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Cefaleias: Tipos, Causas e Tratamentos

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1 Estudos para a residência, por Letícia Moreira Batista. Instagram @leticia.mbatista 
Cefaleias 
1. Primárias: 
Mais comum é a cefaleia tensional 
a. Enxaqueca: Recorrentes, frequentemente unilateral, tende a ser 
pulsátil 
Pode estar associada a náusea, vômitos, foto/fonofobia 
Gatilhos: Estresse, menstruação, alteração da visão, mudança de 
temperatura, nitratos, aspartame (adoçante), vinho, queijo, ato sexual 
Causa: Genética 
Pré-requisitos: 
I. >=5 eventos 
II. 4-72h (3 dias seguidos) 
III. Preenche pelo menos 2 de: Unilateral, pulsátil, moderada-grave, 
iniciada ou exacerbada por atividades físicas 
IV. Pelo menos 1: Fonofobia, fotofobia 
V. Não atribuída a outra doença 
*AURA, em 20% dos casos. FR para doenças cerebrovasculares: Evento 
progressivo que se relaciona anatomicamente ao córtex cerebral ou 
tronco encefálico 
Tratamento Agudo: 
1. Analgésicos simples: Enxaqueca inicial, contraindicado para 
cefaleias crônicas 
2. Ergotamina: Enxaqueca já estabelecida, ou refratária a AINES. 
Contraindicado em doença vascular periférica 
3. Triptanos: Contraindicado em doença coronariana 
4. Neurolépticos: Dor muito intensa ou refratária, mas pode gerar 
reações extrapiramidais, sonolência e hipotensão postural 
Tratamento Profilático: 
1. Beta bloq: Propranolol 
2. BCC: Flumarizina (enxaqueca pediátrica ppt) 
3. Tricíclicos: Amitriptilina e Nortriptilina 
4. Anticonvulsivantes: Topiramato, ácido valproico, divalproato de 
sódio (Drogas de 1 linha) 
Outros: Toxina botulínica e Anticorpos monoclonais 
b. Cefaleia Tensional: Dor em pressão/aperto, piora ao final do dia, 
leve-moderada, frontal ou posterior, pode cursar com fotofobia, náusea 
e vômito. Tratamento: Agudo com AINES e profilático com tricíclicos 
c. Em salvas: É mais rara, mas a mais comum das cefaleias 
TRIGEMINAIS. Mais comum em: Homens, adultos jovens, com 
frequência de 1 a cada 2 - 8 dias, crises de 15-180min, lancinante, 
em facada, periorbitária e associada a sintomas autonômicos 
unilaterais. Tratamento: Agudo com Máscara de oxigênio a 100 por 
cento, 5-12L/min, com reservatório e possibilidade de Sumatriptano 
nasal ou injetável. Transição para o ttmto profilático: Corticoide e 
ttmto profilático com Verapamil (BCC), topiramato, gabapentina 
(anticonvulsivante) e lítio (estabilizador de humor). 
d. Hemicraniana paroxística: Cefaleia aguda, intensa, temporal, 
orbital, supraorbital + sintomas autonômicos unilaterais, pode ocorrer 
foto/fonofobia, desencadeada por estresse, álcool, exercícios, 
movimentos do pescoço bruscos e alimentos. Frequência de 5-20 
crises/dia, com duração de 2-30min. Importante: Resposta 
DRAMÁTICA E COMPLETA a ENDOMETACINA. Crônica quando: 
Ataques diários em 1 mês e sem remissão completa. 
e. SUNC: Síndrome autonômica de curtíssima duração e alta 
intensidade, latejante, unilateral. Espontâneas ou estímulos cutâneos. 
50-100 ataques por dia/1-15min, geralmente diurnos. Importante: Não 
responde a indometacina e oxigênio. Tratamento pode ser com 
anticonvulsivantes, mas nem sempre funciona. Em casos graves, pode 
ser feita uma descompressão microvascular da raiz do trigêmeo. 
 
2 Estudos para a residência, por Letícia Moreira Batista. Instagram @leticia.mbatista 
IMPORTANTE: Fazer avaliação sistêmica para descartar cefaleias 
secundárias e doenças graves – Idade, áurea, intensidade, duração, 
frequência, hora e modo de inicio, qualidade, local e irradiação, fatores 
de piora e melhora, resposta a ttmto anterior, revisão dos 
medicamentos atuais, associação com trauma recente, estado de 
saúde geral. Exame físico geral (como medir PA e pulso) + exame 
neurológico são essenciais, tais como> Exame do nervo craniano, 
fundo de olho(shic), simetria nos testes motores (avc), observar a 
marcha do pct. 
PEGADINHAS: Cefaleias primárias também podem cursar com 
alteração no exame físico 
 CT e enxaqueca: Podem cursar com sensibilidade aumentada 
no músculo pericraniano (couro cabeludo). 
 Enxaqueca: Sensibilização de nociceptores primários e 
trigêmeo-vasculares: Geralmente complicadas ou familiares 
 Hemicrania Contínua ou outras autonômicas: Síncope, 
sudorese, lacrimejamento 
SINAIS DE ALERTA (SNOOP): 
 Sintomas sistêmicos: Febre, perda de peso, gravidez... 
 Alterações Neurológicas: Confusão mental, crise epilética, déficit 
neurológico 
 Opa, algo novo: Cefaleia nova, ppt em idosos 
 Outros fatores associados: Drogas, trauma, atividade sexual 
 Padrão diferente: Como por ex: Acordar com dor, antes não. 
Se: 
1. Queixas visuais (halos ao redor da luz) + Cefaleia = 
Glaucoma subagudo (¿) 
2. Defeitos no campo visual = Massa hipofisária (¿) 
3. Amaurose súbita, geralmente unilateral: Neurite óptica (¿) 
4. Piora da dor de cabeça com mudança de posição: SHIC 
5. Sinais de SHIC (cefaleia, náusea, vômito e alteração do 6º par 
craniano – abducente, mas com exame de imagem normal (s/ 
lesão expansiva ou hidrocefalia), alteração apenas do LCR 
com aumento de pressão e constituição normal: Pseudotumor 
Cerebral – Geralmente em mulheres obesas, por volta dos 30 
anos,SOP ou ttmto hormonal. Tratamento feito com punção 
liquórica de alívio, acetozolamida e diuréticos. 
6. Cefaleia aliviada com decúbito e exacerbada em posição 
ereta: Hipotensão intracraniana espontânea: Tem 
acometimento difuso nas meninges e causa provavelmente é 
vazamento de LCR por ruptura de aracnoide 
7. Náusea, vômito, agravamento da dor com alterações na 
posição do corpo, ppt inclinação: Tumor ¿ 
8. “Pior cefaleia da vida”: Súbita, grave, intensidade máxima em 
segundos: Provável ruptura de aneurisma e HSA. Pode ser 
precedida por cefaleia sentinela, cerca de 1 semana antes 
(mais leve). Síndrome de Horner: semiptose + miose 
9. Dissecção de artérias cervicais: Predisposição por 
colagenoses e trauma. 
10. Se nova cefaleia durante a gravidez: Pensar em pré-
eclâmpsia (>20s) ou eclampsia, por punção pós dural e no 
puerpério (>6s): Trombose venosa central (principal) – Dor 
de cabeça intensa, hipoestesia, SHIC e crise de epilepsia. Na 
TC crânio: Sinal da sela vazia, triângulo cheio, sinal da corda e 
estase venosa. Ttmto com heparina. 
11. Dor de cabeça + febre: Meningite. Se rebaixamento do nível 
de consciência: Encefalite 
12. Outras cefaleias: 
a. Arterite Temporal: Idosos, visível e palpação dolorosa, 
VHS e PCR aumentados, leucopenia. Biópsia é o padrão 
ouro mas não se deve demorar para diagnosticar, pois 
pode levar a perda visual irreversível. 
b. Cefaleia primária da tosse: Associada a tosse em 
indivíduos > 40a. 
c. Cefaleia hípnica: Acomete mais mulheres, acordam a 
noite, “dor de cabeça em despertador”. 
 
 Quando fazer exames de imagem: 
a. Se dúvida sobre diagnóstico das cefaleias primárias 
b. SNOOP 
 Quando fazer punção lombar: 
a. HSA em TC normal 
b. Etiologia infecciosa 
c. Autoimune 
d. Inflamatória ou neoplásica 
e. Suspeita de HII com TC normal 
 
3 Estudos para a residência, por Letícia Moreira Batista. Instagram @leticia.mbatista 
Observações: 
 Cefaleias Subagudas, de instalação insidiosa, 
atingindo o ápice em dias ou até três meses, 
principalmente nas cefaleias secundárias, 
decorrentes, por exemplo, de hematomas 
subdurais, tumores de crescimento rápido e 
meningites crônicas (fungo, tuberculose) 
 Estudo vascular com angiorressônancia 
magnética ou angiotomografia de vasos cervicais 
e intracranianos são considerados na suspeita de 
dissecção arterial e trombose venosa de seios 
durais, respectivamente. 
 Na migrânea, os pródromos surgem até 48h 
antes da cefaleia e são caracterizados por 
irritabilidade, anorexia, bocejos, fome, dificuldade 
de concentração e/ou raciocínio e retenção 
hídrica 
 A aura da migrânea faz DD com algumas crises 
epiléticas parciais e com ataques isquêmicos 
transitórios, condições em que tem sintomas 
similares, porém mais agudos, enquanto a aura é 
insidiosa e progressiva: 5-60 min. 
 Migrânea complicada: Sintomas neurológicos que 
persistem após a cefaleia ter cessado ou por mais 
de 24h. Emalguns casos, podem haver sequelas. 
 Antieméticos, como a clorpromazina também 
fazem parte do arsenal terapêutico abortivo das 
crises. 
 O ttmto profilático da migrânea está indicado para 
quem tem mais de 2 crises por mês ou menos, 
porém muito intensas ou incapacitantes. 
 Cefaleia na infância e adolescência: paracetamol 
e triptanos podem ser usados na crise, 
metoclopramida pode ser usada em caso de 
náusea e vômito, para profilaxia, propranolol em 
não asmáticos, ou BCC, como flunarizina ou 
nimodipino. 
 Cefaleia tensional: A CTTE pode ter duração de 
30min – 7d. Não é agravada por atividades 
físicas. Mas pode ter fotofobia OU fonofobia 
(nunca ambas ao mesmo tempo). Se >15 
dias/mês ou 180 dias/ano: Cefaleia do tipo 
tensional crônica: Nesse caso, deve ser feita a 
profilaxia. 
 Cefaleia em salvas: A dor é unilateral na grande 
maioria dos casos, mas pode ser também 
bilateral ou até alternar. Relaciona-se com a 
ingesta de bebidas alcoólicas e há certo 
predomínio a noite, podendo acordar o paciente. 
 Tende a ocorrer na mesma hora e até na mesma 
época do ano, podendo gerar ansiedade 
antecipatória. Em 85% dos casos, relaciona-se 
com apneia obstrutiva do sono. 
 Algumas pessoas com cefaleia em salvas 
possuem certas características faciais, tais como 
facies leonina e pele em casca de laranja. 
 As cefaleias trigeminoautonômicas divergem com 
relação ao padrão temporal das crises e ao 
ttmto. 
 O verapamil é alternativa terapêutica profilática 
para cefaleia em salvas, mas também podem ser 
usados: Valproato de sódio e prednisona. Nas 
formas crônicas o carbonato de lítio. 
 Hemicrania paroxística crônica: Predomínimo 
feminino absoluto. 
 Síndrome SUNCT: Faz DD com neuralgia do 
trigêmeo, uma síndrome de dor facial descrita 
como choque ou punhalada, dor súbita e 
lancinante, de segundos a minutos. É mais 
comum na meia idade e em idosos. Nesse caso, 
a carbamazepina e a oxcarbamazepina são as 
drogas de primeira escolha para ttmto. A 
lidocaína e a toxina botulínica são alternativas. 
 Pseudotumor cerebral = Hipertensão 
intracraniana idiopática.

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