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APOSTILA_Introdução_à_Agricultura-70e52e06a9254154ad41d6e73de18335

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APOSTILA	
  
INTRODUÇÃO	
  
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CURSO:	
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CAPÍTULO 1 - HISTÓRICO DA AGRICULTURA 
 
A prática da agricultura é uma das mais antigas atividades desenvolvidas pelos humanos. No Período 
Neolítico, a constituição das primeiras técnicas e materiais utilizados para o cultivo de plantas e 
confinamento de animais foi a principal causa para aquilo que se denominou como a sedentarização 
do ser humano, o que permitiu a sua moradia fixa em uma dada localidade, embora a coleta e a caça 
tenham convivido por muito tempo lado a lado da agricultura. 
O desenvolvimento da agricultura, portanto, esteve diretamente associado à formação das primeiras 
civilizações, o que nos ajuda a entender a importância das técnicas e do meio técnico no processo de 
construção das sociedades e seus espaços geográficos. Nesse sentido, à medida que essas 
sociedades modernizaram suas técnicas e tecnologias, mais a evolução da agricultura conheceu os 
seus avanços. 
Originalmente, a prática da agropecuária foi desenvolvida na proximidade de grandes rios, 
notadamente o Tigre e Eufrates, além do Nilo, o Ganges e outros. Não por coincidência, foram nessas 
localidades que surgiram as primeiras grandes civilizações que se teve notícia, pois a prática da 
agricultura permitiu o desenvolvimento do comércio graças à produção de excedente. 
A revolução agrícola 
Um dos momentos mais importantes do processo de evolução da agricultura ao longo da história foi, 
sem dúvidas, aquilo que ficou conhecido como a Revolução Agrícola. Podemos dizer que, com o 
passar do tempo, várias revoluções agrícolas sucederam-se, mas a principal delas ocorreu a partir 
da Revolução Industrial. 
O processo de industrialização das sociedades permitiu a transformação do espaço geográfico no 
meio rural, o que ocorreu graças à inserção de maiores aparatos tecnológicos na produção agrícola, 
permitindo uma maior mecanização do campo. Essa transformação materializou-se a partir do 
fornecimento de insumos da indústria para a agricultura, tais como maquinários, fertilizantes e objetos 
técnicos em geral. 
O desenvolvimento da revolução agrícola no mundo também esteve diretamente associado à 
expansão marítimo-colonial europeia, em que os povos europeus disseminaram as diferentes culturas 
pelo mundo por meio das plantations. No Brasil, o caso mais evidente foi a produção da cana-de-
açúcar. Vale lembrar que essa interação entre colonos e colonizadores também contribuiu para a 
evolução agrícola, na medida em que técnicas antes pouco conhecidas passaram a ser aplicadas, a 
exemplo do terraceamento praticado tanto na China antiga quanto pelas civilizações pré-colombianas. 
 
A Revolução Verde 
No século XX, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial, a evolução da agricultura 
conheceu um de seus patamares mais importantes, o que ficou conhecido como Revolução Verde. 
Trata-se, basicamente, de um conjunto de medidas e promoção de técnicas baseado na introdução de 
melhorias genéticas nas plantas e na evolução dos aparatos de produção agrícola para ampliar, 
sobretudo, a produção de alimentos. 
A introdução das técnicas provenientes da revolução verde permitiu um aumento, em larga escala, da 
produção de grãos e cereais, diminuindo sensivelmente a necessidade por alimentos em várias 
regiões da Ásia, África e América Latina, muito embora a fome não tenha sido erradicada, uma vez 
que a sua existência não se deve somente à falta de alimentos. O impacto no mundo foi tão amplo que 
o agrônomo estadunidense Norman Borlaug, considerado o “pai” da Revolução Verde, foi agraciado 
com o Prêmio Nobel da Paz no ano de 1990. 
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Embora a Revolução Verde seja bastante criticada pelos seus impactos ambientais e também pelo 
processo de concentração de terras que acompanhou a sua evolução, é inegável a sua importância 
para o desenvolvimento da agricultura no mundo. Além do mais, como extensão, ampliaram-se nas 
décadas posteriores as melhorias decorrentes da tecnologia no campo, como a biotecnologia e a 
introdução dos Sistemas de Informações Geográficas na linha de produção agropecuária, o que vem 
intensificando a elevação da produtividade. 
 
 
Importância da agricultura 
 
A agricultura é derivada do latim: agri (campo) e cultura (cultivo). A agricultura intensiva é 
aquela que requer a utilização de mão-de-obra e técnicas agrícolas que confiram à agricultura a 
produtividade sustentada pelo intenso uso de fertilizantes. Oposto a esse conceito figura a agricultura 
extensiva, cultivo feito em grandes extensões de terras, mas com uma produção por hectare mais 
baixa do que a da agricultura intensiva. Por monocultura tem-se o cultivo de um único tipo de lavoura 
na área. 
Quando se estuda a agricultura é possível fazer a seguinte divisão: Grandes Culturas (trata do 
cultivo de cereais, café, algodão, etc.), Silvicultura (estudo das explorações florestais), Pastagens e 
forrageiras (estudo de plantas da família Gramineae (Poaceae) e de outras, especialmente da 
fabaceae, para alimentação dos animais domésticos) e Horticultura que se divide em: Olericultura 
(cultivo racional e econômico de hortaliças-plantas geralmente de consistência herbácea, de ciclo curto 
e muito exigentes em tratos culturais, cultivadas para o consumo humano, sendo utilizadas na 
alimentação in natura, cozidas ou processadas em agroindústria), Fruticultura (cultivo de fruteiras), 
Floricultura e Jardinagem (cultivo de plantas ornamentais, flores de corte e paisagismo), viveiricultura 
(produção de mudas) e cultivo de plantas medicinais e condimentares. 
A agricultura é uma atividade complexa, pois nela interagem componentes bióticos-plantas, 
insetos e mico-organismos, com componentes abióticos, tais como solo, clima e mercado. 
A transição da agricultura familiar ou de grupos cooperativos para a agricultura industrial, 
praticada em grande escala, também mudou os padrões de produção de fertilizantes: em vez da 
preparação de adubos orgânicos, passamos para os fertilizantes químicos, que trazem para a 
agricultura contemporânea grandes ganhos de produtividade, mas também inomináveis prejuízos, 
uma vez que provocam a degradação do meio ambiente, com poluição de solos, águas e do ar. 
 
 
DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA 
A trajetória recente da agricultura brasileira é resultado de uma combinação de fatores. O cenário para 
isto é um país com abundância de recursos naturais, com extensas áreas agricultáveis e 
disponibilidade de água, calor e luz, elementos fundamentais para a vida. Mas o que fez a diferença 
nestes últimos 50 anos foram os investimentos em pesquisa agrícola - que trouxe avanços nas 
ciências, tecnologias adequadas e inovações -, a assertividade de políticas públicas e a competência 
dos agricultores. 
O caso da cultura da soja é um bom exemplo de como a tecnologia pode transformar a produção 
agropecuária. Os primeiros cultivos comerciais surgiram na década de 1960, no Rio Grande do Sul, 
especialmente por uma razão climática: a soja é uma planta de regiões frias e os cultivos no mundo se 
limitavam às proximidades do paralelo 30, que no Brasil passa por Porto Alegre. Cultivar soja em 
outras regiões do país era um desafio biológico e tecnológico. 
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As respostas surgiram depois de anos de pesquisas realizadas pela Embrapa, por universidades, por 
instituições estaduais depesquisa agropecuária e, mais tarde, pela iniciativa privada. Com técnicas de 
melhoramento genético, foram desenvolvidas plantas de soja adequadas às condições de solo e clima 
do Brasil. Eram cultivares menos sensíveis aos dias longos e mais tolerantes às pragas do mundo 
tropical. 
Outra contribuição radical tem relação com correção e adubação de solos. As pesquisas apontaram os 
caminhos para otimizar o uso de corretivos e de fertilizantes, permitindo o plantio nos solos de 
Cerrados, até então considerados improdutivos. Foi justamente nessas áreas que a soja ganhou 
terreno na agropecuária nacional. 
De fato, o uso de fertilizantes se tornou um elemento-chave (estima-se que apenas os fertilizantes 
nitrogenados sejam responsáveis pelo incremento de cerca de 40% na oferta de alimentos no mundo), 
mas gerou também um problema para o país: a dependência de importações. O Brasil passou a 
consumir muito mais fertilizantes do que a quantidade produzida internamente. A resposta da 
pesquisa: uma tecnologia para fixar o nitrogênio do ar nas raízes das plantas por meio de bactérias, a 
Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), presente hoje em 75% da área cultivada de soja e responsável 
por uma economia da ordem de R$ 2 bilhões por ano em compra de fertilizantes nitrogenados. A FBN 
contribui ainda para a redução do consumo de energia e das emissões de gases de efeito estufa. 
Entenda melhor o funcionamento da fixação biológica no vídeo abaixo. 
 
Plantas Transgênicas no Brasil 
 
Desde os primórdios da agricultura, diversas tecnologias, pouco a pouco, foram sendo 
desenvolvidas, visando obter, através de cruzamentos, novas variedades de plantas cultivadas que 
constituem, nos dias de hoje, a base alimentar e nutricional da espécie humana. Por meio de uma 
seleção inicial, o homem sempre buscou eliminar características agronomicamente indesejáveis de 
plantas silvestres. Porém, no processo de domesticação das plantas, também encontrou dificuldades, 
como o surgimento, nas plantas que cultivava, de uma também indesejável, suscetibilidade a ataques 
de pragas e doenças. Os agricultores desde então, passaram a buscar a solução para esse problema 
na diversidade genética existente na biosfera, selecionando para fins de cruzamentos, variedades que 
possuíssem as características genéticas desejáveis. O melhoramento vegetal por transformação 
genética, ou transgenia, consiste num método de inserção, em células vegetais, de sequências de 
DNA construídas em laboratório, que codificam não somente para o gene de interesse, mas, também 
para outras funções, tais como eficiência nos níveis de expressão do novo gene. 
No Brasil, no ano de 2004, a soja Roundup Ready (soja RR), resistente ao herbicida Roundup 
e produzida pela Monsanto, foi a primeira planta transgênica a ser cultivada em larga escala. Desde 
então, a comissão Nacional de Biossegurança (CTNBio) já liberou para plantio, consumo e 
comercialização, outras variedades de soja, algodão (Algodão Bt que controla insetos) e milho(Milho Bt 
que controla a lagarta do cartucho). As empresas Monsanto, Dow, Bayer, Syngenta e Basf/Embrapa 
são as detentoras das patentes referentes aos 21 produtos transgênicos em desenvolvimento no 
Brasil. Além dos riscos a saúde, pois falta conhecimento cinetífico para embasamento dos julgamentos 
prévios à liberação dos produtos transgênicos, em várias partes do mundo estão surgindo plantas 
invasoras resistentes ao glifosato. 
 
Panorama da Agricultura Brasileira 
 
No Brasil, a maioria dos estabelecimentos ou propriedades rurais tem extensão menor do que 
50 hectares. Essa faixa de tamanho de propriedade, considerada pequena, é característica da 
agricultura familiar. Famílias com cinco membros podem manejar áreas com essas dimensões, 
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contando quase que somente, com a mão-de-obra familiar. A agricultura familiar é responsável por 
70% da produção de alimentos no nosso país. No Brasil, a maior parte das áreas dos 
estabelecimentos rurais destinados à agropecuária está ocupada por pastagens, em seguida figuram 
as áreas ocupadas por florestas: florestas naturais específicas para preservação permanente ou para 
reserva legal; florestas plantadas com essências florestais, com destaque para pinus e eucalipto; 
florestas naturais que não são alvo de preservação legal. Por último têm-se as lavouras 
A maior área plantada com culturas no Brasil é ocupada por culturas de soja, milho, cana-de-
açúcar, mandioca e arroz. Dessas, a mandioca e o arroz destinam-se somente ao consumo interno, 
sendo produzido em grande proporção por pequenos agricultores familiares de várias regiões do 
Brasil. 
Grande parte dos produtos da lavoura de soja, campeã em área plantada destina-se à 
exportação: o Brasil ocupa o segundo lugar na produção mundial desse grão. No mercado interno, a 
soja é usada, principalmente para a produção de ração para suínos e aves. 
O milho, segundo colocado em área plantada, é usado para produção direta de alimentos e 
rações e na indústria alimentícia, de diversas formas. 
A cana-de-açúcar é principalmente usada para produção de açúcar e etanol. O estado de São 
Paulo é o principal produtor dessa cultura. 
Os feijões (fradinho e comum), o trigo e o café arábica são também cultivados, sobretudo, por 
agricultores familiares. De todos esses alimentos o trigo é o único que ainda precisamos importar 
regularmente em grande quantidade. 
Diferentemente do milho em grão, o milho forrageiro é destinado exclusivamente à pecuária, 
para alimentação de gado leiteiro e de corte, sobretudo na forma de silagem, que utiliza a planta 
integralmente, antes da maturação completa dos grãos. 
O algodão herbáceo veio perdendo lugar na nossa produção agrícola. De fato, as áreas 
plantadas com algodão vinham diminuindo muito nas últimas duas décadas, por diferentes fatores, 
como a concorrência internacional de produtos subsidiados por seus países e a queda da 
produtividade decorrente do aparecimento de uma praga de difícil controle, o bicudo. Recentemente, 
tem havido uma considerável recuperação dessa lavoura, sobretudo no Centro-Oeste. 
 
 
CAPÍTULO 2 - PROPAGAÇÃO VEGETATIVA 
A reprodução de plantas pode ocorrer de duas formas. São elas: Sexuada – Nesse tipo são formadas 
as células especiais, chamadas de gametas. Um gameta feminino une-se a um gameta masculino 
através da fecundação que dá origem a um zigoto, que desenvolve-se até formar a planta adulta e dar 
continuidade ao ciclo de propagação. 
Assexuada (ou vegetativa) – Essa propagação pode ser dividida em Espontânea e Induzida. 
Espontânea: é quando a propagação se dá através de estruturas próprias. São essas estruturas: 
sementes (todas as plantas com frutos); estolho (morango, grama, clorofito, hortelã, etc.); tubérculos e 
bulbos (batata, beterraba, inhame, mandioca, lírio, dália, amarílis, copo-de-leite, etc.) e rizomas 
(gengibre, orquídeas, samambaia, lúpulo, aspidistra, helicônia, schefflera, guaimbé, filodendro, etc). 
Induzida: são as técnicas de propagação que iremos ver nessa matéria. Possui como vantagens a 
aceleração do crescimento, a propagação de plantas que não possuem sementes e a formação de 
indivíduos idênticos (clone), padronizando o produto e favorecendo a comercialização. 
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1. Divisão de touceiras - Nesse tipo, o caule emite brotações laterais, surgindo filhotes idênticos à 
mãe. Os filhotes devem ser cortados com uma faca bem afiada e cada pedaço irá constituir novas 
plantas ou brotações. 
 Algumas plantas propagadas dessa forma são: bromélia, grama, cebolinha, clorofito, helicônia, 
cimbidium, entre outras. 
2. Estaquia - é o processo que usa um fragmento da planta, visando regenerar as partes faltantes. 
Nas plantas herbáceas as partes comumente utilizadas são: 
Ramos (gerânio, pingo de ouro, rosas, etc.) 
Folhas (suculentas, violetas, peperômia, folha da fortuna,etc.) 
Pedaços de folhas (espada-de-são-jorge, begônia, etc.) 
4. Alporquia - é um método de propagação em que se faz o enraizamento de um ramo ainda ligado à 
planta matriz (parte aérea), que só é destacado da mesma após o enraizamento. O método consiste 
em selecionar um ramo da planta, de preferência com um ano de idade e diâmetro médio. Nesse 
ramo, escolhe-se a região sem brotação e faz-se um anelamento, de aproximadamente dois 
centímetros, retirando toda a casca (floema) e expondo o lenho. Depois disso, deve-se cobrir o local 
exposto com substrato umedecido (fibra de coco ou esfagno) e envolvê-lo com plástico transparente 
(para facilitar a visualização das raízes), cuja finalidade é evitar a perda de água, amarrando bem as 
extremidades com um barbante, ficando com o aspecto de um “bombom embrulhado”. 
3. Enxertia - é o processo pelo qual se faz a união íntima entre duas plantas de maneira que se cria 
uma interdependência na qual uma não pode sobreviver sem a outra. Uma fica embaixo e é chamada 
cavalo ou porta-enxerto. Sua função é fornecer água e sais minerais, modificar o porte, conferir 
resistência, tolerância ou imunidade contra fatores adversos.A outra fica em cima, é chamada de 
cavaleiro ou enxerto e tem a finalidade de produção. 
São exemplos de enxertia: 
Borbulhia (o enxerto é uma borbulha ou gema): consiste na justaposição de uma única gema sobre 
um porta-enxerto enraizado. Com a ponta do canivete de enxertia, abre-se a região da casca 
abrangida pelas incisões, levantando-a para inserção da borbulha que é introduzida com a gema 
voltada para o lado externo. Em seguida, deve-se amarrá-la de cima para baixo, com o auxílio de um 
fitilho plástico, fita de banana (casca do caule) ou fita biodegradável. Toda essa operação deve ser 
rápida, para que não ocorra ressecamento das regiões de união dos tecidos ou cicatrização dos cortes 
antes que ela seja finalizada. 
Garfagem: consiste na retirada e transferência de um pedaço de ramo da planta matriz (copa), 
também denominado garfo, que contenha uma ou mais gemas para outra planta que é o porta-enxerto. 
Através deste método, é possível ter em uma mesma planta, variedades diferentes de frutos, por 
exemplo: 2 maçãs com cores diferentes ou um limoeiro que produza, limões, laranjas e mexericas, etc. 
 
 
ATIVIDADE 
 
1 - Qual a principal diferença entre alporquia e mergulhia. 
 
 
 
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2 - Qual técnica deve ser utilizada para propagar as plantas abaixo: 
a) Feijão ____________________________ 
b) Mandioca_________________________ 
c) cana-de-açúcar ____________________ 
d) milho ____________________________ 
e) manga____________________________ 
f) limão _____________________________ 
3 - Sobre o processo de enxertia responda: 
a)vantagens: 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
b)tipos de enxertia 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
c) cuidados que devem ser tomados 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ 
 
d) plantas que pode ser realizada 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ 
 
 
CAPÍTULO 3 – BOTÂNICA 
1.0 Classificação 
Entre as plantas reconhecem-se quatro grandes grupos: as Briófitas, Pteridófitas, as Gimnospermas e 
as Angiospermas. 
Briófitas - são pequenas plantas, comuns em ambientes úmidos. Nesse grupo estão os famosos 
musgos e as hepáticas. Não possuem vasos condutores, e não possuem raízes, caule e folhas 
verdadeiras, mas existem estruturas morfologicamente semelhantes à raiz (rizóides), a pequenas 
folhas (filóides) e ao caule (caulóide). 
Pteridófitas - pertencem a esse grupo as samambaias e avencas. As principais novidades evolutivas 
das pteridófitas são a presença de vasos condutores (plantas vasculares) e órgãos verdadeiros 
(folhas, caules, raízes). 
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Gimnospermas - são plantas com sementes nuas (sem fruto), são exemplos os pinheiros (incluindo 
os de natal) e as araucárias, comuns nas regiões mais frias do Brasil, como Paraná e Rio Grande do 
Sul. 
Angiospermas - nesse grupo, estão as plantas com flores e frutos, são os principais grupos de 
plantas utilizados na alimentação humana, como feijão, arroz, trigo, milho e soja, entre outros. 
As principais angiospermas são classificadas em monocotiledôneas e eudicotiledôneas: 
 Monocotiledônea Eudicotiledônea 
Cotilédone Um Dois 
Partes da flor (pétalas, sépalas 
etc.) 
trímeras: partes florais em número 
de três ou múltiplo de três 
tetrâmeras ou pentâmeras: partes 
florais em número de quatro ou 
cinco ou múltiplo desses números 
Nervação da folha paralelinérvea (nervuras paralelas 
entre si) 
reticulada (nervuras entrecruzadas, 
formando uma rede) 
Morfologia da raiz fasciculada pivotante 
2.0 MORFOLOGIA E ANATOMIA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS 
2.1 RAIZ 
Morfologicamente as raízes diferem do caule pela ausência de folha e, conseqüentemente, de nós e 
entrenós. Na extremidade de uma raiz, podemos observar as seguintes partes: coifa, zona lisa, zona 
pelífera e zona de ramificação. 
Os tipos fundamentais de sistemas radiculares são: sistema pivotante ou axial e sistema 
fasciculado. No primeiro caso, encontrado em gimnospermas e eudicotiledôneas, há uma raiz 
principal, originada da radícula do embrião (raiz primária), a qual penetra perpendicularmente ao solo. 
Raízes secundárias são formadas ao longo da raiz principal (Figura 1A). 
 
Figura 1. Sistemas radiculares: (A) sistema axial ou pivotante, onde há um eixo principal, do qual partem raízes 
laterais e (B) sistema fasciculado, onde as raízes partem do eixo caulinar (hipocótilo), sendo, portanto, raízes 
adventícias. 
O sistema fasciculado ocorre em monocotiledôneas, onde não há desenvolvimento acentuado da raiz 
primária e várias raízes são formadas a partir do eixo caulinar do embrião (Figura 1B). Neste tipo de 
sistema, as raízes originadas do eixo caulinar são chamadas raízes adventícias (raízes que se 
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originam de outras partes da plantas como caule e folha). No sistema pivotante, o mesmo meristema 
que estava na radícula, estará presente na raiz primária e na raiz principal. 
Alguns tipos morfológicos de raízes serão descritos abaixo, com exemplos que podem ser encontrados 
em jardins e supermercados e, portanto, podem ser utilizados em sala de aula. 
1. Raízes tuberosas: raízes intumescidas, especializadas como órgãos de reserva, podendo ser 
raízes secundárias (batata-doce – Ipomoea batatas, Convolvulaceae) ou principal (beterraba – Beta 
vulgaris, Amaranthaceae e nabo – Brassica rapa, Brassicaceae). 
2. Raízes aéreas: neste grupo de raízes podemos encontrar diferentes tipos, todos representados por 
raízes que não se desenvolvem subterraneamente. Dentre esses tipos podemos citar as raízes 
suporte que oferecem equilíbrio à planta, como exemplo o milho – Zea mays (Poaceae). Variação 
desse sistema é encontrada na figueira (Ficus sp., Moraceae) com raízes tabulares que se encontram 
ligadas ao caule. 
3. Raízes sugadoras ou haustórios: ocorrem em plantas parasitas;os haustórios penetram no caule 
da planta hospedeira para retirar água e nutrientes do sistema vascular. 
2.2 CAULE 
O caule apresenta algumas características morfológicas que o distingue das outras partes da planta 
como a presença de nós (regiões com folhas) e entrenós ou internós (regiões sem folhas). A gema 
localizada no ápice do eixo caulinar é chamada de gema terminal ou apical, e as gemas localizadas 
nas axilas das folhas são as gemas axilares. 
Diversos tipos morfológicos de caule são encontrados na natureza e embora seja o órgão cuja 
principal função é conduzir água e sais minerais das raízes para as folhas e os carboidratos 
produzidos pelas folhas para as demais partes da planta, o caule também dá sustentação à planta e 
pode acumular água (como nos cactos) ou reservas (tubérculos da batata-inglesa). Como nas raízes, 
podemos encontrar caules aéreos ou subterrâneos, sendo os principais tipos descritos abaixo. 
Caule aéreo 
Haste: Encontrado nas plantas jovens e, no caso das plantas herbáceas, durante toda a vida. 
Geralmente é delicado, não lenhoso, flexível, verde e fotossintetizante. 
Tronco: ocorre na maioria das árvores lenhosas, varia de delgado a muito robusto. 
Estipe – caule robusto, bastante resistente, não ramificado, com nós e entrenós evidentes pelas 
cicatrizes foliares e com folhas concentradas no ápice. Caule típico de palmeiras. 
Colmo: caule geralmente não ramificado ou poco ramificado, herbáceo e flexível. Possuem gomos 
mais ou menos definidos que correspondem aos internos separados por nós com formato anelar. Os 
gomos podem sem maciços (cana-de-açúcar) ou ocos (bambu). 
Caule subterrâneo 
Tubérculos: apresenta a porção apical (terminal) intumescida (Figura 4A). Exemplo: batata-inglesa 
(Solanum tuberosum, Solanaceae). 
Bulbo: caule reduzido a um disco basal de onde partem catáfilos, que podem ser secos ou carnosos. 
Exemplo: alho (Allium sativum, Liliaceae) e cebola (Allium cepa, Liliaceae). 
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Rizoma: caule de crescimento horizontal que produz diretamente folhas ou ramos verticais (Figura 
4B). Ex.Inhame, gengibre,bambu, bananeira 
Obs: Calódio é um tipo de caule de plantas de regiões mais secas. Ex. Parte achatada da Palma 
 
 
Figura 2. Tipos de caule subterrâneo: (A) tubérculo em Solanum tuberosum, Solanaceae (batata-inglesa) e (B) 
rizoma em Iris sp., Iridaceae. 
De acordo com o porte, as plantas são classificadas em: 
Erva (porte herbáceo) – vegetais que apresentam caules em estrutura primária, são geralmente 
verdes, pouco resistentes e não lignificados. É toda planta não lenhosa 
Subarbusto – plantas com características intermediárias entre ervas e arbustos. São plantas que são 
quase herbáceas, mas possuem a base do caule ou do sistema subterrâneo lenhoso. 
Arbustos – plantas que apresentam caules lenhosos, resistentes com ramificações próximas ao solo 
formando galhos principais que apresentam mais ou menos a mesma espessura, não se definindo um 
eixo principal. 
Árvore – vegetais com caules lenhosos, resistentes, formados por um eixo principal ereto, 
intensamente ramificado no ápice. 
2.3 FOLHA 
As folhas são os órgãos que, na maioria das espécies, estão mais estruturadas para realizar a 
fotossíntese, sendo geralmente achatadas de modo que o tecido clorofiliano (tecido responsável pela 
fotossíntese) fica próximo à superfície. 
São partes de uma folha: bainha, pecíolo e limbo (lâmina foliar). 
Limbo - representa a parte geralmente achatada e verde, pecorrida pelas nervuras que constituem 
seu sistema vascular. 
Pecíolo - é a haste que sustenta o limbo. Uma folha é denominada séssil quando é desprovida de um 
pecíolo. 
Bainha – estrutura presente na maioria das Monocotiledôneas, corresponde a parte da folha que 
envolve o caule em maior ou menor extensão. Tem a função de auxiliar na proteção das gemas 
axilares. 
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As folhas podem ser classificadas quanto ao tipo do limbo em folhas simples e folhas compostas. 
1. Folhas simples: limbo inteiro 
2. Folhas compostas: limbo formado por unidades distintas, chamadas de folíolos. 
 
(A) Folha peciolada. (B) Folha séssil. 
 
(A) e (B) folhas simples, (C) e (D) folhas 
compostas, constituídas por folíolos. 
 
Quando os recortes das folhas são profundos mas não atingem a nervura principal usa-se o termo 
folha lobada ou fendida. Por outro lado, se os recortes atingem a nervura central as folhas são 
denominadas sectas, como é o caso do agrião e do tomate. 
As folhas compostas possuem variações que dizem respeito ao número e disposição dos folíalos. Se 
há apenas dois folíalos, a folha composta é denominada bifoliolada, se forem três, trifolioladas, e 
assim sucessivamente. 
Na epiderme encontramos aberturas (poros) fazendo parte de uma estrutura complexa chamada 
estômato. Os estômatos são formados por células epidérmicas especializadas e através do ostíolo 
(poro ou abertura) ocorrem as trocas gasosas, fundamentais no processo de fotossíntese. Os 
estômatos podem ocorrer na superfície superior e inferior da folha ou em apenas uma delas. 
Xilema – é pelo xilema que é transportada (para cima) a seiva mineral (erroneamente chamada de 
bruta) contendo água, sais e hormônios. Essa seiva não é apenas mineral, pois nela há hormônios, 
substâncias nitrogenadas e orgânicas, e muito menos bruta, pois seu conteúdo é determinado pelas 
raízes. 
Floema - é formado por conjuntos de células vivas, mas com grandes especializações. A seiva 
orgânica (elaborada), contendo água, açúcares, aminoácidos e hormônios, é transportada dentro de 
uma célula viva, por isso há uma grande modificação nas células condutoras. 
2.4 Flor 
A flor apresenta-se com três conjuntos de órgãos: o perianto (considerados os verticilos protetores – 
cálice e corola que são utilizados para atração dos agentes polinizadores), o androceu e gineceu. 
Gineceu (conjunto de carpelos) – formam o pistilo, órgão reprodutor feminino, incluindo o ovário, 
estilete e estigma. 
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Androceu (conjunto de estames) – formado pela haste denominada filete e uma parte entumescida 
denominada antera, onde são produzidos os grãos de pólen. 
Corola (conjunto de pétalas) – geralmente vistosas, às quais se atribui a função de atração de agentes 
polinizadores. 
Cálice (conjunto de sépalas) - geralmente de cor verde, pouco vistosas, e podem apresentar 
estômatos. No mesofilo ocorrem os feixes vasculares (xilema e floema) utilizados para a condução de 
água, sais minerais e compostos orgânicos. Possui a função de proteção. 
Planta monóica – quando apresenta flores femininas e masculinas na mesma planta 
Planta dióica – quando produz apenas um ou outro tipo de flor 
Planta hermafroditas – possuem os dois sexos na mesma flor. 
Plantas poligâmicas - apresentam tanto as flores que possuem os dois sexos, quanto as flores de 
apenas um sexo. 
As plantas que realizam autofecundação são denominadas de autógamas, enquanto aquelas que 
realizam preferencialmente polinização cruzada recebem a denominação de alógamas. 
Inflorescência – quando as flores estão dispostas em conjunto 
2.5 FRUTO 
O fruto é formado após a fecundação do óvulo. Tem função de proteção da semente ou sua dispersão. 
É constituído basicamente por duas partes: as sementes e o pericarpo. Este último por sua vez é 
subdividido em três partes: o epicarpo, originado da epiderme do ovário, o endocarpo, originado dos 
tecidos mais internos do ovário, e entre estes dois o mesocarpo. 
Tipos de frutos 
Carnosos – quando são suculentos. Ex: laranja, abacate, cacau 
a) Baga - Ex.: tomate, uva. Todo o tecido fundamental é carnoso, freqüentemente com várias 
sementes facilmente separáveis do fruto. Epicarpo delgado (pele), mesocarpo carnoso (polpa), 
endocarpo suculento ou gelatinoso. 
b) Drupa - Ex.: pêssego, ameixa,noz. Com uma semente, epicarpo fino, mesocarpo carnoso e 
endocarpo pétreo, em geral intimamente aderido à semente. 
Secos – quando possuem quantidades mínimas de umidade. Ex. Mogno, feijão algodão. 
Os principais frutos simples e secos são: 
a) deiscentes: os tecidos da parede do ovário maduro rompem-se, libertando as sementes. 
b) indeiscentes: as sementes permanecem no interior dos frutos depois que este cai da planta 
mãe. 
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2.6 SEMENTE 
A semente é por definição um óvulo fecundado e maduro. Consta de um embrião, tecido ou tecidos de 
reserva (endosperma) e um tecido de proteção (testa e tegma). 
ATIVIDADE 
1- Enumere três tipos de frutos secos e três tipos de frutos carnosos que você utiliza em sua 
alimentação 
2- Qual a importância das flores no processo de reprodução das plantas? 
3- Defina os termos abaixo: 
a) flor dióica 
b) flor monóica 
c) flor hermafrodita 
d) flor poligâmica 
4- Qual a função do Xilema e do Floema? 
5- O que é estômato e qual a sua função para as plantas? 
6- Quais são as partes de uma folha. Comente sobre cada uma delas. 
7- Defina os termos abaixo: 
a) Tubérculo 
b) Rizoma 
c) Raiz tuberosa 
d) Bulbo 
8- Quais as principais diferenças entre uma planta monocotiledônea e eudicotiledônea? 
 
 
CAPÍTULO 4- FISIOLOGIA VEGETAL 
Hormônios vegetais 
São exemplos de hormônios vegetais: auxina, giberelinas, ácido abicísico, citocininas e etileno. As 
auxinas – que regulam, entre outras coisas, o alongamento celular. As auxinas são produzidas 
principalmente no ápice dos ramos, folhas e partes jovens aéreas. Elas migram em direção à raiz, 
estimulando o alongamento das células. As giberelinas, que regulam o crescimento do caule, 
promovem a germinação de sementes e brotos e o desenvolvimento de flores. O ácido abicísico está 
envolvido no fechamento dos estômatos e atua na dormência das sementes e gemas de algumas 
espécies. As citocininas também regulam o crescimento de um vegetal, atuando sobre a divisão 
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celular. Já o etileno é um hormônio gasoso produzido quando a planta sofre lesões e que estimula a 
maturação dos frutos ou mesmo a morte de órgãos. É por isso que quando queremos que frutas, como 
bananas, amadureçam mais rápido, podemos envolvê-las em papel jornal; desse modo, o etileno 
quase “não escapa” e fica concentrado, acelerando o amadurecimento do fruto. 
FOTOSSÍNTESE 
A clorofila é um pigmento e, como outros pigmentos, ela tem uma cor, no caso verde. Moléculas de 
clorofila estão localizadas nos cloroplastos e compreendem o principal grupo de pigmentos da 
fotossíntese nas plantas, podendo ser encontrados em tecidos vegetais, como folhas e caules jovens, 
ou seja, em quase tudo que é verde em uma planta. 
A fotossíntese é um processo complexo e compreende uma série de reações químicas, em que 
moléculas simples de dióxido de carbono (CO2) e água são transformadas em moléculas orgânicas, 
como carboidratos (açúcares). Um fator importante em algumas das reações é a luz solar (energia 
luminosa). 
Embora a fotossíntese compreenda várias reações, podemos representá-la com a equação abaixo: 
 
 
RESPIRAÇÃO E FOTOSSÍNTESE 
É importante você perceber que a fotossíntese e a respiração são duas atividades metabólicas 
distintas, mas muito relacionadas. Enquanto na fotossíntese a energia luminosa é transformada em 
energia química, havendo portanto a produção de energia, na respiração há um consumo da energia 
química armazenada para o desempenho de outras funções metabólicas. Na fotossíntese, o gás 
carbônico é ligado à água, formando os açúcares e absorvendo energia luminosa do sol. Assim, o 
açúcar formado é uma forma de armazenar energia química. Na respiração, essa energia química é 
utilizada na sua oxidação, consumindo oxigênio e regenerando gás carbônico e água – é um ciclo 
energético do qual nós fazemos parte, chamado ciclo do carbono. 
 
ATIVIDADE AVALIATIVA 
 
1) Complete as frases abaixo: 
 
 As raízes tuberosas são aquelas que acumulam reservas nutritivas, como exemplo temos a 
____________________, _____________________ e _______________________. 
São exemplos de tipos de caule: ______________________, ____________________ e 
_______________. 
Os cloroplastos são organelas importantes para realização da _____________________. 
Na ___________________________ plantas absorvem CO2 e liberam O2. 
Como exemplo de plantas gimnosperma temos o _____________________ 
Frutos ______________ são aqueles que se abrem quando estão secos. 
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Os __________________ são responsáveis por conduzir a seiva bruta, composta de água e sais 
minerais. 
Os_______________________são responsáveis por conduzir a seiva orgânica, das folhas à raiz. 
Os________________________também evitam perda excessiva de água contribuindo, assim, para a 
adaptação dos vegetais à vida terrestre. 
A_______________é o principal órgão que faz a transpiração e o ________________é a estrutura 
pela qual sai vapor d'água. 
As gramíneas apresentam raízes __________________________ e folhas com 
nervuras___________________sendo classificadas como ______________________. 
O caule da bananeira é do tipo ______________________. 
O fruto do mamoeiro é do tipo______________________. 
 
2) Os frutos são importantes estruturas relacionadas com a dispersão e proteção da semente. Eles são 
encontrados apenas nas: 
a) Briófitas. 
b) Pteridófitas. 
c) Gimnospermas. 
d) Angiospermas. 
 
3) Ao se fazer uma correlação funcional entre as estruturas vegetais e animais, é correto afirmar que a 
seiva, as folhas, as raízes e o xilema equivalem, nos animais, respectivamente, a: 
a) sangue, glândulas, boca, ossos. 
b) sangue, pulmões, intestinos e vasos sanguíneos. 
c) intestinos, vasos sanguíneos, glândulas e sangue. 
d) pulmões, vasos sanguíneos, sangue e ossos. 
e) sangue, intestinos, vasos sanguíneos e glândulas. 
4) Observe a figura onde são mostrados caules eretos. Qual das alternativas apresenta, na ordem, as 
denominações corretas? 
a) Estipe, haste, tronco, cladódio e colmo. 
b) Cladódio, haste, estipe, colmo e tronco 
suculento. 
c) Tronco, haste, estipe, colmo e cladódio. 
d) Tronco, colmo, cladódio, haste e estipe. 
e) Estipe, cladódio, haste, colmo e tronco. 
 
 
5) Na feira ou na quitanda, tomate, cenoura, batatinha e cebola são considerados “legumes”. A bem da 
verdade, legume é o fruto produzido pelas leguminosas, como a vagem do feijão. 
Os legumes anteriores são, respectivamente: 
a) Fruto, raiz, caule e caule. 
b) Fruto, caule, fruto e raiz. 
c) Fruto, fruto, caule e raiz. 
d) Caule, fruto, caule e fruto. 
e) Fruto, fruto, fruto e caule. 
 
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6) O que é necessário para ocorrer a fotossíntese e a respiração nas folhas? O que é produzido no 
final de cada processo? 
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________ 
7- (UDESC/97) As angiospermas possuem três tipos básicos de órgãos: raiz, caule, e folha. Em 
relação a esses órgãos, assinale a alternativa CORRETA. 
a) As folhas apresentam função de sustentação. 
b) A raiz é a porção do eixo principal de um vegetal, geralmente clorofilada, subterrânea e que 
apresenta gemas laterais. 
c) Em plantas aquáticas as raízes promovem a fotossíntesee a liberação de oxigênio para o meio 
externo. 
d) No caule são observados os estômatos que regulam a quantidade de sais que a planta absorve. 
e) Podemos observar caules aéreos, subterrâneos ou aquáticos, de acordo com as características dos 
vegetais. 
 
8-Correlacione as colunas das plantas com seus respectivos tipos de caules. 
A – palmeira. ( ) Colmo 
B – cana-de-açúcar. ( ) Bulbo 
C – cacto. ( ) Estipe 
D – bananeira. ( ) Cladódio 
E – cebola. ( ) Rizoma 
 
9- (Acafe/SC) Correlacione as regiões de uma raiz e suas respectivas funções. 
(1) Coifa 
(2) Zona lisa 
(3) Zona pilífera 
(4) Zona de ramificação 
(___) Determina o crescimento da raiz. 
(___) Proteção. 
(___) Absorção de água. 
(___) Onde surgem as raízes secundárias. 
 
A sequência numérica, de cima para baixo, deve ser: 
a) 2-4-3-1. 
b) 4-3-1-2. 
c) 2-1-3-4. 
d) 3-2-4-1. 
e) 1-4-2-3. 
 
10-(UNESP) A figura refere-se a um cacto típico da região semi-árida nordestina, o quipá (Opuntia sp). 
Trata-se de uma planta xerófita, que apresenta respostas morfológicas adaptativas ao seu ambiente. 
Tendo como referência a figura, responda. 
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a) Que adaptações morfológicas você pode 
identificar nas estruturas indicadas pelas setas 
um e dois? 
 
 
CAPÍTULO 5 - FORMAÇÃO DO SOLO 
 
1.0 INTRODUÇÃO 
O solo pode ser definido como: Material mineral ou orgânico inconsolidado imediatamente abaixo da 
superfície da Terra e que serve como meio natural para crescimento das plantas terrestres, o qual 
durante certo tempo, sofreu influência da fatores genéticos e ambientais do clima, de macro e micro-
organismos, e foi condicionado pelo relevo. 
As rochas situadas na superfície terrestre são vulneráveis a processos físicos, químicos e biológicos 
que resultam na alteração e desintegração dos minerais originalmente presentes, resultando na 
formação de novos minerais e na liberação de íons, fenômeno denominado intemperismo. 
O intemperismo pode ser físico, químico ou biológico: 
Intemperismo Físico 
A desintegração das rochas e minerais para partículas menores aumenta a superfície específica; isto é 
um pré- requisito essencial para o intemperismo químico. Isto é um resultado de: 
a) Flutuações de temperatura: mudanças no aquecimento e resfriamento causam diferenças na 
expansão e contração dos lados ensolarados e sombreados e entre a superfície e o interior – o 
resultado é estresse, divisão, fissuração e decomposição. 
b) Congelamento: a expansão da água nas fendas e fissuras resulta em grande fragmentação das 
rochas e minerais (gelo = 9% mais volume do que água); 
c) Ação das raízes das plantas: A espessura delas aumenta as fissuras; menos importante do que 
congelamento e temperatura. 
Intemperismo Químico 
É a decomposição dos materiais intemperizados fisicamente por dissolução, hidrólise, acidólise e 
oxidação. Os principais agentes são: íons H2O, CO2, O2 e H
+. 
a) Dissolução: principalmente de sais solúveis em água (cloreto de sódio - NaCl; gesso – 
CaSO4.2H2O), pela ligação de dipolos de H2O aos cátions e ânions da estrutura do cristal com 
remoção dos íons em solução. Solubilidade do NaCl 360 g L-1, e do gesso 2,6 g L-1 a 20°. A dissolução 
é importante, por exemplo, na salinização dos solos salinos e na formação do solo de rochas que 
contêm gesso. 
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b) Hidrólise: decomposição pela água dos sais muito ou pouco solúveis, combinando uma base forte 
com um ácido fraco, pela dissociação da água em íons de H+ e OH-. 
c) Acidólise ou ataque por íons: muito mais intenso do que a hidrólise em água pura. Íons H+, ou 
prótons se originam, principalmente, do ácido fraco H2CO3, resultado da reação do CO2 da atmosfera 
com água. 
Íons H+ podem também se originar de ácidos orgânicos ou inorgânicos formados por oxidação 
d) Oxidação: Elementos reduzidos (FeII, SII, MnII) são oxidados por O2 atmosférico na presença de H2O 
e microrganismos (FeIII, SVI, MnIII, MnIV). Nesse processo, a entrada de O e OH causa expansão e 
desintegração da estrutura do cristal e isso resulta na cor castanha ou avermelhada uma vez que o 
ferro sempre está presente e hidróxidos e oxidos férricos tem a cor castanha ou vermelha; A cor é 
intensificada pela cor castanha escura do Mn oxidado. A intensidade de cor um bom indicador da 
extensão da intemperização. 
Intemperismo Biológico 
Organismos do solo e raízes das plantas interagem com a intemperização química por: produzindo 
CO2 (respiração), íons H+ (troca com nutrientes catiônicos), ânions orgânicos (citrato, malato, tartarato, 
oxalato) os quais formam complexos com Al, Fe, Mn) que atacam a estrutura dos cristais. Também 
ocorre a oxidação microbiana do FeII, SII, MnII 
Intensidade do intemperismo: 
A intemperização física é acelerada pela variação da temperatura (quanto mais quente maior o 
intemperismo). 
A intemperização química aumenta com o aumento da umidade, temperatura e concentração de íons 
H+ e com o aumento da superfície específica (partículas menores). 
Propriedades dos Produtos de Intemperismo 
As substâncias mais importantes formadas são os argilominerais, óxidos e hidróxidos de silício, 
alumínio, ferro e manganês. 
Argilominerais 
Argilominerais são silicatos em camadas (filosilicatos) de tamanho coloidal (< 2 µm), com grande área 
de superfície, habilidade para absorver e liberar moléculas de água e habilidade para expansão e 
contração. Eles são plásticos e podem adsorver íons trocáveis. Juntamente com a matéria orgânica 
eles conferem ao solo poder para reter água e nutrientes e formar sua estrutura. Argilominerais são 
classificados estruturalmente como: dimórficos, trimórficos e tetramórficos. 
Minerais Dimórficos ou 1:1 Estrutura básica: 1 lâmina de tetraedros de Si-O- e 1 lâmina de octaedros 
de Al-OH- mantidas juntas por pontes de O. Ex. Caulinita, Esmectita 
Minerais Trimórficos ou 2:1 Estrutura básica (como nas micas): 2 lâminas de tetraedros de Si-O 
fazendo um sanduíche com uma lâmina de octaedro de Al-OH- . Ex: Mica, Vermiculita, Ilita, 
Montmorilonita 
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Óxidos e Hidróxidos 
Óxidos e hidróxidos de Si, Al, Fe e Mn são formados juntamente com minerais de argila por 
intemperização nos climas temperados. 
Óxidos e hidróxidos de Al e Fe predominam nos solos dos trópicos úmidos onde a intemperização é 
muito intensa de modo que os constituintes necessários para a formação dos minerais de argila estão 
ausentes 
2. FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO 
O solo resulta da ação simultânea e integrada do clima e organismos que atuam sobre um material de 
origem (geralmente rocha), que ocupa determinada paisagem ou relevo, durante certo período de 
tempo. Esses elementos (rocha, clima, organismo, relevo e tempo) são chamadas de fatores de 
formação do solo. Esses fatores são parte do meio ambiente e atuam de forma conjunta. 
2.1. Material de Origem 
O material de origem é a matéria-prima a partir da qual os solos se desenvolvem, podendo ser de 
natureza mineral (rochas ou sedimentos) ou orgânica (resíduos vegetais). Por ocuparem extensões 
consideráveis, os materiais rochosos são, sem dúvida, os mais importantes e abrangem os diversos 
tipos conhecidos de rochas (Quadro 1). 
As rochas são arranjos de minerais de tipos semelhantes ou diferentes e são divididas em: ígneas 
(magmáticas), sedimentares ou metamórficas. 
 
Rochas ígneas também chamadas de rochas magmáticas – são aquelas originadas em altas 
temperaturas a partir da solidificação do magma. 
 
As rochas sedimentares são rochas formadas através da deposição, e consequente cimentação ou 
consolidação de fragmentos provenientes de material mineral ou material orgânicono fundo, ou ao 
longo dos mares e rios, onde são solidificados. 
 
Rochas metamórficas são rochas que sofreram transformações químicas e físicas devido ao fato de se 
submeterem a temperaturas e pressões elevadas e à atuação de fluidos. Essa transformação pode 
ocorrer com uma rocha sedimentar, uma rocha ígnea ou mesmo outra rocha metamórfica. 
 
Rochas ígneas e metamórficas ocupam mais de 95 % da crosta terrestre mas cobrem somente cerca 
de 25% da superfície. Sedimentos formam menos de 5% da crosta, mas cerca de 75% da superfície, 
e, por consequência são mais importantes na formação dos solos. 
 
 
Dependendo do tipo de material de origem, os solos podem ser arenosos, argilosos, férteis ou pobres. 
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É importante salientar que uma mesma rocha poderá originar solos muito diferentes, dependendo da 
variação dos demais fatores de formação. Por exemplo, um granito, em região de clima seco e quente, 
origina solos rasos e pedregosos em virtude da reduzida quantidade de chuvas. Já, em clima úmido e 
quente, essa mesma rocha dará origem a solos mais profundos, não-pedregosos e mais pobres. 
Em qualquer clima, os arenitos geralmente originam solos de textura grosseira (arenosa), têm baixa 
fertilidade, armazenam pouca água e são muito propensos à erosão. Rochas como o basalto originam 
solos de textura argilosa e com altos teores de ferro, pois são ricas nesse elemento. Solos originados a 
partir de argilitos apresentarão textura argilosa, isto é, com predominância de argila. 
A composição química geral de minerais é composta por: dos 118 elementos químicos conhecidos, 
somente 8 estão presentes na composição química dos minerais (O, Si, Al, Fe, Ca, Na, K e Mg) e 
desses apenas 4 são nutrientes de plantas (Fe, Ca, K, Mg). Outros nutrientes são somente 
encontrados em pequenas quantidades (p.e. P com 0,1% é o 11o elemento mais abundante). Não 
existe N em minerais ou rochas – ele é encontrado somente na matéria orgânica. 
Rochas com grandes quantidades de elementos nutrientes podem originar solos férteis, ao passo que 
solos derivados de rochas pobres serão inevitavelmente de baixa fertilidade. Solos derivados de 
arenito (rocha geralmente pobre em nutrientes) possuem baixa quantidade de nutrientes (cálcio, 
magnésio, potássio), comparativamente aos originados de basalto (rochas mais ricas em nutrientes). 
Minerais: São compostos químicos naturais (raramente elementos nativos), formados a partir de 
diversos processos físico-químicos que operam na crosta terrestre. A maioria desses compostos 
ocorre no estado sólido e compõe as rochas. 
É principalmente nas frações areia e silte que se encontram os minerais primários capazes de 
fornecer, após a intemperização, nutrientes que as plantas necessitam retirar do solo. Estes nutrientes, 
principalmente K, Ca, Mg e micronutrientes (por exemplo, Fe, Mn Cu, Zn, etc.) fazem parte da 
estrutura de alguns minerais primários (Quadro 1) e são liberados para a solução (água) do solo pelo 
intemperismo. A planta, ao retirar a água (solução do solo) contida nos microporos, absorve também 
estes nutrientes essenciais ao seu crescimento. Então, os minerais primários, quando presentes no 
solo, funcionam como adubos naturais, que liberam lentamente os nutrientes para as plantas. Apesar 
de não apresentar elementos essenciais para as plantas (nutrientes), o quartzo é o principal e o mais 
comumemente mineral encontrado nas frações areia e silte dos solos. 
 
Características que definem um mineral primário: 
ü Herdados do material originário; 
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ü Mantém-se praticamente inalterado na sua composição; 
ü Derivados das rochas por simples fragmentação; 
ü Formados em rochas no interior da crosta terrestre sob altas pressões e temperaturas; 
ü Eles acabam sendo decompostos, liberando nutrientes às plantas; 
ü Predomina nas frações grosseiras (>2 mm). 
 
A fração argila é composta, quase que em sua totalidade, por minerais secundários. Estes minerais 
são formados pela alteração dos minerais primários e, dependendo do grau de desenvolvimento do 
solo, também podem ser formados a partir da alteração de outros minerais secundários. São 
encontrados sob a forma de minerais silicatados (apresentam silício em sua estrutura) e também 
óxidos de ferro e alumínio. A presença de diferentes tipos de minerais secundários na fração argila 
depende basicamente da rocha de origem e do grau de evolução do solo. 
Características que definem um mineral secundário: 
ü São originados a partir da alteração dos minerais primários; 
ü Geralmente formados na superfície terrestre em solos, lagos ou oceanos; 
ü Predominam na fração argila 
 
Exemplos de minerais secundários: Minerais de argila (caulinita, vermiculita, esmectitas), óxidos e 
hidróxidos de alumínio e ferro; carbonatos de cálcio e de magnésio. 
 
2.2. Clima 
O clima exerce influência na formação dos solos principalmente através da precipitação e temperatura. 
Em ambientes extremos, como desertos frios ou quentes, a água está em estado sólido (gelo) ou 
ausente, o que dificulta ou mesmo impede a formação do solo. Para atuação de processos de 
intemperismo e de formação do solo há necessidade de existir água em estado líquido. 
Precipitações e temperaturas elevadas favorecem os processos de formação do solo. Climas úmidos e 
quentes (regiões tropicais) são fatores favoráveis à formação de solos muito intemperizados (alterados 
em relação à rocha), profundos e pobres, o que resulta em acidez e baixa fertilidade, como é o caso da 
maioria dos solos brasileiros. Em regiões de baixa precipitação (áridas e semi-áridas), os solos são 
menos intemperizados, mais rasos, de melhor fertilidade e, geralmente, pedregosos. Graças à 
vegetação escassa, a quantidade de matéria orgânica, adicionada em climas secos, é inferior à dos 
solos de regiões úmidas. 
 
2.3. Relevo 
Dependendo do tipo de relevo (plano, inclinado ou abaciado), a água da chuva pode entrar no solo 
(infiltração), escoar pela superfície (ocasionando erosão) ou se acumular (formando banhados). 
Nos relevos planos, praticamente toda a água da chuva entra no solo, propiciando condições para 
formação de solos profundos. 
 
Em relevos inclinados, grande parte da água escorre pela superfície, favorecendo proces- sos erosivos 
e dificultando a formação do solo, sendo tais áreas ocupadas, predominantemente, por solos rasos. 
As áreas com relevo abaciado, além das águas da chuva, também recebem aquelas provenientes das 
áreas inclinadas, tendendo a um acúmulo e favorecendo o aparecimento de banhados (várzeas), onde 
se formam os solos chamados de hidromórficos, ou seja, com excesso de água. Quando derivados de 
material de origem vegetal acumulado em áreas encharcadas, como banhados, os solos tendem a 
apresentar grandes quantidades de matéria orgânica. 
 
Em relevos planos, podem ocorrer solos rasos quando a região é muito seca, e a quantidade de 
chuvas não é suficiente para a formação de um solo profundo. Também podemos ter solos rasos em 
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regiões planas, mesmo em climas muito chuvosos, quando os solos são desenvolvidos a partir de 
rochas muito resistentes ao intemperismo (alteração). 
 
2.4. Organismos 
Os organismos que vivem no solo (vegetais, minhocas, insetos, fungos, bactérias, etc.) exercem papel 
muito importante na sua formação, visto que, além de seus corpos serem fonte de matéria orgânica, 
atuam também na transformação dos constituintes orgânicos e minerais. 
A ação específica dos micro-organismos é fundamental para a formação do solo e pode ser 
evidenciada por meio de seus produtos, pois determinadas espécies de bactérias liberam no meio o 
ácido nítrico (HNO3), enquanto os líquens liberam o ácido oxálico, e ambos aceleram a corrosão 
química do regolito para mais tarde formaro solo. 
A vegetação exerce marcante influência na formação do solo pelo fornecimento de matéria orgânica, 
na proteção contra a erosão pela ação das raízes fixadas no solo, assim como as folhas evitam o 
impacto direto da chuva. Ao se decompor, a matéria orgânica libera ácidos que também participam na 
transformação dos constituintes minerais do solo. 
A fauna (representada por inúmeras espécies de minhocas, besouros, formigas, cupins, etc.) age na 
trituração e transporte dos resíduos vegetais no perfil do solo. 
Os fungos e as bactérias realizam o ataque microbiano, transformando a matéria orgânica fresca em 
húmus, o qual apresenta grande capacidade de retenção de água e nutrientes, o que é muito 
importante para o desenvolvimento das plantas que habitam o solo. Maiores detalhes são encontrados 
nos capítulos sobre biologia e composição do solo. 
2.5. Tempo 
Para a formação do solo, é necessário determinado tempo para atuação dos processos que levam à 
sua formação. O tempo que um solo leva para se formar depende do tipo de rocha, do clima e do 
relevo. Solos desenvolvidos a partir de rochas mais fáceis de ser intemperizadas formam-se mais 
rapidamente, em comparação com aqueles cujo material de origem é uma rocha de difícil alteração. 
Por exemplo, os solos derivados de quartzito (rocha rica em quartzo) demoram mais tempo para se 
formarem do que os solos originados de diabásio (rocha rica em ferro), por ser o mineral quartzo muito 
resistente ao intemperismo (alteração). 
Nos relevos mais inclinados (morros, montanhas), o tempo necessário para formação de um solo é 
muito mais longo, comparativamente aos relevos planos, uma vez que, nos primeiros, a erosão natural 
é muito maior. 
Percebe-se, ainda, que os solos mais velhos têm maior quantidade de argila que os jovens, isto 
porque, no transcorrer do tempo de formação, os minerais primários, herdados da rocha e que fazem 
parte das frações mais grosseiras do solo (areia e silte), vão-se transformando em argila (fração mais 
fina do solo). 
Quando originados de uma mesma rocha, os solos mais velhos apresentam, usualmente, menor 
quantidade de nutrientes, os quais são removidos em solução pelas águas das chuvas. É comum 
achar que todos os solos jovens são mais férteis que os solos velhos. Porém, um solo jovem será de 
baixa fertilidade se a rocha que lhe deu origem for pobre em nutrientes. 
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Uma questão freqüentemente levantada é: "Quanto tempo leva um solo para ser formado"? Essa 
pergunta é difícil de ser respondida porque o tempo de vida do ser humano é muito curto para 
acompanharmos esse processo. A única certeza é que são necessários milhares de anos. O tempo de 
formação do solo é longo; todavia, sua degradação pode ser rápida, motivo pelo qual sua utilização 
deve ser cercada de todo cuidado. 
O processo de formação do solo é extremamente lento, para formar uma camada de 2,5 cm, são 
necessários de 200 a 1000 anos. 
3. PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO 
3.1. Adições 
Tudo que é incorporado ao solo em desenvolvimento é considerado como adição. O principal 
constituinte adicionado é a matéria orgânica proveniente da morte dos organismos que vivem no solo, 
principalmente a vegetação. Por serem ricos no elemento carbono, esses compostos orgânicos 
imprimem cores escuras à porção superior do solo. 
A quantidade de matéria orgânica incorporada nos solos é muito variável pois depende do tipo de 
clima e do relevo. Em climas com pouca chuva, a vegetação é escassa, resultando em menor adição 
de matéria orgânica. Em climas mais chuvosos, a vegetação é mais abundante e a quantidade de 
matéria adicionada é maior, fazendo com que os solos apresentem a sua parte superficial mais escura 
e espessa. 
3.2. Perdas 
Durante o seu desenvolvimento os solos perdem materiais na forma sólida (erosão) e em solução 
(lixiviação). Em relevos muito inclinados os solos são mais rasos em decorrência da perda de materiais 
por erosão. 
A água da chuva solubiliza os minerais do solo os quais liberam elementos químicos (principalmente 
cálcio, magnésio, potássio e sódio) que são levados para as águas subterrâneas. Esse é um processo 
de perda denominado lixiviação. Em regiões com pouca chuva, as perdas desses elementos químicos 
são menos intensas, comparativamente àquelas com maior precipitação. Essas perdas por lixiviação 
explicam a ocorrência de solos muito pobres (baixa fertilidade) mesmo sendo originados a partir de 
rochas que contêm grande quantidade de elementos nutrientes de plantas. 
3.3. Transformações 
São denominadas transformações os processos que ocorrem durante a formação do solo produzindo 
alterações químicas, físicas e biológicas. Como exemplo de alteração química, pode-se citar a 
transformação dos minerais primários (que faziam parte da rocha) em novos minerais (minerais 
secundários). As argilas são o exemplo mais comum de minerais secundários. É o caso de muitas 
rochas que não contêm argila, porém esse material faz parte do solo formado. Qual seria a 
explicação? Nesse caso, alguns minerais primários da rocha sofreram intemperismo e se 
transformaram em argila. E de onde vieram as areias que os solos contêm? Essas areias são 
provenientes também dos minerais contidos na rocha e que ainda não foram transformados ou são 
muito resistentes para serem alterados. 
As cores vermelha, amarela ou vermelho-amarela são resultantes da formação de compostos (óxidos) 
a partir do elemento químico ferro liberado pela alteração das rochas. 
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Os materiais vegetais que caem no solo (folhas, galhos, frutos e flores) e as raízes que morrem 
também sofrem transformações. Pela atuação de organismos do solo, transformam-se em húmus, que 
é um composto mais estável e responsável pela cor preta dos solos. Nesse processo, ocorre liberação 
de ácidos orgânicos, que também contribuem para a alteração dos componentes minerais do solo. 
As transformações ocorridas durante todos os estádios de desenvolvimento dos solos são mais 
intensas em regiões úmidas e quentes (zonas tropicais). A água é necessária para hidratar e dissolver 
minerais, processo que é acelerado em temperaturas mais elevadas. Na porção tropical úmida do 
Brasil, ocorrem solos considerados muito velhos e intemperizados por terem sido submetidos durante 
muito tempo a esses processos de transformação e per- da, sendo, como resultado, muito profundos e 
muito pobres em nutrientes. 
3.4. Transportes 
Em decorrência da ação da gravidade e da evapotranspiração (perda de água das plantas e do solo 
pela ação do calor), pode ocorrer translocação de materiais orgânicos e minerais dentro do próprio 
solo. Essa movimentação pode se dar nos dois sentidos, ou, seja, de cima para baixo ou de baixo para 
cima. Em condições de clima com poucas chuvas, elementos químicos, como, por exemplo, o sódio, 
podem ser levados em solução para a superfície do solo e depositados na forma de sal. Em climas 
úmidos, ácidos orgânicos e partículas minerais de tamanho reduzido (argila) podem ser transportados 
pela água para os horizontes mais profundos do solo. 
4. FORMAÇÃO DO PERFIL DE SOLO 
A formação do solo inicia-se a partir do momento em que o material de origem (rocha) é exposto na 
superfície terrestre, quando, então, passa a sofrer ação de agentes do clima, principalmente 
precipitação e temperatura, acionando processos de intemperismo ("apodrecimento" da rocha). 
À medida que se intemperiza, a rocha vai desagregando e ficando mais porosa, passando a reter água 
e elementos químicos (cálcio, magnésio, potássio, sódio, ferro, etc) e oferecendo condições de 
colonização por organismos pioneiros, como musgos, liquens, algas, etc. Com o passar do tempo, o 
solo vai ficando mais espesso, permitindo a instalação de plantas de maior porte. Ao morrerem, esses 
organismos fornecem matéria orgânica (adição), que passaa ser incorporada continuamente ao solo, 
além de fornecer ácidos orgânicos, que aceleram o intemperismo. 
Os minerais primários (oriundos da rocha) sofrem transformações, alterando-se química e fisicamente 
e dando origem a novos minerais (minerais secundários), tais como: minerais silicatados e óxidos de 
ferro e alumínio. 
Abaixo da camada superficial mais escura do solo, a rocha continua se intemperizando e apresenta 
coloração vermelha graças à presença do ferro. Parte dos nutrientes (cálcio, magnésio, potássio, etc.), 
liberados desses minerais, também são "lavados" do solo (perdas). 
Pela ação da gravidade, partículas de argila suspensas em água e compostos orgânicos podem 
deslocar-se pelos poros do solo, possibilitando algum acúmulo em profundidade (transporte 
descendente). Em climas secos, alguns sais são trazidos à superfície do solo (transporte ascendente), 
graças à evaporação da água. 
2. PERFIL DO SOLO: HORIZONTES E NOMENCLATURA 
Perfil do solo - corresponde a uma seção vertical que inicia na superfície do solo e termina na rocha, 
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podendo ser constituído por um ou mais horizontes. 
Horizontes do solo - são as diferentes camadas que constituem o solo, formadas pelos processos 
pedogenéticos (adições, perdas, transportes e transformações). Os horizontes e as camadas do solo 
são designados por letras maiúsculas - O, A, B, C e R . 
 
3. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS HORIZONTES DO SOLO 
Horizonte H - É um horizonte orgânico, normalmente encontrado em áreas com excesso de água, 
como os banhados ou várzeas. O excesso de água inibe a ação dos microrganismos aeróbios 
(aqueles que necessitam de O2 para sobreviverem), limitando muito a decomposição da matéria 
orgânica. Então, temos a seguinte situação: estes ambientes apresentam grande produção e 
incorporação de matéria orgânica no solo e baixa velocidade de decomposição. Como resultado, 
verifica-se grande acúmulo de matéria orgânica no solo, bem como formação do horizonte H (horizonte 
espesso, rico em matéria orgânica e de coloração escura). 
Horizonte O - Também é um horizonte orgânico. É simbolizado pela letra O pelo fato de ser a primeira 
letra da palavra orgânico. O horizonte O é constituído por uma manta de folhas, galhos, flores, frutos, 
restos e dejetos de animais, depositados sobre o horizonte A. Pode ser encontrado em solos sob 
mata, sendo pouco expressivo ou inexistente em regiões de vegetação de campo. Decompõe-se 
rapidamente, quando o solo é submetido ao cultivo. A espessura é variável, estando condicionada 
principalmente pelo clima e pelo tipo de vegetação. 
Horizonte A - Está abaixo do horizonte O, quando este existe, caso contrário é o horizonte superficial. 
É formado pela incorporação de matéria orgânica aos constituintes minerais do solo com os quais fica 
intimamente misturada. O conteúdo de matéria orgânica é mais baixo, quando comparado com o dos 
horizontes O e H, com teores raramente superiores a 10%, sendo por isso considerado um horizonte 
mineral. Este horizonte tem grande importância agrícola (local onde concentra a maior parte das raízes 
das plantas) e ambiental (horizonte superficial que primeiro recebe os poluentes depositados sobre o 
solo). 
Geralmente, tem coloração escura, graças à presença de matéria orgânica, a qual se encontra 
bastante mineralizada, ou seja, decomposta e transformada em húmus. A decomposição de raízes é a 
principal fonte de matéria orgânica para a formação deste horizonte. 
A sua espessura é variada e depende do clima e da vegetação. Em regiões de baixa precipitação, 
como, por exemplo, nordeste do Brasil, é pouco espesso e mais claro em decorrência da escassez de 
vegetação. Nos estados sulinos, onde a vegetação é mais exuberante e o clima mais frio, pode atingir 
mais de 1 metro de espessura. Por conter maior quantidade de material orgânico, é mais poroso, mais 
leve, menos duro e menos plástico e pegajoso (atributos que favorecem, por exemplo, o preparo do 
solo), assim como apresenta maior atividade biológica que os demais horizontes minerais de um perfil 
de solo. 
Em muitas regiões do Brasil, o horizonte A já foi parcial ou totalmente removido por erosão, causando 
diminuição da qualidade agrícola e ambiental do solo, já que sua restauração aos níveis originais é 
praticamente impossível. 
Horizonte B - Situa-se abaixo do horizonte A e sua cor é devida principalmente aos minerais de ferro 
da fração argila, sendo as mais comuns vermelha, amarela ou vermelho- amarela. O teor de matéria 
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orgânica, bem como a atividade biológica, é menor do que o do horizonte A. Pode apresentar 
variações em relação à espessura (centímetros a vários metros), fertilidade, coloração, tipo e tamanho 
das estruturas, mineralogia e quantidade de areia, silte ou argila. 
C - Encontra-se abaixo do horizonte B. É a rocha intemperizada, podendo apresentar manchas de 
diversas cores. 
R - É a última camada do perfil e representa a rocha que ainda não foi intemperizada. 
COMPOSIÇÃO DO SOLO 
O solo é uma mistura variável de (Figura 1): 
 
 
Figura 1. Composição de um solo de pastagem. 
Componentes minerais: fragmentos da rocha matriz, minerais primários e secundários, substâncias 
amorfas; 
Componentes orgânicos: fauna e flora do solo, raízes de plantas, resíduos de plantas intactos e em 
decomposição, substâncias húmicas recentemente formadas (húmus); 
Água; 
Ar. 
RESUMO 
SOLO: É um corpo natural formado pela ação dos processos pedogenéticos que atuam com 
intensidade variável de acordo com os fatores de formação do solo. 
INTEMPERISMO: Conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que atuam sobre as rochas, 
desintegrando-as e decompondo-as, propiciando a formação do perfil do solo. 
FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO: Material de origem, clima, relevo, organismos e tempo. 
ROCHAS: São os principais materiais de origem dos solos. Dependendo do tipo de rocha, os solos 
podem ter mais ou menos areia e argila, e serem férteis ou pobres. 
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CLIMA: Climas quentes e úmidos favorecem a formação de solos profundos; em climas áridos, os 
solos tendem a ser mais rasos e pedregosos. 
RELEVO: Os solos tendem a ser mais profundos em relevos planos. Em relevos inclinados, 
geralmente são rasos. 
ORGANISMOS: auxiliam na formação do solo adicionando matéria orgânica e transformando 
materiais. 
PROCESSOS PEDOGENÉTICOS: Adições, perdas, transportes e transformações. 
ADIÇÕES: Toda e qualquer adição de material ao solo durante sua formação. Exemplo: adição de 
matéria orgânica pelos organismos do solo. 
PERDA: Toda e qualquer remoção de material do solo durante o seu desenvolvimento. Exemplo: 
remoção de solo por erosão, perdas de elementos químicos (cálcio, magnésio, potássio, etc.) por 
lixiviação. 
TRANSPORTES: Toda e qualquer movimentação de material no interior do próprio solo. Exemplo: 
argilas que migram pelos poros para camadas mais profundas do solo. 
TRANSFORMAÇÕES: Alterações químicas, físicas e biológicas que ocorrem nos componentes do 
solo. Exemplo: transformação da matéria orgânica fresca em húmus; transformação dos minerais 
primários (da rocha) em minerais secundários (do solo). 
ATIVIDADE 
1-O que é o solo ? Quais as principais características que nossos solos apresentam? 
2- O que é intemperismo? 
3-Quais os fatores que contribuem para a formação do solo?Comente sobre um fator de formação do 
solo. 
4. Quais características diferem um mineral primário de um secundário?Dê exemplos de minerais 
primários e secundários. 
5-Dê exemplos de um argilomineral 2:1 e um 1:1. Faça um desenho mostrando as diferenças entre um 
mineral 2:1 e um mineral 1:1. 
6. Com o aumento do intemperismo que tipos de minerais são encontrados principalmente nos solos.5- Comente sobre os processos pedogenéticos que acontecem no solo. 
6-O que é perfil do solo? 
7-O que é horizonte do solo? Faça um desenho destacando os principais horizontes do solo com suas 
características. 
 
CAPÍTULO 6 – PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO 
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COR DO SOLO 
A cor é considerada, por muitos pedólogos (profissionais que estudam o solo), uma das propriedades 
morfológicas mais importantes. Os solos podem apresentar cores variadas, tais como: preto, vermelho, 
amarelo, acinzentado, etc. Essa variação irá depender não só do material de origem, mas também de 
sua posição na paisagem, conteúdo de matéria orgânica e mineralogia, dentre outros fatores. 
Uma análise superficial poderia considerar que a cor do solo apresenta pouca relevância do ponto de 
vista prático. As plantas, de modo geral, não terão seu desenvolvimento afetado exclusivamente pela 
cor do solo, embora os solos mais escuros possam se aquecer mais rapidamente, favorecendo o 
desenvolvimento das raízes em regiões mais frias. 
A cor tem grande importância no momento de diferenciar os horizontes dentro de um perfil e auxiliar a 
classificação dos solos. 
Para a determinação das cores em campo, o método mais empregado pelos pedólogos é a 
comparação de uma amostra de solo com a referência padronizada, que é a carta de cores de 
Munsell. 
2.1. Efeito da Matéria Orgânica na Cor do Solo 
Quanto mais material orgânico, mais escuro é o solo, o que pode indicar boas condições de fertilidade 
e grande atividade microbiana. Porém, excessiva quantidade de matéria orgânica pode indicar 
condições desfavoráveis à decomposição da mesma, como temperatura muito baixa, baixa 
disponibilidade de nutrientes, falta de oxigênio e outros fatores que inibam a atividade dos 
microrganismos do solo. 
Deve-se evitar o senso comum de que todo solo escuro (popularmente conhecido como “terra preta”) é 
fértil. Muitos solos escuros apresentam fertilidade natural muito baixa. Também deve ser evitada a 
idéia de que todo solo escuro é orgânico. O horizonte A do solo (ver o capítulo sobre perfil do solo) é 
escuro, porém predominam os minerais. 
A parte superior do solo (horizonte A) normalmente é mais escura. Este horizonte é o que mais recebe 
matéria orgânica fresca, proveniente dos animais e vegetais que estão no interior ou sobre o solo. Os 
demais horizontes minerais do solo também apresentam matéria orgânica, porém em menor 
proporção. Por este motivo, os horizontes B e C normalmente são mais claros que o horizonte A. 
2.2. Efeito dos Minerais na Cor do Solo 
As diferenças entre as cores mais avermelhadas ou amareladas dos solos estão freqüentemente 
associadas aos diferentes tipos de óxidos de ferro (ver capítulo sobre composição do solo) existentes 
nos solos. 
Solos de coloração vermelha podem indicar grande quantidade de óxidos de ferro (hematita). Um 
exemplo são os solos popularmente conhecidos como “terra roxa” (na verdade seria “rosso”, do 
italiano vermelho), de coloração vermelho-escura, que são solos originados de rochas ígneas básicas 
(principalmente basalto), e são comuns em áreas do norte do Rio Grande do Sul ao sul de Goiás. 
Solos com elevada quantidade de quartzo na fração mineral (como ocorre em muitos solos arenosos) 
são freqüentemente claros, exceto se houver elevada presença de matéria orgânica. 
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Efeito do Excesso de Água na Cor do Solo 
Um solo bem drenado é um solo no qual a água não tem dificuldade para infiltrar. No entanto, nos 
solos mal drenados (com excesso de água), um ou mais horizontes do solo podem ficar com cor 
acinzentada. Esta cor indica que o ferro foi lavado (perdido para o lençol freático), devido às condições 
de redução (ausência de oxigênio), perdendo, assim a coloração vermelha ou amarela típica dos solos 
bem drenados. A cor branca a acinzentada é consequência da presença de minerais silicatados (ver 
capítulo sobre composição do solo) existentes na fração argila do solo. 
3. CONSISTÊNCIA DO SOLO 
Entende-se por consistência a influência que as forças de coesão e de adesão exercem sobre os 
constituintes do solo, de acordo com seus variáveis estados de umidade. A força de coesão refere-se 
à atração de partículas sólidas por partículas sólidas. A força de adesão refere-se à atração das 
moléculas de água pela superfície das partículas sólidas. 
Aspectos práticos da consistência, que são facilmente observados, são a dureza que certos solos 
apresentam quando secos, ou a pegajosidade que alguns apresentam quando molhados. A 
consistência pode variar ao longo do perfil do solo, nos seus diferentes horizontes. 
3.1. Consistência do Solo Seco (Dureza) 
A expressão da consistência quando o solo está seco (dureza) é a resistência à ruptura dos torrões. 
Para determinar a dureza, pega-se um torrão de solo seco, a fim de tentar quebrá-lo com os dedos, 
ou, se não for possível, com a(s) mão(s). A consistência do solo seco varia de solta até extremamente 
dura. Uma amostra de um solo extremamente duro não pode ser quebrada mesmo utilizando ambas 
as mãos. Em um solo extremamente duro, é difícil a penetração das raízes das plantas, o preparo do 
solo para o cultivo pelo produtor rural, a escavação de poços ou fundações de casas. 
3.2. Consistência do Solo Úmido (Friabilidade) 
É também determinada a partir de um torrão de solo, mas este deve estar ligeiramente úmido (não 
molhado). Tenta-se romper o torrão úmido com os dedos (ou, se necessário, com a mão), para 
verificar a resistência à pressão. Este estado de consistência é conhecido como friabilidade e pode 
variar de solta a extremamente firme. Empiricamente, os produtores rurais normalmente preferem 
preparar o solo neste estado de consistência, pois o solo oferece menor resistência, tendo em vista 
que as forças de coesão e adesão são menores. A força utilizada para romper um torrão úmido é 
menor do que se ele estivesse seco, pois diminuem as forças de coesão entre as partículas de solo. 
3.3. Consistência do Solo Molhado 
É caracterizada pela plasticidade e pegajosidade, sendo determinada em amostras de solo molhadas. 
A plasticidade é observada quando o material do solo, no estado molhado, ao ser manipulado, pode 
ser modelado constituindo diferentes formas (por exemplo, moldar e dobrar um fio com 3 a 4 mm). A 
plasticidade varia de não-plástica até muito plástica. A plasticidade do solo é uma propriedade muito 
utilizada pelos professores de artes, mas é útil ao engenheiro civil, ao artesão e ao agricultor. 
A pegajosidade refere-se à aderência do solo a outros objetos, quando molhado. Para determinar a 
pegajosidade, uma amostra de solo é molhada e comprimida entre o indicador e o polegar, estimando-
se a sua aderência. A pegajosidade varia de não-pegajosa (não gruda nos dedos) até muito pegajosa. 
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Este é um atributo muito importante, pois um solo muito pegajoso é difícil de ser trabalhado para 
diversas finalidades, como construção de um aterro por um engenheiro civil, ou o cultivo por um 
produtor rural. Um equívoco comum, oriundo do senso comum, é achar que todo solo argiloso é muito 
pegajoso e extremamente duro, o que nem sempre ocorre. 
4. TEXTURA DO SOLO 
As classes de tamanho das partículas individuais do solo, ou seja, as frações granulométricas (Quadro 
1), são classificadas conforme o diâmetro. A composição granulométrica do solo é obtida a partir da 
análise granulométrica (realizada por laboratórios de solos), a qual permite classificar os componentes 
sólidos do solo em classes (matacão, calhau, cascalho, areia, silte, argila) de acordo com seus 
diâmetros. 
 
Normalmente, não é difícil compreender o que é uma partícula de areia. No entanto, um erro comum é 
achar que a areia é sempre formada por quartzo, ou que seja sempre clara,

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