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Alterações no sono do idoso

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TUTORIA 5 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
MECANISMO DE SONO E VIGÍLIA 
 
▪ As primeiras teorias sobre o sono defendiam que a 
parte superior do tronco cerebral (sistema ativador 
reticular) simplesmente fadigava durante o dia 
(vigília), e se tornava inativa (sono) – essa era 
definida como a teoria passiva do sono. 
 
▪ Porém, atualmente a teoria mais aceita é que o 
sono é resultado de um processo inibitório ativo. 
Estudos realizados detectaram que centros 
localizados abaixo da região médio-pontina do 
tronco cerebral parecem ser necessários para 
causar sono pela inibição de outras partes 
cerebrais. 
 
▪ Ainda não existe explicação definitiva para como 
esse ciclo de sono-vigília ocorre. Entretanto, existe 
uma sugestão de como isso acontece: 
 
o Quando o centro do sono não está ativado, os 
núcleos mesencefálico e reticular pontino 
superior ativador são liberados da sua inibição, 
assim os núcleos reticulares ativadores ficam 
espontaneamente ativos. Dessa forma, o 
córtex cerebral e o SNP ficam ativados e 
enviam feedback positivo para o núcleo 
reticular ativador para ativá-los ainda mais. O 
estado de vigília se inicia e é mantido por meio 
desse feedback positivo. 
 
o Após muitas horas de ativação, há uma 
fadigação até mesmo dos núcleos reticulares 
ativadores. Sendo assim, o feedback positivo 
vai declinando e os efeitos promotores do sono, 
dos centros do sono, passam a dominar e 
rapidamente há a transição da vigília para o 
sono. 
 
 
SONO E SUAS FASES 
▪ Por definição, o sono é um conjunto de alterações 
comportamentais e fisiológicas que ocorrem de 
 
 
forma conjunta e em associação com atividades 
elétricas cerebrais características, reversíveis à 
estimulação. 
 
▪ Queixas relacionadas ao ciclo do sono no serviço 
de saúde são comuns em idosos (cerca de 50%), 
ademais, são de grande influência na qualidade de 
vida não só do idoso, mas de seus familiares e 
cuidadores. 
 
▪ Dessa forma, quando o idoso se queixar deste 
problema deve-se fazer uma avaliação minuciosa 
em busca da possível causa. Em alguns casos a 
desregulação do sono pode estar associada a 
descompensação de DCNT ou gênese de diversas 
doenças físicas e neuropsiquiátricas, mas em sua 
normalidade o sono exerce papel importante na 
homeostasia e na regulação do organismo. 
 
▪ Quanto a epidemiologia, os principais grupos 
acometidos por transtornos de sono são: idosos, 
mulheres, pacientes portadores de comorbidades 
agudas ou crônicas e neuropsiquiátricas. Mais da 
metade dos idosos da comunidade com idade 
superior a 60 anos e 2/3 dos institucionalizados já 
fizeram queixa da dificuldade em dormir. 
 
▪ São duas fases de sono: REM -> Movimento 
rápidos dos olhos: 
o SINCRONIZADO (SONO NÃO REM): é 
compreendido como 75 a 80% do sono total. É 
subdividido em 3 fases: N1 (2 a 5%), N2 (45 a 
55%) e N3 (13 a 23%). 
 
o NÃO SINCRONIZADO (SONO REM): é 
compreendido como 20 a 25% do sono total. É 
caracterizado pela baixa amplitude e alta 
frequência dos potenciais cerebrais detectados 
no eletroencefalograma (EEG). É nesse 
momento que há uma atonia muscular, os 
sonhos aparecem e ocorrem os movimentos 
oculares rápidos. 
 
▪ Durante a noite vai ocorrendo um revezamento 
entre essas fases de sono (ciclo do sono). Este 
ciclo pode se repetir de 4 a 6 vezes. 
 
▪ Com o avançar da idade, essa arquitetura do sono 
vai sofrendo alterações. Alguns exemplos são: 
alterações do ritmo circadiano, da temperatura e 
hormonais, privação crônica do sono, uso de 
fármacos, patologias, redução da exposição a luz 
solar, diminuição da atividade física. 
 
Tutoria 5 
MÓDULO 1 
Objetivo 1 
Descrever o mecanismo do sono e vigília e 
caracterizar as fases do sono e as mudanças 
que o ocorrem no sono do idoso. 
TUTORIA 5 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
▪ O idoso terá como tendência dormir menos a noite 
e cochilar durante o dia, principalmente a tarde. A 
alteração mais significativa do padrão de sono 
será o predomínio das fases superficiais (N1 e N2) 
do sono NREM e consequente aumento da 
sensibilidade a ruídos, luminosidades e outros 
estímulos (despertar mais fácil). 
 
▪ O ritmo circadiano sono-vigília sofrerá 
degeneração com a idade, será menos preciso. A 
sua amplitude irá sofrer um déficit, a secreção de 
melatonina é reduzida e, por consequência, o idoso 
irá para a cama mais cedo e despertará mais cedo 
(assincronia com os padrões socias). 
 
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO SONO DO 
IDOSO 
INSÔNIA 
▪ É o transtorno mais comum no idoso, porém não 
pode ser considerada como parte do 
envelhecimento normal. É caracterizado pelo sono 
insuficiente, seja qualitativamente quanto 
quantitativamente. 
 
▪ Caso a pessoa tenha dificuldade em iniciar e/ou 
manter o sono durante a noite, um sono não 
reparador, com dificuldade para ficar alerta durante 
o dia e desempenhar suas funções físicas e 
mentais, com impacto na qualidade de vida, 
possivelmente, o diagnóstico será positivo para 
esse transtorno. 
 
▪ O diagnóstico baseia-se principalmente na história 
clínica do paciente do que em exames de 
laboratório e/ou polissonografia. É realizado um 
interrogatório a fim de saber quanto tempo ele 
demora para dormir, com que frequência e a quanto 
tempo isso ocorre. 
 
▪ Não se deve confundir insônia com dormir tarde. 
Geralmente os sintomas da insônia levam a 
alterações no comportamento e humor, trazendo 
ônus financeiro e social, com sérias consequências 
em seus familiares e cuidadores, e nos serviços de 
saúde. A insônia pode ter duas origens: 
 
o Primária (psicofisiológica): paciente com 
dificuldade de relaxar e tem uma atividade 
mental exacerbada ao se deitar. A ansiedade 
por não conseguir dormir piora ainda mais a 
situação. 
 
o Secundária: por condições médicas, como: 
DPOC, asma, ICC, doenças reumatológicas, 
doenças neurológicas, menopausa, dor crônica 
entre outros. 
 
▪ Além dos fatores citados acima, são fatores 
desencadeantes e/ou piora para a insônia: o álcool, 
cafeína, nicotina, anti-hipertensivos 
(betabloqueadores), corticoides, antiarrítmicos, 
analgésicos, entre outros. 
 
SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS: 
▪ também conhecida como síndrome de Ekbon. 
Acomete pessoas de todas as idades, porém com 
maior prevalência em pessoas acima de 65 anos. 
As mulheres são as mais afetadas. 
 
▪ O diagnóstico é clínico e são fatores fundamentais: 
1. Urgência em movimentar os membros, com 
associação de parestesias e disestesias; 
 
2. Sintomas que iniciam ou pioram com o 
repouso; 
 
3. Melhora parcial dos sintomas com o 
movimento; 
 
4. Piora dos sintomas no final da tarde ou à noite; 
 
5. Sintomas não podem ser explicados por conta 
de uma outra condição médica. 
 
▪ Geralmente os sintomas são relacionados às 
pernas, mas em casos mais graves podem 
acometer os braços. São fatores associados com o 
desenvolvimento desta doença: histórico familiar 
(50% dos pacientes), deficiência de ferro, 
neuropatia periférica e insuficiência renal. 
 
MOVIMENTOS PERIÓDICOS DOS MEMBROS: 
▪ são episódios repetitivos de movimentos 
estereotipados, involuntários e recorrentes dos 
MMII (dedos, joelho, quadril), a duração é em torno 
de 0,5 a 10s e ocorrem na primeira metade da 
noite. 
 
▪ Em cerca de 80 a 85% dos casos, está associada 
a síndrome das pernas inquietas. Sua prevalência 
é de 45% em pacientes com mais de 60 anos, 
acometendo em igual proporção homens e 
mulheres. 
 
▪ Pacientes com anemia, insuficiência renal, 
neuropatias periféricas, artrite reumatoide entre 
outras podem apresentar esse distúrbio. O 
diagnóstico é feito por polissonografia, assim é feito 
o registro da atividade muscular. 
 
TRANSTORNO COMPORTAMENTAL DO SONO 
REM: 
▪ geralmente ocorre com enorme prevalência nos 
homens acima de 60 anos. Este transtorno é 
caracterizado pela perda da atonia muscular 
durante o sono REM, com aumento do tônus 
mentoniano e da atividade motora muscular dos 
MMII, havendo atividade motora proeminente 
durante o sono (agir fora de seus sonhos).▪ Na presença de pesadelos (relacionados com 
pessoas e animais), os movimentos podem ser 
agressivos contra o próprio paciente ou seu 
parceiro de cama. 
 
TUTORIA 5 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
▪ Também é possível que o paciente levante e 
caminhe, lance as pernas e os braços para fora da 
cama, chute, soque, tente se alimentar. 
 
▪ Podem estar associados a outras condições 
neurodegenerativas (doença de Parkinson). Dentre 
os causadores da TCSR temos substâncias 
hipnóticas, antidepressivos tricíclicos, 
anticolinesterásicos, álcool, cafeína, opioides entre 
outros. Seu diagnóstico é feito pela história clínica 
e com apoio da polissonografia. 
 
TRANSTORNOS DO RITMO CIRCADIANO: 
▪ no idoso, o TCR está associado a sintomas de 
avanço da fase, em que o paciente adormece no 
início da noite (entre 19:00 e 20:00) e acorda entre 
três e quatro horas da madrugada, posteriormente 
apresenta sonolência diurna excessiva com 
cochilos longos. 
 
▪ A luz exerce um importante papel como 
sincronizador do ritmo circadiano. Dessa forma, é 
necessário orientar o idoso a fazer banho de sol, 
principalmente pela manhã, para poder readequar 
o seu sono a noite. 
 
▪ Outra alteração comum é o jet-lag. Trata-se de uma 
dessincronização do ciclo circadiano em pessoas 
que fizeram viagens transmeridianas. 
 
▪ De modo geral, ocorre um mal-estar (sensação de 
descompasso), fadiga durante o dia e dificuldade 
para dormir à noite, desempenho mental diminuído, 
perda do apetite (indigestão e náuseas), 
irritabilidade aumentada, cefaleia, confusão mental 
e desorientação. Podem durar dias ou até 
semanas. As mulheres idosas são mais 
acometidas. 
 
SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO 
SONO: 
▪ é caracterizada por episódios recorrentes de 
obstrução parcial (hipopneia) ou total (apneia) da 
via respiratória superior (VRS) durante o sono. 
 
▪ É identificada pela redução ou ausência de fluxo 
aéreo, apesar da manutenção dos esforços 
respiratórios, geralmente resultando em 
dessaturação da oxiemoglobina e despertares 
noturno frequentes, posteriormente há sonolência 
excessiva durante o dia. 
 
▪ Essa síndrome é um considerável fator de risco 
para morbidades cardíacas, metabólicas, 
neurológicas e pré-operatórias. 
 
▪ No âmbito clínico, é diagnosticada pela presença 
de sono não intencional durante a vigília, 
sonolência diurna excessiva, sono não reparador, 
fadiga ou insônia, despertar com pausas 
respiratórias, engasgos ou asfixia, na maioria dos 
casos há relatos de roncos altos e/ou pausas 
respiratórias durante o sono, com presença de ao 
menos 5 eventos respiratórios obstrutivos por hora 
de sono. 
 
▪ Os principais fatores de risco para o seu 
desenvolvimento são: idade acima de 50 anos, 
sexo masculino, IMC elevado, Circunferência do 
pescoço maior que 40cm e alterações craniofaciais 
como a hipoplasia maxilo-crâniomandibular. Nos 
fatores de agravamento temos a nicotina, álcool, 
doença do refluxo gástrico e o hipotireoidismo. 
 
▪ O diagnóstico é feito por meio da história clínica – 
com relatos como: despertar com a boca aberta ou 
dor de garganta, despertar com sensação de 
sufocamento, mau humor, roncos altos, cefaleia 
matinal, impotência sexual entre outros – em 
alguns casos pode ser usado a polissonografia. 
 
SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DE 
CAUSA CENTRAL: 
▪ ocorre na ausência de obstrução de fluxo aéreo. É 
provocada pela cessação periódica do estímulo 
respiratório. 
 
▪ É vista frequentemente em portadores de ICC. É 
um sinal de gravidade da cardiopatia, 
manifestando-se durante a vigília. 
 
▪ O diagnóstico é formalizado por meio da 
polissonografia. Durante os ciclos respiratórios 
podem ocorrer cinco ou mais apneias centrais por 
hora. Na ocorrência da hiperventilação o despertar 
é comum. 
 
▪ Antes de se iniciar um tratamento medicamentoso, 
é necessário que ocorra o tratamento não 
medicamentoso. A exemplo do tratamento não 
medicamentoso, tem-se: 
o Dormir o suficiente (7 a 8h/noite); 
 
o Ter regularidade nos horários de deitar e 
levantar, inclusive nos finais de semana; 
 
o Não forçar o sono; 
 
o Evitar uso de estimulantes como cafeína, 
nicotina ou álcool no período da tarde e da 
noite; 
 
o Não dormir com fome; 
o Deixar o ambiente aconchegante (luz, 
temperatura e ruído); 
Objetivo 2 
Descrever as intervenções não medicamentosas 
e medicamentosas (indutores do sono e 
mantedores do sono) no sono dos idosos; 
TUTORIA 5 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
 
o Não levar problemas e preocupações para a 
cama; 
 
o Manter rotina de exercícios físicos, no máximo 
até 3h antes de deitar para dormir; 
 
o Massagem, música suave, banho morno, 
aquecimento dos pés; 
 
o Dar prioridade para ingestão de alimentos 
leves e/ou ricos em triptofano (ingestão de leite 
morno com maçã) e bebidas mornas, exceto 
café, chás e chocolate, que são estimulantes; 
 
o Estar atento ao conforto local onde se está 
dormindo (tipo de colchão, travesseiro, lençol 
macio); 
 
o Manter o celular desligado ou no silencioso 
durante a noite; 
 
o Desencorajar o uso de nicotina e, na 
impossibilidade de retirá-la, tentar reduzi-la e 
evitar uso à noite; 
 
o Usar roupas confortáveis para dormir; 
 
o Evitar luminosidade próximo a cama durante a 
noite; 
 
o Evitar cochilos prolongados, acima de 45min, 
sobretudo a partir das 15h; 
 
o Evitar assistir à TV na cama, antes de dormir, e 
evitar ingerir alimentos próximo ao horário de 
dormir; 
 
o Evitar ficar muito tempo na frente do 
computador próximo ao horário de dormir; 
 
▪ Além disso, também podem ser realizadas terapias 
de biofeedback – uso de sensores de pele que 
medem a tensão e a contração muscular; bem 
como técnicas de respiração para controle de 
pressão – terapias de controle de estímulos 
externos; terapia de restrição do sono – horário de 
dormir e acordar fixos e cochilos proibidos, calcular 
o tempo médio que se pode ficar na cama; terapia 
cognitivo-comportamental (ao menos8 semanas); 
fototerapia com luz brilhante – avanço de fase; 
cronoterapia – medicamentos administrados em 
ritmos naturais do organismos; acupuntura; 
atividade física regular; 
 
▪ Caso as medidas não farmacológicas não tenham 
resultado, é feita a utilização de medidas 
farmacológicas. 
 
▪ Entretanto, seu uso deve ser pautado 
considerando: objetivos do tratamento, 
expectativas do paciente, perfil de segurança do 
fármaco, efeitos colaterais, interações 
medicamentosas, possibilidade de titulação da 
dose, custo, comorbidades e contraindicações. 
 
▪ Vale destacar que em idosos, a dose deve ser 
iniciada com o menor valor possível, passando a 
ser reajustada conforme os resultados obtidos. 
 
OS PRINCIPAIS FÁRMACOS UTILIZADOS 
SÃO: 
MEDICAMENTOS SEDATIVOS HIPNÓTICOS: 
▪ induzem sono no cérebro. Não há motivos para sua 
utilização a longo prazo no idoso (evitar por mais 
de 90 dias). Além disso, com o uso prolongado, o 
indivíduo começa a ter resistência ao 
medicamento, então doses cada vez maiores serão 
necessárias para manter o mesmo efeito ou se 
deve fazer rodízio entre os diversos medicamentos. 
 
o Benzodiazepínicos: sua utilização deve ser 
criteriosa nos idosos, preferindo até que sejam 
evitados. O seu uso faz com que ocorra maior 
risco de quedas, alteração cognitiva, delirium, 
dependência e aumento de moralidade. 
 
o Não benzodiazepínicos: possuem ação 
similar aos benzodiazepínicos, porém com 
tempo de efeito mais curto. Atuam nos 
receptores (GABA). 
 
o Devido aos seus efeitos colaterais (sonolência, 
tontura, desequilíbrio e gosto ruim na boca), 
devem ser evitados naqueles pacientes que 
apresentem déficit cognitivo e instabilidade 
postural significativa. Ex.: Zaleplona, Zolpidem, 
Zoplicona, Eszopiclona, Indiplona; 
 
ANTIDEPRESSIVOS: 
▪ não são medicamentos de primeira escolha, a não 
ser por insônia secundária a depressão. Também 
podem causar efeitos colaterais como alteração da 
cognição, delirium, quedas. 
 
▪ Dependendo da classe, podem até atrapalharo 
sono se tomados a noite (inibidores da recaptação 
da serotonina). 
 
ANTIDEPRESSIVOS SEDATIVOS: 
▪ são utilizados principalmente quando a insônia 
sobrepõe a depressão. Antidepressivos tricíclicos 
são utilizados para essa finalidade. 
 
▪ Em idosos, os principais efeitos colaterais são: 
boca seca, hipotensão postural, arritmias 
cardíacas, ganho de peso e sonolência. 
o Trazodona: é mais bem tolerada nos idosos do 
que algumas outras estratégias de tratamento. 
Possui menores efeitos colaterais cardíacos e 
menor ação anticolinérgica. 
 
o Agomelatina: menos efeitos colaterais que os 
medicamentos da mesma classe. 
TUTORIA 5 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
NEUROLÉPTICOS: 
▪ devem ser evitados em paciente com demência 
pois aumentam o risco de mortalidade por eventos 
cardiovasculares e infecção. 
 
▪ De maneira geral, seu uso deve se ater a casos de 
alucinações e delírios graves, com cautela e doses 
baixas. 
 
MELATOMINÉRGICOS/MELATONINA: 
▪ trata-se de um hormônio excretado pela hipófise 
durante a noite, que se liga a receptores do SNC. 
Sua produção é estimulada pela escuridão e inibida 
pela luz. 
 
▪ Nos idosos, sua produção é menor e traz relação 
com o aumento dos transtornos de sono. Sendo 
assim, a sua utilização ajuda a reduzir esses 
transtornos e também a incidência de delirium nos 
idosos. 
 
▪ A ocorrência de quedas em idosos é frequente. 
Além dos traumas físicos, a queda também traz 
impactos psicológicos ao idoso. Nesses indivíduos, 
o maior risco de quedas está intimamente ligado 
com as várias influências do envelhecimento 
normal e patológico na postura e marcha. 
 
▪ O controle postural ou equilíbrio pode ser definido 
com o processo pelo qual o SNC prove os padrões 
de atividade muscular necessários para coordenar 
a relação entre o centro de massa e a base de 
suporte. Para atingir o equilíbrio postural, é 
necessário que o centro de massa esteja alinhado 
à base de suporte. 
 
▪ De certa forma, para manter uma postura ereta 
estável sob condições estáticas a rigidez passiva 
muscular seria suficiente, porém para AVD é 
necessária uma ativação muscular coordenada 
para manter o corpo ereto. Para realização deste 
controle postural, são utilizados mecanismos 
aferentes ou sistemas sensoriais (visual, vestibular 
e proprioceptivo) e mecanismos eferentes ou 
sistemas motores (força muscular dos MMSS e 
MMII e flexibilidade articular). 
 
▪ A manutenção do controle postural é feita da 
seguinte forma: 
o Quando o centro de massa se desloca além de 
sua base de suporte, a estabilidade é excedida 
e, por sua vez, há uma instabilidade ou perda 
de equilíbrio; 
o O sistema sensorial irá detectar esta alteração, 
e enviará sinais para o sistema motor; 
 
o O sistema motor irá iniciar uma série de 
respostas posturais coordenadas a fim de 
realinhar o centro de massa com a base de 
suporte. 
 
o Essas respostas estabilizadoras ocorrem por 
controle da movimentação do centro de massa 
por meio da geração de torques nas 
articulações da perna de apoio ou pernas e 
tronco e alterações na base de suporte pelo 
sobrepasso ou de movimentos de preensão 
dos membros. 
 
▪ Mesmo assim, controlar a postura diante de um 
evento desestabilizador nem sempre é possível. É 
necessário que as características deste evento 
sejam conhecidas para que movimentos de ajustes 
posturais possam ser programados. 
 
▪ Também agem, geralmente, as informações 
sensoriais sobre orientação e mobilidade corporais, 
principalmente quando o equilíbrio e deturpado de 
maneira brusca. Com essas informações, é 
possível ter respostas estabilizadoras apropriadas. 
Nesse caso, o controle se dá por proalimentação – 
padrão previamente organizado de ativação 
muscular sem modificação posterior; e por 
retroalimentação – correções contínuas e 
atualizadas de postura. 
 
▪ Para ocorrer a queda, duas condições precisam 
estar presentes: 
o Perturbação do equilíbrio; 
o Falência do sistema de controle postural; 
 
▪ Perturbação interna fisiológica interrompe 
momentaneamente a operação do sistema de 
controle postural e pode levar a queda. Nessas 
situações há uma interferência na perfusão dos 
centros posturais no cérebro ou tronco cerebral. 
Ex.: ataques isquêmicos transitórios, hipotensão 
postural, arritmias cardíacas, oclusão das artérias 
vertebrais durante movimentação cervical, tonturas 
ou vertigens. 
 
▪ As perturbações externas podem ser de dois tipos: 
o Mecânica: as forças que interagem no corpo 
humano deslocam o centro de massa para 
além da base de suporte (empurrão, colisão), 
ou impedem a base de suporte de se alinhar 
abaixo do centro de massa (escorregão, 
tropeço). 
 
o Informacional: modificam a natureza da 
informação de orientação do ambiente. Elas 
criam conflitos transitórios entre informações 
visuais, vestibulares ou proprioceptivas 
(ambiente pouco iluminado). 
 
▪ Mecanismos aferentes do controle postural: são 
sistemas que enviam mais informações do que as 
necessárias para a manutenção postural. Mesmo 
Objetivo 3 
Citar as causas de queda e as medidas de 
prevenção. 
TUTORIA 5 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
que falte informações em algum dos sistemas o 
ajuste do equilíbrio é mantido. Os sistemas são: 
o Visual: fornece informações sobre localização, 
distância de objetos no ambiente, tipo de 
superfície em que ocorrerá o movimento e a 
posição de uma parte do corpo em relação a 
outra e ao ambiente. 
 
o Proprioceptivo: fornece informações sobre o 
ambiente imediato, assim é possível que o 
corpo se oriente à medida que ele se 
movimente ou se mantenha ereto em relação a 
outras partes o corpo, seu apoio e superfície do 
solo. 
 
o Vestibular: consistem em três partes: um 
componente sensorial – detecta os 
movimentos cefálicos (velocidade angular e 
aceleração linear), um processador central – 
envia informações ao componente motor, e um 
componente de controle motor – iniciam os 
reflexos de controle postural (RVO – reflexo 
vestíbulo-ocular e RVE – vestibuloespinal). 
 
▪ Mecanismos centrais do controle postural: irão 
avaliar e integrar a informação de instabilidade 
vinda dos estímulos visuais, proprioceptivos e 
vestibulares. Dessa forma, irá escolher a estratégia 
de readequação postural mais necessária. 
 
o Modificações do SNC relacionadas com o 
envelhecimento podem aumentar o risco de 
perturbações do controle postural: perda 
neuronal, perda dendrítica, ramificações 
reduzidas, metabolismo e perfusão cerebrais 
reduzidos e metabolismo alterado de 
neurotransmissores. 
 
o O sistema motor também é afetado com perda 
de células gigantes piramidais de Betz no 
córtex motor, perda progressiva de neurônios, 
depleção de neurotransmissores como a 
dopamina nos gânglios da base e involução na 
árvore dendrítica dos neurônios motores da 
medula espinal 
 
▪ Mecanismos eferentes do controle postural: na 
perda do equilíbrio, podem ser utilizadas 3 tipos de 
estratégias: 
o Estratégia do calcanhar: é utilizada quando 
há distúrbio pequeno e lento da base de 
suporte. 
 
o Estratégia da bacia: é utilizada para reagir a 
distúrbios mais importantes da base de suporte 
e quando a base de suporte é reduzida ou 
complacente; 
 
o Sobrepasso: é utilizada quando o centro de 
massa é deslocado além dos limites da base de 
suporte. 
 
 
 
 
 
QUEDAS 
▪ No envelhecimento, o indivíduo passa a estar mais 
predisposto a quedas. Progressivamente vai 
ocorrendo lentidão dos mecanismos de integração 
central, estes são importantes para os reflexos 
posturais. Também há um aumento da desatenção 
que, por sua vez, dificulta a recuperação postural 
após uma perturbação. 
 
CAUSAS DE QUEDAS – FATORES 
PATOLÓGICOS: 
▪ Epilepsia: com o envelhecimento, sua prevalência 
é aumentada. Pode causar perda de consciência. 
 
▪ Doença de Parkinson: traz distúrbios de marcha, 
postura e equilíbrio. Tem alto potencial como causa 
de quedas. 
 
▪ Miopatias e neuropatias periféricas: os 
distúrbios provocados afetam principalmente os 
MMII.Além disso, as neuropatias sensoriais podem 
contribuir para quedas por distúrbios na informação 
sensorial e postural. 
 
▪ Síncope cardiogênica: as arritmias podem 
provocar as quedas por hipersensibilidade do seio 
carotídeo. 
 
▪ Espondilose cervical: pode provocar a queda por 
duas maneiras. Em primeiro lugar, uma diminuição 
do estímulo proprioceptvo dos mecanorreceptores 
da medula espinal, pode causar sensações de 
tonturas leves e desequilíbrio em pacientes mais 
velhos. Em segundo lugar, a mielopatia cervical 
que pode decorrer da espondilose está associada 
à elasticidade dos MMII. 
 
▪ Hidrocefaleia de pressão normal ou 
normobárica: causa distúrbio de marcha por base 
de suporte larga e pequenos passos, incontinência 
urinária e demência. 
 
▪ Demências: estes pacientes apresentam 
distúrbios cognitivos – impedem o reconhecimento 
do ambiente, e distúrbios de marcha. 
 
CAUSA DE QUEDAS – FATORES AMBIENTAIS: 
▪ Tipo do piso (liso, áspero, outro); 
▪ Estado do piso (seco, molhado, encerado); 
▪ Presença de degraus; 
▪ Iluminação (claro, escuro); 
▪ Presença de tapetes; 
▪ Uso de medicação; 
▪ Exercício físico. 
 
PREVENÇÃO DE QUEDAS 
▪ trata-se de um assunto essencial, muito por causa 
dos prejuízos e da morbidade causada por esses 
TUTORIA 5 – MÓDULO 1 MILENA BAVARESCO 
 
eventos. Para a prevenção de quedas, é 
necessário fazer uma avaliação multifatorial a fim 
de identificar os potenciais agentes e assim inibi-
los. 
 
▪ Alguns pontos são necessários para uma 
prevenção efetiva, são eles: 
o Adaptação ou modificação dos fatores 
ambientais no domicílio; 
 
o Suspensão ou uso em doses e tempo mínimo 
de medicamentos psicotrópicos; 
 
o Suspensão ou uso mínimo de outros 
medicamentos; 
 
o Controle da hipotensão postural; 
 
o Tratamento de problemas nos pés e 
intervenção sobre calçados; 
 
o Exercícios, particularmente de 
condicionamento de equilíbrio, força e marcha. 
 
o Outras intervenções podem ocorrer com 
suplementação de vitamina D, cirurgias de 
correção (ex.: catarata), evitar uso de lentes 
multifocais durante deambulação, marca 
passos em idosos com hipersensibilidade 
cardionibitória do seio carotídeo. Também 
podem ser consideradas as orientações 
educacionais. 
 
▪ A utilização de protetores de quadris ou artefatos 
que diminuam o impacto da queda é de grande 
valia para diminuir o risco de fraturas e o medo de 
queda. 
 
▪ É preciso entender que as quedas não serão 100% 
evitadas, sendo necessário compreender que o 
idoso também deve ter sua qualidade de vida 
preservada. Dessa forma, o idoso não deve ser 
privado de fazer suas atividades pelo risco de 
queda.

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