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Universidade Paulista Instituto Ciências da Saúde Curso de Graduação em Nutrição Campus Jundiaí Ana Júlia Pagnan Pusch – N57238 Bárbara Beatriz Silva Santos – F289346 Erika Viturino dos Santos – F19GCG1 Jussara Pereira Cipriano Veras – N564296 Maria Rute de Oliveira da Silva – N637FF3 Thaís Miranda Santos da Silva – F289494 Vitória Siqueira Santos – N637AD0 PRÉ-DIABETES E DIABETES GESTACIONAL Fator de alimentação, diagnósticos e tratamento Jundiaí 2020 Universidade Paulista Instituto Ciências da Saúde Curso de Graduação em Nutrição Campus Jundiaí Ana Júlia Pagnan Pusch – N57238 Bárbara Beatriz Silva Santos – F289346 Erika Viturino dos Santos – F19GCG1 Jussara Pereira Cipriano Veras – N564296 Maria Rute de Oliveira da Silva – N637FF3 Thaís Miranda Santos da Silva – F289494 Vitória Siqueira Santos – N637AD0 PRÉ-DIABETES E DIABETES GESTACIONAL Fator de alimentação, diagnósticos e tratamento Projeto desenvolvido como exigência da Disciplina Práticas Educativas em Saúde do curso de Graduação em Nutrição da Universidade Paulista Orientadora: Prof.ª MS. Vera Lúcia T. Sanches. Jundiaí 2020 RESUMO Observa-se que a diabetes mellitus está cada vez mais envolvida em nossa população, indivíduos que apresentam essa doença devem manter atenção e autocontrole, tendo como o principal instrumento a garantia do autocuidado, que possibilitará a melhoria gradual por parte do paciente, essa atenção ajudaria como forma para revertermos as estimativas de complicações de casos de diabetes mellitus. Foi dada ênfase na diabetes gestacional que é a condição hiperglicêmica diagnosticada na gravidez, cujo tratamento tradicional tem sido a monitoração da glicose sanguínea, prescrição de dieta, exercícios físicos condicionados e uso de insulina quando necessário. Na construção deste projeto foi realizada uma pesquisa bibliográfica para colher informações e descrever as diferentes contribuições científicas disponíveis para desenvolver e aplicar sobre o tema escolhido. O objetivo dessa pesquisa e conscientizar e trazer informação ao portador da diabetes sobre a importância da cautela e o controle que se deve ter diante da doença. A metodologia utilizada foi a pesquisa através de levantamento bibliográfico, utilizando-se livros, artigos, textos e sites atualizados sobre tema. Como conclusão podemos dizer que a diabetes mellitus não tem cura até o momento é uma doença crônica, mas com apoio e acompanhamento médico correto o paciente poderá ter uma boa qualidade de vida. Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Diabetes Mellitus Gestacional; Tratamento; Diagnostico. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................4 2. OBJETIVOS.........................................................................................................6 3. MÉTODOS...........................................................................................................7 4. CONTEUDO PROGAMATICO............................................................................8 4.1 Conceitos da Diabetes Mellitus e suas variações....................................9 4.1.1 Pré-diabetes ...............................................................................................9 4.1.2 Diabetes Mellitus ......................................................................................11 4.1.3 Diabetes Mellitus tipo 1............................................................................. 12 4.1.4 Diabetes Mellitus tipo 2............................................................................. 14 4.2 Diabetes Mellitus Gestacional...................................................................15 4.2.1 Procedimento para o rastreamento do DMG............................................ 16 4.2.2 Riscos para a gestante e o bebê de uma DMG não tratada.................... 18 4.2.3 Monitoramento da glicemia e a frequência de realização........................ 19 4.3 Formas de tratamento essenciais na DMG............................................. 20 4.3.1 Terapia nutricional.................................................................................... 20 4.3.2 Contribuição do exercício físico............................................................... 24 4.3.3 Insulina......................................................................................................26 4.4 Critérios para o diagnóstico da diabetes ................................................27 5. RESULTADOS E CONCLUSÃO..................................................................... 31 6. CONCLUSÃO.................................................................................................. 34 7. CRONOGRAMA.............................................................................................. 35 REFERÊNCIAS............................................................................................... 36 4 1. INTRODUÇÃO A Diabetes Mellitus é classificada segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma Doença Crônica Não-Transmissível (DCNT) das mais importantes na atualidade. Isso em relação ao grande número de pessoas afetadas, incapacitações, mortalidade prematura, como em relação aos custos envolvidos no seu controle e no tratamento de suas complicações. É caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em sintetizar toda a glicose proveniente dos alimentos. Com isso o excesso fica na corrente sanguínea, causando diversos danos ao corpo, desde a demora na cicatrização de feridas até a amputação de membros, observado em casos mais graves da doença. Conforme Nunes (2016, p. 01): O diabetes melito (DM) é uma doença de alta prevalência em todo o mundo. Entretanto, os sintomas nem sempre são evidentes. A avaliação bioquímica para o diagnóstico e rastreamento dessa patologia é fundamental, visando à orientação precoce determinante para o tratamento e à prevenção das complicações associadas. Os sintomas nem sempre são evidentes podendo variar de indivíduos de acordo com o seu organismo, os sintomas podem ir de boca seca, fome excessiva, urina frequente, até tonturas e cegueira em casos mais avançados. A confirmação de doenças é feita a partir da verificação do resultado de exames laboratoriais, como é o caso da hemoglobina glicada popularmente conhecida como exame de curva glicêmica. Esse exame é feito a partir da análise da concentração de glicose no sangue em jejum e depois da ingestão de um líquido açucarado fornecido pelo laboratório. Assim, o médico pode avaliar como o organismo funciona frente a elevadas concentrações de glicose. De acordo com Oliveira e Vencio (2014, p. 10): Para a realização do teste de tolerância à glicose oral algumas considerações devem ser levadas em conta: • Período de jejum entre 10 e 16 horas. • Ingestão de pelo menos 150 g de glicídios nos três dias anteriores à realização do teste. • Atividade física normal. • Comunicar a presença de infecções, ingestão de medicamentos ou inatividade. • Utilizar 1,75 g de glicose por quilograma de peso até o máximo de 75 g. 5 A alimentação de pessoas com essa doença deve ser bastante equilibrada, evitando excesso de carboidratos, uma vez que os mesmos se tornam açúcares no sangue, doces, refrigerantes, frutas, por conta da sacarose, e outros. Segundo as Mazza (2014, p. 18): A nutrição equilibrada, com concentrações adequadas de macro e micronutrientes, prescritos de forma individualizada, deve se basear nos objetivos do tratamento. O portador de DM precisa estar com o peso saudável, ou seja, caso estejaa cima do peso considerando ideal para o seu perfil, emagrecer irá ajudar muito no controle da doença. Os benefícios do exercício físico no paciente diabético ajudam na melhora do controle glicêmico, reduzindo a hemoglobina glicada, reduz o risco cardiovascular e ainda previne o aparecimento da diabetes mellitus tipo 2 em indivíduos com o risco mais elevado (SOCCAL et al., 2000). De acordo com a Mazza (2014), podemos observar alguns casos mais específicos de diabetes desenvolvida durante o período gestacional ao qual podem ser observados em mulheres com alguns fatores de risco, ligados a idade, hereditariedade, peso e outros fatores. O diabetes gestacional é definido como qualquer grau de redução da tolerância à glicose, cujo início ou detecção ocorre durante a gravidez. Habitualmente, os diagnósticos do diabetes gestacional são realizados por busca ativa, com testes provocativos que empregam sobrecarga de glicose, a partir do segundo trimestre da gestação. Segundo o Ministério da Saúde (2019, p. 13) “[...] destaca que em cerca de 60-70% das mulheres com DMG conseguem controlar a glicemia pela adesão à dieta e às atividades físicas [...]”, em número pequeno de casos poderá ser necessário utilizar insulina e tratamento farmacológico, em conjunto com a dieta e a atividade física. Geralmente, após o término da gravidez, a mulher voltará a ter níveis normais de glicemia, porém há risco de desenvolver diabetes no futuro, para isso é importante realizar o teste oral de tolerância à glicose no pós-parto. Sendo assim, foi constatada a importância do pré-natal e a realização de exames ao qual pode-se verificar a doença precocemente e com isso intervir como maneira de prevenir riscos, que podem comprometer saúde de mamãe e bebê. (REICHELT et al, 2011). 6 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral Descrever sobre o Diabetes e sua classificação, ressaltando diabetes gestacional. 2.2. Objetivos específicos Elucidar sobre a importância de qual tipo de diagnostico o indivíduo deve procurar para obter o tratamento adequado após descobrir qual o tipo de diabetes possui. Avaliar a importância da orientação nutricional e da pratica de atividade física em pacientes diabéticos oferecendo uma melhor qualidade de vida e controle da doença. Abordar o tipo de diagnostico adequado para a descoberta da diabetes gestacional e como a paciente gestante pode procurar o tratamento conveniente. Informar sobre os cuidados após ser diagnosticada com diabetes na gestação, durante e depois da descoberta da doença e sobre os sintomas que podem causar alerta para a procura de orientação médica. 7 3. MÉTODOS Trata - se de um estudo de revisão bibliográfica utilizando-se a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foi acessada na base de dados caracterizado como Scientifc Eletronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana em ciências de saúde (LILACS). Para o levantamento do material foram utilizadas descritores: Diabetes mellitus, Atenção Primaria a Saúde programa Saúde da família. Limitou - se o período de 1999 a 2020, também foram utilizados artigos publicados no idioma português e capítulos de livros com tema Diabetes Mellitus, procurando orientar e abordar as maneiras de prevenção. Da literatura pesquisada, houve a leitura integral 07 artigos científicos, 02 monografias e capítulos de 04 livros, sendo um, total de 22 selecionados para a utilização no referente pesquisa bibliográfica, devido ao fato de apresentarem maior relevância ao tema escolhido. Primeiramente, foi realizada uma leitura exploratória para verificar se a obra consultada interessava ao estudo. Após essa leitura, procedia a leitura seletiva do material para a escolha do que de fato interessava. Por fim, era feita uma leitura analítica, com a finalidade de analisar as fontes, de forma a possibilitar a obtenção de resposta ao problema de pesquisa. O critério de inclusão dos textos lidos teve por base a utilização dos descritores e o período de abrangência de publicação científica, conforme citados anteriormente. 8 4. CONTEÚDO PROGAMÁTICO A diabetes é uma doença causada pela falta ou incapacidade de insulina no organismo, hormônio produzido no pâncreas e sua principal função é quebrar as moléculas de glicose e transforma-las em energia para melhor eficiência das células, mas como consequência da doença ela aumenta o número de glicose no sangue. Segundo o Ministério da Saúde (2006, p. 9): Diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros. Os principais sintomas são: fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia, mais nem sempre são evidentes. Podemos prevenir essa doença praticando atividades físicas regulares, mantendo uma alimentação saudável e balanceada, através do consumo de legumes, verduras, frutas e fibras, reduzindo o consumo de açúcar, gorduras e sal. Segundo o Ministério da Saúde (2006, p. 7): Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo-se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em todo o mundo. A diabetes mellitus gestacional (DMG) é um problema metabólico mais comum em mulheres durante a gravidez afetando gestantes de 35 anos ou mais e em adolescentes, sendo comum afetar mulheres com histórico familiar de diabetes e principalmente com maus hábitos alimentares. O DMG consiste no aumento das taxas de glicose da mãe, ou seja, a taxa fica persistentemente mais alta e isto leva o feto a receber muita glicose, fazendo com que o mesmo cresça muito. De acordo com o Ministério da Saúde (2006, p. 13) “É a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de intensidade variada, geralmente se resolvendo no período pós-parto, mas retornando anos depois em grande parte dos casos”. 9 Os principais sintomas são: ganho excessivo de peso na grávida ou do bebê, aumento exagerado do apetite e vontade de urinar frequentemente. Podemos evitar através de uma alimentação saudável, fazer o pré-natal e exames regulares e praticar atividades físicas frequentemente. 4.1 CONCEITO DA DIABETES E SUAS VARIAÇÕES 4.1.1 PRÉ-DIABETES Pré-diabetes é quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar um Diabetes Tipo 1 ou Tipo 2. (SEVERO, 2018). É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios. Neste momento, o corpo começa a dar sinais, principalmente através dos exames de sangue, que os níveis de açúcar (glicemia) estão começando a ficar elevados, e os níveis de insulina também (SPONCHIATO, 2018). De acordo com o Ministério da Saúde (2013): Esse alerta do corpo é importante por ser a única etapa do diabetes que ainda pode ser revertida, prevenindo a evolução da doença e o aparecimento de complicações, incluindo o infarto. No entanto, 50% dos pacientes que têm o diagnóstico de pré-diabetes, mesmo com as devidas orientações médicas, desenvolvem a doença. O pré-diabetes é muito conhecido pelo estado de resistência à insulina, quando o pâncreas passaa produzir insulina em excesso na tentativa de controlar os níveis de açúcar. É um estado intermediário entre uma pessoa saudável e alguém que tem a doença, mas que já é capaz de gerar complicações com o pé- diabético e problemas nos olhos, além de estar ligado à hipertensão e problemas renais (SEVERO, 2018). Segundo as Mazza (2014, p. 5) “[...] ainda há duas categorias, referidas como pré-diabetes, que são a glicemia de jejum alterada e a tolerância à glicose diminuída [...]”. Essas categorias não são entidades clínicas, mas fatores de risco para o desenvolvimento de DM e doenças cardiovasculares. A glicemia (nível de açúcar no sangue) começa a ficar alta, quando o resultado em jejum varia de 100 a 125 mg/dl, é um sinal de que o paciente pode ter 10 a condição. Nesse caso, é preciso fazer um teste oral de tolerância à glicose, também conhecido como curva glicêmica. Tabela 1 - Classes intermediárias no grau de tolerância à glicose 1. GLICEMIA DE JEJUM ALTERADA Concentrações de glicemia de jejum inferiores ao critério diagnóstico para DM, porém maiores que o valor de referência normal. A Federação Internacional de Diabetes (IDF) recomenda o ponto de corte de glicemia de jejum de 100 mg/dl. 2. TOLERÂNCIA À GLICOSE DIMINUÍDA Anormalidade na regulação da glicose no estado pós-sobrecarga, diagnosticada por meio do teste oral de tolerância à glicose (TOTG), que inclui a determinação da glicemia de jejum e de duas horas após a sobrecarga oral de 75 g de glicose. Fonte: Mazza, 2014. Segundo Mazza (2014, p. 7): Para realização do teste de tolerância à glicose oral algumas considerações devem ser levadas em conta como jejum entre 10 e 16 horas, ingestão de pelo menos 150 g de glicídios nos três dias anteriores ao teste, utilizar 1,75 g de glicose por quilo de peso até o máximo de 75 g. O problema inicialmente não apresenta sintomas, mas está associado na maior parte dos casos, ao excesso de peso corporal. As estratégias se mostraram eficientes e também é a base inicial para prevenir o diabetes em pacientes de alto risco são: perda de peso, atividade física e tratamento farmacológico. (MILECH et al. 2014). A mudança do estilo de vida, com alimentação adequada, atividade física regular e consequente perda de peso, é capaz de reduzir o risco em cerca de 30 a 40%. Já o uso da metformina é capaz de reduzir o risco em cerca de 20%. (Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019). Na maior parte doas casos o tratamento do pré-diabéticos vai se iniciar com as orientações para mudanças de hábitos, como uma dieta tendo a redução de calorias, gorduras saturadas e carboidratos, além do estímulo à atividade física frequentemente, sendo possível agregar medicamentos receitados pelo médico 11 responsável junto ao paciente como forma de prevenção para eludir a progressão de uma diabetes mais avançada. Exames regulares como o check-up, também são medidas efetivas, evitando o desenvolvimento da doença (BRASIL, 2013). 4.1.2 DIABETES MELLITUS A Diabetes Mellitus é uma doença causada pela falta ou incapacidade de insulina no organismo, hormônio produzido no pâncreas e sua função é quebrar as moléculas de glicose e transforma-las em energia para melhor eficiência das células, obtemos a insulina através dos alimentos, mas como consequência da doença ela aumenta o número de glicose no sangue, os sintomas da mesma nem sempre são evidentes (MAZZA, 2014). O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros. (BRASIL, 2006, p. 9). São vários os tipos de tratamento, e cada indivíduo deve ter seu atendimento de acordo com suas necessidades, sendo necessário manter sempre informado o do portador da doença, para que possa manter o controle adequado, com isso evitar riscos e complicações futuras. Segundo NUNES (2016, p. xi) “[...] atinge diversas realidades, visto que os pacientes são de diferentes realidades: crianças, jovens, idosos, magros, obesos, gestantes que desenvolvem diabetes [...]”. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2019): Hoje, no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, o que representa 6,9% da população. E esse número está crescendo. Em alguns casos, o diagnóstico demora, favorecendo o aparecimento de complicações. Pode ser que você ou alguém próximo tenha diabetes. Saiba mais e aprenda a conviver bem com a doença, transformando-a em mais um motivo para cuidar da saúde. Balda e Pacheco (1999) dizem que não estamos falando de apenas uma doença, mais sim um conjunto delas que envolve os mesmos problemas, o aumento 12 da glicose na corrente sanguínea é uma característica em comum dessas doenças. Os tipos mais comuns são: Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2 que são as mais frequentes e a Diabetes Gestacional. A importância da correta classificação é permitir a escolha do tratamento adequado, e também a possíveis comorbidades agregadas a cada tipo de diabetes, orientando os familiares quanto ao tipo da herança genética (BRASIL, 2006). O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua família é um desafio para a equipe de saúde, especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo de viver, o que estará diretamente ligado à vida de seus familiares e amigos. Aos poucos, ele deverá aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo que vise qualidade de vida e autonomia. (BRASIL, 2006, p. 10). A doença em si não tem estimativa de cura, mas para prevenir e evitar o alastramento da doença é necessário a adoção de hábitos saudáveis e manter um acompanhamento médico periódico. É possível controlá-la através de orientações feitas por um especialista, utilizando métodos e assim garantindo qualidade de vida para o paciente, diferentemente de quando não é tratada, que podem trazer complicações futuras (GROSS, 2002). 4.1.3 DIABETES MELLITUS TIPO 1 O Diabetes Mellitus Tipo 1 (também conhecido como diabetes imunomediado) é uma doença crônica causada pela destruição progressiva das células pancreáticas com consequente evolução para a deficiência na produção de insulina e hiperglicemia, dessa forma tornando indispensável a reposição insulínica. Observa- se que a frequência dos pacientes inicialmente classificados com Diabetes Mellitus tipo 1 são em asiáticos e afrodescendentes (ALVEZ, 2009). O parâmetro diagnóstico do diabetes é definido pela manifestação de sintomas repentinos, incluindo sede constante (polidipsia), micção excessiva (poliúria) ou ainda micção noturna (enurese), fadiga, dificuldade respiratória (dispneia), perda de peso inexplicada, fome frequente. Os critérios regulares para a diagnostico envolvem glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dl em mais de uma ocasião ou maior que 200 mg/dl após duas horas de uma carga oral de 75g de glicose dissolvida em água (BRASIL, 2019). 13 A Diabetes Mellitus Tipo 1, em questão de popularidade dentre aos outros tipos é a menos comum, mas em regra como qualquer outra doença deve-se ser tratada e é o mais importante que os portadores conheçam suas doenças, suas particularidades e as principais medidas que devem ser tomadas para que o tratamento seja eficaz, garantindo assim a possível. (BRASIL, 2006). Tabela 2 - A classificação atual da DM1 proposta pela Organização Mundial de Saúde e pela American Diabetes Association: DIABETES TIPO 1 1.Corresponde de 5% a 10% dos casos. 2.Resultado da destruição das células betapancreáticas.3.Pode ser: a) Autoimune – Destruição das células beta mediada por imunidade, cujos marcadores são os autoanticorpos: anti-insulina, antidescarboxilase do ácido glutâmico (GAD 65), antitirosina-fosfatases (IA2 e IA2B) e antitransportador de zinco (Znt). Tem forte associação com antígenos dos leucócitos humanos (HLA). É a forma mais frequente. A taxa de destruição das células beta é variável, sendo, em geral, mais rápida entre as crianças. A forma progressiva ocorre em adultos, sendo referida como latent autoimmune diabetes in adults (LADA). b) Idiopático – Ausência de marcadores de autoimunidade e não associação ao HLA. Corresponde a uma minoria dos casos. Fonte: Mazza, 2014. O tratamento do Diabetes Tipo 1 tem causas genéticas, pode ser hereditário. O tratamento deve ser iniciado tão logo o diagnóstico sendo constatado. Pacientes portadores dessa doença necessitam de doses diárias de insulina para o controle da glicemia. É baseado em três fatores principais: dieta, exercício físico e dosagem de insulina. A dieta consiste em evitar a ingestão de açúcares simples, presente em doces e carboidratos refinados. Tais alimentos possuem um índice glicêmico alto, absorvido rapidamente pelo organismo e acelerando as taxas de glicose no sangue (MAZZA, 2014). Os carboidratos devem constituir de 50 a 60% da ingestão total de calorias, dando preferência aos glicídios complexos, metabolizados de forma mais 14 lenta. A prática de exercícios físicos é recomendada mediante o controle dos níveis de glicose pela insulina e sendo observado quanto ao horário das atividades, pois a execução dos exercícios no início da noite aumenta o risco de hipoglicemia noturna (HELENA, 2015). 4.1.4 DIABETES MELLITUS TIPO 2 O Diabetes Mellitus Tipo 2 caracterizada por hiperglicemia, e o problema não começa com um ataque das próprias células de defesa ao pâncreas, a fábrica de insulina. Ela começa com a resistência à insulina, o hormônio que ajuda a colocar a glicose (nutriente vindo dos alimentos) para dentro das células. Em outras palavras, esse hormônio é produzido, mas não consegue atuar direito. Cerca de 50 da população que apresenta diabetes tipo 2 não sabem que são portadores da doença (BRASIL, 2006). Muitas vezes as pessoas já apresentam complicações crônicas ou sintomas inespecíficos como tontura, dificuldade visual e acaba por não fazerem os exames, fazendo que o mesmo permaneça não diagnosticado (KARINNE, 2012). Tabela 3 - A classificação atual da DM2 proposta pela Organização Mundial de Saúde e pela American Diabetes Association: DIABETES TIPO 2 1.Corresponde de 90% a 95% dos casos de DM. 2.Caracteriza-se por defeitos na ação e na secreção de insulina, podendo haver predomínio de um deles. 3.Maioria dos pacientes tem sobrepeso ou obesidade. 4.Pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os 40 anos. Fonte: Mazza, 2014. Há, provavelmente, diferentes mecanismos que resultam nessa forma de DM, e com a identificação futura de processos patogênicos específicos ou defeitos genéticos, o número de pessoas com essa forma de DM irá diminuir à custa de mudanças para uma classificação mais definitiva em outros tipos específicos de DM (MAZZA, 2014, p. 6). É fundamental dizer que estamos falando de uma enfermidade silenciosa, na maioria dos casos, os sintomas aparecem somente quando ela já está avançada. Os 15 planos terapêuticos tornam-se essencial e de grande valia para o controle glicêmico incluindo a farmacoterapia. A modificação no estilo de vida, o consumo de dieta equilibrada, associado à prática regular de atividade física, contribuem para o controle metabólico e a redução dos fatores de risco para a síndrome metabólica, o Diabetes Mellitus. (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019). 4.2 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é um problema metabólico que ocorre em com mais frequência em gestantes com idade mais avançada sendo comum afetar mulheres com histórico familiar de diabetes e principalmente com maus hábitos alimentares. A Diabetes gestacional é definido como qualquer grau de redução da tolerância à glicose, cujo início ou detecção ocorre entre a 25ª e a 28ª semanas. (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019). Tabela 4 - A classificação atual da DMG proposta pela Organização Mundial de Saúde e pela American Diabetes Association: DIABETES MELLITUS GESTACIONAL 1.Corresponde a qualquer intolerância à glicose, de magnitude variável, com início ou diagnóstico durante a gestação. 2.Associado tanto à resistência à insulina quanto à diminuição da função da célula beta. 3.Ocorre em 1% a 14% de todas as gestações e é associado à morbidade e à mortalidade perinatal. 4.A maioria reverte para tolerância normal à glicose após o parto, mas existe risco entre 10% e 63% de desenvolvimento de DM2 dentro de 5 a 16 anos. Fonte: Mazza, 2014. A gestante sofre várias alterações hormonais ao longo dos nove meses de desenvolvimento do feto. O corpo passa a produzir uma maior quantidade de insulina. Acontece que outros hormônios liberados pela placenta atrapalham esse processo e obrigam o pâncreas, a trabalhar dobrado para manter os níveis da substância em ordem. Às vezes, o esforço não é suficiente e sobra açúcar na corrente sanguínea que é o que acontece na DMG (TENÓRIO; PINHEIRO, 2018). 16 Tenório e Pinheiro (2018) observam que a DMG geralmente não causa nenhum sintoma, maioria dos casos só é detectada quando o seu nível de açúcar no sangue é testado durante o rastreio do diabetes gestacional. Algumas mulheres podem desenvolver sintomas se o nível de açúcar no sangue ficar muito alto (hiperglicemia), como o aumento da sede, vontade de urinar com frequência, boca seca e cansaço, sintomas esses que quando em excesso causam alerta para pedir uma orientação medica. O controle eficaz da glicemia materna aumenta significativamente a possibilidade de o desfecho gestacional ser um recém-nascido vivo, com idade gestacional a termo, crescimento proporcional e sem distúrbios respiratórios e metabólicos após o nascimento. (ORGANIZAÇÃO PAN- AMERICANA DA SAÚDE, 2019, p. 8). Os objetivos primordiais do tratamento da gestante portadora de DMG são a diminuição da morbimortalidade perinatal e da morbidade materna a curto e longo prazo. Por isso, é tão importante detectar o distúrbio, o mais cedo possível, para preservar a saúde da mãe e do bebê. O tratamento do diabetes gestacional tem por objetivo diminuir a taxa de macrossomia os grandes bebês filhos de mães diabéticas evitar a queda do açúcar do sangue do bebê ao nascer e diminuir a incidência da cesariana (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019). 4.2.1 PROCEDIMENTO PARA O RASTREAMENTO DO DMG Habitualmente, o diagnóstico do diabetes gestacional é realizado por busca ativa, com testes provocativos que empregam sobrecarga de glicose, a partir do segundo trimestre da gestação. Segundo REICHELT, et. al (2011, p. 435) “[...] mais recentemente, tem-se recomendado a triagem precoce de gestantes de alto risco na primeira consulta pré-natal [...]”. Isso que permite identificar casos de diabetes já existentes e que não devem, ser rotulados como diabetes gestacional. Segundo Milech, et al. (2014) ainda não existe consenso sobre o rastreamento de DM gestacional, e a maior parte das recomendações advém de especialistas, que atualmente recomendam o teste oral de tolerância a glicose 17 (TOTG), com 75g de glicose. A investigação de DMG deve ser feita em todas as gestantes entre a 24a e a 28a semana de gestação deve-se realizar TOTG com dieta sem restrição de carboidratos ou com, no mínimo, ingestão de 150 g de carboidratos nos três dias anteriores ao teste, com jejum de 8 horas (MAZZA, 2014). Segundo as Mazza (2014, p. 184): Na primeira consulta pré-natal deve ser solicitadaglicemia de jejum. Caso o valor encontrado seja ≥ 126 mg/dl, é feito o diagnóstico de diabetes mellitus pré-gestacional. Caso glicemia plasmática em jejum ≥ 92 mg/dl e < 126 mg/dl é feito o diagnóstico de DMG. Em ambos os casos, deve ser confirmado o resultado com uma segunda dosagem da glicemia de jejum. Caso a glicemia < 92 mg/dl a gestante deve ser reavaliada no segundo trimestre. Fluxograma 1 - Procedimento para o rastreamento do DM gestacional Fonte: Mazza, 2014. A confirmação do diagnóstico de DMG é estabelecida utilizando-se os pontos de corte de glicemia plasmática recomendado pela International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG) e garantido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmando o diagnóstico: jejum 92 mg/dL, 1 hora 180 Sem fatores de risco para DMG 85 a 125mg/dl TOTG agora Normal Repetir TOTG 24- 28 ≥ 126 2x Diabetes Alterado Diabetes Com risco para DMG TOTG agora Normal Repetir TOTG 24-28 Alterado Diabetes Mellitus Gestacional ≥ 126 2x Diabetes 18 mg/dL ou 2 horas 153 mg/dL. A presença de 1 ponto alterado confirma o diagnóstico de DMG (MILECH, et al. 2014). 4.2.2 RISCOS PARA A GESTANTE E O BEBÊ DE UMA DMG NÃO TRATADA Na gestação, o DMG leva ao desenvolvimento de complicações adicionais que têm efeitos adversos na saúde da mãe e do filho, como distúrbios hipertensivos e a ocorrência de polidrâmnio. No período pós-parto imediato pode atrasar o início da amamentação e afetar a saúde da mãe e de seu filho, mulheres com diagnóstico de DMG na primeira metade da gestação representam um subgrupo de alto risco para aumento das complicações obstétricas e clínicas. (ORGANIZAÇÃO PAN- AMERICANA DA SAÚDE, 2019). A DMG não tratada adequadamente, pode trazer complicações e riscos para a gestante como desenvolver infecções tipo a candidíase e infeções urinarias, também pode desenvolver outras complicações durante a gravidez como é o caso da pré-eclâmpsia e do ganho de peso excessivo (VICARI; SILVA; MATTOS, 2011). Para o bebê tanto no período gestacional quanto neonatal. Condições que ocorrem para os bebês incluem malformações congênitas, prematuridade, problemas respiratórios e complicações metabólicas como hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue do bebê) (MILECH, et al. 2014). Controlar com rigor a glicemia materna elevada, além de reduzir as complicações perinatais a curto prazo, reduz as chances de que esta criança desenvolva obesidade, diabetes e alterações do metabolismo lipídico até mesmo antes da adolescência (ORGANIZAÇÃO PAN- AMERICANA DA SAÚDE, 2019). Geralmente, após o término da gravidez, a mulher voltará a ter níveis normais de glicemia, porém com risco de desenvolver diabetes no futuro. Será importante realizar o teste oral de tolerância à glicose no pós-parto (seis semanas após o parto) e se este estiver normal, fazer glicemias de jejum ou dosagem de hemoglobina glicada (HbA1C) anuais. Esclarecer à paciente que, poderá desenvolver aumento da glicemia e explicar a importância de manter peso adequado e seguir com a prática de atividade física regular, pois isto diminuirá o risco de que ela desenvolva diabetes no futuro (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019). 19 4.2.3 MONITORAMENTO DA GLICEMIA E A FREQUÊNCIA DE REALIZAÇÃO Nas gestações complicadas pelo DMG, a monitorização da glicemia deve ser realizada a partir do diagnóstico e até o pós-parto visando a adequada avaliação e consequentemente, obtenção de controle glicêmico adequado. Dentre os diferentes métodos, a automonitorização da glicemia capilar, utilizando fitas reagentes com leitura em um medidor digital de glicose (glicosímetro), é considerado o mais indicado para avaliação do controle glicêmico da mulher com DMG (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019). Diante do diagnóstico de diabetes gestacional, a glicemia capilar (ponta de dedo) deve ser realizada considerando-se os seguintes valores como alvos: jejum ≤95mg/dL 1h após refeição (pós-prandial) ≤140mg/dL 2h após refeição (pós-prandial) ≤120mg/dL A quantidade de glicemias capilares que devem ser realizadas por dia varia de 4 a 8 vezes, conforme orientação da equipe de saúde. (MAZZA, 2014). Estudos clínicos mostram que o tratamento do DMG quando acompanhado do monitoramento da glicemia capilar realizada quatro vezes ao dia em diferentes horários (jejum e pós-alimentar) se associou à redução de diversos desfechos perinatais desfavoráveis (mortalidade fetal, distocia de ombro, lesão de nervos cranianos, excesso de massa gordurosa ao nascimento, recém-nascidos grandes para idade gestacional, macrossomia, cesarianas e pré-eclâmpsia). Este resultado favorável foi observado tanto em mulheres que fizeram uso de insulina (entre 7,63% e 20% das gestantes), quanto naquelas que permaneceram em tratamento apenas com medidas não farmacológicas (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019, p. 32) Ressalta-se que as medidas pós-prandiais devem ser realizadas a partir do início das refeições (< 95 mg/dL), sendo a análise de uma hora pós-prandial (< 140 mg/dL), a que melhor reflete os valores dos picos pós-prandiais avaliados por meio da monitorização contínua de glicose e também a que se associa mais diretamente com o risco de macrossomia fetal, a ênfase no controle glicêmico pós-prandial é mais eficaz para que se evitem desfechos fetais. (BRASIL, p.2019). De acordo com o Ministério da saúde (2019, p.34) “[...] importante lembrar que gestantes em uso de insulina devem manter a glicemia de jejum acima de 70 mg/dL e pós- -prandiais não inferiores a 100 mg/dL [...]”. 20 Tabela 5 - Frequência de realização do monitoramento da glicemia capilar de acordo com o tratamento para diabetes gestacional: PACIENTES TRATADAS COM MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS Viabilidade financeira e disponibilidade técnica total Viabilidade financeira e disponibilidade técnica parcial Perfil diário de 4 pontos Jejum, pós- café, pós-almoço, pós-jantar Perfil de 4 pontos 3 vezes por semana Jejum, pós-café, pós-almoço, pós-jantar PACIENTES TRATADAS COM MEDIDAS FARMACOLÓGICAS Viabilidade financeira e disponibilidade técnica total Viabilidade financeira e disponibilidade técnica parcial Perfil diário de 6 pontos Jejum, pós- café, antes do almoço, pós-almoço, antes do jantar, pós- jantar Perfil diário de 4 pontos Jejum, pós- café, pós-almoço, pós-jantar Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde, 2019. 4.3 FORMAS DE TRATAMENTO ESSENCIAIS NA DMG 4.3.1 TERAPIA NUTRICIONAL As gestantes com diagnóstico de DMG devem receber orientações nutricionais, tendo em vista como tratamento inicial manter o controle metabólico adequado, ganho de peso ponderal recomendado e a prevenção da ocorrência de desfechos fetais e neonatais desfavoráveis. Orientações nutricionais devem seguir uma alimentação saudável por todas as gestantes, mas que assumem grande importância no tratamento do DMG (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019). A quantidade de calorias deve ser baseada no índice de massa corporal (IMC), na frequência e intensidade de exercícios físicos, no padrão de crescimento fetal e visando ao ganho de peso adequado. Em geral, é necessário fracionar a ingestão alimentar em três refeições grandes e três pequenas, sendo que a ceia tem grande importância, em especial para as mulheres que fazem uso de insulina à noite, e deve conter 25 g de carboidratos complexos, além de proteínas ou lipídios, para evitar hipoglicemia durante a madrugada (MAZZA, 2014). O tratamento inicial é orientação alimentar que permita ganho de peso adequado (300 a 400 g por semana, a partir do segundo trimestre), os adoçantes artificiais podem ser utilizados com moderação. O valor calórico total prescrito deve 21 ter 40% a 45% de carboidratos,15% a 20% de proteínas e 30% a 40% de gorduras (MAZZA, 2014). De acordo com CARVALHO, et al. (2010) “[...] o plano alimentar deve ser fracionado com menor volume, horário rígido, e intervalos regulares, sendo propostas em torno de 5-6 refeições por dia [...]”. A terapia nutricional baseia-se na avaliação do perfil antropométrico da gestante e deve ocorrer em todas as consultas da assistência pré-natal, para orientar e acompanhar a adequação à programação do ganho de peso gestacional semanal até o parto, sendo parte fundamental da qualificação da assistência obstétrica. Na avaliação clínica é necessário questionar a presença de sintomatologia digestiva (náuseas, vômitos, pirose, constipação, sialorréia) que pode interferir na alimentação da gestante e na construção conjunta da dieta. (BRASIL, 2019). De acordo com Organização Pan-Americana da Saúde, (2019, p. 19): Deve-se conhecer e avaliar a dieta habitual da gestante, investigar o número de refeições, grupos e quantidade de alimentos consumidos. Avaliar o consumo de refrigerantes, de bebidas alcoólicas, de infusões em geral (café, chá e mate), de alimentos com alto índice glicêmico, de doces, de produtos diet e light e, os tipos de edulcorantes utilizados. Analisar o consumo de alimentos processados e ultra processados e alimentos ricos em lipídios, que podem influenciar o controle glicêmico, o ganho de peso e a pressão arterial materna. Helena (2015) fala que de acordo com recomendações do Mistério da Saúde e da OMS deve-se seguir uma alimentação balanceada com todos nutrientes bem distribuídos com a presença de proteínas, carboidratos e gorduras. Uma alimentação saudável atende às necessidades nutricionais do indivíduo, com ingestão de alimentos de qualidade e em quantidades suficientes para a manutenção de peso corpóreo adequado segundo Mazza (2014, p.315) “[...] a dieta também deve ser planejada e distribuída ao longo do dia, objetivando-se evitar episódios de hiperglicemia, hipoglicemia ou cetose [...]”. Tabela 6 - Exemplos de alguns alimentos essencial na dieta de mulheres com o diagnóstico de Diabetes Mellitus Gestacional. GRUPOS ALIMENTARES RECOMENDADOS PARA A INGESTA DIÁRIA 22 Legumes frutas e verduras Abóbora, agrião, brócolis, cenoura, chuchu, couve, espinafre, jiló, taioba, tomate, rúcula, acerola, ameixa, banana, abacaxi, caju, laranja, pitanga, pêssego, maçã, melancia, mamão, manga, jabuticaba. Frutas devem ser ingeridas como sobremesas e preferencialmente inteiras. Leite e derivados Preferencialmente desnatados ou com baixo teor de gordura, iogurte, coalhada, queijos. Carnes, Peixes e ovos Bife grelhado, carne assada ou ensopada, frango assado ou ensopado, omelete ou ovo cozido, peixe ensopado ou assado. Óleos e gorduras vegetais Óleo de soja, canola, girassol, milho ou algodão. Deve ser evitado o uso de margarina, manteiga ou banha para cozinhar. Cereais Arroz, milho, aveia, pães e alimentos feitos com farinha de trigo e milho, preferencialmente integrais, linhaça. Tubérculos como as batatas e raízes como mandioca/macaxeira/aipim; leguminosas (feijão, soja, o grão-de-bico e lentilha). Fonte: Ministério da Saúde, 2019. Gestantes em uso de insulina devem manter os horários fixos das refeições, minimizando-se assim variações glicêmicas. Caso seja necessário realizar refeições fora de casa, preferir locais que sirvam refeições feitas na hora, evitando redes de fast-food para evitar desconfortos gástricos o profissional deve orientar a gestante a evitar deitar-se logo após as refeições, com objetivo de prevenir refluxo gastro- esofágico. Não omitir refeições ou ingerir alimentos fora dos horários determinados e sugerir apreciar cada refeição, comer devagar e mastigar bem os alimentos (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019). Os métodos de orientação dietética recomendados para gestantes com DMG podem ser baseados na distribuição energética dos macronutrientes por refeição. A escolha do método deve ser decidida conjuntamente com a gestante e acompanhada pela equipe de saúde, incluindo preferencialmente o nutricionista, o que pode favorecer a adesão à terapia nutricional. O método da distribuição energética dos macronutrientes por refeição preconiza o fracionamento das refeições, em horários regulares e as pequenas refeições devem conter menor percentual energético (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019). 23 Tabela 7 - Lista de grupos de alimentos, que são recomendados para gestantes com DMG: RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA GESTANTES COM DIABETES MELLITUS GESTACIONAL Macronutriente Valor Energético Total (VET) Observações Adequado para o ganho de peso recomendado Estimado considerando o IMC pré- gestacional ou inicial. Carboidratos 40-55% do VET Carboidratos: mínimo 175g Fibras: mínimo de 28g/dia Sacarose: <5% do VET Para casos de difícil controle glicêmico sugerir a inclusão de alimentos integrais, ricos em fibras, e alimentos com menor índice glicêmico ao invés de alimentos contendo açúcares adicionados. Outra estratégia é a adoção de menor percentual de carboidratos (40%), redução dos ácidos graxos saturados e aumento de alimentos ricos em ácidos graxos monoinsaturados (presente no azeite, abacate, óleo de canola) Proteínas 15 a 20% do VET Ingestão mínima de 71 g/dia. Pode-se estimar a ingestão recomendada considerando 1,1 g/kg/dia Lipídios 30 a 40% do VET < 300 mg de colesterol/dia ácidos graxos trans: devem ser evitados omega 3: mínimo de 2 porções de peixes/semana, com exceção das preparações fritas Fonte: Ministério da Saúde, 2019. Lembrando que toda dieta deve ser individualizada, os alimentos permitidos e evitados na diabetes poderão variar de acordo com o tipo da doença, os valores de glicemia (gravidade da condição), as preferências alimentares, idade, se há prática de atividade física e muitas outras coisas que podem interferir, devendo ser sempre prescrita e acompanhada por um nutricionista. Calcula-se que, em média, o gasto energético total de fornecimento e manutenção, durante toda a gestação, atinja cerca de 80.000 Kcal. Isto representa um acréscimo de aproximadamente 300 Kcal às necessidades diárias da mulher não grávida. Por isso são recomendadas 300 Kcal adicionais por dia, acima das necessidades básicas da mulher não gestante, o que corresponde em média a 30 Kcal/Kg peso ideal/dia. O valor energético total deve ser distribuído entre seis refeições, num padrão equitativamente constante durante cada dia, para prevenir episódios de hipo e hiperglicemias. (SCCOAL, et al. (2000, p. 43). 24 Levando em consideração que no Brasil, nem sempre se pode contar com nutricionista para atendimento individual da gestante com DMG, a recomendação terapêutica nutricional apresentada devem ser estabelecidas de acordo com a viabilidade financeira e técnica disponível na localidade (ORGANIZAÇÃO PAN- AMERICANA DA SAÚDE, 2019). 4.3.2 CONTRIBUIÇÃO DO EXERCCIO FÍSICO A prática de exercícios físicos na gravidez é segura e desejável, ela tem sido considerada benéfica por prevenir e reduzir lombalgias, fortalecer a curvatura pélvica, diminuir a taxa de nascimentos por cessaria, melhora a flexibilidade e tolerância a dor (inclusive a dor do parto), além de elevar a alta estima da getsantante (ROSA, 2007). Em mulheres com comorbidades obstétricas ou clínicas, os programas de exercícios devem ser individualizados e o melhor momento para realizar as atividades físicas é quando a glicose do sangue estiver alta pois tende a ajudar o organismo a queimar excesso de glicose sem uso de medicamento, (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019). Pacientes sedentárias podem ser orientadas a iniciar um programa de caminhadas regulares e/ou de outros exercícios de baixo impacto, e as gestantes praticantes de exercícios regulares previamente à gestaçãopodem manter atividades físicas habituais, evitando exercícios de alto impacto ou que predisponham à perda de equilíbrio (CARVALHO, 2010). Segundo Rosa (2007), a gestante deve praticar a atividade física no mínimo 3 sessões por semana, sendo de uma duração de pelo menos 15 minutos por semana com o intuito de mantes o controle glicêmico favorável e ideal (<120ml/dL 2 horas após a refeição e <95 ou 105ml/dL em jejum) que é normalmente atingido após duas semanas de uma adesão a um programa de exercício juntamente com o controle dietético. Embora as atividades físicas sejam recomendadas durante a gestação, nem todos os tipos de exercícios são igualmente apropriados para a gestante com DMG. A Organização Pan-Americana da Saúde diz, (2019, p.26) “[...] os profissionais da saúde devem avaliar cuidadosamente as mulheres com complicações ou contraindicações [...]”. 25 Tabela 8 - Principais atividades físicas seguras para o período gestacional Caminhada Natação Ciclismo (em bicicleta estacionária) Aeróbica de baixo impacto Yoga (desde que evitadas posturas que dificultem o retorno venoso) Pilates (desde que evitadas posturas que dificultem o retorno venoso) Corrida Esportes com uso de raquetes Treinamento de força Exercícios ergométricos de membros superiores (realizados em casa, sentada assistindo TV, por exemplo) Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde, 2019. Atividade física durante a gravidez, sob supervisão médica, é recomendada. Mas é preciso tomar alguns cuidados. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, (2019, p. 30) caso apareça algum desses sintomas, é um sinal de alerta para interrupção do exercício e é importante procurar o médico ou o pronto atendimento sempre que eles aparecem: Sangramento vaginal Contrações uterinas dolorosas e/ou regulares Perda de líquido amniótico Dispneia pré-exercício Cefaleia Dor torácica Fraqueza muscular afetando o equilíbrio Dor ou edema em panturrilha As práticas de exercício devem ser supervisionadas por profissionais qualificados, uma vez que parecem ser mais eficazes na melhora dos níveis glicêmicos, por permitir que as gestantes se exercitem em uma intensidade adequada, sentindo-se mais seguras. Existem vantagens, em que o fato de as sessões serem monitoradas, a prescrição dos exercícios ser individualizada e alterada conforme as necessidades das gestantes e o fato de haver uma maior segurança na realização dos exercícios, proporcionada pela correção da mecânica corporal durante sua execução e indicação de interrupção quando necessário (DUARTE, 2006). 26 4.3.3 INSULINA Considerando-se as evidências científicas atuais, a insulina continua como primeira escolha no tratamento medicamentoso para o controle da hiperglicemia na gestação. Nas gestações complicadas pelo DMG, a insulina está indicada sempre que a mudança no estilo de vida (dieta individualizada e atividade física) não for suficiente para atingir as metas do controle glicêmico. De um modo geral, para o controle do DMG, considera-se satisfatória a avaliação de valores de jejum (< 95 mg/dL ) e 1 (< 140 mg/dL) ou 2 horas pós-prandiais (< 120 mg/dL) (BRASIL, 2019). Tabela 9 - Insulinas mais utilizadas no tratamento do Diabetes Mellitus Gestacional Tipos de insulina e tempo de ação Tempo de ação Nome Origem Início de ação Pico de ação Duração da ação Longa duração Detemir Análoga 1 – 3 h 6 – 8 h(discreto) 18 – 22 h Intermediária NPH Humana 2 – 4 h 4 – 10 h 10 – 18 h Rápida Regular Humana 0,5 – 1 h 2 – 3 h 5 – 8 h Ultrarrápida Asparte Análoga 5 – 15 min 0,5 – 2 h 3 – 5 h Lispro Análoga 5 – 15 min 0,5 – 2 h 3 – 5 h Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde 2019. No tratamento do DM , as insulinas mais utilizadas e de melhor disponi ilidade são as insulinas humanas NP (ação intermediária) e a egular (ação rápida). Os análogos de insulina asparte e lispro têm vantagens potenciais sobre a insulina regular em gestantes com hipoglicemia . O análogo de ação prolongada detemir é classificado pela agência reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA) e pela ANVISA como classe A para uso na gestação devido ao resultado de não inferioridade em relação à insulina NPH em gestantes com DM tipo1. Não foram estudadas mulheres com DMG. (BRASIL, 2019 p.37) Importante ressaltar que, dependendo da dose, esta deve ser distribuída em múltiplas (duas a três) aplicações diárias, com a maior concentração pela manhã, antes do café da manhã, sempre por via subcutânea. Deve-se informar à gestante o momento recomendado de cada aplicação, observando que a insulina Regular deve ser aplicada entre 30 e 40 minutos antes da refeição, enquanto que os análogos 27 Lispro e Aspart devem ser aplicados na hora de início da refeição ou 15 minutos antes. (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019). Para a aplicação da insulina a gestante pode escolher diferentes regiões de aplicação, de acordo com a preferência da paciente. No Abdômen com distância > 5 cm em torno do umbigo (fácil acesso absorção rápida e consistente), nádegas e coxas (absorção mais lenta do que abdômen e braços), parte externa do braço (depois do abdômen, é a região que oferece absorção a mais rápida, porem o acesso mais difícil para auto aplicação). Deve-se tomar os devidos cuidados de não variar a região escolhida em relação ao horário e de manter uma distância mínima de 1,5 cm entre cada local, para prevenir a formação de Lipodistrofia, que é o acúmulo ou a perda de gordura em determinadas partes do corpo (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2019). 4.4 CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DA DIABETES A confirmação da diabetes é realizada a partir da verificação do resultado de vários exames laboratoriais e qualquer medico pode solicita-los. É baseado fundamentalmente nas alterações da glicose plasmática de jejum ou após uma sobrecarga de glicose por via oral. O tipo de diagnostico varia de acordo com tipo de exame realizado pelo paciente. Alguns pacientes podem apresentar sintomas clássicos, como polidipsia, poliúria, polifagia e perda ponderal, que estão frequentemente presentes no momento do diagnóstico do DM tipo. No DM tipo 2 e cerca de 50% dos pacientes são assintomáticos e desconhecem ter a doença, já podendo apresentar complicações crônicas ou sintomas inespecíficos, como tonturas, dificuldade visual, astenia ou cãibras. A presença dos sintomas clássicos ou descompensação metabólica, associados a glicemia ao acaso superior ou igual a 200 mg/dL, é um dos critérios diagnósticos para DM, não sendo necessária a confirmação com outro exame laboratorial (MILECH, et al. 2014). Aquelas pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mg/dL (glicemia de jejum alterada), por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes, podem solicitar avaliação por TTG-75g em 2h. Mesmo quando a glicemia de jejum 28 for normal (< 110 mg/dL). Pacientes com alto risco para diabetes ou doença cardiovascular podem merecer avaliação por TTG (MAZZA, 2014). O diagnóstico de diabetes gestacional segue parâmetro diferenciados em relação aos outros tipos de diabetes por apresentarem fatores de risco a mãe e ao bebê. A glicemia de jejum deve ser solicitada na primeira consulta do pré-natal, mesmo sem apresentar riscos, caso não esteja alterada deve-se ser repetida após a 20° semana de gestação. Aquelas mulheres que apresentam a glicemia de jejum maior que 95 mg/dl, glicemia pós-prandial após 1 hora maior que 140mg/dl, ou 2 horas maior que 120mg/dl devem receber terapia (BRASIL, 2016). Tabela 10 - Critérios laboratoriais para os diagnósticos resumidos: + glicemia casual e>200 mg/dL (realizada a qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições. =OU= Glicemia de jejum e>126mg/dL*; =OU= Glicemia de 2 horas e> 200 mg/dL no testede tolerância a glicose*. * Devem ser confirmados com nova glicemia. Fonte: Ministério da Saúde, 2006. Tabela 11 - Interpretação dos resultados dos exames para diabetes: Classificação Glicemia em jejum (mg/dL) Glicemia 2h após TTG-75 (mg/dL) Normal <100 <140 Hiperglicemia intermediaria Glicemia de jejum alterada 110-125 Tolerância à glicose diminuída Diabetes mellitus e”126 140-199 >200 Fonte: Ministério da Saúde, 2006. Hiperglicemia intermediaria exposto na interpretação dos exames se dá quando os níveis glicêmicos do paciente estão acima dos padrões “normais”, porém 29 não estão elevados o bastante para delimitar o diagnóstico de diabetes (BRASIL, 2006). Mazza, (2014) afirma que o jejum é definido como a falta de ingestão calórica por no mínimo 8 horas e a glicemia plasmática casual é aquela realizada a qualquer hora do dia, sem se observar o intervalo desde a última refeição. O diagnóstico de DM deve sempre ser confirmado pela repetição do teste em outro dia, a menos que haja hiperglicemia inequívoca com descompensação metabólica aguda ou sintomas óbvios de DM. Indivíduos com hiperglicemia intermediária apresentam alto risco para o desenvolvimento do diabetes. São também fatores de risco para doenças cardiovasculares, fazendo parte da assim chamada síndrome metabólica, um conjunto de fatores de risco para diabetes e doença cardiovascular. Um momento do ciclo vital em que a investigação da regulação glicêmica alterada está bem padronizada é na gravidez, em que a tolerância à glicose diminuída é considerada uma entidade clínica denominada diabetes gestacional. O emprego do termo diabetes nessa situação transitória da gravidez é justificado pelos efeitos adversos à mãe e concepto, que podem ser prevenidos/atenuados com tratamento imediato, às vezes insulínicos. (BRASIL, 2016, p. 17). O diagnóstico precoce do diabetes é fundamental, mas na grande maioria dos casos, os pacientes estão com o açúcar elevado no sangue há muitos anos, mais só vão buscar o diagnóstico quando passam a apresentar as complicações do diabetes. Por isso a importância em realizar exames periódicos para investigar os níveis de glicose no sangue e aderir a melhor forma de tratamento evitando certas complicações posteriores da doença. 30 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Este estudo foi fundamentado em 24 publicações dos quais 08 referem-se a artigos e periódicos, e 16 trata-se de manuais do ministério da saúde, documentos científicos e pagina da web. Após realizar exploração do conteúdo e produzir o estudo, os resultados foram organizados em duas tabelas. A tabela 01 contém os artigos e periódicos, e a tabela 02 os manuais do ministério da saúde, documentos científicos e página da web. Tabela 1 - Exposição dos artigos e periódicos utilizados no estudo de acordo com autor(es), categoria profissional, título da publicação e ano de publicação. N° Autor(es) Categoria profissional Título da publicação Ano da publicação 01 ALVEZ, S.; PASCALI, P. Enfermeiras Departamento de enfermagem da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2009 09 KARRINE, I. Farmacêutica Diabetes mellitus: aspectos clínicos, farmacológicos e o papel da atenção farmacêutica ao paciente hospitalizado. 2012 10 MAZZA, F. Médica Resumo das diretrizes SBD 2013- 2014: tratamento e acompanhamento do diabetes mellitus. 2014 11 MILECH, A.; OLIVEIRA, J; ZAJDENVERG, L.; RODACKI, M. Médicos Nutrólogos Rotinas de diagnostico e tratamento do diabetes mellitus. 2014 12 NUNES, R. L. Médico Endocrinologista Manual prático de diabetes: prevenção, detecção e tratamento. 2016 14 OLIVEIRA, J.; VENCIO, S. Médicos Doutores Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014 16 ROSA, A. Profissional de Educação Física O exercício físico no tratamento do diabetes mellitus gestacional. 2007 Fonte: elaborado pelas autoras. 31 Tabela 2 - Exposição dos manuais do ministério da saúde, documentos científicos e páginas da web, utilizados no estudo de acordo com autor(es), categoria profissional, título da publicação e ano de publicação. N° Autor(es) Categoria profissional Título da publicação Ano da publicação 02 BALDA, C.; PACHECO, A. Médicos Aspectos imunológicos do diabetes melito tipo 1. 1999 03 BRASIL. Ministério da Saúde. Médicos e profissionais da saúde Caderno de atenção básica: diabetes mellitus. 2006 04 BRASIL. Ministério da Saúde. Médicos e profissionais da saúde Diabetes (diabetes mellitus): sintomas, causas e tratamentos. 2013 05 CARVALHO, P.; SENA, B; LIMA, J.; PIMENTA, R.; DUTRA, P.; ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C. Médicos. Terapia nutricional no diabetes gestacional. 2010 06 DUARTE, G; CARVALHO, R; LEOPOLDINO, R; ALVES, L; HOMSI, C; Médicos e fisioterapeutas Prescrição de exercício para gestantes com diabetes melito gestacional: revisão de literatura 2006 07 GROSS, J.; SILVEIRO, S.; CAMARGO, J.; REICHELT, A.; AZEVEDO, M. Médicos Diabetes mellitus: diagnóstico, classificação e avaliação do controle glicêmico. 2002 08 HELENA, L.; RAMONY, S.; CARVALHO, N. Nutricionista e gastrólogos. A gastronomia na melhoria da alimentação do diabético: Revista Pensar Gastronomia. 2015 13 ORGANIZAÇÃO PAN- AMERICANA DA SAÚDE Médicos e profissionais da saúde Tratamento do diabetes mellitus gestacional no Brasil 2019 15 REICHELT, A.; SCHWERZ, L.; PINHO, S.; OPPERMANN, M.; SALAZAR, C.; SIMIONATO, B.; SIEBENEICHLER, A.; Médicos Diabetes gestacional: um algoritmo de tratamento multidisciplinar 2011 17 SEVERO, M. Médico Sociedade Brasileira de Diabetes: perguntas e respostas sobre pré- diabetes. 2018 32 18 SOCCAL, A.; LIMA, P.; LEITE, M. Nutricionista Medica Abordagem nutricional em diabetes mellitus. 2000 19 SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES Instituição de médicos e profissionais da saúde Diagnóstico e tratamento 2019 20 SPONCHIATO, D. Jornalista O que os brasileiros sabem (e não sabem) sobre diabetes. 2018 21 TENORIO, G.; PINHEIRO, C. Médicos O que é diabetes gestacional: sintomas, diagnóstico e tratamento: os riscos do diabetes gestacional não são poucos, mas podem ser controlados com certos cuidados. 2018 22 VICARI, C.; SILVA, S.; MATTOS, I. Médicas Diabetes mellitus gestacional – enfoque nos novos critérios diagnósticos. 2011 Fonte: elaborado pelas autoras. Baseado na tabela 01 e tabela 02 foi possível construir a tabela 03 que detalha de acordo com a categoria profissional, as publicações postadas. Deste modo, é possível verificar dentre os artigos utilizados para realização deste estudo, qual categoria profissional mais publicou. Tabela 3 - Publicações de acordo com categoria profissional. Categoria profissional Pesquisas divulgadas % Médicos 16 57,12 Nutricionista 2 7,1 Enfermeira 1 3,58 Farmacêutica 1 3,58 Fisioterapia 1 3,58 Gastrólogo 1 3,58 Jornalista 1 3,58 Profissional de educação física 1 3,58 Outros 4 14,3 Fonte: elaborado pelas autoras. 33 6. CONCLUSÃO Diante do estudo abordado, ficou evidente que a Diabetes é uma doença crônica podendo apresentar riscos e não tem cura, mas, com a orientação adequada ao paciente juntamente com o apoio profissional especializado, ela pode ser controlada e trazer uma melhor qualidade de vida e benefícios para a melhoria da doença. Diante disso podemos analisar a importância do plano de cuidados e os controles necessários aospacientes diabéticos, para que os mesmos não sofram complicações decorrentes da doença, podendo afetar diretamente na qualidade da sua saúde. Na Diabetes Gestacional que geralmente e diagnosticada em exames de rotina, e muitas das vezes não apresentam sintomas, as gestantes devem ter o cuidado redobrado, pois caso não execute o plano de tratamento adequado, além de causar sérios problemas para a sua devida saúde durante a gravidez e após o parto, também acarretará serias complicações ao seu bebê. Cuidados esses que podem ser aplicados na pratica de exercícios, alimentação adequada, controle no monitoramento da glicemia, tratamento medicamentoso e outros fatores que podem trazer benéficos e melhoria para a situação apresentada. Lembrando que é através de exames específicos que podemos apresentar o devido diagnóstico, observando qual tipo de diabetes foi apresentada pelo indivíduo e com isso obter o auxílio e a supervisão de um profissional, para que o incentivo e orientação sejam acompanhados de forma mais completa, atendendo todas as necessidades de cada paciente. 34 7. CRONOGRAMA ATIVIDADES MESES Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Revisão literatura X X X Desenvolvimento do projeto X X X Conclusão e Considerações finais X X Entregue PROJETO X X Fonte: elaborado pelas autoras. 35 REFERÊNCIAS ALVEZ, S.; PASCALI, P. Departamento de enfermagem da Sociedade Brasileira de Diabetes. São Paulo: Sociedade Brasileira de Diabetes, 2009. Disponível em: http://www.saudedireta.com.br/docsupload/13403686111118_1324_manual_enferm agem.pdf. Acesso em: 20 jan. 2020. BALDA, C.; PACHECO, A. Aspectos imunológicos do diabetes melito tipo 1. Rev Ass Med, Brasil, v. 45, n. 2, p. 175-80, 1999. 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