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Jéssica N. Monte Turma 106 Dermatologia ERUPÇÕES ECZEMATOSAS Fase aguda: edema, eritema, calor, rubor. Fase subaguda: escamação; redução dos sinais flogísticos iniciais. Fase crônica: liquenificação – espessamento da pele devido ao prurido. DERMATITES DE CONTATO São dermatoses causadas por uma reação cutânea ao contato com agentes externos. Caracterizam-se principalmente por manifestações eczematosas, variando desde quadros agudos (eritema, vesículas, bolhas, transudação, crostas e escoriações por prurido) até quadros crônicos (liquenificação, alteração pigmentar, atrofia, cicatriz, perda de pelos e cabelos). As principais manifestações incluem eritema, vesículas e prurido na fase de eczema agudo. Lesões mais graves podem apresentar-se com bolhas e até áreas de necrose. As principais áreas de acometimento são as mãos (ocupação), a face (cosméticos), pescoço (perfumes e bijuterias) e pés (produtos dos calçados). Existem dois mecanismos básicos de desencadeamento: por irritante primário e por contato alérgico. A dermatite de contato por irritação primária é a causa mais comum entre elas. Em ambos os casos de dermatite de contato, o principal fator de risco é o contato com o agente externo, irritante ou alérgeno. Um agente externo pode inicialmente ocasionar uma dermatite irritativa e, com determinadas periodicidades de exposição, é capaz de provocar uma dermatite de contato alérgica. DERMATITE DE CONTATO POR IRRITANTE PRIMÁRIO A dermatite de contato por irritante primário se deve à exposição a agentes que provam dano tecidual devido à ação cáustica da substância irritante. É um processo mecânico. O agente causador promove tamanha irritação que rompe o limiar de tolerância da pele. As reações pela irritação primária são restritas à área de contato com o agente. Dessa forma, algumas vezes a lesão reproduz o formato do agente, facilitando a busca pelo agente causador. Não ocorre nenhum processo alérgico, tão pouco o desenvolvimento de memória imunológica. Não há o envolvimento de linfócitos T. Na fase aguda, ocorre dano moderado aos queratinócitos e se inicia uma reação inflamatória aguda localizada. Na fase crônica, os danos à barreira cutânea manifestam- se como perda da coesão dos queratinócitos e aumento da perda de água transepidérmica. Nessa fase, encontram-se o eczema crônico e a liquenificação. As manifestações clínicas são influenciadas por fatores individuais e por fatores ambientais tais como temperatura, umidade e duração do contato com o irritante. IRRITANTE PRIMÁRIO ABSOLUTO Ocorre devido a um contato único e acidental. Há dano tecidual intenso. Caracteriza o eczema agudo, cujos sintomas são imediatos – ardor, queimação, eritema com ou sem bolhas. Ocorre quando a substância em contato é tão cáustica que um único contato é o suficiente para causar a dermatite. Exemplos: ácido de bateria e água-viva. IRRITANTE PRIMÁRIO RELATIVO É a forma mais frequente da dermatite de contato por irritação primária. Exige vários contatos do agente com a pele. São dias, meses ou anos de exposição, até que se rompa o limiar de tolerância da pele. Jéssica N. Monte Turma 106 Dermatologia Caracteriza o eczema crônico, cujo quadro clínico corresponde à liquenificação. DERMATITE DAS FRALDAS Se deve ao contato com a urina e as fezes. Ocorre devido à irritação, maceração e retenção de suor. Não é uma alergia. Pode favorecer o aparecimento de infecções secundárias como Cândida. DERMATITE FOTOTÓXICA Corresponde a um tipo de dermatite de contato por irritante primário. A substância se torna irritante somente diante da exposição solar. Não requer contato prévio. Não há envolvimento do sistema imunológico. Compromete somente a área exposta. Exemplo mais comum: limão. DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA As dermatites de contato alérgicas decorrem das reações de hipersensibilidade do tipo tardio (IV), exigindo sensibilização prévia do doente ao agente causador da dermatose. Ocorre um desbalanço entre os linfócitos, com um aumento de CD8+ em relação ao CD4+ As reações pelo contato alérgico podem ser disseminadas. Exposições repetidas ao alérgeno podem fazer com que os quadros se tornem mais crônicos. A cada contato, a reação se torna mais forte e rápida. Geralmente persiste a vida toda. Existe um período de sensibilização prévia à instalação do quadro de dermatite de contato alérgica, o qual pode variar entre 4 dias até meses, sendo o mais comum entre 7 e 30 dias. Jéssica N. Monte Turma 106 Dermatologia DERMATITE FOTOALÉRGICA Corresponde a um tipo de dermatite de contato alérgica. A substância se torna antigênica diante da exposição solar. Requer contato prévio com a substância. Pode comprometer áreas não expostas. DIAGNÓSTICO No exame clínico, deve-se caracterizar a localização das lesões (simetria, relação com as áreas preservadas, delimitação das bordas, proteção por meios físicos – roupas) e o tipo (aguda/crônica). Outros diagnósticos a serem lembrados são a dermatite atópica (especialmente nos adultos), eczemas seborreicos disseminados e eczemas de estase. Quanto à dermatite de contato alérgica, em casos de dúvida sobre a natureza alérgica do problema e para a determinação da etiologia da alergia, testes de contato (testes epicutâneos) podem ser realizados. Os prováveis contactantes são aplicados no dorso do paciente, em pele sã, deixando-se por 48 horas, quando são retirados. A leitura do teste é realizada em 96 horas. Em caso de alergia à substância testada, ocorre lesão eczematosa no local da aplicação. TRATAMENTO O tratamento consiste basicamente em evitar o contato do paciente com o agente causador e implementar medidas para tratar os sintomas desencadeados. Para algumas lesões recomenda-se a fototerapia, uma vez que o sol é um agente imunossupressor. A irradiação mais indicada é a UVB de banda estreita, com a opção de unicamente UVA ou UVA+UVB. TRATAMENTO TÓPICO O tratamento tópico nas lesões agudas envolve a utilização de compressas frias e a aplicação de loção para alívio do prurido. Os corticosteroides de baixa potência são recomendados para a terapia de manutenção, para crianças ou para lesões em áreas mais sensíveis. Os corticoides de potência intermediária e alta são indicados por breves períodos (no máximo 1 semana) para tratar exacerbações, para adultos ou para lesões mais grosseiras. Os corticoides de ultra potência devem ser usados apenas por períodos muito breves de tratamento (5 a 7 dias) e somente em áreas liquenificadas). Quando mais úmida a lesão, melhor é o uso de corticoide em creme/loção. Quanto mais seca a lesão (liquenificada), recomenda-se o uso de corticoide em pomada. Hidratantes, emolientes e lubrificantes são indicados em erupções crônicas liquenificadas. Outros agentes imunomoduladores tópicos podem ser necessários no tratamento de casos refratário ao tratamento convencional. TRATAMENTO SISTÊMICO Os anti-histamínicos sistêmicos, especialmente os sedativos, podem ser usados no controle do prurido do eczema de contato. O período de uso varia entre 5 e 14 dias. Corticosteroides sistêmicos são indicados nos casos agudos e subagudos com acometimento de mais de 25% da superfície corporal. Em casos de dermatite de contato irritativa, o curso pode ser breve (entre 5 e 7 dias); em casos de longa duração de dermatite de contato alérgica, o tratamento deve ser prolongado (entre 10 e 21 dias), em doses progressivamente menores até a suspensão. *Fontes: Duncan + Aula
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