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educa;'ao fisica para pessoas com deficiencia

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EDUCAÇÃO FÍSICA ESPECIAL 
 E ADAPTADA
CURSOS DE GRADUAÇÃO– EAD
Educação Física Especial e Adaptada – Prof.ª Dra. Mey de Abreu Van Munster
Olá! Meu nome é Mey de Abreu Van Munster. Possuo formação em Educação Física 
(licenciatura e bacharelado) pela Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp. Meu 
envolvimento profissional com pessoas que apresentam deficiências teve início na 
Graduação, o que me levou a buscar Especialização em Educação Física Adaptada, bem 
como Mestrado e Doutorado nessa área, também na FEF. Atuo em cursos de formação 
profissional (Ensino Superior e Pós-graduação) há 18 anos e atualmente sou professora 
de uma Instituição de Ensino Superior Pública, onde leciono disciplinas na Graduação 
e na Pós-graduação, coordeno projetos de extensão universitária e grupos de estudos 
(Núcleo de Estudos em Atividade Física Adaptada). 
Espero que a leitura deste material possa sensibilizá-lo e estimulá-lo a conhecer um 
pouco mais sobre o universo da cultura corporal de movimento aplicado a pessoas com 
deficiências.
e-mail: mey@ufscar.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
EDUCAÇÃO FÍSICA ESPECIAL 
E ADAPTADA
Caderno de Referência de Conteúdo
Mey de Abreu Van Munster
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2011 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
 
796.0456 M928e 
 Munster, Mey de Abreu Van 
 Educação física especial e adaptada / Mey de Abreu Van Munster – Batatais, 
 SP : Claretiano, 2013. 
 186 p. 
 ISBN: 978-85-67425-28-3 
 
 1. Histórico da Educação Especial. 2. A Educação Física Especial e Adaptada. 
 3. Movimento pela inclusão. Deficiência Mental. Síndrome de Down. 4. Distúrbios 
 de Aprendizagem. 5. Distúrbios de Comportamento. 6. Deficiência auditiva. 7. 
 Inclusão de pessoas surdas. Deficiência Visual. 8. Inclusão de pessoas cegas. 9. 
 O esporte Adaptado. 10. Deficiências Físicas: paralisia cerebral, AVC, Lesados 
 medulares, amputados, distrofias musculares progressivas. 11. Deficiências 
 múltiplas. I. Educação física especial e adaptada. 
 
 CDD 796.0456 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 11
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 23
UNIDADE 1 – EDUCAÇÃO FÍSICA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 25
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 25
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 26
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 27
5 PERSPECTIVA HISTÓRICA DA DEFICIÊNCIA .................................................... 27
6 PARADIGMAS SOCIAIS E EDUCACIONAIS ....................................................... 31
7 EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA NA PERSPECTIVA 
DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA ............................................................................... 35
8 TEXTO COMPLEMENTAR ................................................................................. 40
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 41
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 42
11 E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 42
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 42
UNIDADE 2 – ESTUDO DAS DEFICIÊNCIAS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 45
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 45
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 46
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 48
5 DEFICIÊNCIA VISUAL ........................................................................................ 56
6 DEFICIÊNCIA AUDITIVA .................................................................................... 69
7 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ............................................................................. 86
8 DEFICIÊNCIA MOTORA ..................................................................................... 101
9 CLASSIFICAÇÃO TOPOGRÁFICA ...................................................................... 125
10 CLASSIFICAÇÃO NEUROANATÔMICA ............................................................. 125
11 CLASSIFICAÇÃO NEUROMOTORA ................................................................... 125
12 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DE ATLETAS COM PC (CP-ISRA, 1997-2000) ... 126
13 DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE (DMD) .............................................. 128
14 DISTROFIA MUSCULAR DE BECKER (DMB) ..................................................... 129
15 DISTROFIA MUSCULAR DO TIPO CINTURAS (DMC)....................................... 129
16 DISTROFIA MUSCULAR DE STEINERT (DMS) ................................................. 130
17 DISTROFIA MUSCULAR FACIO-ESCAPULO-UMERAL (FSH) ............................ 130
18 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 131
Claretiano - Centro Universitário
19 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 133
20 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 133
21 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................134
22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 135
UNIDADE 3 – PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS E CONTEÚDOS 
ADAPTADOS
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 137
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 137
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 138
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 139
5 ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO .................................................................... 140
6 ADAPTAÇÕES CURRICULARES E PEDAGÓGICAS ............................................ 147
7 INSTRUÇÕES ..................................................................................................... 159
8 EQUIPAMENTOS/MATERIAIS ........................................................................... 159
9 ESPAÇO FÍSICO .................................................................................................. 160
10 REGRAS ............................................................................................................. 160
11 CONTEÚDOS ADAPTADOS ............................................................................... 161
12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 181
13 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 182
14 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 183
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 183
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO
Em que consiste a Educação Física Adaptada? Qual o papel 
desta disciplina frente ao desafio da inclusão de pessoas com de-
ficiências na Educação Física Escolar? Quais são as necessidades 
educacionais especiais desse público? Os conteúdos curriculares 
da Educação Física devem ser modificados para atender essas ne-
cessidades? De que forma? Esses são alguns dos questionamentos 
que nortearão nosso estudo.
Até pouco tempo atrás, a educação de pessoas com defici-
ências (ou, pelo menos, de uma minoria que possuía o privilégio 
de acesso aos escassos programas de educação) era realizada em 
instituições ou escolas de ensino especializadas, o que configu-
rava um sistema paralelo de ensino, conhecido como Educação 
Especial. Nessa perspectiva, o ensino da Educação Física era de 
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Histórico da Educação Especial. A Educação Física Especial e Adaptada. Mo-
vimento pela inclusão. Deficiência Mental. Síndrome de Down. Distúrbios de 
Aprendizagem. Distúrbios de Comportamento. Deficiência Auditiva. Inclusão de 
pessoas surdas. Deficiência Visual. Inclusão de pessoas cegas. O esporte Adap-
tado. Deficiências Físicas: paralisia cerebral, AVC, Lesados (medulares, amputa-
dos, distrofias musculares progressivas). Deficiências Múltiplas.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Educação Física Especial e Adaptada8
responsabilidade de professores com a respectiva formação, que 
se especializavam no atendimento das necessidades educacionais 
especiais apresentadas por esses indivíduos, constituindo uma 
forma segregada de ensino.
Com as mudanças políticas e sociais, as pessoas com neces-
sidades especiais, entre as quais se inserem aquelas que apresen-
tam deficiências, conquistam o direito constitucional à educação, 
devendo ter a garantia de acesso e permanência nos ambientes 
regulares de ensino.
Em contrapartida, desde que a Educação Física se configu-
rou como um componente curricular da Educação Básica, sabe-
-se que ela tem colecionado críticas por privilegiar os alunos mais 
habilidosos, em detrimento daqueles que apresentam dificulda-
des de assimilação de determinados conteúdos inerentes à sua 
prática, independentemente ou não da condição de deficiência. 
Contraditoriamente, são justamente esses os indivíduos que mais 
necessitam de oportunidades de experiências e vivências motoras 
diversificadas. 
Surge, então, o grande desafio: como assegurar a participa-
ção e o envolvimento de alunos com deficiências em diferentes 
condições nas aulas de Educação Física? 
Para ilustrar o papel da Educação Física Adaptada frente a 
esse desafio, Nabeiro (in MENDES; ALMEIDA, 2010) estabelece 
uma analogia com o plantio, onde: o elemento terra represen-
ta a Educação Física Regular, enquanto o solo a ser preparado, a 
semente, simboliza o atual processo de inclusão, ainda em fase 
embrionária no contexto educacional; por fim, a Educação Física 
Adaptada seria representada pelo adubo, cujas substâncias e com-
postos podem consistir em uma espécie de fertilizante para o plan-
tio. Observe o exemplo na Figura 1: 
 
9
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Curso: Licenciatura em Educação Física 
Coordenador do curso: Prof. Ms. Engels Câmara 
Disciplina: Educação Física Especial e Adaptada 
Autora: Profa. Dra. Mey de Abreu Van Munster 
Editoração: Simone Rodrigues De Oliveira 
Formatação: Dandara Louise Vieira Matavelli 
Preparação: Paulo Sposati Ortiz 
CRC 
Revisão: Talita Cristina Bartolomeu 
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Fonte: Nabeiro (in MENDES; ALMEIDA, 2010, n. p.) 
Figura 1 Analogia entre Educação Física Adaptada e o plantio. 
A analogia aqui apresentada abre um espaço interessante 
para reflexões: Será que a inclusão, enquanto semente, pod
ser plantada em qualquer tipo de solo? De que forma o professor 
de Educação Física poderá “preparar o terreno” para receber seu 
aluno com deficiência nas aulas de Educação Física? Quais as 
condições necessárias para o sucesso desse “plantio”?
Para um melhor entendimento sobre os temas tratados 
neste Caderno de Referência de Conteúdo (CRC)
leitura do texto a seguir, no qual as autoras abordam id
centrais relacionadas à Educação Física Adaptada.
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A analogia aqui apresentada abre um espaço interessante 
para reflexões: Será que a inclusão, enquanto semente, poderá 
ser plantada em qualquer tipo de solo? De que forma o professor 
de Educação Física poderá “preparar o terreno” para receber seu 
aluno com deficiência nas aulas de Educação Física? Quais as 
condições necessárias para o sucesso desse “plantio”? 
sobre os temas tratados 
(CRC), sugerimos a 
do texto a seguir, no qual as autoras abordam ideias 
Educação Física Adaptada. 
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Fonte: Nabeiro (in MENDES; ALMEIDA, 2010, n. p.)
Figura 1 Analogia entre Educação Física Adaptada e o plantio.
A analogia aqui apresentada abre um espaço interessante 
para reflexões: Será que a inclusão, enquanto semente, poderá ser 
plantada em qualquer tipo de solo? De que forma o professor de 
Educação Física poderá “preparar o terreno” para receber seu alu-
no com deficiência nas aulas de Educação Física? Quais as condi-
ções necessárias para o sucesso desse “plantio”?
Para um melhor entendimento sobre os temas tratados nes-
te Caderno de Referência de Conteúdo (CRC), sugerimos a leitura 
do texto a seguir, no qual as autoras abordam ideias centrais rela-
cionadas à Educação Física Adaptada.
Reflexões sobre Educação Física Adaptada ––––––––––––––
Ao longo do tempo, fomos acostumados a associar a prática de Educação Física 
e do Esporte aos conceitos de desempenho, rendimento, recordes. Fomos trei-
nados para buscar resultados: ‘o mais forte’, ‘o mais rápido’,‘o mais habilidoso’, 
‘o melhor’!
Embora este seja um modo para o entendimento da Educação Física e do Es-
porte, ele não é o único. Podemos pensar a prática de atividade física pelo seu 
aspecto estético, simbólico, desafiador, social. Podemos refletir sobre o signi-
ficado pessoal, individual da prática da atividade física para aqueles que são 
© Educação Física Especial e Adaptada10
‘deficientes’ (será que são? Ou que, segundo Amaral (2001), são tão e somente 
significativamente diferentes).
Não é nada fácil tratar de conceitos e definições, mas podemos considerar que 
a Educação Física Adaptada é uma parte da Educação Física, cujos objetivos 
são o estudo e a intervenção profissional no universo das pessoas que apre-
sentam diferentes e peculiares condições para a prática das atividades físicas. 
Seu foco é a cultura corporal de movimento. Atividades como ginástica, dança, 
jogos e esporte, conteúdos de qualquer programa de atividade física, devem ser 
considerados tendo em vista o potencial de desenvolvimento pessoal (e não a 
deficiência em si).
Olhar para as pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições e per-
ceber, não a limitação, nem a desvantagem, mas suas capacidades, possibilida-
des, potencialidades, ou seja, sua essência, contribui para um processo efetivo 
a fim de assegurar os direitos humanos e os sociais e melhorar a qualidade de 
vida.
Atualmente, os direitos sociais asseguram o direito de igual oportunidade, in-
dependentemente da condição diferente e peculiar que uma pessoa possa 
apresentar. Apesar dessa premissa legal, muitas ações refletem a influência de 
modelos precursores, como o de destruição (quando pessoas com deficiências 
eram sacrificadas), de segregação (quando a segregação em instituições es-
pecializadas era a única opção), ou de cura ou prevenção (quando as pessoas 
eram focadas sob a ótica da limitação, da doença, da invalidez). Tais modelos 
ainda têm forte influência e determinam atitudes que colocam as pessoas que 
apresentam diferentes e peculiares condições para a prática das atividades físi-
cas em desvantagem.
Parece que ainda é necessário reafirmar o que Amaral (1995) preconiza. É pre-
ciso ressignificar a diferença, e para tanto há que se desadjetivar o substantivo 
diferença: ser diferente não é ser melhor ou pior; a diferença simplesmente é.
Para assumir uma atitude favorável em relação à Educação Física Adaptada, ga-
rantindo igual oportunidade de participação de pessoas que apresentam diferen-
tes e peculiares condições nos mais variados contextos, o projeto da Comissão 
Australiana de Esportes (AUSTRALIAN SPORTS COMISSION, 2001) sugere 
questionarmos se é necessário considerar que tais pessoas levam desvantagem 
na prática de atividades físicas. Em caso afirmativo, é importante refletir sobre o 
que pode ser feito para minimizar essa desvantagem.
Em relação à Educação Física Adaptada, deve ser mantida a integridade das 
atividades e promovida a maximização do potencial individual. Quanto às ativi-
dades, uma vez conhecidas as metas do programa, convém modificá-las apenas 
quando necessário, sempre respeitando as metas previamente determinadas, 
assegurando que as atividades sejam um desafio a todos os participantes e, 
sobretudo, que seja valorizada a diferença.
Lidar com as diferenças constitui grande desafio nas relações interpessoais. 
Sobre maximização do potencial individual, é importante focalizar o desenvolvi-
mento das habilidades, selecionando atividades apropriadas, providenciando um 
ambiente favorável à aprendizagem encorajando a auto-superação.
(PEDRINELLI; VERENGUER in GORGATTI; COSTA, 2008, p. 1,4,11-12).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
11
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Após essa introdução aos principais conceitos, apresentare-
mos, a seguir, no Tópico Orientações para o estudo, algumas orien-
tações de caráter motivacional, dicas e estratégias de aprendiza-
gem que poderão facilitar o seu estudo.
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO 
Abordagem Geral 
Aqui você entrará em contato com os assuntos principais 
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de 
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. 
Esta Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento bá-
sico necessário, a partir do qual você possa construir um referen-
cial teórico com base sólida – científica e cultural –, para que, no 
futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência 
cognitiva, ética e responsabilidade social. 
O conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo será 
subdividido em três partes.
Na Unidade 1, partiremos de uma perspectiva histórica, na 
tentativa de compreender alguns paradigmas sociais relaciona-
dos às pessoas com deficiências e como elas têm sido tratadas ao 
longo das diferentes épocas e em diferentes culturas. Esperamos 
que isso nos leve não apenas a compreender a origem de alguns 
estigmas, preconceitos e tabus frequentemente associados a es-
ses indivíduos, como também a superá-los. Também analisaremos 
alguns documentos legais, com o intuito de entender o processo 
pelo qual a Educação se tornou um direito a esses indivíduos e o 
papel da Educação Física Adaptada diante do contexto da inclusão.
Em um segundo momento (Unidade 2), passaremos a co-
nhecer, detalhadamente, os tipos mais comuns de deficiências, e, 
para efeitos didáticos, elas serão apresentadas em quatro grupos: 
© Educação Física Especial e Adaptada12
deficiência visual, deficiência auditiva, deficiência intelectual e de-
ficiência motora.
Além de compreender as principais etiologias (causas das 
deficiências) e os cuidados relacionados a cada uma delas, pro-
curaremos identificar algumas características que poderão ser 
comuns a elas; tentaremos, sobretudo, orientá-lo sobre como 
direcionar um programa de ensino às necessidades educacionais 
desses indivíduos, para que eles descubram e desenvolvam seu 
máximo potencial no âmbito da Educação Física Escolar.
Na sequência, a Unidade 3 apresentará algumas metodolo-
gias e estratégias voltadas ao processo de ensino e aprendizagem 
de pessoas com deficiências, e você entrará em contato com algu-
mas dessas deficiências para saber mais sobre o processo de in-
clusão dessas pessoas (tutoria, ensino colaborativo e consultoria). 
Na Unidade 3, discutiremos a importância de se empregar 
algumas adaptações curriculares e pedagógicas nos programas de 
ensino. 
São exemplos de adaptações: modificações quanto a instru-
ções, materiais e equipamentos, espaço físico e regras.
Essa unidade tratará, ainda, dos vários tipos de conteúdos e 
manifestações da cultura corporal do movimento e de que forma 
eles poderão ser vivenciados por pessoas com deficiências. Além 
de adequar os conteúdos “convencionais” da Educação Física às 
necessidades educacionais de pessoas com deficiências, serão 
apresentados alguns conteúdos “adaptados” às suas necessidades 
educacionais específicas, tais como dança em cadeira de rodas, jo-
gos e esportes adaptados, entre outros exemplos.
No Quadro 1 a seguir, apresentamos os objetivos e conteú-
dos correspondentes a cada uma das unidades que você encontra-
rá neste Caderno de Referência de Conteúdo.
13
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Quadro 1 Objetivos e conteúdos correspondentes a cada uma das 
Unidades
UNIDADES OBJETIVOS CONTEÚDOS
UNIDADE 1
Educação Física na 
perspectiva da Edu-
cação Inclusiva
Essa unidade visa introduzir 
alguns conceitos básicos para 
compreensão da Educação 
Especial e da Educação Física 
Adaptada a pessoas com defi-
ciências.
1) Conhecer as diferentes for-
mas de tratamento dispen-
sado às pessoas com defi-
ciência ao longo da história 
da humanidade;
2) Compreender e identificar 
os principais paradigmas 
sociais e educacionais rela-
cionados à Educação Inclu-
siva;
3) Diferenciar os termos e as-
similar os principais con-
ceitos ligados à Educação 
Especial e à Educação Física 
Adaptada.
1) A deficiênciano decor-
rer do tempo: perspectiva 
histórica, conceitos e termi-
nologias;
2) Principais paradigmas soci-
ais e educacionais: do mod-
elo médico ao modelo edu-
cacional; do princípio da 
igualdade à diversidade; da 
exclusão social ao processo 
de inclusão.
3) Educação Física na perspec-
tiva da Educação Inclusiva: 
interfaces entre Educação 
Especial e Educação Física 
Adaptada; aspectos históri-
cos; documentos legais; 
conceitos básicos.
© Educação Física Especial e Adaptada14
UNIDADES OBJETIVOS CONTEÚDOS
UNIDADE 2
Estudo das 
deficiências
Essa unidade visa levá-lo a co-
nhecer um pouco mais sobre 
a condição de seu aluno com 
deficiência.
1) Identificar os principais ti-
pos de deficiência e com-
preender as características 
relacionadas à condição de 
cada uma delas;
2) Reconhecer as possibili-
dades e o potencial de pes-
soas com deficiências no 
âmbito da Educação Física;
3) Identificar as necessidades 
educacionais especiais de 
pessoas com deficiências 
nas aulas de Educação Físi-
ca.
Estudo das deficiências: inci-
dência, terminologia, concei-
tos básicos e diagnóstico.
1) Deficiência visual: conceito; 
classificação e avaliação; 
aspectos funcionais do 
órgão da visão; principais 
etiologias; características 
da pessoa com deficiência 
visual; cuidados especiais 
e implicações pedagógicas; 
noções de orientação e mo-
bilidade.
2) Deficiência auditiva: con-
ceito; classificação e aval-
iação; aspectos funcionais 
do órgão da audição; princi-
pais etiologias; característi-
cas da pessoa com deficiên-
cia auditiva; sintomas da 
deficiência auditiva; cuida-
dos especiais e implicações 
pedagógicas; noções de 
comunicação com a pessoa 
surda.
3) Deficiência intelectual: 
conceito (comportamento 
adaptativo); classificação e 
avaliação; principais etiolo-
gias; características da pes-
soa com deficiência intelec-
tual; cuidados especiais e 
implicações pedagógicas; 
Síndrome de Down.
4) Deficiência motora: con-
ceito; tipos de deficiências 
motoras; alterações funcio-
nais; principais etiologias; 
classificação e avaliação; 
características da pessoa 
com deficiência motora; 
cuidados especiais e impli-
cações pedagógicas.
15
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
UNIDADES OBJETIVOS CONTEÚDOS
UNIDADE 3
Procedimentos 
pedagógicos 
e conteúdos 
adaptados
Essa unidade visa familiarizá-
-lo com métodos e estraté-
gias relacionados ao processo 
de ensino-aprendizagem de 
pessoas com deficiência no 
contexto da Educação Física, 
assim como apresentá-lo aos 
conteúdos próprios da Edu-
cação Física voltados a esse 
público.
1) Conhecer e aplicar os pro-
cedimentos pedagógicos 
adequados às necessidades 
educacionais de pessoas 
com deficiências;
2) Criar adaptações e meios 
para desenvolver os con-
teúdos convencionais da 
Educação Física às necessi-
dades educacionais de pes-
soas com deficiências;
3) Conhecer e desenvolver 
conteúdos físicos, esporti-
vos e recreativos adaptados 
às pessoas com deficiên-
cias;
4) Incentivar a participação de 
pessoas com deficiências 
em atividades físicas, es-
portivas e recreativas diver-
sificadas.
Procedimentos pedagógicos 
e conteúdos adaptados às ne-
cessidades especiais de pes-
soas com deficiências.
1) Estratégias de inclusão: tu-
toria, ensino colaborativo, 
consultoria;
2) Adaptações curriculares e 
pedagógicas: modificações 
quanto à orientação e in-
strução; quanto aos equipa-
mentos e materiais; quanto 
ao espaço físico; quanto às 
regras;
3) Conteúdos e manifestações 
da cultura corporal do mov-
imento aplicados às necess-
idades especiais de pessoas 
com deficiências.
Os temas apresentados no quadro anterior serão abordados 
neste CRC sob as três dimensões de conteúdo: conceitual, procedi-
mental e atitudinal. Dessa forma, esperamos que você seja capaz 
de refletir sobre “o sentir”, “o pensar” e “o agir” sobre os tópicos 
apresentados, estabelecendo uma relação de interdependência 
entre eles.
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
© Educação Física Especial e Adaptada16
conhecimento dos temas tratados neste Caderno de Referência de 
Conteúdo. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Educação Especial: tradicionalmente se configurou 
como um sistema paralelo e segregado de ensino, vol-
tado para o atendimento especializado de indivíduos 
com deficiências, distúrbios graves de aprendizagem e/
ou de comportamento e altas habilidades. Contudo, a 
partir das últimas décadas, em função de novas deman-
das e expectativas sociais, a Educação Especial está em 
processo de ressignificação de seu papel, para abranger, 
além do atendimento especializado direto, o apoio às 
escolas regulares, constituindo-se em um sistema de su-
porte permanente e efetivo à escola, para que ela possa 
promover a aprendizagem dos alunos com deficiências 
ou outras características peculiares de desenvolvimen-
to. Em outras palavras, a Educação Especial não deve ser 
mais concebida como um sistema educacional especia-
lizado à parte, mas, sim, como um conjunto de metodo-
logias, recursos e conhecimentos (materiais, pedagógi-
cos e humanos) que a escola comum deverá dispor para 
atender à diversidade de seu alunado (GLAT; PLETSH; 
FONTES, 2007).
2) Educação Física Adaptada: área do conhecimento que 
compreende intervenções e investigações relacionadas 
ao campo da Educação Física em seus diversos conteú-
dos e manifestações culturais. É voltada a pessoas com 
necessidades educacionais especiais em diferentes fases 
de seu desenvolvimento e em contextos sociais distintos. 
Seu papel é oferecer oportunidades para que indivíduos 
nas mais diferentes condições possam se envolver e par-
ticipar de atividades físicas, esportivas e de lazer, seja 
com finalidades terapêuticas, recreativas, educacionais 
ou competitivas. Em outros países pode ser designada 
como “Atividade Física Adaptada” ou “Atividade Motora 
Adaptada” e aparecer como um tipo de serviço/suporte 
conhecido como “Atendimento Educacional Especiali-
zado”, ou estar configurada como uma subdisciplina ou 
componente curricular da Educação Física como área de 
formação profissional.
17
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
3) Educação Inclusiva: o termo surgiu no início da década 
de 1990. Segundo a Unesco (1994), o princípio básico da 
Educação Inclusiva é que todos os alunos, independen-
temente de suas condições socioeconômicas, raciais, 
culturais ou de desenvolvimento, sejam acolhidos nas 
escolas regulares, as quais devem se adaptar para aten-
der às suas necessidades, pois constituem-se no meio 
mais capaz para combater as atitudes discriminatórias. 
“Educação inclusiva” significa pensar uma escola em que 
é possível o acesso e a permanência de todos os alunos 
e onde os mecanismos de seleção e discriminação até 
então utilizados são substituídos por procedimentos de 
identificação e remoção das barreiras para a aprendiza-
gem. Cabe enfatizar que a educação inclusiva não con-
siste apenas em matricular o aluno com deficiência em 
uma escola ou turma regular como um espaço de con-
vivência para desenvolver sua “socialização”. A inclusão 
escolar só é significativa se proporcionar o ingresso e a 
permanência do aluno na escola com aproveitamento 
acadêmico, e isso só ocorrerá a partir da atenção às suas 
peculiaridades de aprendizagem e desenvolvimento 
(GLAT; PLETSH; FONTES, 2007).
4) Empowerment: embora alguns autores traduzam o ter-
mo como “empoderamento”, preferimos manter a gra-
fia original. O significado dessa expressão representa o 
processo pelo qual uma pessoa ou um grupo de pesso-
as emprega seu poder pessoal inerente à sua condição 
para fazer escolhas e tomar decisões, assumindo, assim, 
o controle de sua vida (SASSAKI, 1999).
5) Modelo médico de deficiência: a Educação Especial 
constituiu-se, originalmente,a partir de um modelo mé-
dico ou clínico. Embora essa abordagem seja, atualmen-
te, bastante criticada, é preciso resgatar e reconhecer 
que os médicos foram os primeiros a despertar para a 
necessidade de escolarização de indivíduos com defici-
ência que estavam internados em sanatórios e hospitais 
psiquiátricos, sem distinção de patologia ou de idade, 
principalmente no caso da deficiência intelectual. Sob 
esse enfoque, o olhar médico tinha precedência: a defi-
© Educação Física Especial e Adaptada18
ciência era entendida como uma doença crônica, e todo 
o atendimento prestado a esse público, mesmo quando 
envolvia a área educacional, era considerado pelo viés 
terapêutico. A avaliação e identificação eram pautadas 
em exames médicos e psicológicos, com ênfase nos 
testes projetivos e de inteligência, e rígida classificação 
etiológica (GLAT; FERNANDES, 2005).
6) Pessoas com deficiências: dentre várias terminologias 
empregadas para se referir à pessoa com deficiência, 
atualmente, esse é o termo considerado “politicamen-
te correto”. A terminologia “pessoas com deficiências” 
refere-se a indivíduos que apresentam alterações de-
correntes da perda ou anormalidade de estrutura ou 
função psicológica, fisiológica ou anatômica, em caráter 
permanente. As incapacidades ou desvantagens decor-
rentes dessas alterações podem gerar demandas ou ne-
cessidades especiais para o desempenho de determina-
das tarefas.
7) Pessoas com necessidades especiais: de acordo com a 
Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da 
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), as necessidades edu-
cacionais especiais compreendem indivíduos que apre-
sentam deficiências, transtornos globais do desenvolvi-
mento e altas habilidades/superdotação. Glat, Pletsh e 
Fontes (2007) ressaltam que o conceito de “necessidade 
educacional especial”, por sua vez, está intimamente re-
lacionado à interação do aluno com os conteúdos e a 
proposta educativa com a qual ele se depara no cotidia-
no escolar. Assim, dois alunos com o mesmo tipo e grau 
de deficiência podem requisitar diferentes adaptações 
de recursos didáticos e metodológicos; da mesma for-
ma, um aluno que não tenha qualquer deficiência, pode, 
sob determinadas circunstâncias, apresentar dificulda-
des para aprendizagem escolar formal que demandem 
apoio especializado. Portanto, o termo “necessidade 
educacional especial” não pode ser entendido como si-
nônimo de deficiência.
19
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Esquema dos Conceitos-chave
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 2), um Es-
quema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteú-
do. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de 
conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício 
é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignifican-
do as informações a partir de suas próprias percepções.
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en-
tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de 
ensino.
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em 
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co-
nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-
dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza-
gem.
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem.
Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
© Educação Física Especial e Adaptada20
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados.
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas 
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com 
o que já faz parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do 
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 10 out. 2011).
Curso: Licenciatura em Educação Física 
Coordenador do curso: Prof. Ms. Engels Câmara 
Disciplina: Educação Física Especial e Adaptada 
Autora: Profa. Dra. Mey de Abreu Van Munster 
Editoração: Simone Rodrigues De Oliveira 
Formatação: Dandara Louise Vieira Matavelli 
Preparação: Paulo Sposati Ortiz 
CRC 
Revisão: Talita Cristina Bartolomeu 

Figura 2 Esquema dos Conceitos-chave da disciplina Educação Física Especial e Adaptada
Como pode observar, esse Esquema oferece 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível
entre os principais conceitos desta disciplina e descobrir o 
caminho para construir o seu processo de ensino
Por exemplo, o conceito de “educação inclusiva”
conhecer o tratamento dispensado à pessoa com deficiência
(paradigmas sociais) ao longo dos diferentes momentos 
históricos; da mesma forma, é importante reconhecer as 
necessidades educacionais especiais desse público
identificar as adaptações necessárias a cada uma delas
relação a cada um dos conteúdos curriculares da 
Logo, sem o domínio conceitual desse processo explicitado pelo 
 
 
 
 
chave da disciplina Educação Física Especial e Adaptada. 
oferece a você, como 
uma visão geral dos conceitos mais 
será possível transitar 
a disciplina e descobrir o 
ensino-aprendizagem. 
educação inclusiva” implica 
pessoa com deficiência 
ao longo dos diferentes momentos 
históricos; da mesma forma, é importante reconhecer as 
público, para poder 
necessárias a cada uma delas, em 
 Educação Física. 
em o domínio conceitual desse processo explicitado pelo 
Figura 2 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Educação 
Física Especial e Adaptada. 
Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre 
21
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu 
processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, o conceito de 
“educação inclusiva” implica conhecer o tratamento dispensado 
à pessoa com deficiência (paradigmas sociais) ao longo dos dife-
rentes momentos históricos; da mesma forma, é importante reco-
nhecer as necessidades educacionais especiais desse público, para 
poder identificar as adaptações necessárias a cada uma delas, em 
relação a cada um dos conteúdos curriculares da Educação Física. 
Logo, sem o domínio conceitual desse processo explicitado pelo 
Esquema, pode-se ter uma visão confusa do tratamento da temáti-
ca do ensino de Educação FísicaEspecial e Adaptada proposto pela 
autora deste CRC.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento.
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem 
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do ensino de Educação Física Especial 
e Adaptada pode ser uma forma de você avaliar o seu conheci-
mento. Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao 
assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, 
que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada 
de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida 
para a sua prática profissional.
© Educação Física Especial e Adaptada22
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con-
ceitual faz parte de uma boa formação intelectual.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, 
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É 
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e 
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem 
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se 
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a 
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, 
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno do Cursos de Graduação na modalidade 
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. 
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor 
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades 
nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
23
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu-
ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau-
las.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, M. A. (Org.). Das margens ao centro: perspectivas para as políticas e práticas 
educacionais no contexto da educação especial inclusiva. Araraquara: Junqueira & Marin, 
2010. p. 401-406.
BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva 
da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
GLAT, R.; FERNANDES, E. M. Da Educação segregada à Educação Inclusiva: uma breve 
reflexão sobre os paradigmas educacionais no contexto da educação especial brasileira. 
Revista Inclusão, Brasília, v. 1, n. 1, p. 35-39, 2005.
GLAT, R.; PLETSCH, M. D.; FONTES, R. S. Educação Inclusiva e educação especial: propostas 
que se complementam no contexto da escola aberta à diversidade. Revista Educação, v. 
32, n. 2, p. 343-356, 2007. 
NABEIRO, M. O colega tutor nas aulas de educação física inclusiva. In: MENDES, E. G.; 
PEDRINELLI, V. J.; VERENGUER, R. C. G. Educação física adaptada: introdução ao universo 
das possibilidades. In: GORGATTI, M. G.; COSTA, R. F. (Org.). Atividade física adaptada: 
qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 2. ed. Barueri: Manole, 
2008. p. 1-27.
© Educação Física Especial e Adaptada24
SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 3. ed. Rio de Janeiro: 
WVA, 1999.
UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas 
especiais. Brasília: CORDE, 1994.
1
EA
D
Educação Física
na Perspectiva da
Educação Inclusiva
1. OBJETIVOS
• Conhecer as diferentes formas de tratamento dispensado 
às pessoas com deficiência ao longo da história da huma-
nidade.
• Compreender e identificar os principais paradigmas so-
ciais e educacionais relacionados à Educação Inclusiva.
• Diferenciar os termos e assimilar os principais conceitos 
ligados à Educação Especial e à Educação Física Adaptada.
2. CONTEÚDOS
• A deficiência no decorrer do tempo: perspectiva histórica, 
conceitos e terminologias.
• Principais paradigmas sociais e educacionais: do modelo 
médico ao modelo educacional; do princípio da igualdade 
à diversidade; da exclusão social ao processo de inclusão.
© Educação Física Especial e Adaptada26
• Educação Física na perspectiva da Educação Inclusiva: in-
terfaces entre Educação Especial e Educação Física Adap-
tada; aspectos históricos; documentos legais; conceitos 
básicos.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli-
citados no Glossário de Conceitos e suas ligações pelo 
Esquema dos Conceitos-chave para o estudo de todas 
as unidades deste Caderno de Referência de Conteúdo 
(CRC). Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu de-
sempenho.
2) Procure encontrar reportagens na internet referentes a 
situações envolvendo a inclusão de pessoas com defici-
ências no Ensino Regular. Procure relacionar esses casos 
às leituras que serão realizadas nesta primeira unidade. 
Caso encontre algo interessante, compartilhe tal infor-
mação com seus colegas de curso, uma vez que você é 
protagonista do processo educativo.
3) Leia os livros indicados na bibliografia para que você am-
plie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material 
didático e discuta a unidade com seus colegas e tutor.
4) A seguir, apresentamos uma sugestão de vídeo acerca 
do nosso tema de estudo.
• 300. EUA, 2007. Direção: Zack Snyder. Baseado nos 
quadrinhos de Frank Miller, o filme narra a Batalha 
das Termópilas (Grécia, século 5), na qual os guerrei-
ros espartanos, liderados pelo Rei Leônidas (Gerard 
Butler), enfrentam o Rei Xerxes (Rodrigo Santoro), lí-
der do império Persa. 
27
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Ao longo do tempo, em todas as culturas, é possível obser-
var mudanças no tratamento destinado às pessoas com deficiên-
cia, o que caracteriza diferentes fases no que se refere às práticas 
sociais. 
Gradativamente, pessoas que apresentavam condições atí-
picas e eram submetidas à exclusão social passaram a ser enca-
minhadas a instituiçõesonde, mediante a segregação, poderiam 
receber atendimento especializado. A prática da integração social 
desenvolveu-se paulatinamente, e recentemente vem se instalan-
do um processo de inclusão social cuja filosofia se volta à modifi-
cação dos sistemas sociais gerais.
Nesta unidade, voltaremos nossos olhares para a Educação 
Inclusiva, buscando compreender os principais conceitos e esta-
belecendo relações com o campo de estudo da Educação Física 
Adaptada, dedicada a pessoas com deficiências.
5. PERSPECTIVA HISTÓRICA DA DEFICIÊNCIA
Ainda hoje não é raro que nos deparemos com a desinfor-
mação e nos surpreendamos com situações de preconceito e dis-
criminação que assolam as pessoas com deficiências. Para tentar 
compreender o desprezo e o assistencialismo que rodeiam e mar-
ginalizam esses indivíduos, é necessário analisar a origem de todo 
o processo, cujos desdobramentos continuam até o tempo pre-
sente.
O tratamento destinado às pessoas com deficiência varia 
conforme as diferentes culturas e transforma-se de uma época 
para outra. Todavia, segundo Silva (1987), pode-se observar, basi-
camente, dois tipos de atitudes em relação às pessoas com defici-
ências ao longo do tempo: uma postura de aceitação, tolerância, 
apoio e assimilação, contrapondo-se a uma atitude de eliminação, 
menosprezo ou destruição.
© Educação Física Especial e Adaptada28
Nas culturas antigas , quando predominava o estilo de vida 
nômade, as pessoas com deficiência, consideradas incapazes de 
assegurar a própria sobrevivência por meio da caça e da pesca, 
poderiam colocar em risco a segurança de toda a tribo, face aos 
perigos da época. Essas pessoas eram geralmente abandonadas à 
própria sorte, condenadas à morte por inanição ou submetidas ao 
ataque de animais ferozes .
Em Esparta, os ideais atléticos e clássicos que serviam de 
base à organização sociocultural da época legitimavam a elimina-
ção e o abandono de crianças com deficiências físicas ou mentais, 
consideradas “criaturas subumanas” (PESSOTTI, 1984).
No início do filme 300, você pode assistir à cena de um bebê sen-
do sacrificado (ao ser lançado em um abismo). Esse é um retrato 
fiel do destino de qualquer criança que nascesse prematura com 
baixo peso, ou que apresentasse alguma imperfeição física. Se-
gundo a cultura espartana, a eliminação de corpos supostamente 
frágeis seria uma forma de aprimorar seu povo e constituir homens 
fortes, saudáveis e aptos à guerra. 
Por influência do cristianismo, a partir do século 6, a ênfase 
nos ensinamentos religiosos fez que os indivíduos com deficiências 
passassem a ser considerados “filhos de Deus”, sendo a responsa-
bilidade por sua deficiência atribuída à divindade; essa “aparente” 
aceitação passa a ser marcada, então, pela tolerância e caridade.
Da Antiguidade a diferentes períodos históricos, estendeu-se 
a concepção supersticiosa de que a deficiência ou qualquer tipo de 
deformação corporal estivesse associada a “um sinal de desarmo-
nia” ou “obra dos maus espíritos”, frequentemente simbolizando 
“impureza” ou “pecado” (CARMO, 1991, p. 22). Em determinadas 
civilizações, ainda ocorre a prática da amputação de segmentos 
corporais como mecanismo de punição e estigmatização.
Ainda na Idade Média, os indivíduos que apresentavam des-
vios de conduta, problemas psiquiátricos ou deficiência mental ti-
nham pouca chance de sobrevivência, pois seu comportamento 
29
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva
era associado à presença de espíritos malignos, possessões demo-
níacas e bruxaria.
Durante o período renascentista (final do século 14 até final 
do século 16), começam a surgir os primeiros avanços no campo da 
Ciência e da Educação, os quais paulatinamente conduziram a uma 
mudança nos valores associados à questão da deficiência. A carac-
terística humanista fundamental desse período, o qual buscava o 
reconhecimento do valor do homem e da humanidade, associada 
ao naturalismo, com o renovado interesse pela pesquisa direta na 
natureza, trouxe grandes avanços no campo da Reabilitação Física, 
e, a partir daí, estudos e experiências nessa área foram realizados 
com relativo êxito (CARMO, 1991).
Ainda de acordo com Carmo (1991), outro fator a ser consi-
derado um indicador da mudança de mentalidade em relação às 
pessoas com deficiência se baseia no fato de grandes personali-
dades, destacadas em diferentes épocas e locais, apresentarem 
algum tipo de deficiência.
Precursores da Educação Especial ––––––––––––––––––––––
No início do século 19, o médico Jean Marc Itard (1774-1838) desenvolveu as 
primeiras tentativas de educar uma criança de doze anos de idade, chamado 
Vitor, mais conhecido como o “Selvagem de Aveyron”, que havia recebido o diag-
nóstico de idiotia. Na ocasião, “idiotia”, “cretinismo” e “imbecilidade” eram termos 
empregados pelos médicos para descrever o comportamento de pessoas que 
apresentavam deficiências ou distúrbios mentais. Acreditando que a inteligência 
de seu aluno era educável, Itard foi reconhecido como o primeiro estudioso a 
usar métodos sistematizados para o ensino de pessoas com deficiências.
Outro importante representante dessa época foi o também médico Edward Se-
guin (1812-1880), que deu continuidade às idéias de Itard. Além de se preocupar 
com os estudos teóricos sobre o conceito de idiotia e o desenvolvimento de um 
método educacional, Seguin também se dedicou ao desenvolvimento de servi-
ços. Em 1837 fundou uma escola para idiotas, tendo sido o primeiro presidente 
da organização, que é conhecida na atualidade como Associação Americana so-
bre Retardamento Mental (AAMR).
Maria Montessori (1870-1956) foi uma importante educadora que contribuiu so-
bremaneira para o avanço da educação especial. Também influenciada por Itard, 
desenvolveu um programa de treinamento para crianças com deficiência inte-
lectual, baseado no uso sistemático e manipulação de objetos concretos. Suas 
técnicas foram difundidas em vários países da Europa e da Ásia. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© Educação Física Especial e Adaptada30
As metodologias desenvolvidas por esses três estudiosos, 
durante quase todo o século 19, foram empregadas para ensinar 
às pessoas com deficiências que estavam em instituições. Todas as 
tentativas descritas se pautavam no modelo médico de deficiência 
(veja Glossário de Conceitos), que era entendida como um déficit 
a ser superado. 
No século 18, surgem as primeiras instituições que passaram 
a abrigar pessoas com deficiências. Ao mesmo tempo em que tais 
abrigos garantiam moradia e alimentação, escondiam e isolavam 
o “incômodo” e o “inútil”, condenando a pessoa com deficiência à 
marginalização e segregação (PESSOTTI, 1984).
No Brasil, as primeiras instituições que acolhiam pesso-
as com deficiência surgiram durante o governo do Imperador D. 
Pedro II, e, em 1854, foi criado o Imperial Instituto dos Meninos 
Cegos (atualmente conhecido como Instituto Benjamin Constant) 
e, em 1957, o Imperial Instituto de Surdos Mudos (hoje Instituto 
Nacional de Educação para Surdos), ambos no Rio de Janeiro. Já as 
pessoas com deficiências intelectuais, até então confundidas com 
pessoas com distúrbios mentais, permaneciam internadas em sa-
natórios e hospitais psiquiátricos; apenas em 1945 foi fundada a 
Sociedade Pestalozzi do Brasil, e, em 1954, teve origem a Associa-
ção de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), voltada ao atendi-
mento de pessoas com essas características.
No panorama mundial, a década de 1950 foi marcada por 
discussões sobre os objetivos e a qualidade dos serviços educa-
cionais especiais. Enquanto isso, no Brasil, acontecia uma rápida 
expansão das classes e escolas especiais nas escolas públicas, bem 
como a de escolas especiais comunitárias privadas sem fins lucra-
tivos. 
O número de estabelecimentos de Ensino Especial aumen-
tou entre 1950 e 1959, sendo a maioria deles público e em escolas 
regulares. Nessa época, podemos dizer que houve uma expansão31
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© U1 - Educação Física na Perspectiva da Educação Inclusiva
de instituições privadas de caráter filantrópico sem fins lucrativos, 
isentando, assim, o governo da obrigatoriedade de oferecer aten-
dimento aos deficientes na rede pública de ensino.
Foi a partir dos anos 1950, mais especificamente em 1957, 
que o atendimento educacional aos indivíduos que apresentavam 
deficiência foi assumido explicitamente pelo governo federal em 
âmbito nacional, com a criação de campanhas voltadas especifica-
mente para esse fim (MIRANDA, 2004).
Também a atividade física e o esporte adaptado começam 
a despontar em meados do século 20, após as grandes guerras. 
Por ocasião do retorno de oficiais militares feridos e mutilados em 
decorrência dessas guerras, surgem, nos hospitais, as primeiras 
iniciativas voltadas à prática esportiva, como parte do tratamento 
de reabilitação. Apenas muitas décadas depois, a atividade física e 
o esporte adaptado afirmam-se, também, como elementos-chave 
no processo de inclusão social e educacional de pessoas com de-
ficiências.
Ao final desse mesmo século, começam a surgir iniciativas 
políticas demonstrando preocupação com os direitos e deveres 
das pessoas com deficiência, conforme será apresentado no próxi-
mo tópico desta unidade.
6. PARADIGMAS SOCIAIS E EDUCACIONAIS
Você já deve ter ouvido falar em integração e inclusão so-
cial, não é mesmo? Mas será que você saberia apontar algumas di-
ferenças entre essas práticas sociais? Embora, muitas vezes, esses 
termos sejam empregados como sinônimos, você perceberá, du-
rante o estudo desta unidade, que existem diferenças importantes 
entre tais paradigmas sociais.
Conforme o tópico anterior desta unidade, pudemos iden-
tificar, numa perspectiva histórica, os diferentes olhares, por dife-
rentes culturas, em relação às pessoas com deficiências, caracteri-
zando diferentes fases no que se refere às práticas sociais.
© Educação Física Especial e Adaptada32
Inicialmente, as pessoas que apresentavam condições atí-
picas eram simplesmente abandonadas, afastadas do convívio da 
sociedade ou mesmo exterminadas, típico de uma situação de ex-
clusão social. Posteriormente, elas passaram a ser encaminhadas 
a instituições onde, mediante segregação, poderiam receber aten-
dimento especializado. Paulatinamente, desenvolveu-se a prática 
da integração social e, recentemente, instalou-se um processo de 
inclusão social cuja filosofia se volta à modificação dos sistemas 
sociais gerais.
Conforme aponta Sassaki (1999), essas fases não ocorreram 
ao mesmo tempo para todos os segmentos populacionais. Atu-
almente, enquanto grupos sociais mais vulneráveis ainda sofrem 
exclusão e segregação, é possível identificar indícios nos quais a in-
tegração começa a ceder espaço à inclusão. Infelizmente, exclusão 
e segregação não são atos do passado; ao contrário, ainda hoje es-
tão presentes em muitas situações que envolvem as pessoas com 
deficiências.
Durante as últimas décadas, predominaram práticas sociais 
pré-inclusivistas orientadas por um modelo médico de deficiência, 
visando à integração social de pessoas em tal condição. Segundo 
esse modelo, a deficiência é encarada como um “problema” do 
indivíduo, cabendo exclusivamente a ele a responsabilidade por 
seu tratamento e reabilitação, no sentido de potencializar suas 
capacidades e habilidades, a fim de adaptar-se às exigências da 
sociedade.
Na perspectiva da integração, a inserção da pessoa nos siste-
mas sociais é baseada no princípio da normalização, o qual pressu-
põe que o indivíduo possui o direito de experienciar um estilo de 
vida que seria comum à sua própria cultura (MENDES, 1994). Em 
vez de normalizar os serviços e ambientes visando ao atendimento 
das necessidades das pessoas com deficiência, passou-se a impor 
um padrão de vida voltado à igualdade de condições, no qual o 
foco recai sobre a deficiência, entendida como um “déficit” a ser 
superado.
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No modelo integrativo, a sociedade, praticamente de “bra-
ços cruzados”, aceita receber pessoas com deficiência desde que 
sejam capazes de: 
1) moldar-se aos requisitos dos serviços especiais;
2) acompanhar os procedimentos tradicionais;
3) contornar os obstáculos existentes no meio físico;
4) lidar com atitudes discriminatórias resultantes de este-
reótipos, preconceitos e estigmas;
5) desempenhar papéis sociais individualmente e com au-
tonomia, mas não necessariamente com independência 
(SASSAKI, 1999).
Recentemente, as práticas sociais inclusivas têm se baseado 
em um modelo social da deficiência no qual se preconiza um mo-
vimento bilateral entre sociedade e pessoas nessa condição, visan-
do a um desafio comum: a inclusão social. Pautado em princípios 
como autonomia, independência e empowerment (veja Glossário 
de Conceitos), o paradigma da inclusão enfatiza a equiparação de 
oportunidades.
A inclusão social pode ser compreendida, então, como um:
Processo bilateral no qual as pessoas excluídas e a sociedade bus-
cam, em parceria, efetivar a equiparação de oportunidades para 
todos, construindo uma sociedade democrática na qual todos 
conquistam a sua cidadania, prevalecendo o respeito à diversida-
de, aceitação e reconhecimento político das diferenças (MENDES, 
2006, n. p.).
A responsabilidade pela inclusão deixa de ser exclusivamen-
te da pessoa com deficiência e passa a ser compartilhada com a 
sociedade, promovendo uma mudança de mentalidade em todos 
os níveis e sistemas. A inclusão repousa em princípios como: acei-
tação das diferenças individuais, valorização de cada pessoa, con-
vivência dentro da diversidade humana e aprendizagem por meio 
da cooperação.
Outra diferença significativa entre essas duas práticas sociais 
é que, enquanto a integração preconizava o ideário de uma supos-
© Educação Física Especial e Adaptada34
ta igualdade, partindo de uma pretensa homogeneidade, a inclu-
são reconhece a diversidade e propõe-se a aceitar as diferenças 
entre as pessoas, independentemente de suas condições.
Surgem, então, várias manifestações em defesa da diferença, 
pois, só a partir do reconhecimento e da valorização da diversida-
de, é possível caminhar em direção a uma sociedade mais humana 
e inclusiva. Veja algumas citações de autores que corroboram com 
essas ideias: 
“É preciso re-significar a diferença, e para tanto há que se desad-
jetivar o substantivo diferença: ser diferente não é ser melhor ou 
pior; a diferença simplesmente é” (AMARAL, 1995, n. p.).
“Aceitar a idéia de caleidoscópio, é aceitar a idéia de que todos são 
importantes e significativos, e quanto maior a diversidade, mais 
complexa e rica será a situação” (CARVALHO, 1999, n. p.).
“É na diferença e na desigualdade que devem repousar as bases de 
nossas ações, e, seguramente, a primeira delas é não querer igualar 
o desigual” (CARMO, 2002, p. 12).
No esquema da Figura 1, você encontrará uma síntese das 
principais ideias que diferenciam “integração” e “inclusão”.
Curso: Licenciatura em Educação Física 
Coordenador do curso: Prof. Ms. Engels Câmara
Disciplina: Educação Física Especial e Adaptada
Autora: Profa. Dra. Mey de Abreu Van Munster
Formatação: Simone Rodrigues 
Preparação: Paulo Sposati Ortiz 
Revisão: Talita Cristina Bartolomeu 
UNIDADE 1 

“Aceitar a idéia de caleidoscópio, é aceitar a idéia 
são importantes e significativos, e quanto maior a diversidade, 
mais complexa e rica será a situação” (CARVALHO, 1999, n. p.).
“É na diferença e na desigualdade que devem repousar as bases 
de nossas ações, e, seguramente, a primeira delas é não querer 
igualar o desigual” (CARMO, 2002, p. 12). 
No esquema da Figura 1, você encontrará uma síntese das 
principais ideias que diferenciam “integração” e 
 
Figura 1 Diferença entre Integração e Inclusão 
Em meados da década de 1990, no Brasil, começaram as 
discussões em torno do novo modelo de atendimento escolar 
denominado inclusãoescolar. Esse novo paradigma surge como 
uma reação contrária ao processo de integração, e sua 
Prof. Ms. Engels Câmara 
Disciplina: Educação Física Especial e Adaptada 
. Mey de Abreu Van Munster 
é aceitar a idéia de que todos 
importantes e significativos, e quanto maior a diversidade, 
mais complexa e rica será a situação” (CARVALHO, 1999, n. p.). 
“É na diferença e na desigualdade que devem repousar as bases 
de nossas ações, e, seguramente, a primeira delas é não querer 
No esquema da Figura 1, você encontrará uma síntese das 
e “inclusão”. 
 
90, no Brasil, começaram as 
o novo modelo de atendimento escolar 
. Esse novo paradigma surge como 
uma reação contrária ao processo de integração, e sua 
Figura 1 Diferença entre Integração e Inclusão
Em meados da década de 1990, no Brasil, começaram as 
discussões em torno do novo modelo de atendimento escolar 
denominado inclusão escolar. Esse novo paradigma surge como 
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uma reação contrária ao processo de integração, e sua efetivação 
prática tem gerado muitas controvérsias e discussões (MIRANDA, 
2004).
Embora, atualmente, as políticas educacionais sejam orien-
tadas pela ótica da inclusão, é importante reconhecer que muitas 
pessoas com deficiências ainda permanecem em modelos de en-
sino segregacionistas e integracionistas; além disso, existem casos 
mais extremos, como aqueles em que a pessoa com deficiência 
ainda não possui acesso à educação.
No próximo tópico, analisaremos alguns documentos legais 
que têm sido a base para o direito à educação de pessoas com 
deficiências no Brasil e discutiremos como a Educação Física Adap-
tada tem se organizado diante dessa demanda.
7. EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA NA PERSPECTIVA 
DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Conforme pudemos perceber no tópico anterior, a inclusão 
não é algo recente; todavia, embora esse processo tenha origem 
na década de 1990, ele ainda é novidade no cotidiano escolar.
Vejamos, agora, como os documentos legais têm respaldado 
o acesso à educação, mais especificamente às práticas de Educa-
ção Física Escolar, e a permanência de pessoas com deficiências na 
escola.
A Constituição Federal, em seu Artigo 208 (BRASIL, 1988), 
estabelece a integração escolar como preceito constitucional, pre-
conizando o atendimento a indivíduos que apresentam deficiência 
preferencialmente na rede regular de ensino.
No intuito de reforçar a obrigação do país em prover a edu-
cação, é publicada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
– LDB (9.394/1996). Essa lei representa alguns avanços significati-
vos na Educação; dentre eles, podemos citar a extensão da oferta 
© Educação Física Especial e Adaptada36
da Educação Especial na faixa etária de zero a seis anos, a ideia 
de melhoria da qualidade dos serviços educacionais para os alu-
nos e a necessidade de o professor estar preparado, com recursos 
adequados, de forma a compreender e atender à diversidade de 
alunos.
O Capítulo V dessa lei trata, especificamente, da Educação 
Especial (Artigo 58 e seguintes), recomendando que a educação de 
pessoas com deficiências deve ser oferecida, preferencialmente, 
na rede regular de ensino, devendo ser respaldadas por “serviços 
de apoio” e “atendimento especializado”. 
Esses serviços são oferecidos aos alunos com deficiência no 
horário oposto ao das aulas, visando complementar a formação 
educacional, reduzindo e eliminando barreiras impostas pela de-
ficiência às exigências do processo de escolarização, por meio de 
conteúdos específicos a cada tipo de deficiência.
Por atendimento educacional especializado entende-se um 
conjunto de recursos educacionais e estratégias de apoio coloca-
dos à disposição dos alunos com deficiência, proporcionando-lhes 
diferentes alternativas de atendimento, de acordo com as necessi-
dades de cada um. Esse atendimento é uma forma de garantir que 
sejam reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno 
com deficiência (BRASIL, 2004).
Entre outras, são consideradas matérias do atendimento 
educacional especializado: 
1) Língua Brasileira de Sinais (Libras);
2) interpretação de Libras;
3) ensino de Língua Portuguesa para surdos;
4) sistema Braille;
5) orientação e mobilidade;
6) utilização do soroban (ábaco) 
7) as ajudas técnicas, incluindo informática adaptada;
8) mobilidade e comunicação alternativa/aumentativa;
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9) tecnologias assistivas;
10) informática educativa;
11) Educação Física Adaptada;
12) enriquecimento e aprofundamento do repertório de co-
nhecimentos;
13) atividades da vida autônoma e social.
Além das aplicações apresentadas na introdução desta uni-
dade, perceba que a Educação Física Adaptada é considerada, 
também, um tipo de atendimento educacional especializado. No 
entanto, é interessante considerar que os serviços especializados e 
o atendimento das necessidades específicas dos alunos garantidos 
pela lei, na prática, ainda deixam a desejar.
Além da carência de recursos pedagógicos e da fragilidade 
da formação dos professores para lidar com esse público, a litera-
tura evidencia que, no cotidiano da escola, os alunos com necessi-
dades educacionais especiais inseridos nas salas de aula regulares 
vivem uma experiência escolar precária, ficando, quase sempre, à 
margem dos acontecimentos e das atividades em classe, porque 
pouca atenção é dedicada às suas necessidades especiais (MIRAN-
DA, 2004).
As pessoas com deficiências podem enfrentar, ainda, outras 
dificuldades para ter acesso à educação regular. No caso de pesso-
as com comprometimento motor ou que possuem dificuldade de 
locomoção (usuários de muletas, andadores ou cadeiras de rodas), 
nem sempre as instalações físicas da escola são acessíveis, tendo 
em vista que a presença de escadas, corredores, portas estreitas e 
a ausência de rampas, elevadores ou adaptações especificadas por 
lei constituem obstáculos para o acesso e circulação, denominados 
barreiras arquitetônicas. Tais obstáculos impedem e/ou dificultam 
o acesso e a permanência de pessoas com deficiências nos dife-
rentes espaços e ambientes da escola.
Outra situação a ser enfrentada é a de que, na visão do sen-
so comum, a manifestação de um determinado tipo de deficiên-
© Educação Física Especial e Adaptada38
cia continua sendo vista como um “fardo” ou como “a pior coisa 
que poderia acontecer” a alguém. Essa exacerbação da deficiência 
como déficit, incapacidade ou desvantagem tem acentuado aquilo 
que se pode denominar de barreiras sociais ou atitudinais. Dis-
cretas e quase sempre invisíveis, essas barreiras se aproveitam da 
desinformação e do desconhecimento, fortalecem-se com o pre-
conceito e relegam a pessoa com deficiência a uma condição de 
marginalidade e segregação do convívio social (VAN MUNSTER in 
SCHWARTZ, 2004).
Tais barreiras se evidenciam em atitudes projetadas a partir 
da sociedade em direção à pessoa com deficiência, ou partem da 
própria pessoa com deficiência em relação a si mesma e/ou à so-
ciedade.
São exemplos de barreiras atitudinais: 
1) não conceder uma chance;
2) sentir receio de se aproximar;
3) sentir vergonha de estar por perto;
4) desistir antes de tentar;
5) negar ou não aproveitar as oportunidades;
6) ridicularizar ou zombar do desempenho do outro;
7) sentir pena ou autopiedade.
Conhecendo a perspectiva histórica da deficiência, torna-se 
fácil compreender a origem de tantos tabus e preconceitos que 
permeiam a realidade da pessoa com deficiência, inclusive no am-
biente escolar. O desafio é superar essas dificuldades e fazer que 
as conquistas legais sejam cumpridas.
Precisamos encontrar um meio de garantir que essas con-
quistas, expressas nas leis, realmente possam ser efetivadas na 
prática do cotidiano escolar, no sentido de garantir a democratiza-
ção do ensino, permitindo o acesso, a permanência e o sucesso de 
todos os alunos do Ensino Especial naescola.
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Segundo Miranda (2004), trabalhar com classes heterogêne-
as que acolhem todas as diferenças trazem inúmeros benefícios 
ao desenvolvimento das crianças que apresentam ou não defici-
ências, na medida em que elas têm a oportunidade de vivenciar a 
importância do valor da troca e da cooperação nas interações hu-
manas. Portanto, para que as diferenças sejam respeitadas e para 
que se aprenda a conviver com a diversidade, é necessária uma 
nova concepção de escola, de aluno, de ensinar e de aprender.
O Quadro 1 apresenta algumas vantagens em participar de 
um processo de Educação Inclusiva, destacando de que forma os 
estudantes que apresentam ou não deficiências se beneficiam 
nessa relação.
Quadro 1 Vantagens em participar de um processo de Educação 
Inclusiva.
ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA ESTUDANTES SEM DEFICIÊNCIA
Aprendem a apreciar a diversidade 
humana.
Aprendem a apreciar a diversidade 
humana.
Adquirem experiência direta com a 
variedade das capacidades humanas.
Reconhecem que o medo e o preconceito 
emperram a cooperação e a tolerância 
social.
Demonstram crescente interesse 
e responsabilidade no trabalho 
cooperativo. Dominam o conteúdo 
acadêmico em contextos mais realistas.
Adquirem senso de responsabilidade 
social e assumem atitudes politicamente 
corretas em diversos níveis, não apenas 
em relação à deficiência.
Tornam-se mais independentes, 
entendem e advogam que são diferentes, 
mas não inferiores.
Tornam-se mais maduros e conscientes. 
Desenvolvem atitudes e princípios 
morais coerentes.
Tornam-se ativistas e sabem reivindicar 
seus direitos; reconhecem os direitos 
humanos de outras minorias.
Assumem papéis sociais inspirados 
nos direitos humanos; reconhecem 
conspirações preconceituosas do dia a 
dia.
Fonte: adaptado de MAUERBERG-DECASTRO (2005).
A efetivação de uma prática educacional inclusiva não será 
garantida por meio de leis, decretos ou portarias que obriguem as 
escolas regulares a aceitarem os alunos com necessidades espe-
ciais; em outras palavras, apenas a presença física do aluno com 
© Educação Física Especial e Adaptada40
deficiência na classe regular não é garantia de inclusão. O proces-
so educacional só será considerado verdadeiramente inclusivo à 
medida que todos os envolvidos nele estiverem dispostos a pen-
sar, sentir e agir sobre as diferenças. Conforme afirma Pedrinelli 
(2002):
Participar de um processo inclusivo é estar predisposto, sobretudo, 
a considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibi-
lidade de aprender sobre si mesmo e sobre cada um dos outros em 
uma situação de diversidade de idéias, sentimentos e ações.
Na condição de futuro professor de Educação Física, você 
também deve estar comprometido com o processo de Educação 
Inclusiva. Assim, para tornar suas aulas motivantes e acessíveis 
às pessoas com deficiências, é imprescindível que você conheça 
as características e necessidades especiais dessa população. Esse 
será o assunto da nossa próxima unidade.
8. TEXTO COMPLEMENTAR 
Para complementar o conteúdo desta unidade, recomen-
damos a leitura do artigo de Miranda (2004), intitulado História, 
deficiência e Educação Especial. Para sua comodidade e melhor 
compreensão, o resumo do artigo foi transcrito a seguir. Se possí-
vel, faça a leitura do artigo na íntegra, disponível no site indicado 
nas E-referências.
História, deficiência e Educação Especial ––––––––––––––––
Neste artigo, é apresentado um rastreamento histórico da Educação Especial, 
procurando resgatar os diferentes momentos vivenciados e objetivando compre-
ender os fatos que influenciaram, na prática do cotidiano escolar, as conquistas 
alcançadas pelas pessoas que apresentam necessidades educacionais espe-
ciais.
Desde a Antiguidade, com a eliminação física ou o abandono, passando pela 
prática caritativa da Idade Média, o que era uma forma de exclusão, ou na Idade 
Moderna, em que o humanismo, ao exaltar o valor do homem, tinha uma visão 
patológica da pessoa que apresentava deficiência, o que trazia como conse-
quência sua separação e menosprezo da sociedade, podemos constatar que a 
maneira pela qual as diversas formações sociais lidaram com a pessoa que apre-
sentava deficiência reflete a estrutura econômica, social e política do momento.
Durante grande parte da história da humanidade, o deficiente foi vítima de se-
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gregação, pois a ênfase era na sua incapacidade, na anormalidade. Na década 
de 1970 surgiu o movimento da integração, com o conceito de “normalização” 
expressando que ao deficiente devem ser dadas condições muito semelhantes 
às oferecidas na sociedade em que ele vive. Em meados da década de 1990, 
no Brasil, começaram as discussões em torno do novo modelo de atendimento 
escolar, denominado inclusão escolar. Esse novo paradigma surge como uma 
reação contrária ao princípio de integração, e sua efetivação prática tem gerado 
muitas controvérsias e discussões (MIRANDA, 2004).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar 
as questões a seguir, que tratam da temática desenvolvida nesta 
unidade. Procure realizar uma síntese das principais ideias e esta-
belecer as relações necessárias para a compreensão dos concei-
tos básicos relacionados à Educação Especial e à Educação Física 
Adaptada a pessoas com deficiências.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em 
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos e sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que você 
faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Educação a 
Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma coope-
rativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas descobertas 
com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu 
desempenho no estudo desta unidade:
1) Com suas palavras, comente de que forma foi tratada a deficiência em al-
guns momentos históricos e como ela é abordada na atualidade. 
2) Quais são as principais dificuldades (ou barreiras) enfrentadas por pessoas 
com deficiências na atualidade?
3) O que é Educação Inclusiva?
4) O que é e quais são os atendimentos educacionais especializados assegura-
dos pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB)?
© Educação Física Especial e Adaptada42
5) O que é Educação Física Adaptada? De que forma ela pode colaborar para a 
inclusão de pessoas com deficiências na escola?
10. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, você conheceu como a deficiência era trata-
da em alguns momentos históricos e como é abordada hoje e de 
que maneira o processo de educação de pessoas com necessida-
des especiais vem sendo influenciado pelos diferentes paradigmas 
sociais e educacionais.
Você pôde compreender, ainda, o que é Educação Física 
Adaptada e qual o papel dessa área do conhecimento frente ao 
processo de inclusão de pessoas com deficiências no contexto es-
colar.
Na próxima unidade, você terá oportunidade de estudar os 
principais tipos de deficiências, as características e os cuidados re-
lacionados às necessidades especiais de cada uma delas.
11. E-REFERÊNCIA
Site pesquisado
MIRANDA, A. A. B. História, deficiência e educação especial. Revista HISTEDBR On-line, 
p. 1-7, 2004. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/revis/revis15/
art1_15.pdf>. Acesso em 11 jan. 2012.
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, L. A. Conhecendo a deficiência: em companhia de Hércules. São Paulo: Robe, 
1995.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, n. 248, 
23 dez. 1996. Seção I, p. 27833.
______. Constituição da República Federativa do

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