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Dermatite de Contato

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Dermatite de Contato
Alunas: Giovanna de carvalho caetano e cecília Alvarenga
Docente: dra. Edilene ABDo
DERMATITE OUECZEMA DE CONTATO:
• Inflamação causada pelo CONTATO entre a pele e um agente exógeno que pode ser: → Um ALÉRGENO ou um IRRITANTE; 
• Locais mais frequentes: mãos, pés, face e pescoço;
• Evolui por surtos, a cada exposição ao contactante; 
• Caráter ocupacional: pedreiros, químicos, pintores, donas de casa etc.
EPIDEMIOLOGIA
• Ambos os sexos e todas as raças; 
• Fraldas > lactentes; 
• De contato alérgica > após a infância; 
• Atópico > 3º mês de vida; 
• Seborreico > adolescentes e adultos;
HISTOPATOLOGIA
• A característica básica do processo é de natureza sero-exsudativo, acometendo a epiderme e derme papilar na fase aguda; 
• Nesta, na camada de Malpighi, há exocitose e edema intercelular, o qual progride em horas, provocando “espongiose”, isto é, um afastamento entre si das células da camada de Malpighi, cujas pontes intercelulares se adelgaçam, de modo que os espaços se enchem de serosidade; 
• Com a continuação do processo, ocorre marcado edema intracelular, que provoca degeneração reticular, também ocorre destruição das pontes intercelulares, formando-se, então, as vesículas intraepidérmicas (vesícula histopatológica), que, dependendo da intensidade, acabam por exteriorizar-se (vesículas clínicas); 
• Estas se rompem, liberando o exsudato, que, ao secar, forma crostas. No interior das vesículas, podemos encontrar linfócitos; 
HISTOPATOLOGIA 
• Por outro lado, o edema intercelular altera a ceratinização normal, dando origem à formação de paraceratose (permanência de núcleos achatados nas lâminas ceratínicas mais exteriores), cuja expressão clínica é a escama; 
• Na derme papilar, há vasodilatação e edema, o que justifica o eritema (vermelhidão); 
• Na fase crônica, há espessamento de todas as camadas da epiderme, ou seja, hiperceratose, hipergranulosa e acantose irregular, acompanhado de ocorrência sutil de linfócitos. A lesão se apresenta clinicamente como Liquenificação; 
• A concomitância dos achados das fases aguda e crônica, no entanto, com menor intensidade, configura a evolução subaguda do processo;
ETIOLOGIA
• Os diversos eczemas resultam de causas externas e/ou internas com etiologia variada, cujos mecanismos patogênicos são distintos;
 DERMATITE DE CONTATO:
➢ Podemos distinguir 2 tipos de dermatite de contato, com etiologia e fisiopatologia absolutamente distintas:
1. Dermatite de contato por irritante primário (DCIP); 
2. Dermatite de contato alérgica (DCA);
 ➢ Estima-se que aproximadamente 20% dos casos de dermatites de contato sejam atribuídos à DCA; 
➢ Também pode ser doença de caráter ocupacional, contendo preferencialmente os grupos expostos a maior número de antígenos sensibilizantes – portanto, indivíduos adultos de sociedades industrializadas e com determinadas profissões;
DERMATITE DE CONTATO POR IRRITANTE PRIMÁRIO (DCIP):
 A dermatite de contato por irritante primário decorre dos efeitos tóxicos e pró-inflamatórios de substâncias capazes de ativar a imunidade da pele ainda que de maneira não específica; 
 Corresponde a 80% dos casos de dermatite de contato; 
 A DCIP é provocada, em geral, por substâncias alcalinas ou ácidas fracas que, não sendo capazes de provocar queimadura e/ou necrose, produzem apenas irritação cutânea; 
 Essas substâncias, ao entrarem em contato com a pele, causam lesão aos queratinócitos, surgindo, posteriormente, reação inflamatória na derme papilar; 
 Caracteriza-se por eritema, descamação e, por vezes , vesículas e bolhas, que surgem depois do contato com agentes irritantes mais fortes, ou depois de semanas de contato continuado com agente irritantes fracos; 
 O prurido, em geral, é discreto ou ausente, sendo substituídos por sensação de dor ou queimação; 
 Não há necessidade de sensibilização prévia e não ocorre a formação de células de memória, portanto, qualquer indivíduo em contato com tais substâncias poderá desenvolver a DCIP, que frequentemente ficará restrita ao local de contato; 
As duas principais variáveis são a concentração da substância (até certo limite, pois caso contrário será cáustica e causará queimadura e não uma DCIP) e o tempo de exposição; o Existem variações na suscetibilidade dos indivíduos e de regiões do mesmo indivíduo que dependem, principalmente, da espessura da camada córnea;
DERMATITE DE CONTATO POR IRRITANTE PRIMÁRIO (DCIP):
Assim, é mais provável a DCIP ocorrer na pele fina do dorso da mão do que na região palmar, como também é mais fácil nas mãos finais de quem não está acostumado a serviços domésticos, pois o contato crônico e gradativo com tais substâncias é capas de promover um espessamento epidérmico; 
É importante lembrar que outras dermatoses serão sempre agravadas por tais substâncias;
Outros fatores – tais como atrito, umidade e exposição solar – também podem influenciar a ocorrência dessa dermatite;
A DCIP é frequentemente dermatose de caráter ocupacional (pedreiros, químicos, pintores, donas de casa etc.); 
Duas condições muito corriqueiras são a dermatite das mãos da dona de casa (detergentes e sabões são alcalinos) e a dermatite das fraldas (ação irritativa de fezes e urina);
 Outros exemplos são dermatites por plantas decorativas (piretro, verbena, filodendro), frutas (manga), sementes e raízes, hortaliças (cebola, alho) e extratos vegetais (terebintina, bálsamo-do-peru); 
O tratamento invariavelmente requer a interrupção do contato com o agente desencadeador; 
O uso de corticoides é de grande valia, devendo-se adequar a potência ao local acometido e às características clínicas da lesão;
DERMATITE DAS FRALDAS:
 Trata-se de uma reação inflamatória aguda, que acomete as regiões cobertas pelas fraldas, geralmente em crianças com menos de 2 anos de idade (início frequente entre o 1º e o 2º mês de vida); 
Sua etiopatogenia envolve diversos fatores: 
• O principal fator desencadeante é a oclusão constante da pele pela fralda, com inevitável hidratação e consequente maceração da epiderme; 
• A epiderme úmida é mais suscetível ao dano friccional ocasionado pela fralda, tornando-se mais permeável aos irritantes presentes na urina e nas fezes; 
• A inflamação induzida pela irritação friccional e química promove aumento da permeabilidade, facilitando, assim, infecção secundária por Candida albicans, Proteus, Pseudomonas e B. faecalis; 
Manifesta-se clinicamente por lesões variadas, sendo mais intensa nas superfícies convexas, enquanto as dobras são tipicamente poupadas;
 Inicialmente, a pele apresenta eritema de intensidade variável, com brilho e pregueamento característico; 
DERMATITE DAS FRALDAS:
Se houver agravamento do quadro, podem surgir edema, pápulas, vesiculação, erosões e ulcerações; o Em uma fase mais tardia, o eritema perde o brilho e ocorre descamação, que pode ser intensa;
Eventualmente, surgem nódulos e pápulas simulando condiloma sifilítico ou erosões e ulcerações arredondadas, o que denomina dermatite das fraldas erosiva de Jacquet; 
Quando ocorre infecção por Candida albicans, a pele fica brilhante, com descamação fina e induto esbranquiçado, acometendo primordialmente as dobras e, frequentemente, com lesões satélites papulosas ou vesicopustulosas características; 
O uso inapropriado de sabonete, antissépticos e loções higienizadoras exacerba o processo inflamatório; 
O tratamento tem como base o uso de emoli entes espessos, que agem como barreira contra urina e fezes e, principalmente, preparações com óxido de zinco, elemento com ação anti-inflamatória; 
DERMATITE DAS FRALDAS:
Quando houver candidíase associada, cremes com nistatina ou cetoconazol devem ser aplicados; o Nos casos com infecção bacteriana, antibióticos tópicos devem ser utilizados; 
Nos casos mais intensos, hidrocortisona a 1% pode ser administrado por curto período de tempo; 
 O uso de preparações com corticosteroides potente não é recomendado, pois a oclusão ocasionada pelas fraldas potencializa a ocorrência de efeitos colaterais locais, bem como eleva a absorção sistêmica;
Uma complicação do uso intempestivo de corticoides tópicos de alta potência ou de forma prolongada no tratamento da dermatite das fraldas é o granuloma glúteo infantil; 
Este é caracterizado por nódulos assintomáticos, de coloração acastanhada ou violácea, na região das fraldas. Não requer tratamento específico, além da suspensão do corticoide;
DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA (DCA):
 A DCA pode apresentar-se de 3 maneiras, sempre com muito prurido: 
1. Aguda – eritema, vesículas, exsudação e crostas; 
2. Subaguda – eritema, pápulas, escamas e crostas; 
3. Crônica – Liquenificação; 
Alguns desses tipos podem faltar durante a evolução e ocorrem apresentações intermediarias (p. ex., agudização de tipo crônico); 
A morfotopografia é de grande ajuda no diagnóstico; 
Assim, uma lesão arredondada (morfologia) no dorso do punho esquerdo (topografia) sugere DCA a algum constituinte da liga metálica do relógioo Nos lóbulos auriculares, a componentes dos brincos (níquel);
 Nos seios, a componentes do sutiã; 
DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA (DCA):
Eventualmente, encontramos lesões a distância do local original, ocorrendo por disseminação do alérgeno pelas mãos do paciente ao se coçar; 
Por vezes, em especial na região periauricular, por suas características anatômicas, observa-se adenopatia satélite que não é infecciosa e, sim, do próprio processo;
 Quadros clínicos generalizados e até mesmo eritrodermia, que caracteristicamente tende a ser mais exsudativa, podem ocorrer;
Não é frequentemente a impetiginização secundária, bem como a função de porta de entrada para desenvolvimento de erisipela ou celulite;
Na DCA, existe envolvimento primário do sistema imunológico, sendo exemplo clássico da hipersensibilidade tipo IV da classificação de Gell e Coombs, que é a hipersensibilidade retardada ou mediada por células; 
O tempo desse processo será de poucos dias para alergênicos com alto poder de sensibilizante, podendo levar anos para outros antígenos; 
Portanto, é esperado, na anamnese, que o paciente possa questionar, de certo modo, o diagnóstico, visto que sempre usou determinado produto sem nunca ter apresentado anteriormente aquela manifestação; 
DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA (DCA):
Em geral, a hipersensibilidade adquirida persiste por toda a vida, embora, eventualmente, ocorra o desenvolvimento de tolerância com a exposição continuada, havendo então a cura; 
Assim, na dermatite de contato, os agentes etiológicos são substâncias químicas pouco complexas (elementos ou compostos minerais ou orgânicos);
 Determinadas substâncias são especialmente sensibilizantes: 
• Anilinas, procaína, sulfas; 
• Metais: cromo (cimento, tipografia, couros), o níquel (objetos de adorno e de util idades domésticas) e o mercúrio (remédios); 
• Antibióticos: neomicina, penicilina, furacin e cloranfenicol; 
• Cosméticos: ressaltamos certas substâncias como eosina, hidroquinona, piragalol, azocorantes, resorcina, fenol, formol e outras; 
• Borracha e derivados: temos o mercaptobenzotiazóis e o éter monobenzílico de hidroquinona; - luvas de borracha; 
• Objetos plásticos: devemos considerar polivinil, polietileno, acrílicos, formaldeídos, nitrocelulose, poliamidos, os diversos componentes das epoxirresinas e outros;
DIAGNÓSTICO:
 Mapeamento topográfico: procura-se correlacionar o local da dermatite com várias exposições;
 Seletividade profissional: tanto na indústria quanto em outras profissões, a pessoa expõe-ses eletivamente a determinados antígenos; 
Seletividade utilitária: pela história morfotopográfica e outros dados, suspeita-se de que o eczema de contato em apreço estejam relacionado com um elemento de uso diário ou esporádico. Procura-se, então, realizar testes dirigidos às diversas substâncias que entram na confecção do objeto; 
Correlação antígeno/utilidade: uma vez determinado pelos testes que o indivíduo é sensível a determinada substância, deve -se procurar relacionar o eczema com os objetos que contenham o referido alergênio; 
TESTE DE CONTATO:
Os testes de contato são úteis na identificação de substâncias às quais o indivíduo é alérgico. 
No entanto, deve ser interpretado com critério, pois substâncias testadas, ainda que positivas, podem não estar relacionadas com o problema atual, e a substância envolvida pode não ter sido testada. 
Outra possibilidade é que os componentes do teste possam ter perdido, por qualquer motivo, o padrão; 
São 22 elementos presentes em testes internacionais, acrescidos de mais 8 substâncias relacionadas com medicamentos tópicos e de uso frequente no nosso meio, totalizando 30 substâncias; 
Quanto à técnica de execução, é importante salientar que, para a realização do teste, a dermatose do indivíduo deve estar em fase inativa para não exacerbar o quadro; 
As substâncias padronizadas são aplicadas no dorso do paciente, em pele limpa, seca e sã;
TESTE DE CONTATO:
O paciente não pode estar em uso de corticoide tópico no local do teste e de corticoide sistêmico, especialmente em doses imunossupressoras por 2 semanas; não deve molhar as fitas ou se expor ao sol; 
A prática de atividade física é desaconselhada para não descolar as fitas ou molhá-las com suor; 
Mesmo que o paciente esteja em vigência do uso de anti-histamínicos, não é necessário suspendê-los para a realização do teste de contato, pois não há correlação com o mecanismo fisiopatogênico do eczema de contato.
o Após 48 h da aplicação, os testes são retirados e é feita a primeira leitura. A segunda leitura é feita em 96 h. 
Os critérios adotados para leitura são os preconizados pelo International Contact Dermatitis Research Group de 1981, nos quais :
• (-) negativo; 
• (+) discreto eritema com algumas pápulas; 
• (++) eritema, pápulas e vesículas; 
• (+++) intenso eritema, pápulas e vesículas confluentes; 
TESTE DE CONTATO:
Quando existe múltipla positividade a diferentes grupos das baterias testadas, pode-se estar diante de um caso de angry back skin syndrome (síndrome da pele excitada), reproduzindo inúmeros falso-positivos.
 Em caso negativo, recomenda-se a exposição à luz, pois esta pode potencializar algumas das reações da DCA; 
Os denominados produtos hipoalergênicos caracterizam-se por substituir, em sua composição química, substâncias por outras com menor capacidade de sensibilização; 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Faz-se principalmente com os outros eczemas, dermatofitoses, dermatofítides, psoríase, parapsoríase e farmacodermias.
Imunoglobulina intravenosa pode causar quadro de eczema assim como eczema disidrótico; 
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Na prevenção das dermatites de contato, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) no trabalho – como luvas, sapatos, macacões etc. - e o desenvolvimento de produtos hipoalergênicos seriam os principais objetivos a alcançar. 
No tratamento, a primeira providência nessas dermatites é afastar o agente causal e priorizar o tratamento de infecções secundárias eventuais; 
Esses procedimentos, associados ao uso de emolientes, são suficientes nos casos leves de DCIP.
A DCA é doença importantíssima do ponto de vista da medicina do trabalho. 
Algumas substâncias, como o látex, podem, além de causar DCA e DCIP, desencadear urticária de contato;
Na DCA, a conduta dependerá da fase e da extensão do quadro; na fase aguda, inicia-se o tratamento com banho ou compressas, preferencialmente com soluções antissépticas como solução de permanganato de potássio 1:40.000 durante as primeiras 24 h; 
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
A solução de ácido bórico 1 a 2% pode ser usada, devendo ser evitada no tratamento de grandes áreas em crianças por seu potencial nefro e neurotóxico; 
Em uma fase menos exsudativa (subaguda), utilizamos pasta d'água ou creme de corticoide tópico; o Na fase crônica, está indicado o uso de corticoide em pomada, fita oclusiva ou, mesmo, injeção intralesional. 
Em casos generalizados ou de eritroderrnia, indicam-se corticoides sistêrnicos (prednisona 0,5 mg/kg de peso); 
Os imunomoduladores tópicos, inibidores da calcineurina (tacrolimo e pimecrolimo), mostraram -se
bastante efetivos no tratamento da dermatite de contato das mãos.
Embora não haja atuação sobre o mecanismo fisiopatogênico, o uso de anti-histamínicos de primeira geração pode ser útil na redução do prurido, graças à sedação.

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