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Clínica médica Bruna Marques Dadona Eletrocardiograma Normal 1. Fases do potencial de ação do miocárdio - Fase 0 (despolarização): abertura dos canais rápidos de sódio - Fase 1 (despolarização inicial): fecham os canais rápidos de sódio e sai potássio da célula - Fase 2 (platô): canais de cálcio abrem e os canais de potássio fecham - Fase 3 (polarização rápida): canais de cálcio fecham e abem os canais lentos de potássio - Fase 4 (potencial de membrana de repouso) Sistema de condução: Fibras de Purkinje 2. Ciclo cardíaco - É o conjunto de eventos que ocorrem entre o inicio de um batimento cardíaco e o seguinte - Cada batimento é resultado da geração espontânea do potencial de ação do nodo sinusal - O nodo sinusal está localizado na parede lateral do átrio direito próximo à desembocadura da veia cava - O estímulo elétrico se propaga para os dois átrios e depois para os ventrículos pelo feixe atrioventricular - Ocorre retardo de 0,1 s da passagem do estimulo elétrico para os ventrículos 3. Diástole e Sístole - Diástole: relaxamento cardíaco onde os ventrículos se enchem de sangue - Sístole: contração do musculo cardíaco 4. Onda P - Causada pela propagação da despolarização dos átrios - Após a despolarização ocorre a contração atrial - Ocorre aumento da pressão atrial * Obs: após o aumento da pressão atrial há o seu esvaziamtnto 5. Complexo QRS - Despolarização elétrica dos ventrículos - Inicia-se pouco antes da contração ventricular - A seguir ocorre a contração ventricular Clínica médica Bruna Marques Dadona * Obs: Após a contração vontricular há o aumento da pressão, com isso há o seu esvaziamento 6. Onda T - Representa a fase de repolarização dos ventrículos - Surge pouco antes do final da contração ventricular * Obs: Ciclo cardíaco representado pela sequência P → QRS → T 7. Inervação simpática e parassimpática (vagos) - Simpático: pode apresentar a frequência cardíaca em até 100% com aumento do débito cardíaco - Parassimpático (vagos): pode diminuir a frequência cardíaca * Obs: Estimular o parassimpático – massagear o seio carotídeo (cuidado com jovens – não fazer os dois ao mesmo tempo – e idosos -há risco de deslocamento de placas de ateroma), reflexo de vômito e massagear globo ocular (não é mais feito) 8. Estímulo simpático - Aumenta a frequência cardíaca - Aumenta a força de contração cardíaca - Aumenta o volume de sangue bombeado e consequentemente há elevação da pressão de ejeção - Os estímulos são contínuos e proporcionam bombeando maior em 30% do que seria a estimulação 9. Estímulo parassimpático - Reduz a frequência cardíaca a ponto de levar à parada dos batimentos cardíacos por alguns segundos - Reduz a força de contração miocárdica - As fibras vagais estão presentes principalmente nos átrios e em menor quantidade nos ventrículos - A estimulação pode diminuir o bombeamento ventricular em até 50% 10. Excitação rítmica do coração - O coração tem um sistema de auto - excitação rítmica - Existe um sistema especializado em gerar os impulsos elétricos rítmicos e conduzir os mesmos para todo o coração - Em condições normais os átrios se contraem 1/6s antes dos ventrículos - Em situações patológicas esse sistema especializado deixa de funcionar perfeitamente Clínica médica Bruna Marques Dadona 11. Sistema excitatório e condutor do coração 12. Nó Sinusal (sinoatrial) - Faixa do musculo cardíaco especializado localizado na região póstero lateral do átrio direito abaixo e lateral à desembocadura da veia cava * Obs: Se houver algo que acometa o n ó sinusal, quem toma seu ludar é o nó atrioventricular 13. Vias intermodal e interatrial - As extremidades das fibras do nodo sinusal conectam- se diretamente às fibras musculares atriais, mas diversas faixas de tecido transmitem os impulsos mais rapidamente - Banda interatrial anterior (parede anterior do átrio) que envia estímulos para o átrio esquerdo - Vias intermodais anterior, media e superior terminam no nodo átrio ventricular 14. Eletrocardiograma (ECG) - Quando o impulso cardíaco passa através do coração, uma corrente elétrica também se propaga do coração para os tecidos adjacentes que circulam - Parte da corrente se propaga até a superfície do corpo - Se colocarmos eletrodos sobre a pele, em lados opostos do coração, será possível registrar os potenciais elétricos gerados por essa corrente - O registro gráfico resulta no traçado utilizado peara interpretação - A onda O é produzida pelos potenciais elétricos gerados quando os átrios se despolarizam, antes de a contração atrial começar - O complexo QRS é produzido pelos potenciais gerados quando os ventrículos se despolarizam antes de sua contração - A onda T é produzida pelos potenciais gerados, enquanto os ventrículos se restabelecem do estado de despolarização - Inicio do ciclo cardíaco: do 0 até o início próximo a onda QRS - Por conversão a primeira onda negativa é Q e a segunda é S - Se a onda Q tiver uma amplitude maior que 3 mili é indício patológico assim como uma onda T invertida - Onda Q geralmente representa isquemia (miócito já morreu e há cicatrização) - Segmento S-T deve estar sobre a linha de base. Se ela subir (supradesnivelamento) há isquemia (infarto), o infradesnivelamento (segmento S-T para baixo) também representa isquemia Clínica médica Bruna Marques Dadona 15. Calibração e voltagem - As linhas de calibração horizontais do ECG padrão estão dispostas de tal modo que cada 10 linhas horizontais correspondem a 1 milivolt - As linhas horizontais acima da linha de base indicam valores positivos - As linhas que estão abaixo da linha de base indicam valores negativos - As linhas verticais do ECG são as linhas de calibração do tempo - A velocidade de impressão é de 25 milímetros por segundo - Portanto, cada 25 milímetros na direção horizontal corresponde a 1 segundo, e cada segmento de 5 milímetros indicado por linhas verticais escuras representam o 0,20 segundos - Os intervalos de 0,2 segundos estão, por sua fez, divididos em cinco intervalos menores por linhas finas, e cada um desses intervalos menores corresponde a 0,04 segundos. 16. Voltagens - ECG registrado por eletrodos colocados nos dois braços ou em um braço e uma perna, a voltagem do complexo QRS é geralmente de 1,0 a 1,5 milivolt desde o pico da onda R até o ponto mais baixo da onda S - A voltagem da onda P é de 0,1 a 0,3 milivolt - A voltagem da onda T fica entre 0,2 e 0,3 milivolt 17. Intervalo P-R - Tempo decorrido entre o início da onda P e o início do complexo QRS corresponde ao intervalo entre o começo da estimulação elétrica dos átrios e o começo da estimulação dos ventrículos - Esse período é denominado intervalo P-R e tem duração de 0,16 s 18. Intervalo Q-T - A contração do ventrículo dura aproximadamente do início da onda Q ou da onda R até o final da onda T - É o intervalo Q-T e tem duração de 0,35 s 19. Determinação da frequência cardíaca - Ritmo regular - Contar o número de milímetros entre dois QRS - Dividir por 1500 pelo número de milímetros contados - No intervalo há 4 quadrados maiores, ou seja, 20 milimetros - FC = 1500/20 - FC = 75 BPM - Obs: Usar sempre o D2 Longo - Ritmo irregular - Escolher um tempo determinado: 3s, 10s ou 12s - Multiplicar o número de segundos pelo número de QRS no intervalo escolhido - Em 3s eu tenho 7 complexos QRS - Em 60 segundos eu tenho 140 BPM - Obs: 3s é igual a 15 quadrados - Obs: Sabendo quantos complexos tem entre esse espaço deve-se realizar a regra de 3 para saber o valor em 60s. Clínica médica Bruna MarquesDadona 20. Músculo ventricular dentro do tórax - O coração está suspenso em um meio condutor - Quando parte dos ventrículos se despolariza fica eletronegativa em relação ao restante - A corrente elétrica flui da área despolarizada para a área polarizada por meio de grandes curvas - Nos ventrículos normais, a corrente flui das áreas negativas para as áreas positivas, principalmente da base do coração para o ápice (despolarização) - O fluxo médio da corrente é negativo em direção à base do coração, e positivo em direção ao ápice - Durante o restante da despolarização, a corrente continua a fluir nessa mesma direção, enquanto a despolarização se propaga da superfície do endocárdio para o exterior do órgão pela massa do músculo ventricular - Pouco antes de a despolarização completar seu curso pelos ventrículos, a direção média do fluxo da corrente se inverte e flui do ápice ventricular em direção à base - O impulso cardíaco chega primeiro ao septo ventricular - Em seguida, propaga-se para as superfícies internas da parte restante dos ventrículos - A parte interna dos ventrículos fica eletronegativa e as paredes externas dos ventrículos eletropositivas - A corrente elétrica flui pelos líquidos que banham os ventrículos, seguindo percursos elípticos - O coração está suspenso em um meio condutor - Quando parte dos ventrículos se despolariza fica eletronegativa em relação ao restante - A corrente elétrica flui da área despolarizada para a área polarizada por meio de grandes curvas - O fluxo médio da corrente é negativo em direção à base do coração, e positivo em direção ao ápice - Durante o restante da despolarização, a corrente continua a fluir nessa mesma direção, enquanto a despolarização se propaga da superfície do endocárdio para o exterior do órgão pela massa do músculo ventricular - Pouco antes de a despolarização completar seu curso pelos ventrículos, a direção média do fluxo da corrente se inverte e flui do ápice ventricular em direção à base 21. Derivações bipolares dos membros - O termo “bipolar” quer dizer que o eletrocardiograma é registrado por dois eletródios posicionados em lados diferentes do coração 🡪 nesse caso, nos membros 22. Derivação DI - No registro da derivação I dos membros, o terminal negativo do eletrocardiógrafo é conectado ao braço direito, e o terminal positivo, ao braço esquerdo Clínica médica Bruna Marques Dadona 23. Derivação DII - O terminal negativo do eletrocardiógrafo é conectado ao braço direito, e o terminal positivo, à perna esquerda - Obs: Melhor derivação para identificar a onda P - Obs: usa para o cálculo da FC - Obs: Usa para ver se o eletro é rítmico ou arrítmico - se for rítmico a onda P vai ser presente. 24. Derivação DIII - O terminal negativo do eletrocardiógrafo é conectado ao braço esquerdo, e o terminal positivo, à perna esquerda - vetor médio entre o braço E e a perna E - pólo negativo está no braço e o polo positivo na perna 25. Derivações Torácicas (precordiais) - ECG é registrado pela colocação de eletrodo na superfície anterior do tórax, diretamente sobre o coração - Esse eletrodo é conectado ao terminal positivo do eletrocardiógrafo, e o eletrodo negativo, denominado eletrodo indiferente, é conectado, simultaneamente, ao braço direito, ao braço esquerdo e à perna esquerda, por meio de resistências elétricas iguais - Os diferentes registros são conhecidos como derivações V1, V2, V3, V4, V5 e V6 - As superfícies do coração estão próximas da parede do tórax - Cada derivação torácica registra principalmente o potencial elétrico da musculatura cardíaca situada imediatamente abaixo do eletrodo - Anormalidades pequenas dos ventrículos podem provocar alterações acentuadas nos ECG registrados pelas derivações torácicas individuais - Nas derivações V1 e V2, os registros do complexo QRS do coração normal são na maioria das vezes negativos porque o eletrodo torácico dessas derivações está mais próximo da base cardíaca que do ápice, e a base do coração permanece eletronegativa durante a maior parte do processo de despolarização ventricular Clínica médica Bruna Marques Dadona 26. Derivações unipolares aumentadas dos membros - Nesse tipo de registro, dois dos membros são conectados ao terminal negativo do eletrocardiógrafo por meio de resistências elétricas, e o terceiro membro é conectado ao terminal positivo - Quando o terminal positivo está no braço direito, a derivação é denominada aVR - Quando está no braço esquerdo é denominada aVL - Quando está na perna esquerda é denominada aVF - Registros normais das derivações unipolares aumentadas dos membros - Eles são semelhantes aos registros das derivações padrão dos membros, com exceção do registro da derivação aVR, que é invertido 27. Interpretação eletrocardiográfica: analise vetorial - Qualquer variação do padrão de transmissão elétrica do coração pode causar potenciais anormais em volta do coração e, consequentemente, alterar os formatos das ondas no eletrocardiograma (ECG) - Muitas anormalidades sérias do músculo cardíaco podem ser diagnosticadas pela análise dos contornos das ondas, nas diferentes derivações eletrocardiográficas 28. Uso de vetores para representar potenciais elétricos - Um vetor é uma seta que aponta na direção do potencial elétrico, gerado pelo fluxo de corrente, com a ponta voltada para a direção positiva - Por convenção, o comprimento da seta é traçado em proporção à voltagem do potencial - Um vetor é uma seta que aponta na direção do potencial elétrico, gerado pelo fluxo de corrente, com a ponta voltada para a direção positiva - Por convenção, o comprimento da seta é traçado em proporção à voltagem do potencial - Despolarização do septo ventricular e de partes das paredes endocárdicas apicais dos dois ventrículos - No momento da excitação cardíaca, a corrente elétrica segue entre as áreas despolarizadas, dentro do coração, e as áreas não despolarizadas fora do coração - Alguma corrente também segue por dentro das câmaras cardíacas diretamente das áreas despolarizadas em direção às áreas ainda polarizadas - Mais corrente segue para baixo, da base dos ventrículos em direção ao ápice, do que para cima - Vetor instantâneo médio (o vetor é longo) Clínica médica Bruna Marques Dadona - Quando um vetor está exatamente na horizontal e direcionado para o lado esquerdo da pessoa, diz-se que ele está na direção de 0 grau - A escala dos vetores gira em sentido horário - Quando o vetor é vertical e vem de cima para baixo, tem a direção de +90º - Quando se estende do lado esquerdo ao direito da pessoa, ele tem a direção de +180º - Quando vai de baixo para cima, tem a direção de -90º (ou +270). 29. Eixo para cada derivação bipolar padrão e cara derivação unipolar dos membros - A direção do eletrodo negativo para o eletrodo positivo é chamada “eixo” da derivação 30. Análise vetorial dos potenciais registrados em diferentes derivações 31. Análise vetorial do ECG normal - A direção do eletrodo negativo para o eletródio positivo é chamada “eixo” da derivação - Obs: Lei de Eithoven: DI + DIII = DII eixo normal. o quando variar são os devios do eixo para mensurar a precisão angular. 32. Eixo elétrico pelas derivações eletrocardiográficas padronizadas - O eixo médio dos ventrículos é de 59° Clínica médica Bruna Marques Dadona 33. Condições ventriculares anormais que causam desvio de eixo - Apesar de o eixo elétrico médio dos ventrículos ser, em geral, por volta de 59º, esse eixo pode se desviar mesmo em um coração normal de cerca de 20º até aproximadamente 100º - As causas das variações normais são, em sua maior parte,diferenças anatômicas do sistema de distribuição de Purkinje ou da própria musculatura dos diferentes corações - Entretanto, várias condições cardíacas anormais podem causar desvio do eixo, além dos limites normais - Se o coração está angulado para a esquerda, o eixo elétrico médio do coração também é desviado para a esquerda - Esse desvio ocorre ao final de expiração profunda ou quando a pessoa se deita, porque o conteúdo abdominal faz pressão para cima, contra o diafragma; e de forma relativamente frequente em pessoas obesas, cujos diafragmas, via de regra, exercem pressão para cima contra o coração por todo o tempo, em consequência do aumento da adiposidade visceral - A angulação do coração para a direita causa o desvio do eixo elétrico médio dos ventrículos para a direita - Esse descolamento ocorre ao final de inspiração profunda, quando a pessoa se levanta e usualmente nas pessoas altas e longilíneas, cujos corações pendem - Hipertrofia do ventrículo esquerdo - Estenose e insuficiência da valva aórtica - Hipertensão arterial - Hipertrofia do ventrículo direito - Estenose e insuficiência da valva pulmonar - Tetralogia de Falot - Comunicação interventricular
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