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Tuberculose e Hanseníase Resumo Trabulsi + Mims p/ aula da profª Regianne Tuberculose Agente etiológico: M. tuberculosis - Bacilo de Koch. Doença infecto-contagiosa. Transmissão: partículas infectantes. Pode permanecer em suspensão por horas. - A cobertura externa lipídica auxilia na resistência contra o ressecamento, sobrevivendo por longos períodos de tempo no ar e na poeira caseira. Os bacilos inalados são fagocitados por macrófagos e podem: 1-Ser eliminados 2-Se multiplicar no interior dos macrófagos - em lesões chamadas tubérculos. A infecção primária geralmente é assintomática. Pode ser “descoberta” por teste de tuberculina ou por lesão calcificada observada em radiografias. Alguns pacientes podem ser “assintomáticos” - infecção quiescente - perigoso pois são grandes reservatórios. Podem evoluir para tuberculose ativa. Ocorre necrose do parênquima pulmonar - necrose sólido-esponjosa característica (granuloma ou complexo de Gohn). Pode ser reservatório de bacilos. Tuberculose extrapulmonar: causada pela evolução do granuloma devido ao crescimento bacteriano excessivo. Acaba atingindo a corrente sanguínea e disseminando os bacilos por várias partes do corpo. Vai levar a formação da tuberculose miliar, ocorrendo frequentemente na pleura, nos linfonodos, no fígado, no baço, nos ossos e nas articulações, no coração, no cérebro, no sistema geniturinário, nas meninges, no peritônio ou na pele. Mycobacterium tuberculosis ● Bacilo intracelular de macrófagos. ● Tropismo pelo sistema pulmonar ● Ação regulada pelo sistema imune do hospedeiro ● Pode estar em estado de dormência ● Não são corados por Gram ● Fatores de virulência: Fosfolipases C, lipases e esterases, - podem atacar membranas celulares ou vacuolares, assim como algumas proteases. Uma das fosfolipases está relacionada com a persistência do bacilo no ambiente fagossômico, que é limitado em nutrientes. ● Não produz toxinas ● Resistente à dessecação, desinfetantes… ● Resistente às defesas imunes do hospedeiro - alta infecciosidade ● Resistência aos ATB Patogênese Tuberculose primária: geralmente é leve e assintomática. Maioria dos casos não evolui. Pneumonite local. Tuberculose latente: supressão de BAAR e formação de granulomas. Microbiologia PLE P4 2020 Adriely Blandino 82 Granuloma: lesão crônica contendo BAAR, circundados por células fagocíticas, como macrófagos transformados em células gigantes. Tuberculose secundária: reativação de micobactérias latentes. Muito comum devido a diminuição da imunidade., decorrente de outros fatores, como desnutrição, infecção, HIV, quimioterapia, uso de determinados medicamentos imunossupressores, imunotransplantados, diabéticos... O dano é decorrente da própria resposta imune do paciente. A Mycobacterium tuberculosis causa pouco ou nenhum dano direto ou mediado por toxinas. Local mais comum de reativação: ápice dos pulmões - bem oxigenado. Multiplicação bacteriana → lesões necróticas caseosas locais → lesões disseminadas pelo pulmão → disseminada para outros locais do organismo. Quadro clínico ● Início insidioso. ● Tosse produtiva crônica. ● Destruição tecidual - escarro com sangue ● Necrose → erosão dos vasos sanguíneos → rompimento → hemorragia → morte. ● Pode ocorrer disseminação pelas vias linfática e sanguínea. - Isso pode levar a formação de focos em outros órgãos - rim, por exemplo. ● Eritema nodoso - localizado, geralmente, na face anterior das pernas ● Cavidade oral - ulcerações endurecidas em qualquer região da cavidade bucal. ● Coinfecção pelo HIV: Sinais atípicos de infecção pulmonar mais brandos - decorrente da deficiência na resposta imune. Sintomas frequentes de tuberculose extrapulmonar ou disseminação da doença. Manifestações sistêmicas e de localização variável. Diagnóstico ● Sinais e sintomas ● Radiografia ● Teste de Tuberculina - Mantoux: pesquisa de hipersensibilidade tardia. Indica a tuberculose ativa, ou latente ou apenas a exposição ao M. Tuberculosis. Obs.: pode indicar exposição a outras micobactérias e vacinação recente em BCG. Os pontos de corte variam de acordo com o ambiente clínico. ● Bacterioscopia ou baciloscopia: demonstração microscópica de cultura de Mycobacterium tuberculosis e bacilos ácido resistentes. Esfregaço de escarro - coloração Ziehl-Neelsen ou auramina. ● Cultura: demora até 6 semanas. Diagnóstico tardio. Mas é o método mais frequente. Diagnóstico específico e testes de sensibilidade aos ATB. Alguns meios de cultura podem ser especiais - Lowestein-Jensen e Ogawa. ● Testes de liberação e ING-gama. ● Testes moleculares: identificação rápida das espécies de M. Tuberculosis e outras, diretamente de amostras clínicas. ● Diagnóstico microbiológico: 3 amostras de escarro colhidas após o pct acordar e realizar higiene oral. Microbiologia PLE P4 2020 Adriely Blandino 82 Fatores predisponentes ● Desnutrição ● Comprometimento do sistema imune ● Confinamento ● Inalação prévia e crônica de pós (sílica) ● Más condições sanitárias ● Industrizalização ● Grupos de risco: AIDS, moradores de rua, presidiários e população indígena Prevenção ● Imunização pela vacina BCG. Confere uma reatividade positiva no tecido cutâneo. Possibilita o desenvolvimento de uma resposta imune a fim de limitar a proliferação dos microorganismos. Não é totalmente efetiva - 50% de proteção. ● Atualmente, estão sendo feitos testes de vacinas com microrganismos geneticamente modificados. ● Melhora das condições sociais ● Medidas de saúde pública OBS.: BACILOS MULTIRRESISTENTES Monoterapia ou utilização incorreta dos fármacos pode provocar a seleção e a multiplicação de bacilos resistentes. - um dos principais problemas no tratamento e combate à TB em países desenvolvidos. Isso é mais grave em pacientes com AIDS, devido ao maior risco de infecção. Hanseníase ● Mycobacterium leprae - morfologia semelhante ao M. Tuberculosis. ● Bacilos retos ou ligeramente curvados, álcool-ácido resistentes. ● Não são móveis e não produzem esporos. ● Encontrada em outros animais. ● Transmissão - relacionada a aglomerações, falta de higiene - contato direto e inalação de aerossóis. ● Secreções nasais carregadas com M. Leprae ● Não é extremamente contagiosa - o contato deve ser prolongado. ● Não cresce em meio de cultura artificial. ● Tropismo: pele e nervos superficiais -Células epiteliais e células de Schwann. A M. Leprae e a M. Tuberculosis compartilham várias características em comum - mas o quadro clínico é bem diferente. Período de incubação longo - início lento e progressivo. Manifestações variam de acordo com o sistema imune do hospedeiro. Período médio de incubação: 2 a 7 anos. Localização dos bacilos: pele, trato respiratório superior, olhos, testículos, linfonodos que drenam a pele, troncos nervosos, macrófagos de diversas regiões do corpo (fígado, baço, testículos, olhos etc). Hanseníase tuberculóide (TT) - lesões eritematomaculosas com áreas anestésicas na face, tronco e extremidades. Forma mais benigna. A área fica “anestesiada” - isso propicia traumatismos e lesões que podem evoluir de forma negativa, com infecções bacterianas secundárias. Microbiologia PLE P4 2020 Adriely Blandino 82 A hanseníase TT tem melhor prognóstico do que a hanseníase lepromatosa (LL) e, em alguns pacientes, é autolimitada, mas em outros pode progredir e atingir o espectro LL. Hanseníase lepromatosa/virchovianda (LL): Acometimento epitelial extenso - grande número de bactérias nas áreas afetadas. Forma mais maligna da doença. Contagiosa - contato íntimo e prolongado. Progressão: face leonina - perda das sobrancelhas, espessamento e dilatação das narinas, orelhas e bochechas. Destruição do septo nasal - mucosa nasal rica em bactérias. Esta forma da doença é equivalente à tuberculose miliar. Destruição infecciosa das estruturas faciais nasomaxilares. Alterações patológicas nos nervos periféricos → lesões → infecções secundárias. Mão em garra - sempre em contração - ausência de musculatura externsora que foi destruída. O desenvolvimento de hanseníase TT ou LL pode ser geneticamente determinado e as formas intermediárias da doença podem progredir para qualquer um dos extremos. Diagnóstico ● Amostra clínica: raspados das lesões da pele e mucosa nasal. ● Histopatológico: espessamento dos nervos e presença de patógeno em lesões multibacilares. ● Testes sorológicos não são úteis. Microbiologia PLE P4 2020 Adriely Blandino 82
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