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Radiografia de tórax Acadêmica: Juliana Rabelo da Silva Sousa Mais importante método diagnóstico das patologias torácicas, sendo o primeiro e mais frequente exame solicitado. Vantagens: Enorme experiência adquirida com essa técnica ao longo de mais de um século. Baixo custo. Baixa dose de radiação. Grande disponibilidade Facilidade em realizá-la, mesmo à beira do leito. De acordo com as normas propostas pelo Colégio Americano de Radiologia, as principais indicações são: Sinais e sintomas relacionados ao sistema respiratório, cardiovascular, trato digestivo alto e ao sistema musculoesquelético torácico. Seguimento de doenças torácicas previamente diagnosticadas, com o objetivo de avaliar melhora, resolução ou piora. Estadiamento de neoplasias torácicas e extratorácicas. Avaliação pré-operatória de pcts com sintomas cardíacos ou respiratórios ou que sejam de risco para patologias torácicas, que possa comprometer o sucesso da cirurgia ou aumentar a morbidade e mortalidade perioperatórias. Monitoramento de pacientes com aparelhos de suporte à vida e que tenham sido submetidos à cirurgia torácica ou outro procedimento intervencionista. Em obediência a determinações governamentais envolvendo a saúde pública. INCIDÊNCIAS Pósteroanterior (PA) Perfil Antero-posterior: principalmente em crianças e adultos debilitados, sem condições de permanecer em pé, feitas na posição sentada ou deitada. 1. PA: Ortostatismo melhor para ver pequenos derrames e pneumotórax. Maior nitidez. Menor magnificação de estruturas. Inspiração profunda. 2. AP: Pacientes debilitados. Decúbito dorsal ou sentado. Inspiração insuficiente prejudica avaliação do parênquica. Magnificação do coração. Diafragma elevado. Outras incidências, antes largamente utilizadas, mostram-se hoje suplantadas principalmente pela TC. A incidência lordótica, por exemplo, é realizada com o paciente em pé e com uma inclinação da radiografia de aproximadamente 15º em direção cranial, o que pode ser obtido tanto pela inclinação do tubo de raios X como fazendo que o paciente fique inclinado posteriormente, apoiando sua cintura escapular sobre o chassi radiográfico. Com isso, as clavículas e os primeiros arcos costais não se sobrepõem aos ápices pulmonares, que passam a ser mais bem vistos. Tal incidência era muito empregada para melhor localização e caracterização de imagens que se sobrepunham aos ápices pulmonares na incidência convencional, assim como para caracterização de condensações e atelectasia do lobo médio. Decúbito lateral: com raios horizontais é realizada com o paciente deitado sobre um de seus lados. Tem por objetivo diagnosticar pequenos derrames pleurais, invisíveis na radiografia em pé, e também avaliar se se encontram livres. Oblíquas: antes muito utilizadas para localização de lesões e avaliação do coração, hoje praticamente são utilizadas apenas para avaliação de fraturas costais. TÉCNICA Deve ser obtida com o paciente em inspiração máxima, próximo à capacidade vital total. Com isso, o maior volume possível de pulmão é radiografado sem a superposição das demais estruturas torácicas, e pode-se ter uma avaliação grosseira do volume pulmonar. Em expiração objetiva avaliar aprisionamento aéreo e também diagnosticar pequenos pneumotórax, uma vez que a redução do volume do tórax torna o volume do pneumotórax relativamente maior, aumentado a distância entre as pleuras. O paciente deve ser posicionado em pé, de costas para o tubo de raios X, uma vez que a incidência póstero- anterior da radiografia é preferível à ântero-posterior, pois deixa o coração e as demais estruturas mediastinais mais próximas ao chassi radiográfico, evitando os efeitos de magnificação e distorção destes. Pelo mesmo motivo, a incidência em perfil é rotineiramente feita com o lado esquerdo do paciente junto ao chassi radiográfico (perfil esquerdo), de forma a deixar o coração o mais próximo possível do filme. O paciente deve apoiar os braços na cintura e mover os ombros o mais para frente possível, de modo que as escápulas projetem-se lateralmente ao tórax. A distância entre o foco de raios X e o chassi radiográfico (distância foco-filme) deve ser, no mínimo, de 1,80 m, também com o objetivo de minimizar o efeito de magnificação causado pelo trajeto divergente dos raios X. A exposição do filme deve ser tal que o pulmão se apresente medianamente cinza, entre o branco absoluto e o preto absoluto. Devem-se visualizar os vasos pulmonares atrás do coração e deve-se ser capaz de delinear as vértebras da metade superior da coluna torácica. Radiografia de tórax no leito A vantagem da radiografia no leito é que o paciente não precisa ser transportado até o serviço de radiologia. No entanto, várias são as desvantagens dessa técnica em relação à radiografia em posição ereta, que sempre deve ser preferida à supina: Menor distância foco-filme (recomendado: 100-125 cm), acarretando magnificação do coração e mediastino superior. Menor quilovoltagem (recomendado: 80-100 kV), pois os aparelhos portáteis não são tão potentes quanto os convencionais, salientando, dessa forma, as diversas estruturas torácicas que se sobrepõem aos pulmões. Os tempos de exposição também são maiores, levando ao borramento das estruturas móveis do tórax, agravado pelo fato de se tratar de pacientes em geral não-colaborativos, incapazes de manter apnéia e inspiração profunda no momento da exposição. O posicionamento dos pacientes acamados é mais difícil resultando em exposições “rodadas”. Deve ser lembrado que, além da questão da magnificação das estruturas mediastinais, o volume sanguíneo pulmonar também aumenta em aproximadamente 30% da posição ereta para a supina; nesse caso, é preciso muito cuidado para não se interpretarem tais fenômenos como patológicos. Para evitá-los, uma prática comum em ambientes de UTI é realizar as radiografias no leito com o paciente semi-ereto, ou seja, com a cabeceira da cama elevada. INTERPRETAÇÃO Identificação e orientação: Cheque nome e data. O lado direito é padronizado com a identificação do paciente. Obs: Situs inversus. Projecção: Supina (trauma) Decúbito lateral (derrame) Em expiração Incidência lordótica (ápex) Incidência obliquas (fraturas costelas) Centragem e Rotação: Centragem: campos pulmonares completamente visíveis, desde o ápice até os ângulos costofrênicos. Escápulas fora dos campos pulmonares. Extremidade interna das clavículas equidistantes de T3. Inspiração: Arcos costais posteriores da 10º costela acima da hemicúpula direita. Apnéia inspiratória máxima: 9-11 costelas posteriores projetando-se sobre os campos pulmonares. Penetração: Radiodensidade x Radiotransparência Ar: hipertransparência (Preto) Liquido: Hipotransparência (Branco) Transparência boa: visualiza-se as quatro primeiras vertebras cervicais, se mais de 4, muito penetrada. ANATOMIA TORÁCICA Vasos: imagens lineares hipotransparentes. Brônquios: visíveis quando existe patologia. ESTUDO SEQUENCIAL Abdome: Avaliação bi-direccional Densidades de ar: Estômago, cólon (flexura hepática e flexura esplênica). Densidades de partes moles: Fígado, baço. A: Traquéia: cilindro hipertransparente vertical, faz parte do mediastino. Posição central ou ligeiramente deslocada para a direita. Pesquisar estenose, desvio, lesões. B: Pulmão: Hilo esquerdo em topografia superior. Avaliação da anatomia pulmonar Comparação bilateral Comparação com exames anteriores C: Coração e vasos. Índice CT, arco aórtico, derrame pericárdico, massas. Dimensões cardíacas: Tradicionalmente, o índice cardiotorácico (ICT), tem sido utilizado para se estimara área cardíaca. Esta pode ser obtida comparando-se o diâmetro transverso do coração com o diâmetro transverso máximo do tórax. Um ICT maior que 50 é considerado anormal, representando cardiomegalia. Lesões isoladas que causam sobrecarga de pressão, como estenose valvar aórtica ou pulmonar, não aumentam o coração. Lesões com sobrecarga de volume, do tipo shunt esquerda-direita ou regurgitação atrioventricular, causam aumento de área cardíaca, o que aumenta a silhueta cardíaca no raio X de tórax. Insuficiência cardíaca congestiva, anemia severa e disfunção miocárdica causam cardiomegalia. É difícil sustentar o diagnóstico clínico de insuficiência cardíaca congestiva em presença de área cardíaca normal. Falsos aumentos: Expiração, AP e escoliose. Silhueta: Contorno direito (AD) e contorno esquerdo (AE e VE). D: Diafragma Diafragma direito: 1 a 1,5 cm mais elevado que o esquerdo. Ângulos costofrênicos e cardiofrênicos. Câmara de ar gástrica a uma distância <1cm da câmara diafragmática. Pneumoperitônio: bolha de ar gástrica maior que 1cm. E: Esqueleto torácico: costelas; clavícula; escápulas; coluna vertebral e esterno. F: Partes moles: Músculos peitorais; tecido mamário; mamilos. G – Elementos anormais. Ex: Marcapassos
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