Prévia do material em texto
LANÇAMENTO HORIZONTAL No lançamento oblíquo o corpo é lançando com uma velocidade que possui um ângulo (diferente de 0°, 90°, 180° e 270°) em relação a horizontal. Nesse tipo de lançamento, podemos estudar o movimento horizontal e vertical de forma separada, pois os dois movimentos são simultâneos. O movimento horizontal se comporta como um movimento uniforme (portanto a velocidade horizontal não se altera), já o movimento vertical se comporta como um lançamento vertical para cima na qual o movimento é uniformemente variado (portanto a velocidade vertical se altera de acordo com a aceleração da gravidade. Nesse tipo de lançamento, é comum decompor a velocidade inicial para determinar a velocidade horizontal e a velocidade vertical. 𝑣𝑥 = |𝑣| ∙ cos(𝜃) 𝑣𝑦 = |𝑣| ∙ sen(𝜃) Ao fazer isso, é só utilizar a velocidade horizontal e a velocidade vertical nas funções horárias para cada caso. Lembrando que o movimento horizontal é uniforme e o movimento vertical é uniformemente variado. É muito comum utilizar um sistema de referencial para estudar os casos de lançamentos oblíquos. Nesse caso, a orientação vertical é voltada para cima e a orientação horizontal é voltada para a direita. Sendo assim, temos as seguintes funções horárias: Na direção horizontal: 𝑥 = 𝑥𝑖 + 𝑣𝑥 ∙ 𝑡 𝑣𝑥 = 𝑣𝑥(𝑖) Na direção vertical: 𝑦 = 𝑦𝑖 + 𝑣𝑖(𝑦).𝑡 − 𝑔. 𝑡2 2 𝑣𝑦 = 𝑣𝑦(𝑖) − 𝑔 ∙ 𝑡 Módulo da velocidade Para determinar o módulo da velocidade em qualquer ponto ao longo da trajetória, basta determinar o módulo da velocidade vertical e o módulo da velocidade horizontal. Em seguida, utilizar o teorema de Pitágoras com os valores encontrados. |𝑣| = √𝑣𝑥2 + 𝑣𝑦2 Exemplo: Um projétil é lançado com velocidade inicial de intensidade igual a 100 m/s. Sabendo que a direção do lançamento faz um ângulo de 30° com a horizontal, determine (a) a altura, (b) a velocidade e (c) a posição horizontal em relação ao ponto de lançamento após 4 s de movimento. Resposta: Determinando as componentes da velocidade: 𝑣𝑥 = |𝑣| ∙ cos(𝜃) = 100 ∙ cos(30°) = 100 ∙ √3 2 = 50√3𝑚/𝑠 𝑣𝑦 = |𝑣| ∙ sen(𝜃) = 100 ∙ sen(30°) = 100 ∙ 1 2 = 50𝑚/𝑠 (a) determinando a altura: 𝑦 = 𝑦𝑖 + 𝑣𝑖(𝑦).𝑡 − 𝑔. 𝑡2 2 𝑦 = 0 + 50 ∙ 4 − 10. 42 2 𝑦 = 200 − 80 𝑦 = 120𝑚 (b) Determinando a velocidade: Inicialmente determinamos as componentes das velocidades no instante de tempo igual a 4s. Velocidade horizontal: Não podemos esquecer que a velocidade horizontal não se altera, então: 𝑣𝑥 = 50√3𝑚/𝑠 Velocidade vertical: 𝑣𝑦 = 𝑣𝑦(𝑖) − 𝑔 ∙ 𝑡 𝑣𝑦 = 50 − 10 ∙ 4 𝑣𝑦 = 50 − 40 𝑣𝑦 = 10𝑚/𝑠 Módulo da velocidade: |𝑣| = √𝑣𝑥2 + 𝑣𝑦2 |𝑣| = √(50√3)2 + 102 |𝑣| = √2500 ∙ 3 + 100 |𝑣| = √7500 + 100 |𝑣| = √7600 |𝑣| ≅ 87,2𝑚/𝑠 (c) Determinando a posição horizontal: 𝑥 = 𝑥𝑖 + 𝑣𝑥 ∙ 𝑡 𝑥 = 0 + 50√3 ∙ 4 𝑥 = 200 ∙ √3𝑚 𝑥 ≅ 346𝑚 Altura máxima e alcance máximo Para determinar a altura máxima, precisamos levar em consideração que no ponto mais alto a velocidade vertical é igual a zero. Sendo assim, utilizamos essa informação para determinar o tempo que leva para o corpo atingir a altura máxima e, em seguida, determinar a posição vertical que o corpo vai se encontrar nesse instante de tempo. Essa posição corresponde a altura máxima. Para determinar o alcance máximo, precisamos levar em consideração que o alcance ocorre quando o corpo retorna ao solo (ou atinge um alvo que se encontra em uma certa altura). Se o alcance for o solo, a altura e igual a zero. Sendo assim, utilizarmos essa informação para determinar o tempo que leva para o corpo atingir o alcance e, em seguida, determinamos a posição horizontal que o corpo vai se encontrar nesse instante de tempo. Essa posição corresponde ao alcance máximo. Exemplo: Utilizando o exemplo anterior, determine (a) a altura máxima e (b) o alcance máximo. Resposta: (a) altura máxima Inicialmente utilizamos a função horária da velocidade vertical, pois sabemos que no ponto mais alto a velocidade vertical é igual a zero. 𝑣𝑦 = 𝑣𝑦(𝑖) − 𝑔 ∙ 𝑡 0 = 50 − 10 ∙ 𝑡 −50 = −10 ∙ 𝑡 50 = 10 ∙ 𝑡 𝑡 = 50 10 𝑡 = 5𝑠 Agora, utilizamos esse instante de tempo para determinar a posição vertical (altura máxima) 𝑦 = 𝑦𝑖 + 𝑣𝑖(𝑦).𝑡 − 𝑔. 𝑡2 2 𝑦 = 0 + 50 ∙ 4 − 10. 52 2 𝑦 = 200 − 125 𝑦 = 75𝑚 (b) Alcance máximo Inicialmente, utilizamos a função horária da posição vertical para determinar o instante de tempo, pois sabemos que ao retornar ao solo a altura é igual a zero. 𝑦 = 𝑦𝑖 + 𝑣𝑖(𝑦).𝑡 − 𝑔. 𝑡2 2 0 = 0 + 50. 𝑡 − 10. 𝑡2 2 0 = 50. 𝑡 − 10. 𝑡2 2 0 = 50. 𝑡 − 5. 𝑡2 0 = 𝑡(50 − 5. 𝑡) Resolvendo, temos que: 𝑡 = 0 Ou 50 − 5. 𝑡 = 0 5. 𝑡 = 50 𝑡 = 50 5 𝑡 = 10𝑠 Ou seja, no instante de tempo igual a 0 s o corpo está no solo. Em seguida, ele sobe e retorna ao solo no instante de tempo igual a 10 s. Utilizamos o instante de tempo igual a 10 s para determinar a posição horizontal do corpo (o alcance máximo). 𝑥 = 𝑥𝑖 + 𝑣𝑥 ∙ 𝑡 𝑥 = 0 + 50√3 ∙ 10 𝑥 = 500 ∙ √3𝑚 𝑥 ≅ 866𝑚