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Elisandra e Ingrid- Manifestações patologicas em fachadas cerâmicas

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS 
MISSÕES 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO 
CÂMPUS DE ERECHIM 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DE COMPUTAÇÃO 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
ELISANDRA RIQUETTI 
INGRID PERONDI COSTA 
 
 
 
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTO CERÂMICOS DE 
FACHADAS 
 
 
 
 
 
 
 
 ERECHIM 
2020 
 
RESUMO 
A construção civil se encontra em constante evolução, com o desenvolvimento de novos 
processos construtivos, materiais e técnicas. Neste contexto, o uso de revestimento 
cerâmico em fachadas de edifícios brasileiros está cada vez mais comum, pois valoriza 
esteticamente a edificação, auxiliando na estanqueidade à água, durabilidade e isolamento 
acústico, se bem executado. Levando em consideração que o material é utilizado em 
ambientes externos, há uma grande exposição à agentes químicos e climáticos, que podem 
vir a degradar a estrutura, além de falta de projeto, planejamento e qualificação de 
funcionários para a execução, responsáveis pelo surgimento de manifestações patológicas, 
como destacamento, eflorescência, trincas, fissuras e gretamento, que além de reduzir a 
vida útil, acabam por gerarem custos de manutenção e reparos para a empresa, insatisfação 
dos usuários, problemas estéticos, funcionais e fator de risco para pedestres e carros que 
circulam próximos ao edifício. Esse estudo, busca apresentar os principais defeitos em 
fachadas de revestimento cerâmico, a partir de revisão bibliográfica de livros, periódicos, 
artigos científicos, banco de monografias, dissertações e teses de portais universitários, 
ressaltando os pontos abordados pelos autores pertinentes ao assunto em questão. 
 
Palavras-chave: revestimento cerâmico, manifestação patológica, destacamento, 
eflorescência, trincas, fissuras,gretamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O uso de revestimento cerâmico em fachadas de edifícios brasileiros está cada vez 
mais comum, pois acaba valorizando esteticamente a edificação. Mas a exposição a agentes 
químicos e climáticos é determinante para o surgimento de manifestações patológicas nestes 
revestimentos. 
Os revestimentos cerâmicos podem ser submetidos ao surgimento de patologias 
prejudiciais na aparência da placa cerâmica quanto ao seu uso e funcionamento 
(MACHADO, 2018). De acordo Antunes (2010) as manifestações patológicas em 
revestimentos de fachadas não são causadas por apenas um fator, podem ser uma junção de 
efeitos até que se manifeste um dano maior. Segundo estudos de Delazeri (2018), como 
mostra a figura 01, o descolamento, fissuração, manchamento, desplacamento e eflorescência 
são as manifestações patológicas presentes em fachadas cerâmicas. 
 
Figura 01: Ocorrência de patologias em edifícios na cidade de Porto Alegre/RS: 
Ocorrência de patologias em edifícios na cidade de Porto Alegre/RS 
 
Fonte: Delazeri (2018) 
 
A figura 01 apresenta o descolamento como principal manifestação patológica 
presente em fachadas cerâmicas, com um percentual de acontecimentos em 39% dos casos, 
seguida de fissuração, manchamento, desplacamento e eflorescência, podendo ser causadas 
por designação errônea de produtos, falhas de execução, falta de manutenção, agentes 
deterioradores e intempéries. 
O aparecimento de patologias, além de reduzir a vida útil, exige manutenções que 
geram custos para a empresa, insatisfação do usuário, problemas estéticos, funcionais e fator 
de risco para pedestres e carros que circulam próximos ao edifício. Por isso este estudo 
apresentará uma breve revisão sobre as principais manifestações patológicas encontradas em 
revestimentos cerâmicos, para que seja possível elencar os motivos de danos na obra, 
prevenindo o aparecimento e quando necessário, realizar os tratamentos de forma eficiente 
para evitar retrabalho. 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 2.1 Destacamento de Placas 
O destacamento é a falha ou ruptura que ocorre na interface dos materiais cerâmicos 
com a camada de fixação, ou seja, perda de aderência das placas cerâmicas, substrato ou 
argamassa colante quando expostas a altas tensões que ultrapassem a capacidade de aderência 
entre as ligações (ROSCOE, 2008). 
Para Reis (2013), as principais causas de descolamento cerâmico nas fachadas são a 
ausência de garras de fixação (tardoz liso), variações climáticas, movimentos de acomodação 
do edifício, erros da mão de obra na preparação da argamassa e más escolhas de 
equipamentos, materiais e técnicas. Pacheco et al., (2017) destacam ainda que o sistema falha 
com maior facilidade em placas de cor escura do que nas de coloração clara, pois quanto mais 
intensa a cor, maior será o coeficiente de absorção térmica, ocasionando aumento na 
concentração de calor, além de causar mais fadiga na estrutura em decorrência da dilatação 
térmica. 
De acordo com Anjos (2016) o destacamento não é necessariamente a queda das 
placas cerâmicas, mas o desprendimento, observado pelo estufamento da camada de 
acabamento. Os vestígios perceptíveis desse defeito é o som cavo (oco) quando a placa é 
percutida (forçada) ou afastamento da camada de acabamento. De acordo com Pavon (2017), 
a termografia infravermelha identifica essa patologia através do ar presente na peça, que gera 
uma temperatura diferente no local que tem defeito, fazendo com que o aparelho registre 
diferentes cores entre as regiões apresentam ou não anomalias. 
Medeiros e Sabbatini (1999 apud SOUZA, 2019) destacam a necessidade de realizar 
testes de resistência de aderência nas placas, pois o destacamento de placas é uma patologia 
crítica pela probabilidade de provocar acidentes, principalmente com a queda de placas 
cerâmicas de grandes alturas, além do alto custo de recuperação. Pacheco et al., (2017) 
completam que as inspeções que quantifiquem e qualifiquem as fachadas devem ser 
realizadas periodicamente, com a elaboração de um relatório que servirá como guia para as 
avaliações posteriores, mesmo que ainda não exista normativas que orientem os profissionais 
nas vistorias. A Figura 02 apresenta a fachada de um edifício que apresenta destacamento. 
 
Figura 02: Destacamento de placas cerâmicas em fachadas 
 
Fonte: Santos (2018) 
A figura 02 mostra um prédio com vários pontos onde ocorreram o descolamento das 
placas cerâmicas, que trouxeram prejuízos estéticos, estruturais e insegurança aos usuários, 
podendo ser causadas por incidência solar direta, dilatação térmica, erros de execução ou de 
dosagem. 
Mansur et al., (2012) analisaram manifestações patológicas em edifícios entre os anos 
de 1998 e 2005, apontando quais as principais causas de defeitos funcionais de som cavo, 
estufamento e destacamento cerâmico. A Tabela 01 mostra um resumo dos principais fatores 
associados ao destacamento cerâmico nas obras avaliadas, relacionados às propriedades da 
cerâmica, falhas de assentamento, falhas de projeto, erros de escolha e dosagem argamassa e 
problemas nas camadas de base. 
 
Tabela 01: Principais fatores associados à presença de som cavo, estufamento e 
destacamento de placas cerâmicas nos edifícios avaliados. 
Fatores Associados de 
patologias 
Nº de 
Ocorrências 
Fatores 
Associados de 
patologias 
Nº de 
Ocorrências 
Fatores 
Associados 
de 
patologias 
Nºde 
Ocorrências 
C
e
r
â
m
ic
a
 
Expansão por 
umidade 
acima do 
limite de 
0,6mm/m 
18 edifícios 
e 25 
cerâmicas 
(em 69 
avaliadas) 
Engole 18 edifícios 
e 32 tipos de 
cerâmica 
avaliados 
(de 72 
cerâmicas) 
Curvatura 1 edifício 
F
a
lh
a
 d
e 
A
ss
e
n
ta
m
e
n
to
 
Ausência de 
esmagamento 
completo dos 
cordões de 
argamassa 
colante 
42 edifícios Ausência de 
preenchimento 
das reentrâncias 
no tardoz 
6 edifícios 
(em 6 
edifícios) 
Tempo em 
aberto 
excedido 
42 edifícios 
F
a
lh
a
 d
e 
P
r
o
je
to
 
Ausência de 
juntas de 
movimentação 
43 edifícios Ausência dejuntas de 
dessolidarização 
em transição 
entre diferentes 
materiais 
44 edifícios Ausência de 
juntas de 
dessolidação 
em quinas 
44 edifícios 
Ausência de 
estudos das 
regiões de 
concentração 
de tensão 
44 edifícios 
A
r
g
a
m
a
ss
a
 Falta de 
especificação 
adequada do 
produto 
40 edifícios Formulação 
inadequada 
1 edifício 
P
r
o
b
le
m
a
s 
n
a
s 
c
a
m
a
d
a
s 
d
e 
b
a
se
 
Presença de 
película 
superficial não 
coesa e 
fissuras na 
argamassa de 
emboço de 
base 
8 edifícios 
Fonte: Adaptado de Mansur et al. (2012) 
Observa-se na tabela 01 que maioria das obras apresentaram ausência de 
esmagamento completo dos cordões de argamassa colante, tempo em aberto excedido, 
ausência de juntas e de estudos prévios das regiões de concentradores de tensões e falta de 
especificação da argamassa utilizada. 
Groff (2011) e Delazeri (2018) realizaram estudos individuais, em tempos distintos, 
sobre as patologias cerâmicas em fachadas de edifícios em Porto Alegre/RS e obtiveram 
resultados muitos similares quanto aos tipos de danos presentes na edificação, como mostra 
a tabela 02 e a figura 03. 
 
Tabela 02: Estudo de Groff- ocorrência de patologias em edifícios na cidade de Porto 
Alegre/RS. 
 
Nome da Patologia Nº de Ocorrências Frequência (%) 
Deslocamento 107 52,70 
Fissuras no rejunte 42 20,70 
Falta de material de rejuntamento 34 16,70 
Infiltração pelo rejunte 8 3,94 
Quebra de Placa Cerâmica 7 3,45 
Eflorescência através das juntas 2 0,99 
Gretamento 2 0,99 
Manchamento de placas cerâmicas 1 0,49 
Total 203 100,00 
Fonte: Adaptado de Groff (2011) 
 
Figura 03: Estudo de Delazeri- ocorrência de patologias em edifícios na cidade de 
Porto Alegre/RS. 
 
Fonte: Delazeri (2018) 
Analisando os dados apresentados na tabela 02 e figura 03, nota-se que ambos autores 
consideram o descolamento como principal patologia em fachadas cerâmicas, seguida de 
fissuração, no qual Groff (2011) quantifica um percentual de 52,70% de destacamento nas 
obras e Delazeri (2018) aponta o mesmo dano em 39% dos edifícios. Além disso, Delazeri 
(2018), analisou que os danos ocorreram principalmente nos pavimentos superiores, 
considerando os três últimos pavimentos da edificação (figura 04). 
 
 
 Figura 4: Distribuição de ocorrências de manifestações patológicas por altura 
 
Fonte: Delazeri (2018) 
Observa-se na figura 04 que superiores tem o maior índice de danos (43%), seguido 
dos pavimentos intermediários que apresentam 36% de defeitos, sendo o segundo mais 
atingido e os inferiores, são os menos danificados (20%). 
Por meio de análises aos estudos citados, constata-se, portanto, que a principal 
manifestação patológica presente nas edificações com fachadas cerâmicas é o descolamento. 
A fissuração, é o segundo maior defeito presente, seguida de manchamento, desplacamento 
e eflorescência, ocorrendo principalmente nos pavimentos superiores, podendo ser causado 
por tempo em aberto excedido, ausência de juntas, falta de estudos prévios e falta de 
especificação da argamassa utilizada. 
 
2.2 Eflorescência 
 
As eflorescências ocorrem pela presença de depósitos salinos na superfície dos 
revestimentos, alvenarias, concretos ou argamassas, sendo resultante da exposição à 
infiltrações ou intempéries. (RIBEIRO et al., 2018). Este tipo de patologia se origina no 
assentamento das placas cerâmicas sobre argamassas produzidas sem condições técnicas 
adequadas, podendo ser pela escolha de material de baixa qualidade. O uso de rejuntes 
incapazes de impedir a percolação de água carregada de produtos salinos é outro fator que 
provoca este tipo de manifestação (VIEIRA, 2019). 
Para Uemoto (1988 apud Santos, 2018) a eflorescência é um fenômeno cujos danos 
são notadamente de ordem estética, é causada por três fatores, sendo eles o teor de sais 
solúveis presentes nos materiais ou componentes, a presença de água e a diferença de pressão 
para propiciar a migração da solução para a superfície. Todas estas três condições devem 
existir e se uma delas for eliminada não irá ocorrer o fenômeno. 
A eflorescência pode ocasionar consequências apenas estéticas, alterando a aparência 
do elemento tornando-o esbranquiçado onde os sais se depositam ou também consequências 
agressivas, quando os sais constituintes chegam a causar a degradação profunda do material, 
como observado na figura 05 (SOUZA, 2008 apud Santos, 2018). 
 
Figura 05: Eflorescência de placas cerâmicas em fachadas 
 
Fonte: Delazeri (2018) 
Na figura 05, observa-se a ocorrência de eflorescência na edificação, no qual ela está 
alterando as características estéticas da fachada, devendo ser corrigida rapidamente, de 
maneira eficiente, para prevenir que ocorra a degradação. Algumas precauções podem ser 
tomadas a fim de evitar este dano, como por exemplo, a redução do consumo de cimento 
Portland na argamassa de emboço ou fazer o uso de cimento com baixo teor de álcalis; 
empregar o uso de placas cerâmicas de boa qualidade que sejam queimadas em altas 
temperaturas eliminando assim os sais solúveis de sua composição e sua umidade residual; 
Garantir o tempo necessário para que todas as camadas anteriores à execução do revestimento 
estejam secas (CAMPANTE e BAÍA, 2003). 
 Moreira (2016) analisou edifícios com mais de 5 pavimentos contendo revestimento 
cerâmico. Para analisar as patologias presentes foram separados o prédio em 5 regiões 
(platibanda/ topo; ressaltos e saliências; paredes contínuas; cantos e extremidades; sacadas); 
também foi feita a classificação da cor do revestimento de acordo com os coeficientes de 
absorção de radiação solar. A figura 06 apresenta em qual região tem maior predominância 
de eflorescência. 
 
 
 
 
Figura 06: Porcentagem de ocorrência de eflorescência por região de fachada. 
 
Fonte: Moreira (2016) 
 Analisando a figura 06, conclui-se que 52,48% dos edifícios estudados possuem 
eflorescência no topo e na platibanda. A eflorescência também está presente nas paredes 
continuas, sacadas, ressaltos e saliências, cantos e extremidades, porém com menor 
recorrência. 
 Lopes et al., (2018) realizaram um estudo de caso em edifícios residenciais de Recife-
PE, analisando o aparecimento de manifestações patológicas em suas fachadas relacionados 
à trincas e fissuras, presença de umidade, corrosão e revestimento de pintura (tabela 03). 
Tabela 03: Distribuição das manifestações patológicas devido à presença de umidade 
Manifestação Patológica % 
Nenhuma 6 
Água visível 0 
Manchas de Umidade 18 
Eflorescência 84 
Fungos 24 
Estufamento 4 
Fonte: Adaptado de Lopes (2018) 
De acordo com a tabela 03, a eflorescência foi a manifestação mais recorrente 
encontrada nestes edifícios devido a presença de umidade, por estarem localizados em zona 
litorânea são afetados pelas condições climáticas da área analisada. 
Ribeiro et al., (2018) analisaram edifícios com presença de eflorescência a fim de 
determinar quais os tipos de sais presentes nessas edificações. Amostras de sais solúveis 
foram coletadas nas alvenarias de residências de diferentes alturas onde havia presença da 
manifestação patológica, após a coleta foram levadas para analise laboratorial. Como 
resultado obtiveram que os maiores teores de sais presentes nas amostras foram o de sódio e 
cloretos. 
Mediante analise dos estudos de casos citados identifica-se que a eflorescência tem 
ocorrência maior em áreas litorâneas, devido a umidade e o sódio presente nessas regiões. A 
principal região onde ocorre o surgimento desta manifestação patológica é na platibanda ou 
no topo da edificação. 
2.2 Trincas, Fissuras e Gretamento 
As trincas, fissuras e gretamento são patologias presentes nas fachadas cerâmicas que 
podem ocorrer por perda da integridade da superfície da placa, provocando defeitos estéticos 
ou destacamento. Segundo Thomaz (1989 apud Figueiredo Jr, 2017), as trincas e fissurasdevem ser analisadas com atenção quando presentes em uma estrutura, pois comprometem a 
estanqueidade à água, durabilidade e isolamento acústico, além de indicar problemas 
estruturais e gerar constrangimento psicológico aos usuários da edificação. 
De acordo com Luz (2004) e a NBR 9575 (2010) as trincas são aberturas com 
espessura maiores que 0,5 mm e menores que 1 mm na placa cerâmica. Já as fissuras, são 
rachaduras com espessura menor que 0,5 mm e maiores que 0,05 mm (figura 07). Os autores 
Barros e Sabbatini (2001) definem o gretamento como aberturas inferiores a 1mm, presentes 
na superfície esmaltada da cerâmica (figura 08). 
Figura 07: Fissuras e Trincas 
Fonte: Luz (2004) e Delazeri (2018) 
Figura 08: Gretamento 
 
Fonte: Mansur et al. (2012) 
Observando as figuras 07 e 08 é possível notar a diferença entre cada tipo de fenda 
citado, em questões de espessura e profundidade, no qual as fissuras, apresentam aberturas 
menores que as trincas e ambas causam a quebra da cerâmica, já o gretamento ocasionou 
fendas apenas camada esmaltada. 
Campante e Baia (2003) afirmam que as principais causas da ocorrência dessas 
manifestações patológicas estão relacionadas com a dilatação térmica e retração das placas 
cerâmicas, deformações estruturais excessivas na alvenaria, ausência de detalhes 
construtivos, como vergas, contravergas, pingadeiras e junta de movimentação e utilização 
de argamassa de fixação dosada em obra ao invés de argamassa colante, que geram tensões 
internas que ultrapassam o limite da placa, causando fendas ou acarretar uma diferença entre 
os coeficientes de expansão térmica do esmalte e do corpo da placa, causando gretamento na 
camada de esmalte. 
Segundo estudos de Delazeri (2018), as fendas são predominantes no topo, nas 
aberturas e extremidades dos edifícios, em decorrência das tensões concentradas nos vértices 
das esquadrias, ocasionado pela ausência dos elementos construtivos, como vergas e 
contravergas, tensões concentradas, umedecimento durante chuvas e por movimentações 
diferenciais, ocasionadas pelo efeito da temperatura, como mostra as figuras 09, 10 e 11. 
Figura 09: Gráficos de Incidência de manifestações no topo 
 
Fonte: Delazeri (2018) 
No topo da edificação, conforme mostra a figura 09, ocorrem manifestações 
patológicas pelo defeito das diferentes temperaturas, fazendo com que as fachadas 
apresentem manchamento (31,4%), fissuras (30,8%), seguidos de desplacamentos (22,7%) e 
descolamentos (12,4%). 
 
 
Figura 10: Gráfico de Incidência de manifestações nas aberturas 
Fonte: Delazeri (2018) 
Na região das aberturas, conforme exibido na figura 10, destaca-se a ocorrência de 
fissuração (55,90%), em função da ausência de vergas, contravergas, peitoris e lacrimais, 
gerando tensões concentradas nas esquadrias e facilitando as infiltrações de água. 
Figura 11: Gráfico de Incidência de manifestações nas extremidades
 
Fonte: Delazeri (2018) 
Os cantos e extremidades são as regiões mais afetadas pela fissuração (30,4%) e 
descolamentos (23,1%), devido aos cantos e extremidade de fachadas, os quais geram 
concentrando elevadas tensões, além de serem muito umedecidas durante as chuvas, como 
pode ser observado na figura 11. 
Observa-se nos estudos realizados que as fendas são mais evidentes no topo, 
extremidades e aberturas, em virtude dos concentradores de tensões, ausência de elementos 
construtivos, escolha errada de argamassa ou erros de dosagem e grandes dilatações térmicas. 
Ao fim da revisão bibliográfica, será apresentado a metodologia utilizada na realização deste 
estudo. 
3. METODOLOGIA 
 A revisão bibliográfica foi feita mediante leitura sistemática a partir de livros e 
periódicos presentes na biblioteca da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das 
Missões (URI - Erechim) e por artigos científicos encontrados nas bases de dados online do 
Google Acadêmico, Periódicos da Capes, banco de monografias, dissertações e teses de 
portais universitários, com fichamento de cada obra, ressaltando os pontos abordados pelos 
autores pertinentes ao assunto em questão. 
Tanto os artigos como os estudos relevantes, apresentaram os seguintes descritores 
de busca: patologia em fachadas cerâmicas, patologia em fachadas, manifestações 
patológicas cerâmicas em fachadas e eflorescência em revestimentos cerâmicos. A busca 
realizada nas bases de dados ocorreu no período de agosto de 2020 a novembro de 2020 e 
incluiu preferencialmente artigos publicados de 2015 a 2020. 
 Pode-se classificar esse estudo, do ponto de vista de sua natureza como estudo básico, 
uma vez que tem como objetivo gerar conhecimentos novos e de interesse universal.
4. CONCLUSÃO 
 De acordo com o observado na revisão bibliográfica, as principais patologias 
presentes em fachadas cerâmicas é o descolamento, fissuras, trincas, gretamento e 
eflorescência, sendo causadas por fatores ambientais, escolha inadequada de materiais, sem 
analise prévia, erros de dosagem e execução, ausência de juntas e elementos construtivos. 
 Desta forma, conclui-se que para minimizar as manifestações patológicas é 
necessário avaliar o clima da região, realizar projetos detalhados, com especificação dos 
produtos e forma de execução correta, além da realização de inspeções e manutenções 
preventivas conforme condições da edificação, fazendo o correto diagnóstico, para evitar 
custos indesejáveis em reparos. 
 
 
 
 
 
 
 
5. REFERÊNCIAS 
ANJOS, L. O. Identificação das Principais Patologias de Fachadas em Edifícios no 
Município de Alegrete/RS. 88 f. Trabalho de Conclusão de Curso- Curso de Engenharia 
Civil, Universidade Federal do Pampa. Alegrete-RS, 2016. 
ANTUNES, G. R. Estudo de Manifestações Patológicas em Revestimentos de Fachada 
em Brasília-Sistematização da Incidência de Casos. 199f. Dissertação de Mestrado em 
Estruturas e Construção Civil. Brasília-DF, 2010. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575: 
Impermeabilização – Seleção e Projeto. Rio de Janeiro-RJ, 2010. 
 
BARROS, M. M. S. B; SABBATINI, F. H. Produção de Revestimentos Cerâmicos para 
Paredes de Vedação em Alvenaria: Diretrizes Básicas. 35f. São Paulo-SP. 2001. 
CAMPANTE, E. F.; BAÍA, L. L. M. Projeto e Execução de Revestimento Cerâmico. São 
Paulo-SP: Editora O Nome da Rosa, 2003. 
DELAZERI, E. Z. Análise de Manifestações Patológicas em Fachadas com Revestimento 
Cerâmico em Porto Alegre: Estudo de Caso. 148f. Trabalho de Conclusão de Curso- Curso 
de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre-RS, 2018. 
 
FIGUEIREDO Jr, G. J. Patologias em Revestimentos de Fachadas – Diagnóstico, 
Prevenção e Causas. 92f. Dissertação de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade 
Federal de Minas Gerais. Minas Gerais, 2017. 
 
GROFF, C. Revestimentos em Fachadas: Análise das Manifestações Patológicas nos 
Empreendimentos de Construtora em Porto Alegre. 75f. Trabalho de Diplomação. 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre-RS. 2011. 
 
LOPES, M. A. M. et al. Análise de Manifestações Patológicas em Fachadas de Edifícios 
Residenciais da Avenida Boa Viagem, em Recife-PE. 5f. Congresso Técnico Científico da 
Engenharia e da Agronomia. Universidade de Pernambuco. 2018. 
 
LUZ, M. A. Manifestações Patológicas em Revestimentos Cerâmicos de Fachada em 
Três Estudos de Caso na Cidade de Balneário Camboriú. 172f. Dissertação de Pós-
Graduação-Curso de Arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal de Santa Catarina. 
Florianópolis-SC. 2004. 
 
MACHADO, P. I. L. Patologias em Revestimentos Cerâmicos. 76f. Trabalho de Conclusão 
de Curso- Curso de Engenharia Civil. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2018. 
 
MANSUR, A. A. P; NASCIMENTO, O. L; MANSUR, H. S. Mapeamento de Patologias 
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