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RESUMO DISTÚRBIOS DO SONO NO IDOSO


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Med Brasil
RESUMO DISTÚRBIOS DO SONO NO IDOSO
1. INTRODUÇÃO
Insônia e sonolência são distúrbios comuns na população idosa, mas não há definição única para insônia. Para alguns, significa dificuldade para conciliar o sono, para outros corresponde a não ter sono reparador; há ainda os que pensam que “não dormem o suficiente”. A insônia é uma queixa comum nessa população, decorrente de várias causas, descrita como insatisfação com a quantidade ou a qualidade do sono.
Pode ser primária, quando não há causa identificável, ou secundária, quando ocorre em consequência de algum distúrbio orgânico ou psicológico. Diferentemente do que a maior parte da população acredita, o tempo de sono não diminui com a idade fisiologicamente. Há, na verdade, uma mudança no padrão de sono, normalmente com despertares durante a noite, gerando mais sonolência durante o dia.
2. EPIDEMIOLOGIA
Distúrbios do sono são comuns, estando presentes em cerca de 10 a 38% da população. Em estudos feitos com mulheres de 70 a 75 anos, acompanhadas por 3 anos, os problemas de sono foram os mais prevalentes, a maioria associado com o uso de medicações. Na maior parte dos casos há uma diminuição do tempo de permanência no sono profundo (estágio 3 e 4) e aumento no número e duração dos despertares durante a noite.
3. ETIOLOGIA
As condições causadoras de um sono de má qualidade são diversas, muitas vezes não ligadas ao sono pela sua fisiopatologia. São exemplos de causas secundárias a dispneia, dores, hipoglicemia e nictúria, que interferem no sono pelo aumento de despertares, sendo o tratamento adequado, nestes casos, a doença de base.
Alterações psíquicas, como depressão e ansiedade, também estão muito relacionadas à insônia. Algumas doenças específicas podem também estar associadas, como doença do refluxo gastroesofágico, DPOC, asma, ICC, demências e tireoideopatias. Outros fatores que podem contribuir são hábitos comportamentais, como alto consumo de cafeína, bebida alcoólica e tabagismo. Além disso, o uso de algumas medicações pode ter como efeito colateral a interferência no sono, diminuindo sua qualidade, como por exemplo os anti-hipertensivos, antidepressivos e a insônia rebote após a retirada de benzodiazepínicos.
4. CONSEQUÊNCIAS DOS DISTÚRBIOS DO SONO NO IDOSO
Idosos com um sono de má qualidade, em geral, desenvolvem várias comorbidades importantes. Esses pacientes apresentam sonolência excessiva pela manhã, diminuição da concentração e capacidade física, sensação de sono não reparador, supressão imunitária, quedas frequentes e declínio cognitivo.
5. TRATAMENTO
Em geral, queixas relacionadas ao sono dão início a uma “cascata iatrogênica”, já que em muitas vezes esses pacientes – mal avaliados – recebem medicações hipnóticas desnecessárias, que geram desde alterações leves de memória até estados confusionais graves. Para evitar isso, é importante avaliar ativamente esses distúrbios do sono e, caso estejam presentes, procurar e afastar primeiramente uma causa secundária, seja orgânica ou psicológica. 
Nos distúrbios primários, devemos implementar medidas não-farmacológicas em todos os pacientes, reservando as medidas farmacológicas para casos que não respondam adequadamente. Já nos distúrbios secundários devemos sempre tratar a doença de base e acompanhar o paciente, podendo ser feitas as medidas não-farmacológicas também para auxiliar no processo. Portanto, os medicamentos devem ser utilizados apenas em último caso, tendo em vista seus efeitos colaterais, bem mais exuberantes na população idosa.
Medidas não-farmacológicas: Segundo o I Consenso Brasileiro de Insônia, algumas medidas são fundamentais para garantir um sono de qualidade. Algumas são listadas abaixo:
Medidas farmacológicas: As medicações mais comumente utilizadas são não benzodiazepínicos (agonista dos receptores benzodiazepínicos) – NBARB; benzodiazepínicos (BDZ); antidepressivos; anti-histamínicos; antipsicóticos; e fitoterápicos. Contudo, as evidências sobre a eficácia e tolerabilidade dessas medicações variam e devem ser avaliadas em cada caso, principalmente nos idosos.
Os NBARB (Zolpidem, Zeleplon, Zoplicona) são preferíveis aos BDZ, pois provocam menos efeitos colaterais, sedação residual e dependência. Já os BDZ, embora sejam muito prescritos, principalmente por médicos não geriatras e não psiquiatras, devem ser evitados na população idosa, principalmente em quadros crônicos; porém, podem ser utilizados em curtos períodos para eventos agudos.
Esses medicamentos são evitados pois costumam afetar a memória, causar grande sedação residual, quedas, depressão respiratória, sensação de “peso na cabeça”, insônia rebote na retirada, tolerância e dependência. Outras medicações não possuem evidências confiáveis para uso em idosos, sendo utilizadas em alguns poucos casos refratários. Em geral, em pessoas acima de 60 anos, a terapia farmacológica traz mais comorbidades do que os próprios distúrbios do sono, não sendo justificada na maioria dos casos.
Referências Bibliográficas:
1- Costa EFA, Galera SC, Porto CC et al. Semiologia do Idoso. In: Porto CC, Porto AL. Semiologia Médica. 6ª Ed. Grupo Editorial Nacional (GEN), 2009.
2- Oliveira, B. H. D., Yassuda, M. S., Cupertino, A. P. F. B., & Neri, A. L. (2010). Relações entre padrão do sono, saúde percebida e variáveis socioeconômicas em uma amostra de idosos residentes na comunidade. Ciênc. Saúde Coletiva, 15(3), 851–860.
3- Del, A., La, S. Y., En, I., Calidad, L. A., En, D. E. V., Envejecimiento, E. L., Gonçalves, R. G. (2017). Integrative Review Article Sleep Changes and Interference in Quality of Life in Aging. 11, 422–428. Disponível em: https://doi.org/10.5205/reuol.7995-69931-4-SM.1101sup201722.