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Módulo XI – PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADO UNIDADE DE ESTUDO 1 – PLANEJAMENTO DA PRÁTICA DE ENSINO Objetivo: • Abordar aspectos importantes na elaboração de instrumentos de observação de aulas, planos de aula e de relatórios. Olá, tudo bem? Nesta unidade vamos trabalhar com a elaboração de instrumentos de observação de aulas, de planos de aula e de relatórios. ▪ Para que serve a observação das aulas? A observação de aulas é um procedimento de treinamento adotado que pressupõe o apoio didático em processos de observação do trabalho de outros profissionais mais experientes. A observação de aulas aponta caminhos que procuram compreender os aspectos relacionados às ações do professor em sala de aula, proporcionando a prática reflexiva sobre seu trabalho, suas experiências, suas frustrações e expectativas, na busca do desenvolvimento profissional. Muitos pesquisadores lançam mão de recursos como a observação do fazer docente e discutem os procedimentos e estratégias necessárias à ação de observar, considerando a complexidade existente em relação à construção do saber do professor, às contradições entre conhecimento e competência, e à capacidade de agir no mundo. Segundo Ninin (2009), o processo de observação da ação docente nas escolas é analisado a partir da Teoria da Atividade. Nessa perspectiva, a atividade de observação será discutida a partir de três importantes pilares: ▪ Observação em si; ▪ Conflito; ▪ Negociação. A autora orienta que para a organização e sistematização do processo de observação, é fundamental que tenhamos a compreensão dos aspectos citados, para poder propiciar um ambiente favorável à construção do conhecimento. Alguns questionamentos são importantes para nortear a organização e sistematização do processo de observação das aulas. São eles: ▪ O que é observação? ▪ Como fazer observação? ▪ Por que fazer observação? ▪ Para que fazer observação? ▪ A quem observar? ▪ Quando observar? A teoria da atividade tem suas raízes na psicologia histórico-cultural, tendo como representante primeiro, o psicólogo russo Lev S. Vygotsky. Essa teoria tem sido elaborada com o propósito de proporcionar um entendimento maior das transformações sociais atuais, numa perspectiva de se estabelecer um elo entre estrutura social e individual dando maior consideração às ações praticadas pelo indivíduo. Pelo fato da Teoria da Atividade ter como foco a natureza complexa, situada e distribuída de um fazer humano em andamento, ela nos oferece uma possibilidade de olhar para o trabalho que está sendo realizado pelos indivíduos de maneira consistente levando em consideração a prática. A observação pode ser entendida como uma atividade em que o sujeito observador e o sujeito observado constroem significados com base em suas histórias e nos processos culturalmente construídos, relacionados ao fazer docente. A observação das aulas Durante o processo de observação de aulas, para a realização do ato de advertir, restringir, ressalvar, por exemplo, é possível relacionar a observação às características técnicas da reflexão, em que o resultado pode servir para apresentar receitas teóricas ao observado, com o objetivo de redirecionar seu fazer. Com o ato de comentar ou perceber, é possível fazer a relação de acordo com as características práticas da reflexão, em que o resultado da observação pode servir como reorientação da prática sem a busca de embasamento teórico. Elaboração de planos de aula Para desenvolver a função didática o professor é responsável pelo planejamento, organização, direção e avaliação das atividades que com- põem o processo de ensino e da aprendizagem. É importante saber que: ▪ Cada aula é uma situação didática específica e singular, onde objetivos e conteúdos são desenvolvidos com métodos e modos de realização da instrução e do ensino; ▪ A metodologia deve ser pautada: o No processo didático do curso/aula vinculada à temática a ser abordada e seu conteúdo específico; o Nos objetivos a serem alcançados junto aos alunos; o Nos recursos necessários e disponíveis para a sua realização. ▪ O professor deve estar apto a formular um Plano de Aula satisfatório; ▪ À frente da classe, ele tem de ser capaz de perceber o que mais precisa ser trabalhado de forma diferente. São elementos conceituais do plano de aula: ▪ Estrutura didática ▪ Temática o O tema da aula deve estar inserido no conteúdo programático do curso e vinculado ao objetivo geral do mesmo; o Deve refletir a realidade, podendo apresentar-se de forma abrangente ou específica. o Consiste na organização de conteúdos orientando procedimentos que circunscrevem e antecipam possíveis resultados. o Apresenta também a função de facilitar a avaliação diagnóstica do trabalho junto do professor e dos alunos. ▪ Objetivo o Devem ser formulados de forma clara, dos mais simples para os mais complexos, de maneira concreta e prática, mantendo sequência lógica e assegurando a inter-relação entre os mesmos; o Os verbos devem ser escritos no infinitivo, serem passíveis de medição, com termos precisos evitando várias interpretações. o Deve atender os diferentes níveis do domínio cognitivo (conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação), afetivo, psicomotor e adaptativo social, descrevendo os resultados educacionais possíveis de serem observáveis. ▪ Conteúdo programático o Apresentação - o mapeamento preliminar do conteúdo selecionado; ▪ Deve ser apresentado numa sequência determinada, porém flexível, de modo sistemático: assegurando a efetivação do conteúdo, do tempo e das atividades. Também, refere-se à preparação dos alunos, provendo condições favoráveis para o desenvolvimento do estudo; introduzindo o assunto e a colocação didática dos objetivos. o Introdução - deve oferecer suporte conceitual para a compreensão do tema que será desenvolvido durante a aula, relacionando os principais assuntos, conceitos básicos, fatos e exemplos, terminologia, como técnicas específicas, propiciando ao aluno uma orientação sobre o que será desenvolvido durante a aula, tendo como premissa ser um espaço que habilite o aluno a pensar sobre o tema. o Desenvolvimento do tema - significa discorrer sobre o conteúdo específico com abordagem teórico/prática que possibilita a conscientização e a construção do conhecimento, bem como oferecer ao aluno a condição de integrar o conteúdo com a realidade. o Síntese - conclusão, ressaltando-se os pontos mais importantes que foram trabalhados em aula, inclui reflexões, indagações, discussões, leituras, exercícios, vivências e novas orientações de cunho didático. o Avaliação – precisa ter o propósito de levantar necessidades (avaliação diagnóstica), acompanhar o processo (avaliação formativa) e verificar o produto (avaliação somativa), que compõem a avaliação do processo de ensino e aprendizagem e deve estar presente em todo o planejamento. ▪ Estratégias e recursos didáticos o Diversas possibilidades para deixar as aulas mais dinâmicas e voltadas a especificidade de cada aluno. ▪ Duração o Produção e um cronograma de acordo com a carga horária exigida pela legislação e em função com a especificidade da clientela. ▪ Referências bibliográficas. o Material utilizado para sustentar o conteúdo desenvolvido em aula e ajudar a atingir os objetivos propostos. o Tem o intuito de fornecer um conjunto de informações atualizadas, pertinentes e coerentes com a realidade, que visa complementar o aprendizado. O plano é uma estrutura de decisões quanto aos fins e meios, apresentando os objetivos e a metodologia. Para isso, o planejar, coordenar, dirigir e avaliar todas as atividades, por meio de uma dimensão educacional crítica, política, ética e social, que seja dinâmica e contínua.Elaboração de relatórios Por que elaboramos relatórios? ▪ Relatórios são realizados para comunicar nosso trabalho e nossas ideias por escrito. ▪ Tem que ser claro, conciso e exato. ▪ Tem-se a responsabilidade de fazer uma autocrítica honesta dos resultados experimentais. ▪ Deve avaliar o próprio trabalho e relatar aos outros, quantitativamente se possível, se são bons ou maus, exatos ou incorretos os dados apresentados. ▪ Avalia os erros das medidas e como esses erros são refletidos nos resultados que foram calculados E na instituição de ensino, por que escrevemos relatórios? Para treinar a habilidade da comunicação escrita e para exercitar a autocrítica da prática que se está construindo. O início do relatório: planejamento Antes de começar a escrever um relatório é necessário algum planejamento. Inicialmente definimos a estrutura que o relatório vai ter. Geralmente, os relatórios acadêmicos possuem a estrutura: ▪ Título ▪ Identificação do local e do relator ▪ Desenvolvimento descritivo (pode conter a proposta de trabalho) ▪ Resultados (ou Resultados e Discussão) ▪ Conclusões ▪ Referências Bibliográficas ▪ Apêndices ▪ Anexos Elaboração de relatórios de ensino supervisionado Um relatório consiste na exposição escrita na qual se descrevem fatos, situações verificados mediante pesquisas ou se relata a execução de serviços, de experiências ou observações. Normalmente é acompanhado de documentos demonstrativos tais como tabelas, gráficos e outros. O que é um relatório da prática de ensino supervisionado? É um documento pelo qual se faz a disseminação da informação corrente, sendo ainda um registro das informações obtidas. É elaborado principalmente para descrever experiências, observações, investigações, processos, métodos e análises. Elementos básicos do relatório da prática de ensino supervisionado Os relatórios são compostos basicamente dos seguintes elementos: 1- Capa: é a cobertura externa de papel ou outro material, abrangendo os cadernos que constituem o relatório. ▪ A capa deve conter as seguintes informações: o nome da instituição o título; subtítulo (se houver); o local; o ano. 2 - Folha de Rosto: é a principal fonte de identificação do relatório. ▪ Deve conter as seguintes informações: o nome da instituição; o título (prática); o subtítulo (disciplina); o nome de quem elaborou o relatório; o Nome dos professores responsáveis; o Nome do coordenador; o local; o data. 3 - Identificação: o É a relação dos participantes e do local que deram origem ao seu relatório do ensino supervisionado. 3 - Sumário: consiste da relação dos capítulos e seções do trabalho na ordem em que aparecem no relatório. É desnecessário em obras pouco extensas ou pouco divididas. ▪ O sumário pode ser apresentado conforme as seguintes prescrições: o Localizado após a folha de rosto e identificação. o Apresenta para cada capítulo ou seção os seguintes dados: o Título do capítulo ou seção com mesmo fraseado; o Número da página inicial do capítulo ou seção ligado ao título por uma linha. 4 – Caracterização do local de ensino supervisionado: o Dados da instituição em que realiza o ensino supervisionado; o Sobre os instrutores; o Sobre os alunos; o Descrição das atividades desenvolvidas no local de estágio. o Planejamento das atividades do ensino supervisionado o Observações o Produção do plano e aula o Prática de ensino 5 - Resultados e Discussão sobre o ensino supervisionado. A apresentação dos resultados das atividades desenvolvidas. o Considerações finais: é apropriado elaborar a conclusão de modo claro e sucinto e de preferência em itens. 6- Anexo. Anexo (ou apêndice) se necessário - consiste de um elemento que compõe a estrutura, como dados estatísticos, gráficos, etc, que se acrescenta a um relatório como resultados complementares de esclarecimento ou documentação do mesmo. 7 - Referências. Podem ser utilizadas ao longo do texto de introdução, experimental, resultados e discussão ou mesmo em figuras necessárias para ilustrar algumas informações. As referências bibliográficas devem ser citadas no texto por números ou por nomes dos autores e possuem uma norma para sua apresentação, sendo que ao iniciar a segunda linha do texto, esta deve estar imediatamente abaixo da terceira letra da primeira linha. A seguir apresentamos alguns exemplos de apresentação de referências bibliográficas: ▪ [1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Apresentação de relatórios técnico - científicos, NBR 10719. Rio de Janeiro, 1989. ▪ [2] IBGE. Normas técnicas para apresentação tabular da estatística brasileira (revistas e atualizadas). O Trimestre, v.2, n.4, p.1-19, out./dez. 1979. ▪ [3] GOTTIEB, O. R.; Kaplan, M. A. “Amazônia: Tesouro químico a preservar.” Ciência Hoje, Editora Abril, 1990, v.11, n.61, p.19-21. É fundamental que o relatório esteja formatado seguindo as normas da ABNT. Módulo XI – PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADO UNIDADE DE ESTUDO 2 – OBSERVAÇÃO DAS AULAS Objetivos: • Apresentar aspectos importantes relacionados a observação de aulas ▪ IMPORTANTE Segundo a Resolução 358/2010 - CONTRAN serão obrigatórias a observação de 10 (dez) horas-aula feitas em CFC credenciado pelo DETRAN, sendo: - 05 horas de observação de aula teórica; - 03 horas de observação de aula prática de direção veicular em veículo de quatro rodas nas diferentes categorias de sua habilitação; - 02 horas de observação de aula prática de direção veicular em veículo de duas rodas. Ao final o aluno deverá apresentar relatório das observações. O que se pretende com a introdução do método de observação das aulas de profissionais dos Centros de Formação de Condutores é a busca pelo desenvolvimento profissional e do aprimoramento dos instrutores frente às diferentes situações em sala de aula. Isso não significa a busca pela incompetência ou desconhecimento do professor que está atuando e está sendo observado, mas sim, a ideia de que, frente a mudanças na sociedade, o papel docente assumiu características distintas daquelas que marcaram sua formação acadêmica. Esse processo promove a revisão sistemática do papel do docente como uma prática crítico-reflexiva, embasada na autonomia e atualização constantes, que permitem ao professor criar, compreender e adaptar situações de aprendizagem adequadas aos alunos e sua realidade. A Teoria da Atividade nos indica que é possível a construção do conhecimento considerando o conhecimento prévio do professor e suas experiências pessoais, e o mais importante – a sua disponibilidade para aprender. Os conhecimentos prévios do professor relacionam-se tanto à sua área específica de conhecimento, quanto à área pedagógica e aos sentidos construídos por ele sobre o ato de ensinar resultante também de sua história de aprendizagem. Segundo Hernández (1998), a aprendizagem docente ocorre a partir de dois aspectos importantes, possíveis de serem articulados à Teoria da Atividade: ▪ A maneira como o professor entende sua própria docência, adquirida através de sua prática, de suas representações e experiências, as quais norteiam suas ações e não se modificam em função apenas de cursos de formação, mas são, na verdade, geradoras de contradições historicamente situadas; ▪ A importância de se conhecer a prática docente para se concluir sobre qual o papel das concepções do professor se refere a tomada de decisões em sala de aula, em relação não somente ao ato de ensinar, mas às regras e à divisão de trabalho na comunidade onde age o professor. O processo de observação de aulas desencadeia uma reflexão sistematizada, dando subsídios aos docentes para o aprimoramento de seu desempenho e oportunizando a avaliação decada uma de suas práticas com o objetivo de reaplicá-las. O processo de observação das próprias ações, quando articulado a sessões de discussão com foco no material observado, oferece um feedback ao professor do que ocorre em suas aulas e a possibilidade de refletir de forma crítica sobre sua forma de ensinar. Espera-se com isso, que o professor passe de um estágio onde suas ações são movidas por impulsos, intuição ou rotina, para outro onde a reflexão crítica se sobrepõe ao senso comum, movendo-o em direção à autonomia e à elevação de seu nível de consciência sobre sua própria realidade e a dos alunos (Mc Laren & Giroux, 1997). Aspectos importantes a serem levados em conta e relatados nas sessões de observação: É importante observar que as questões propostas a seguir que podem ser utilizadas em situações de observação das aulas. Estas não são as únicas questões a serem consideradas no processo de observação, mas podem orientar o processo. a) Observação em relação à condução das aulas: ▪ Procedimentos do professor em relação à condução das tarefas / estratégias desenvolvidas ▪ Maneira como o professor questiona os alunos ▪ Maneira como o professor responde às dúvidas dos alunos ▪ Envolvimento do professor durante o tempo em que os alunos executam tarefas ▪ Tipo de tratamento que o professor dá aos erros dos alunos ▪ Exposição das tarefas pelo professor aos alunos ▪ Apresentação dos objetivos das tarefas aos alunos ▪ Modo como as diferentes partes da aula se relacionam ▪ Maneira como o professor “fecha” o assunto tratado, ao final de cada aula. b) Observação em relação às interações em sala de aula: ▪ Como os alunos interagem com o professor e entre si ▪ Como o professor procura manter o interesse dos alunos ▪ Como o professor cria zonas de conflito para que os alunos interajam uns com os outros ▪ Como o professor media as situações de negociação entre os alunos ▪ Como o professor dá consideração à voz dos alunos c) Observação em relação à socialização do conhecimento: ▪ Critérios utilizados para formação de grupos ▪ Como o professor expõe as tarefas para os grupos ▪ Como o resultado de tarefas em grupo é compartilhado ▪ Como propostas dos alunos são discutidas pelo professor com a classe ▪ Como são resolvidas as situações de impasse em relação ao conteúdo trabalhado ▪ Como estabelece critérios para os procedimentos de observação? O estabelecimento de critérios para os procedimentos de observação de ações do docente pode ser considerado como um elemento organizador do processo. Isso contribui para que o professor observado sinta-se seguro em relação ao que ocorre em sua sala de aula, e o observador sinta-se autorizado a proceder com a observação, sem sentir-se invadindo a privacidade de seu colega. Assim, alguns pontos importantes são apresentados a seguir. Observação deve ser um processo sistematizado Como ponto de partida, é fundamental que os processos de observação sejam organizados de modo sistemático. Conforme a previsão legal da Resolução 358/10/Contran que em sua estrutura curricular básica do Curso para Instrutor de Trânsito contempla o módulo de Prática de Ensino Supervisionado para a observação de aulas teóricas e práticas com a apresentação de relatório ao final das observações feitas em CFC credenciado pelo DETRAN essa sistematização da observação de aulas torna-se essencial. Dessa forma, o mais adequado é a elaboração de um plano de observação, que respondesse com transparência, às perguntas: • O que vamos observar? • Como vamos observar? • Por que vamos observar? • Para que vamos observar? • Quais os aspectos essenciais da observação devem constar do relatório feito a partir da observação? Procedimentos específicos para observação das aulas Ministrar aulas é um ato complexo, com muitas tarefas ocorrendo simultaneamente. O valor da observação das aumenta se o observador sabe o que procura. Uma observação que termina com um comentário tal como “Oh, esta foi realmente uma ótima aula!” não está particularmente ajudando aos envolvidos. Mas, por que um foco pode ser útil? O propósito de ter um foco para a observação é, na verdade, limitar o campo de negociações, permitindo que um maior número de inferências possam ser feitas entre a ação real ocorrida e os conceitos teóricos a ela diretamente relacionados. A escolha do foco para observação não deverá ser feita repentina- mente, mas de maneira criteriosa, pelo observador, em acordo com o observado. Os procedimentos a seguir são sugestões que trazem algumas orientações nesse sentido: a) Marcar reunião para orientação pré-observação: Antes de iniciar a observação, os envolvidos devem encontrar-se para discutir a natureza da observação a ser feita em aula, o tipo de material usado para o ensino, a abordagem do professor sobre o ensino, o perfil dos alunos da classe, os padrões típicos de interação, a participação em aula etc. b) Identificar o foco da observação: • organização da aula – início, estrutura, condução; • administração do tempo pelo professor – distribuição do tempo para diferentes tarefas propostas; • desempenho dos alunos na realização de tarefas – estratégias, procedimentos e padrões interacionais utilizados durante a realização de uma tarefa; • tempo da tarefa – período de tempo onde os alunos estão efetivamente envolvidos na tarefa; • perguntas do professor e respostas dos alunos – tipo de questões que o professor faz durante a aula e modo como os alunos respondem; • desempenho dos alunos durante trabalho em dupla – meio em que os alunos completam uma tarefa em dupla, respostas que eles dão durante a execução da tarefa e tipo de linguagem que utilizam; • interações em sala de aula – padrões de interação professor-aluno e aluno-aluno, durante a aula; • trabalho em grupo – tempo de realização e dinâmica das tarefas desenvolvidas em grupo. c) Desenvolver procedimentos para usar durante a observação. Alguns exemplos: • tempo marcado – observador anota comportamentos específicos mostrados num determinado intervalo de tempo da aula; • formulários – observado e observador podem elaborar juntos um instrumento contendo aspectos focais a serem observados; • descrição – observador descreve o que ocorreu durante a aula; • quando a observação já ocorre sistematicamente entre professores, procedimentos de alerta podem ser combinados entre observador e observado. d) Marcar uma sessão de pós-observação: Os envolvidos no processo de observação devem encontrar-se tão logo quanto possível após a aula observada. O observador deve oferecer ao observado seu relato contendo informações coletadas durante a aula, iniciando então uma sessão reflexiva onde serão discutidos os aspectos relata- dos. Observador deve preparar-se para esse encontro, fazendo uma leitura cuidadosa de seu relato, questionando-o, preparando perguntas a serem feitas ao observado, no sentido de propiciar a ele a possibilidade de, distanciando-se de sua ação, revisá-la, buscando explicações nas teorias formais. Os questionamentos propostos são importantes para que o professor observado possa compreender o papel social de sua aula e, posteriormente, adotar uma postura crítica buscando práticas que consolidem seu desenvolvi- mento (Ninin, 2002). Roteiro de Observação de aulas Para a realização dos procedimentos de observação das aulas é necessário o estabelecimento de um roteiro com os seguintes componentes básicos: a) Objetivos das observações das aulas; b) Atribuições de papéis de avaliador e avaliado no âmbito da observação; c) Técnicas de observação de aulas; d) Objetivos da aula; e) Conteúdos trabalhados na aula; f) Recursos didáticos utilizados; g) Características ambientais; h) Características dos alunos; i) Desenvolvimentoda aula; j) Relacionamento professor / aluno; k) Tendências metodológicas do professor l) Desempenho do docente; m) Instrumentos de registro de observação de aulas: - O quê? – O objeto de observação - Onde? – A aula: elementos estruturantes/desempenhos observáveis - Quem? – Dimensão dos intervenientes: a relação avaliador/avaliado - Como? – Técnicas de Observação – “como utilizar para registrar” - Quando? – O cronograma da observação. Módulo XI – PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADO UNIDADE DE ESTUDO 3 – PRÁTICA DE ENSINO Objetivos: • Apresentar itens relevantes relacionados a aspectos importantes para uma prática de ensino integral e efetiva. Olá! Chegamos a última Unidade de Estudos do curso de Formação em Instrutor de Trânsito! Durante os estudos você, enquanto aluno (a) perpassou por um total de 11 Módulos de Estudo e seus pequenos temas. Seguimos agora para o último conteúdo apresentado antes de você seguir para a última etapa de realização deste curso, na modalidade presencial. Aproveite para refletir sobre suas dúvidas, voltar a ler conteúdos, se necessário e procurar seu tutor para possíveis esclarecimentos de dúvidas. Então, vamos lá! Cada aluno do curso deverá ministrar aula teórica sob supervisão da Instituição de Ensino em que realizou o curso. Para tanto deverá elaborar um plano de aula para ministrar a sua aula. 1 . Elaboração de plano de aula teórico O profissional usufrui de uma grande liberdade na hora de montar um plano de aula. Contudo, há certos itens básicos que devem ser observa- dos e merecem ser seguidos. Montamos, resumidamente aqui, um esquema dividido em quatro etapas: a) Escolher o tema da aula: As aulas podem ser preparadas por temas ou subtemas em uma sequência lógica de conteúdos. b) Definir o objetivo e as competências da aula. c) Relacionar os materiais necessários à aula programada: podem ser utilizados materiais diversos como livros, filmes, músicas, sites e bibliografia podem auxiliar os alunos. d) Criar estratégias de como e quando cada material e/ou as informações serão apresentadas ou utilizadas. A estratégia deve ser elaborada de forma a manter a atenção e a motivação dos alunos durante toda a aula. Provocar debates e questionamentos para o bom desenvolvimento do tema e, se possível, aproximar os alunos de forma prática e interativa ao que está sendo estudado. 2. Formulário de plano de aula Conforme visto na Unidade I, podemos usar o seguinte modelo de Plano de Aula para a elaboração de nossa atividade didática. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Centro de Formação de Condutores: Professor: Data: Cronograma: Tema da aula: Disciplina: Objetivos: Objetivo Geral Objetivos específicos: Conteúdos: Metodologia Recursos Avaliação Referências A seguir confira o modelo de produção de relatório que você poderá utilizar: NOME RELATÓRIO DE ENSINO SUPERVISIONADO Relatório de conclusão do Curso de Instrutor de Trânsito pautado na observação de aulas em CFC A e B, solicitado no Módulo VI – Prática do Ensino Supervisionado. Professor orientador: MUNICÍPIO ANO NOME RELATÓRIO DE ENSINO SUPERVISIONADO _____________________ NOME Coordenadora de Ensino _____________________ NOME Professor Prática de Ensino Supervisionado IDENTIFICAÇÃO a) Aluno: Nome completo Início da prática supervisionada ____ / ____ / _______ e Término ____ / ____ / _______ cumprindo 5 horas aulas em CFC A nos dias ____, ____ e _____ no mês de ______________, do ano de _______ no período ________, e outras 5 horas aulas em CFC B (Sendo 3 horas aulas em veículo de Quatro rodas e 2 horas aulas em veículo de duas rodas) nos dias ____, ____ e _____ no mês de ________________, do ano de _______. b) Campo de Ensino Supervisionado CFC ______________________________________________, situado a Rua __________________________________________________, nº ________, no Bairro ___________________, na cidade de _______________________ - UF: ____. Telefones de contato: (___) ______ - _______. E-mail: ___________________________________. Diretor de Ensino: ______________________________________ Instrutores acompanhados: CFC A: ______________________________________ CFC B: ______________________________________ PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DO ENSINO SUPERVISIONADO O planejamento das atividades de Ensino Supervisionado está em conformidade com a RESOLUÇÃO Nº 358. de 13 de agosto de 2010 e foi aprovado pelo Denatran. Assim tem-se como programação e cronograma: O que Carga horária Data da realização 1 - Planejamento da prática de ensino – 5 horas-aula. o Elaboração dos instrumentos de observação de aulas, de planos de aula e de relatórios, sob supervisão do professor da Instituição de Ensino em que realizou o curso; 5h 2 - Observação de aulas em 10 horas-aula, sendo: 10h o 5 horas de observação de aula teórica; o 3 horas de observação de aula prática de direção veicular em veículo de quatro rodas nas diferentes categorias de sua habilitação; o 2 horas de observação de aula prática de direção veicular em veículo de duas rodas; o Apresentação deste relatório, ao final das observações feitas em CFC credenciado pelo DETRAN. 3 - Prática de ensino – 5 horas-aula. Pratica de aula teórica, sob supervisão do professor _______________desta instituição de ensino. 5h CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ENSINO SUPERVISIONADO Exemplo do que pode ser desenvolvido A instituição _______________________________ fundada em _______ tem _____ anos de experiência na área de Educação para o Trânsito, atua na formação de seus alunos em Cursos teóricos (CFC A) e práticos (CFC B), além de Cursos de Renovação de Habilitação e Reciclagem. É credenciada __________________. A instituição possui _____ funcionários da área administrativa, ______ Instrutores, dos quais pude acompanhar apenas ________ em atuação. A infraestrutura do CFC conta com ____ salas de aula para ministrar os cursos teóricos. Nestas, há um aparelho de tv e dvd, lousa, painéis explicativos que auxiliam na ilustração de aulas de Meios Ambiente e Mecânica Básica, além de carteiras confortáveis, ambiente arejado e bem iluminados, permitindo assim a participação de __ alunos por turma e bons resultados no aprendizado. Os recursos pedagógicos existentes em sala de aula são bem utilizados além de uma completa apostila e de Instrutores qualificados. Para as aulas práticas o CFC conta com ________ veículos, em bom estado de conservação, permitindo o ensino prático nas categorias A, B, C, D e E. Os diferenciais desta instituição são __________________. **Aproveite os conhecimentos construídos no curso e apresente mais informações que indique detalhes sobre o campo do ensino supervisionado. INSTRUTORES Exemplo do que pode ser desenvolvido No acompanhamento das 5 horas aulas no CFC A participei das atividades com Instrutor de Trânsito ___________________ RG __________ que trabalha há ______ anos. O acompanhamento foi realizado na Disciplina Direção Defensiva (pode ser outra) e pude perceber que: 1 - Sua metodologia de ensino consiste: 2 - Seu relacionamento com os alunos é: 3 – Em relação a sua organização: 4 – Em relação a pontualidade e aproveitamento das aulas: 5 – As principais discussões nas aulas foram: 6 – Observei ainda que: No acompanhamento das 3 horas aulas no CFC B (quatro rodas) participei das atividades com Instrutor de Trânsito ___________________ RG __________ que trabalha há ______ anos. Acompanhei a atuação deste profissional na categoria B e C e percebi que: _______________________________. Sua metodologia de ensino consiste ________________________________________________.Nas 2 horas aulas no CFC B (duas rodas) participei das atividades com Instrutor de Trânsito ___________________ RG __________ que trabalha há ______ anos. Percebi que: _______________________________. Sua metodologia de ensino consiste ________________________________________________. **Aproveite os conhecimentos construídos no curso e apresente mais informações que indique detalhes sobre a relação entre o instrutor e o aluno. ALUNOS Exemplo do que pode ser desenvolvido Nas aulas no CFC A observei que o desempenho dos alunos foi ______________________________. Na aulas acompanhada no CFC B os alunos apresentaram as seguintes potencialidades: ____________________________________________________________ ___ e as seguintes dificuldades. As principais dúvidas dos alunos foram________________________________________________________ ___________________. Com base na observação de aulas, foi possível constatar que os alunos acompanhados em horas aulas de veículo de duas rodas apresentou ____________________________________________________________ _____ . **Aproveite os conhecimentos construídos no curso e apresente mais informações que indique detalhes sobre o olhar dos alunos e o seu relacionamento no processo de ensino e de aprendizagem. Descrição das atividades desenvolvidas no Ensino Supervisionado Exemplo do que pode ser desenvolvido CFC A – Hora aula 1 Disciplina: _________________ Instrutor: ________________________________ Credencial: _______ Data: ____ / ____ / _____. H/a: ________ (início) Aula nº: ____ Desenvolvimento da aula: Recursos utilizados: Observações relevantes referente ao Conteúdo Ministrado: (Escrever de acordo com cada aula observada – Lembrando que é necessário 5 para as aulas teóricas) CFC B – Hora aula 1 (veículo de quatro rodas) Disciplina: Didática da Prática Veicular Instrutor: ________________________________ Credencial: _______ Data: ____ / ____ / _____. H/a: ________ (início) Aula nº: ____ Veículo: ______________________ Placa: ___________ Quilometragem: Inicial_______________ Final __________________ Desenvolvimento da aula: Recursos utilizados: Observações relevantes referente ao Conteúdo Ministrado: (Escrever de acordo com cada aula observada – Lembrando que é necessário 3 para as aulas práticas de veículos de 4 rodas). CFC B – Hora aula 1 (veículo de duas rodas) Disciplina: Didática da Prática Veicular Instrutor: ________________________________ Credencial: _______ Data: ____ / ____ / _____. H/a: ________ (início) Aula nº: ____ Veículo: ______________________ Placa: ___________ Quilometragem: Inicial_______________ Final __________________ Desenvolvimento da aula: Recursos utilizados: Observações relevantes referente ao Conteúdo Ministrado: (Escrever de acordo com cada aula observada - Lembrando que é necessário 2 para as aulas práticas de veículos de 2 rodas) **Aproveite os conhecimentos construídos no curso e apresente mais informações que indique detalhes sobre as aulas práticas. PRÁTICA DE ENSINO Modelo de plano de aula utilizado. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Curso: Instrutor de Trânsito Professor responsável: Período (data): Cronograma: Tema da aula: Disciplina: OBJETIVOS: Geral: Específico: CONTEÚDO: METODOLOGIA: RECURSOS: AVALIAÇÃO: REFERÊNCIAS: CONSIDERAÇÕES SOBRE A AULA PRÁTICA Na aula que desenvolvi no CFC A observei que o desempenho dos alunos foi ______________________________. Os alunos apresentaram as seguintes potencialidades: ____________________________________________________________ ___ e as seguintes dificuldades ______________________________________________________. As principais dúvidas dos alunos foram________________________________________________________ ___________________. Com base na aula que ministrei, foi possível constatar que os alunos ____________________________________________________________ _____ . As minhas potencialidades foram ____________________________________________________________ ____ as minhas dificuldades foram ____________________________________________________________ ______________________ . O maior destaque da aula foi ______________________________________________. Preciso melhorar no seguinte aspecto ____________________________________________________________ _____________________. O feedback dos alunos foi ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ __________________________ . **Aproveite os conhecimentos construídos no curso e apresente mais informações que indique detalhes sobre o que você aprendeu com o ensino supervisionado. CONSIDERAÇÕES FINAIS (utilizar uma página separada) REFERÊNCIAS (utilizar uma página separada) Parabéns por integralizar este módulo! Com ele você terá condições de exercer a função de instrutor de trânsito com eficácia. Agradecemos por partilharmos deste processo de ensino e de aprendizagem! Muito sucesso em sua prática pessoal e profissional. Um abraço e até a próxima! Equipe ITT.
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