias de repetição na infância, uma vez que essas pessoas podem ter o desenvolvimento pulmonar inadequado. Outro fator de risco é a predisposição genética. O DPOC pode ser classificado como leve, moderado, grave ou muito grave. Nos pacientes na fase inicial da doença pode ser completamente assintomático ou até mesmo não ter sintomas, 30% dos pacientes com DPOC são sintomáticos ou assintomáticos. O sintoma mais importante é a dispnéia, que chamamos de dispnéia progressiva, que inicia aos grandes esforços e vai progredindo aos médios e aos grandes esforços e em uma fase bem avançada de doença uma dispnéia até em repouso. Temos também a tosse crônica em geral com expectoração. O paciente que tem bronquite crônica tem tosse e uma boa parte dos pacientes fumantes tem bronquite crônica, porém nem todo paciente que tem bronquite crônica vai desenvolver DPOC. Então, essa tosse crônica com expectoração é um sintoma importante geralmente mais importante quando o paciente levanta de manhã cedo com tosse com expectoração. Outro sintoma é a intolerância ao esforço, que é aquela dispnéia que aparece aos esforços. Então esses são os sintomas mais importantes. Muitas vezes o paciente não valoriza, uma vez que a doença aparece mais frequentemente em pessoas de mais idade e, muitas vezes, a falta de ar é avaliada pelo paciente e pela família como sendo secundária à idade, e na realidade é por conta da doença. Então a DPOC é uma doença subdiagnosticada. O exame físico pode ser completamente normal em pacientes com DPOC leve e até moderada. Pacientes com DPOC avançado, grave ou muito grave, possuem alterações no exame físico: aumento da FR; tórax em barril pelo aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax devido à hiperinsuflação pulmonar; expansibilidade pulmonar diminuída; diminuição de MV é difusa; pode ter hipersonoridade à percussão, FTV pode estar diminuído; na ausculta, podem apresentar sibilos, roncos. Esses sinais de uso de musculatura acessória, cianose e sinais de IC direita estão mais presentes em pacientes muito graves ou quando exacerba. DPOC é uma doença crônica, em que o paciente tem os sintomas basais contínuos e que, ao longo do tempo, piora por conta da progressão da doença e em alguns períodos se intensificam, porque a doença fica exacerbada ou agudizada por algum fator, sendo o principal a infecção respiratória. Paciente com DPOC tem algumas comorbidades com certa frequência, e as mais importantes são doenças cardiovasculares, osteoporose, depressão, diabetes e o câncer de pulmão. O processo inflamatório comprometea via aérea e o parênquima pulmonar. Em geral, o paciente tem bronquite e enfisema, com predomínio de um deles. Então, tem dois tipos clínicos de DPOC: predominantemente enfisematoso e predominantemente bronquítico. PERGUNTA: Trabalhadores de minas podem cursar com mesotelioma, por conta da aspiração de partículas sólidas, mas esse mesotelioma inclusive pode gerar um derrame pleural? RESPOSTA: O câncer de pulmão no DPOC está associado com o tabagismo, que é o principal fator para câncer de pulmão. Se o paciente tem DPOC e fuma, ele tem maior risco de desenvolver câncer de pulmão do que aquele paciente que fuma e que não tem DPOC. Então, em pacientes com DPOC tem que estar sempre alerta porque existe a possibilidade de ter câncer de pulmão. Paciente com predomínio de enfisema é chamado PP ou soprador rosado, então é o paciente magro, que o principal sintoma é a dispneia, tem o tórax em tonel, MV reduzido difusamente, não tem muita tosse nem hipersecreção; faz o “ponto de ancoragem” com frequência para melhorar essa dificuldade que ele tem de expirar; tem mais tardiamente cor pulmonale, então, em geral, não tem edema. Já o paciente predominantemente bronquítico não tem dispneia importante, na verdade tem muita tosse com expectoração; tem ausculta rica; geralmente tem problema cardíaco mais precoce por conta do cor pulmonale, então ele terá edema; por ter hipoxemia e hipercapnia, tem policitemia importante, aumento do hematócrito, por isso ele é pletórico. Na tomografia computadorizada ele vai ter lesão centrolobular e o paciente que é enfisematoso panlobular. A Queixa mais importante é a dispneia , e para avaliar a gravidade desse sintoma temos a escala de MRC que varia de 0 a 4: E quanto maior a gravidade maior o índice, sendo pouco sintomático ou muito sintomático na avaliação da gravidade. Diante de um paciente com suspeita de DPOC com 40 anos ou mais, precisa confirmar o diagnóstico e o exame padrão de confirmação é espirometria. Raio X bem importante, porém na fase inicial do DPOC pode dar normal. Nos pacientes com sintomas menores de 40 anos é importante investigar os níveis séricos de alfa-1-antitripsina. Temos então a Tomografia computadorizada e o ECO doppler transtorácico para investigação de ICC. Raio-X 1, achados: Raio X de P.A. Paciente enfisematoso com hiperinsuflação pulmonar, hiper transparente (preto), com aumento dos espaços intercostais, para saber se está hiperinsuflado, conta-se as costelas posteriores do ápice à base (normal de 9 a 10 costelas), paciente com hiperinsuflação tem mais que 10 costelas, diafragma retificado, coração em gota verticalizado. Raio-X 2: Hiperinsuflação, hipertransparência, diafragma retificado, aumento dos espaços intercostais não tem coração em gota, mas provavelmente tem Cor Pulmonale ou Insuficiência Cardíaca. Raio-X de Perfil: Hiperinsuflação em Perfil, diafragma bem retificado, aumento do diâmetro retroesternal, e do reto cardíaco, aumento dos espaços intercostais. Raio-X em P.A.: Hiperinsuflação, hipertransparência, aumento dos espaços intercostais, diafragma retificado, coração verticalizado, raio x DPOC grave bem hiperinsuflado. Na fase Inicial do DPOC o raio x vem sem maiores anormalidades. O exame mandatário é espirometria que deve ser realizado em fase estável da doença, no paciente grave tratar primeiro a agudização, estabilizando e em mais ou menos 2 ou 3 semanas e realizar numa fase mais estável da doença. Na asma, a espirometria com prova broncodilatadora, faz as manobras, depois faz o Broncodilatador e depois repete as manobras da espirometria. A espirometria confirma o diagnóstico, não podemos dar diagnóstico sem fazer o exame de espirometria. É importante ter que fazer para confirmar, ela também tem valor prognóstico, uma vez que se avalia o grau obstrução do fluxo aéreo pelo parâmetro da espirometria, que é o volume expiratório forçado no primeiro segundo. Os pacientes com DPOC vão apresentar assim como o asmático, o distúrbio ventilatório obstrutiva, e diferentemente do asmatico o que é característico da DPOC é o índice de reversibilidade, ou seja, a espirometria quando faz a prova dilatadora não há uma melhora, sem reversibilidade ou com reversibilidade parcial. 50% dos DPOC se comportam assim, porém até 20% tem reversibilidade igual da asma. É importante no exame avaliar as curvas, curva fluxo/volume e curva volume/tempo. Duas curvas, praticamente o volume uma em cima da outra, mostrando que está baixo, um pouco mais só de um litro, e quando há uso do broncodilatador não melhora. A curva do fluxo/volume igualmente, uma curva em cima da outra, não aumentou nem fluxo nem e nem aumentou o volume com broncodilatador, e que está diminuído. O parâmetro que dá o diagnóstico da DPOC é essa relação VF1/CVF após o broncodilatador está menor que 0,7. Isso é um parâmetro geral para todo paciente, não é o ideal mas é o mais fidedigno que tem. Se não fizer a espirometria com o broncodilatador não tem como dar o diagnóstico pois o parâmetro é feito assim com a relação VF1/CVF abaixo de 70. Quando a gente vai avaliar a gravidade da DPOC: ➔ Sintomas: pouco ou muito ➔ Exacerbação: paciente tem a doença crônica e em algum momento aquele sintomas basais intensificam, a tosse piora, a dispneia piora, aumenta a secreção. Para avaliar as gravidades: A espirometria é importante para dar o diagnóstico e para ajudar na avaliação de gravidade. A gente avalia essa gravidade pelo VF1. Quanto menor o VF1, mais grave é o quadro obstrutivo do paciente. A classificação pelo GOLD é: 1, 2, 3 e 4. Estratificação da Gravidade da DPOC, a SVPT orienta avaliar por etapas: Por que é importante essa avaliação de gravidade? Para fazer uma programação de tratamento porque de acordo com o resultado da avaliação de gravidade vai ser programado como vai ser o tratamento desse paciente. Então, essa avaliação de gravidade combina os sintomas (que seria o eixo X) e o risco com relação a exacerbação. Dessa forma, o paciente que é pouco sintomático ou tem MRC de 0 a 1, ele teria a metade para o lado esquerdo e o paciente que é muito sintomático com MRC maior ou igual a 2 seria da metade para o lado direito. E o risco de exacerbar? O paciente que tem alto risco de exacerbar, que no ano anterior ele apresentou duas exacerbações ele teria da metade para cima e o paciente que não teve exacerbação anterior ou teve no máximo 1, esse paciente ficaria da metade para baixo tendo assim um baixo risco. Informando o quadrado, tem o paciente B de baixo risco de exacerbação, mas muito sintomático, o paciente A com poucos sintomas e risco de exacerbação baixo também, o paciente D com muitos sintomas e alto risco de exacerbação e o paciente C com alto risco de exacerbação e poucos sintomas. Assim, o paciente D é o mais grave porque além de ter muitos sintomas ele ainda é exacerbador. Dos casos A, B, C e D os mais frequentes são o A, o B e o D, já o C é mais teórico pois não é muito frequente. Então, isso é importante para fazer a programação de tratamento. E a DPOC é uma doença crônica que não tem cura, porém é possível prevenir e como prevenir? O paciente não pode fumar, pois, não fumar é a melhor forma de prevenção da doença. Se o paciente fuma e desenvolve a doença, primeiro é feito o tratamento dos sintomas para aliviar e prevenir a progressão da doença, tentar que o paciente não exacerba. Além disso, melhorar a tolerância aos exercícios porque fazendo isso melhora-se o estado de saúde do paciente, é importante também prevenir e tratar complicações (morbidades associadas, ex: hipertensão, diabetes), prevenir exacerbações que seria muito importante para evitar a progressão da doença. Dessa forma, reduzindo a mortalidade e reduzindo ou minimizando os efeitos colaterais do tratamento.E aqui mostra a importância de avaliarmos a gravidade: - Paciente A: Tem pouco sintoma e que não exacerba. Utiliza-se medicação só se ele sentir alguma coisa, só se necessário que é o SAMA (Antimuscarínico de curta ação – broncodilatador inalatório) ou SABA (Beta agonista de curta ação – Broncodilatador inalatório). - Paciente B: Mais sintomático, mas não exacerbado. O que irá necessitar de medicação contínua porque ele tem sintomas, assim será utilizado broncodilatador de ação prolongada já que ele vai tomar a medicação todos os dias. Tem o LABA (Beta agonista de longa ação) e LAMA (Antimuscarínico de longa ação), pode ser utilizado um ou outro, ou os dois dependendo do paciente. Em geral, utiliza-se um e se o doente melhora contínua com a medicação, se o doente melhora pouco ou não melhora aí associa os dois, já que eles têm efeito aditivo em ação de broncodilatador. - Paciente D: Mais grave. Utiliza-se corticoide inalatório em dose alta associado com um broncodilatador do tipo LABA ou até os três (Corticoide inalatório em dose alta + Broncodilatador do tipo LAMA + Antimuscarínico LAMA). OBS: Hoje há outras drogas também que se não melhorar o quadro do paciente D associa com as já utilizadas. No acompanhamento do paciente com DPOC é preciso focar em evitar que ele exacerbe, porque a cada exacerbação que ele tem acontece: ➔ Impacto negativo na qualidade de vida do paciente. ➔ Impacto nos sintomas e na função pulmonar. (Toda vez que o paciente tem exacerbação a função pulmonar dele diminui e quando você trata o paciente, os sintomas dele diminui, mas a função pulmonar dele não volta ao que era.) ➔ Aumento dos custos econômicos já que com a exacerbação o paciente tem que ser tratado de forma mais intensiva. ➔ Aumento da mortalidade (As vezes o paciente que exacerba pode precisar ser internado em UTI, aumenta as chances de precisar de ventilação mecânica e isso aumenta a mortalidade). Então, no tratamento e no acompanhamento a gente foca muito em tentar prevenir essas exacerbações.
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