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Consulta pediátrica REFERÊNCIA: LOPEZ, Mario. Semiologia médica: as bases do diagnóstico clínico. 5 ed. Acadêmica: Juliana Rabelo ANAMNESE Data\hora Identificação: Nome da criança; data de nascimento; idade; sexo; cor (leucoderma, faioderma e melanoderma); naturalidade e endereço. Faixas etárias Período pré-natal 1. Embrionário – 1º trimestre 2. Fetal precoce – 2º trimestre 3. Fetal tardio – 3º trimestre Período pós-natal 1. Neonatal – 0 a 28 dias 2. Lactente – 29 dias a 2 anos 3. Pré-escolar – 2 a 7 anos 4. Escolar – 7 a 10 anos Adolescência 1. Pré-puberal – 10 a 12-14 anos 2. Puberal – 12-14 a 14-16 anos 3. Pós-puberal – 14-16 anos a 18-20 anos Acompanhante: nome e grau de parentesco QP: “________________________” HMA: Caracterização dos sintomas. ISDA: Geral: pele e anexos, febre, calafrios, sudorese, astenia, alterações de peso (em quanto tempo), icterícia, prurido e lesões cutâneas. Especifico: Sempre negar chiado e dispnéia. História pregressa HGO: Gravidez desejada ou rejeitada; se não planejada, foi bem aceita; expectativa quanto ao sexo; união dos pais (casados ou só vivem juntos); relacionamento entre os pais. História pré-natal: Fez pré-natal (doenças que poderiam repercutir no feto: sífilis, toxoplasmose, doença de inclusão citomegálica, rubéola); doenças crônicas que interfiram no crescimento intra-uterino (nefropatias, cardiopatias e desnutrição materna); drogas, tabagismo ou alcoolismo; medicamentos que causem embriopatia ou malformações congênitas; realização de exames complementares na gravidez e seus resultados; intercorrências no período gestacional. História do nascimento: Tempo de gestação, RN pré-termo (menos de 37 semanas completas), a termo (37 a 42 semanas completas) ou pós-termo (42 semanas completas ou +). Tipo de parto: vaginal ou cesáreo (sua indicação, marcada ou eletiva), duração, uso de medicamentos na sua realização ou uso de fórceps e possíveis complicações. Período neonatal: demorou a chorar, estava cianótico ou rosado, urinou logo ou evacuou antes (aspecto meconial do liquido amniótico) ou após o nascimento ou se demorou a evacuar. Triagem neonatal. Obter pela ficha do berçário: Dados vitais ao nascimento, necessidade de manobras de reanimação, permanência em incubadora e oxigenoterapia, peso, comprimento, perímetro cefálico e torácico e índice de Apgar. Icterícia neonatal: inicio, duração e necessidade de fototerapia e\ou exsanguineotransfusão. Condições do coto umbilical: época de queda e tratamento. Peso e condições de alta hospitalar, em casos de maior permanência verificar intercorrências e complicações neonatais (convulsões, cianose). Obs 1 : Quanto mais nova a criança maior a necessidade de se detalhar esse período. História alimentar: Dependendo da idade, avaliar com maiores ou menores detalhes. Aleitamento materno: quanto tempo; mama nas duas, algum problema (fissuras, rachaduras). Exclusivo: número e duração das mamadas Misto (+ leite de outra origem): verificar horário de utilização do leite artificial e sua relação com as mamadas; volume ingerido (deixa resto na mamadeira); possíveis acréscimos no leite (açúcar, farinhas). Predominante (+ sucos, chás) Complementado (+ alimentos sólidos): Época de introdução dos substitutos do leite; papas (passadas no liquidificador, em peneiras ou amassadas). Desmame; intolerâncias e outras reações a alimentos; vitaminas (A e D: inicio e duração); minerais (Ferro: inicio, dose e duração) e suplementos alimentares medicamentosos. Crianças maiores: tipos de alimentos, buscando carências ou excessos; refeições ocorrem em família, em que ambiente se processam. Obs 2 : Em caso de recusa alimentar, avaliar as atitudes dos pais e familiares. Obs 3 : Não é indicado a ingestão de mel no primeiro ano (toxina botulínica). História vacinal Se esta adequada (calendário vacinal completo – SIC: segundo informações colhidas); anotar possíveis reações a vacinas. Obs 4 : Atrasos devem ser corrigidos HDNPM – historia do desenvolvimento psicomotor Verificar a curva de crescimento somático através do cartão da criança; cronologia da erupção dentária. Etapas do desenvolvimento: sustentar a cabeça, sentar com apoio e sozinho, ficar de pé e andar, falar, controle esfincteriano e padrões de defecação. Sono: horário, distúrbios do sono, dormir na cama dos pais. Idade de aparecimento da fala e distúrbios fonéticos, de escrita e leitura Hábitos: independência no vestir-se, despir-se, tomar banho, tiques nervosos e manipulações corpóreas. Relacionamento social – família e comunidade; atividades lúdicas; interesse sexual. Métodos disciplinares aplicados pelos pais; temperamento e personalidade da criança Marcos do desenvolvimento 1 mês Levanta a cabeça, olha para um rosto com atenção 2 meses Sorri e faz barulho com a boca 3 meses Firma a cabeça, acompanha com a vista 4 meses Segura um objeto e ri alto 5 meses Busca e segura um objeto 6 meses Vira e desvira a barriga ,vira a cabeça 7 meses Troca objeto de mão, fica sentada sozinho 8 meses Fica sentado sozinho por tempo prolongado 9 meses Fala “mama” “papa” “dada” 10 meses Fica em pé com apoio 11 meses Começa a andar com apoio 1 ano Dá adeus, bate palmas, anda segurando, fala duas palavras 1 ano e 3 meses Anda sozinha, mostra o que quer 1,5 ano Coloca uma caixinha em cima da outra 2 anos Corre sem cair, sobe e desce escada, fala duas palavras juntas 2,5 anos Pula com os dois pés, mostra a mão, pé, cabelo 3 anos Entende “embaixo” “em cima”, sabe seu nome 4 anos Fica em pé só, desenha uma cruz 5 anos Desenha um qudrado, veste roupa sozinho Obs 5 : As habilidades são adquiridas no sentido céfalo-caudal, mas o ritmo de aquisição depende de cada um. História pregressa patológica Doenças anteriores (principalmente infecciosas); internações, traumas, cirurgias. Eliminação de parasitas (vermes e proglotes); prurido anal. Reações medicamentosas. Alergia respiratória (espirros em salva, pruridos nasal e ocular). HF: História familiar Idade dos pais; grau de instrução; consanguinidade, atividades profissionais, saúde física e emocional. Mãe: número de gestações, partos, abortos (espontâneos ou induzidos), grupo sanguíneo e fator Rh. Se a mãe trabalha fora, com quem a criança fica. HS: História social Composição familiar; dados socioeconômicos; condições de habitação; doenças heredofamiliares; animais de estimação. Obs 6 : colocar as perguntas em momentos oportunos, à colocação fica a critério e bom senso do examinador. EXAME FÌSICO Atenção: O exame de crianças menores pode ser dificultoso. Se necessário realizar a ausculta pulmonar e cardíaca ainda no colo da mãe. Exames invasivos, como o da garganta, deve ser deixado para o final. Não mentir para a criança nem deixar que o acompanhante o faça. Toda vez que for realizar um procedimento explica-lo a criança em termos que ela possa entender. Observar no colo da mãe ou brincando as condições físicas gerais. Dados vitais: Temperatura; pulso e FC; FR; PA (só em caso de suspeita de doença cardiovascular e obrigatória a partir dos 3 anos); peso e altura (medir com a criança deitada até os 4 anos). Perímetro cefálico - PC Em crianças menores, suspeita de doença do SNC ou for notório qualquer alteração no crânio. A fita métrica deve passar na parte mais proeminente dos ossos frontal e occiptal. Ao nascimento o PC é em torno de 34 cm ou cerca de 2 cm maior que o PT. 1º trimestre: 2 cm por mês 2º trimestre: 1 cm por mês 2º semestre: 0,5 cm por mês 2º ano: 6 cm No 6º mês o PC costuma se igualar ao PT. A partir daí o PT passa a predominar. Perímetro torácico – PT Passagem da fita ao nível dos mamilos ou apêndice xifoide com a criança deitada ou em pé, entre a inspiração e expiração.Ectoscopia Estado emocional: bem humorada, irritada, tranquila ou excitada e apreensiva. Tique e movimentos incoordenados. Saudação alérgica (esfregando o nariz em curtos intervalos). Fácies: riso sardônico no tétano, fácie senil na desnutrição grave. Odor: hálito cetônico no jejum prolongado, acompanhado de outros sintomas (cetoacidose diabética). Cheiro de mofo (feniceltonúria). Pele: Época de aparecimento das lesões, progressão, distribuição topográfica, se há confluência. Cor, temperatura, umidade, palidez, cianose e icterícia e lesões (como alterações de pigmentação hipo ou hipercromia), nevus, telangiectasias, hemangiomas, petéquias, púrpuras, equimoses e manchas (azul-ecuras - mongólicas). Hipercarotenodermia (acumulo de caroteno ou pró-vitamina A) – coloração amarelada da pele, mas não de escleras, mais evidente próximo ao nariz, em torno da boca, palmas das mãos e plantas dos pés. Textura e elasticidade da pele, turgor. (fazer pinça digital de preferência no abdome e parte interna das coxas): desidratação e desnutrição – turgor diminuído. Edemas, nódulos, tumefações cutâneas, regiões dolorosas, erupções cutâneas, lesões inflamatórias, regiões pruriginosas (escabiose), descamações e cicatrizes. Mucosas: transparência do pavilhão auricular. Unhas e pelos – desnutrição proteico-energética e carência de zinco ou não carencial (defeitos ectodérmicos e raquitismo) Linfático: Linfoadenopatias – generalizadas: doenças sistêmicas ou regionais: processos agudos (quentes e sensíveis) ou crônicos. Obs 7 : Observar o acompanhante. Exame dos aparelhos ACV: AR: AD: COONG CABEÇA Criança menor: examinar fontanelas, suturas, PC. Fontanela posterior de fecha ao nascimento ou no 2º mês. Fontanela anterior se fecha em 12 a 18 meses (avaliar presença de pulsação, tensão, abaulamento (HIC) e depressão- desidratação, desnutrição). Fechamento precoce – craniossinostose, podem impedir o crescimento adequado do cérebro (pode estra presente na desnutrição, raquitismo, hipotireoidismo, sífiles, rubéola, Down). Craniotabe ou craniomalassia – amolecimento da tábua externa dos ossos – compressão na região occiptoparietal, longe das suturas (raquitismo, hidrocefalia e hipervitaminose A). Couro cabeludo: seborreia, impetido, parasitas. OLHOS Hipertelorismo ocular – Down e osteopatias. Microftalmia ou buftalmia, exo ou enoftalmia (desidratação). Tensão do globo ocular: testada por leves movimentos de ondulação sobre a pálpebra superior, aumentada no glaucoma e diminuída na desidratação. Hipovitaminose A – cegueira noturna, dificuldade de manipular objetos e tropeços frequentes, além de xerose (secura conjutival). Manchas de Bitôt, na região lateral do olho, de forma triangular com base voltada para a córnea, de cor branca ou acizentada, espumosa ou caseosa, não são patognomônicas, mas podem indicar hipovitaminose. Ulcera de córnea ou ceratomalassia (necrose rapidamente destrutiva da córnea) – grave. Epífora persistente associada à hiperemia das conjuntivas bulbar e palpebral inferior – não abertura espontânea do ducto nasolacrimal. Acuidade visual. Estrabismo – patológico a partir dos seis meses de idade OUVIDOS - Otoscopia Padrão de implantação das orelhas, abaixo de uma linha traçada sobre os cantos internos e externos oculares indicam associação a defeitos congênitos, principalmente renais. Itertrigo retroauricular, causa incomodo e os familiares interpretam como “dor de ouvido”. Mastoidite – dor intensa atrás da orelha, rubor, calor e edema. Conduto auditivo externo – no lactente é mais longo e tortuoso, com tímpano mais obliquo. Membrana timpânica deve ser de cor acinzentada e ser translúcida, deixando perceber o cabo do martelo e refletindo a luz (triângulo luminoso). No lactente é mais rosado. Tornando-se abaulada, hiperemiada e sem triângulo luminoso indica otite média aguda. NARIZ Inspeção das fossas nasais, verifica-se a presença de crostas, sangramentos, ulcerações, aspecto da mucosa (normal, pálida e edemaciada),septo e cornetos nasais. Rinite alérgica: a mucosa é pálida nas intercrises, mas edemaciada, hiperemiada e exsudativa durante as crises. Secreção sero-hemorrágica fétida em apenas uma narina é sugestiva de corpo estranho. Pólipos frequentes na fibrose cística e alergias respiratórias. Pesquisar obstrução nasal, dificuldade respiratória e respiração bucal nas dispneias intensas que significam batimentos de asas nasais, importante para o diagnóstico de pneumonias agudas principalmente se associado a gemido expiratório. Em lactentes e pré-escolares: ronco e obstrução nasal de inicio agudo indicam infecção, já evolução prolongada ou recorrente indica alergia ou problemas anatômicos. Em RN verificar atresia de coanas. Epistaxe em região antero-inferior do septo esta normalmente associada a traumatismo local (por dedo, acidente). GARGANTA - Oroscopia Observar a presença de lábios leporinos, queilite, herpes labial, edema, estado de conservação dos dentes e seu número. A primeira dentição, dentes decíduos ou transitórios é composta por 20 dentes, e se inicia em torno do 6º mês de vida e completa com 30 meses. Ordem de erupção: incisivos centrais inferiores, superiores, laterais inferiores, superiores, primeiros molares, caninos e segundos molares. Obs 8 : a presença de dentes já ao nascimento não é incomum, deve-se verificar se trata de dente normal ou extranumerário (avaliar a possibilidade de retirada, por dificultar a amamentação ou ser aspirado). Desnutrição, raquitismo, hipotireoidismo ou hipopituitarismo podem atrasar a dentição. Dentição permanente entre 6-12 anos de idade, sendo ao total 32 dentes. Gengivas: avaliar hipertrofia, sinais inflamatórios, sangramentos e ulcerações. Pérolas de Epstein ou nódulos de Bohn: pequenos cistos, branco-amarelados, resultantes de acúmulos de células epiteliais ou de retenção mucosa, vistos em cada lado da rafe mediana do palato duro ou sobre a gengiva, sem significado patológico. Aftas de Bednar: duas lesões, uma em cada lado da linha mediana do palato duro, eritematosas ou acinzentadas, com leve ulceração, que são observadas em lactentes jovens devido a traumatismo de bico, ou limpeza traumática da boca na sala de parto. Escorbuto – gengivas hipertrofiadas, sangrantes que podem se arroxear. Língua: coloração, aspecto liso ou saburroso, presença de língua geográfica (presença no dorso e bordas de placas avermelhadas, circulares ou irregulares, múltiplas ou não, com contornos esbranquiçados, discretamente salientes – sem significado patológico) e escrotal e paralisias. Freio lingual se muito curto e fibroso, dificulta a amamentação e fala, devendo ser corrigido cirurgicamente. Se não há dificuldade na amamentação, a criança fala os sons de t,d,n ou l , o freio é normal, como também se a língua for capaz de ser projetada para além do lábio. Mucosa oral: coloração, umidade, brilho. Candidíase. Manchas de Koplik, precedem 1- 2 dias o exantema do sarampo. Gengivoestomatite herpética: lesões vesiculares pequenas que a seguir se ulceram, difundidas nos lábios, gengivas e língua. Herpangina: lesões em pequeno numero e localizadas na região posterior. Trismo: dificuldade ou incapacidade de abrir a boca – tétano e processos inflamatórios. Escorrimento de saliva nos cantos da bola normal no primeiro ano. Lactente- observa-se no meio do lábio superior o tubérculo de sucção fisiológico que desaparece com o desmame. Petéquias no palato mole – faringite estreptocócica ou púrpura trombocitopênica. Secreção purulenta que escorre para hipofaringe pode significar sinusite, rinite ou adenoidite. Hipertrofia de amigdalas – alergias ou infecções de repetição. Secreção esbranquiçada nas criptas amigdalianas (caseum). Observar hiperemia, congestão, presença de exsudatos purulentos. Atingir úvula – difteria ou monilíase.Mononucleose infecciosa – exsudato amigdaliano.
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