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MICROBIOLOGIA MYCOBACTERIUM SPP. FAMÍLIA MYCOBACTERIACEAE Gênero com mais de 50 espécies Bacilos curtos (0,5 – 0,7m comp./ 0,3m larg.) Aeróbicos estritos Fracamente Gram (+) Parede celular rica em lipídios(ácidos micólicos e LAM) – tornando o microorg. resistente a desinfetantes,detergentes,antibióticos antibacterianos comuns e colorações tradicionais Imóveis ( não flagelados) Não formam esporos Não possuem toxinas Não capsulados Microog. intracelulares ( infectam e proliferam-se no interior de macrófagos alveolares ) Bacilos BAAR ( Capazes de reter fucsina básica pela parede celular, mesmo na presença de álcool e ácido) Bactérias álcool-ácido resistentes Encontradas nas múmias do Egito A Infecção primária é pulmonar A doença se dá principalmente pela resposta imunológica do hospedeiro á infecção. A disseminação para qualquer sítio do corpo ocorre mais comumente em pacientes imunocomprometidos * Bactérias BAAR positivas retêm fucsina, corando-se em vermelho, as que não retêm, BAAR negativas, coram-se em azul. REPRESENTANTES DAS MICOBACTÉRIAS MICOBACTÉRIAS DE CRESCIMENTO LENTO ▪ Mycobacterium tuberculosis ▪ Mycobacterium leprae MICOBACTÉRIAS DE CRESCIMENTO RÁPIDO ▪ Mycobacterium fortuitum ▪ Mycobacterium abscessos PRINCIPAIS GRUPOS PATOGÊNICOS → Mycobacterium leprae → Causadora da Hanseníase → Complexo Mycobacterium tuberculosis → Causadora da Tuberculose → Complexo MAIS (Mycobacterium avium , M. intracellulare , M. scrofulaceum) → Causadores de infecções oportunistas em pacientes com AIDS e imunocomprometidos) MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS OU BACILO DE KOCH → CRESCIMENTO LENTO: ▪ Tempo de geração de 24 h ▪ Cultura de confirmação em torno de 6-8 semanas ▪ Meio com elementos complexos (ovos integrais , biotina) → AERÓBIO OBRIGATÓRIO ▪ Lobo superior do pulmão → PARASITA INTRACELULAR DE MACRÓFAGOS PRINCIPAIS ESPÉCIES CAUSADORAS DE TUBERCULOSE COMPLEXO MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS ✓ M. tuberculosis ✓ M. bovis – causa Tuberculose zoonótica ( em Bovinos) * Transmissão para humanos : Se você ingerir uma carne, fígado de um animal com granuloma, ou leite de animal infectado que possui um granuloma cru. * Como evitar : Pasteurização ✓ M. africanum ( 1/3 casos TB oeste da África) ✓ M. canetti ✓ M. microti CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES → Parede celular com muitas camadas de peptideoglicano → Não apresentam membrana externa → Corantes do método Gram não são capazes de ultrapassar a barreira lipídica do Mycobacterium * Devido a essa densa camada lipídica que os corantes do Gram não conseguem corar a bactéria. → Bactérias Gram (–) apresentam cerca de 5-20% de lipídios em suas membranas → Micobactérias apresentam cerca de 60% de lipídios em suas membranas, principalmente na forma de ácidos micólicos. * Ácidos micólicos, principal lipídio representante da parede dessas bactérias. ESTRUTURA DA PAREDE CELULAR ✓ Glicolipídio, ác. micólico e arabinogalactano ✓ Lipoarabinomananos (LAM) ✓ Peptideoglicano → Contém o ácido N – glicolilmurâmico https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjq-t3Jvo3dAhVFE5AKHUgDDDIQjRx6BAgBEAU&url=https%3A%2F%2Fes.kisspng.com%2Fpng-mycobacterium-leprae-cell-wall-acid-fastness-pepti-1841670%2Fpreview.html&psig=AOvVaw14Y_ZFeYumfVrhHCT4iGrl&ust=1535468103712060 FATORES DE VIRULÊNCIA ▪ Ácidos micólicos ▪ (LAM) ▪ Enzima : Proteina kinase G (bloqueia a fusão fago-liso) ▪ Hábitos intracelulares do patógeno Início da transmissão através de partículas infectantes : Mycobacterium entra pelas vias aéreas respiratórias e partículas infectantes penetram nos alvéolos, onde são fagocitadas pelos macrófagos alveolares. Como o Mycobacterium quer destruir o macrófago ela libera proteína kinase G que bloqueia o antígeno 1 que faz a ligação do lisossomo e o fagossomo, evitando que ocorra a fusão do fagossomo com o lisossomo e portando, impedindo a ação das enzimas digestivas . Sendo assim, a bactéria se multiplica, causa necrose tecidual e passa a infectar outros macrófagos, disseminando o bacilo. Se o macrófago não faz a fusão, é por que a bactéria impediu a fusão do fagossomo com o lisossomo, permitindo que a bactéria continue viável, se multiplicando, levando a necrose do macrófago e infectando outros macrófagos. Isso irá levar a formação do granuloma. Dessa forma, pode-se dizer que sucesso do granuloma vai depender se vai ter mais macrófagos apoptóticos ou mais macrófagos necróticos. Se houver mais macrófagos necrosados, a carga bacilar é maior. Se tiver mais macrófagos apoptóticos, será bom pois irá seguir a mesma sequência de destruição do patógeno, começando pela degradação da célula, na qual a APC vai fagocita-la e apresenta-la, via MHC II aos linfócitos TCD4 e assim por diante. Se o macrófago conseguir fazer a fusão , ele vai destruir a bactéria e sofrer apoptose. A apoptose é vantajoso pois os pedaços do Mycobacterium junto com os pedaços do macrófago serão endocitados pelas células apresentadoras de antígeno (APC), as células dendríticas. E as células dendríticas vão apresentar , via MHC de classe II , aos linfócitos TCD4. Iniciando o desenvolvimento de uma resposta imune adaptativa (imunidade celular), necessária para debelar essa infecção. Diferentemente do Haemophilus e do Streptococcus que se resolve rapidamente , apenas com a imunidade inata, sem envolver a imunidade celular , que é um processo mais lento. Pra que serve a fusão ? O fagossomo , vesícula que sofre maturação para ser capaz de destruir o patógeno. Em virtude disso , ela se fusiona com o lisossomo, que libera enzimas digestivas para destruir o patógeno. Na apoptose, o macrófago começa a se autodestruir, e as células dendríticas vão fagocitar e via MHC II vão apresentar aos linfócitos TCD4, e a MHC I aos linfócitos TCD8. Os linfócitos TCD4 vão formar uma subpopulação de linfócitos Th1, que vão produzir a citocina interferon - (gama), citocina pró inflamatória que recruta mais macrófagos para o local da lesão, na tentativa de conter a infecção. Na necrose, no qual a bactéria impede a fusão do fagossomo com o lisossomo, e portanto causa a necrose do macrófago e infecta outros macrófagos , forma granuloma e dentro desse granuloma irá aumentar a carga bacilar. O granuloma , em si, é bom para evitar a disseminação da bactéria pelo organismo do individuo. → FORMAÇÃO DO GRANULOMA : ✓ Sua formação é uma tendência natural ✓ A progressão da doença depende da resposta dentro do granuloma ✓ Fatores individuais, genética ( deficiência em linfócito TCD4) Quando o granuloma consegue destruir toda essa carga bacilar, por apoptose, o que restará é um nódulo asséptico. Quando ele não consegue , a bactéria causa a necrose dos macrófagos, aumenta a carga bacilar dentro do granuloma, chegando ao ponto do granuloma morrer, e a bactéria passa para outros sítios do pulmão, formando outros granulomas. E a depender da imunidade do individuo, ele pode ter uma tuberculose extra-pulmonar. A patologia causada pelo Mycobacterium é mais uma causa da resposta imune celular do hospedeiro querendo conter a bactéria. As infecções micobacterianas geralmente são acompanhadas por hipersensibilidade tardia. PATOLOGIA NA MAIORIA DAS PESSOAS INFECTADAS , OS BACILOS INALADOS SÃO FAGOCITADOS POR MACRÓFAGOS ALVEOLARES E PODEM SER EL IM INADOS OU CRESCER NO INTER IOR DAS CÉLULAS , DESENVOLVENDO-SE PROGRESS IVAMENTE EM L ESÕES NODULARES DENOMINADAS, TUBÉRCULOS, QUE PODEM LOCALIZAR -SE EM QUALQUER ORGÃO OU TECIDO. PATOGÊNESE DA TUBERCULOSE Nos pacientes com Tuberculose ativa , o principal mecanismo de disseminação do microorg. para novos hospedeiros é através da tosse contendobacilos, que podem ser aspirados por outro individuo. Em 95% dos casos , Inicia-se , a fagocitose pelos macrófagos, os macrófagos sofrerão apoptose, vai chamar mais macrófagos , vai ter ativação dos linfócitos TCD4, TCD8, Th1 com produção de inferteron , recrutamento de mais macrófagos, formação de granuloma (lesão organizada – centro necrótico com macrófagos apoptóticos, macrófagos necrosados, células gigantes de Langhans “macrófagos fusionados” ) e suas camadas circundadas por TCD4,TCD8,linfócitos B, NK e uma cápsula de tec.conjuntivo para contenção. Após matar a bactéria, o granuloma se tornará calcificado. Já em 5% dos casos, você poderá ter a forma da tuberculose latente da bactéria, em que o sistema imune não foi capaz de destruir totalmente o patógeno, bem como a bactéria não cresceu, diminui seu metabolismo e carga bacilar, existindo ainda sim bactérias viáveis. Podendo ou não desenvolver a forma ativa da tuberculose. FATORES DE RISCO ✓ Individuos de baixo poder socioeconômico, com moradia precária, falta de saneamento básico e má nutrição ✓ Uso de drogas imunossupressoras ✓ Individuos com HIV * Fatores que podem ativar a tuberculose. DIAGNÓSTICO ➢ TESTES TB → Teste de pele Tuberculina ( PPD – Teste de Mantoux) – (48 a 72 h) – administração intradérmica de tuberculina * Teste PPD de hipersensibilidade tardia ( tipo 4 – única que é celular, células T, macrófagos) * Tipo 1 ( alergias - IgE), Tipo 2 e 3 ( IgM, IgG, complemento) * PPD ( derivados de proteína purificada) - são utilizadas como reagentes de testes de pele para medir exposição a M. tuberculosis. TESTE DE MANTOUX REAÇÃO FALSO-NEGATIVA : ❖ Imunossupressão ( infecção viral, desnutrição, drogas imunossupressoras) ❖ Teste realizado antes do surgimento da reação de hipersensibilidade ( apenas 4 a 10 semanas após infecção) ❖ Antígenos mal conservados REAÇÃO FALSO-POSITIVA : ❖ Podem resultar de infecção por micobactérias atípicas ( reação cruzada) ❖ Vacinação ➢ TESTES SANGUÍNEOS ( Quantiferon – IFN-g) ➢ RAIO – X TÓRAX ➢ MICROBIOLÓGICO → Esfregaço – coloração de Ziehl-Neelsen- Baciloscópia ( pesquisa de BAAR) → Cultura – inviável ( até 2 meses de crescimento) PREVENÇÃO ➢ Vacinação com BCG ( M. bovis atenuada) ➢ Boa alimentação e moradia ➢ Evitar ambientes aglomerados TRATAMENTO ✓ Terapia de curta duração : Múltiplos fármacos “DOTS” ( Isoniazida , rinfampicina, estambutal e pirazinamida) durante os 2 primeiros meses, seguido de uma combinação de isoniazida e rifampicina por pelo menos mais 4 meses.
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