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Ácido acetilsalicílico

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MÓDULO FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO 
AINES 
Ref.: fármaco ilustrada 
Os AINEs são um grupo de fármacos 
quimicamente heterogêneos que se diferenciam 
na sua atividade antipirética, analgésica e anti-
inflamatória. 
A classe inclui: 
 Derivados do ácido salicílico (ácido 
acetilsalicílico [AAS], diflunisal e 
salsalato). 
Eles atuam, principalmente, inibindo as enzimas 
cicloxigenase que catalisam o primeiro estágio 
da biossíntese de prostanoides. 
Isso leva à redução da síntese de PGs, com efeitos 
desejados e indesejados. 
AAS E OUTROS AINES 
O AAS pode ser considerado um AINE 
tradicional, mas ele apresenta efeito anti-
inflamatório apenas em dosagens relativamente 
altas, raramente usadas. 
Ele é mais usado em dosagens baixas para a 
prevenção de eventos cardiovasculares, como: 
 AVE; e 
 IAM. 
O AAS é diferenciado dos outros AINEs, 
frequentemente, por ser um inibidor irreversível 
da atividade da cicloxigenase. 
MECANISMO DE AÇÃO 
O AAS é um ácido orgânico fraco que acetila 
irreversivelmente e, assim, inativa a 
cicloxigenase. 
Todos os outros AINEs são inibidores reversíveis 
da cicloxigenase. 
Os AINEs, inclusive o AAS, realizam três ações 
terapêuticas principais: 
 Efeito anti-inflamatório; 
 Efeito analgésico; e 
 Efeito antipirético. 
A!! Entretanto, nem todos os AINEs são 
igualmente potentes em cada uma dessas ações. 
AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA 
A inibição da cicloxigenase diminui a formação 
de PGs e, assim, modula os aspectos da 
inflamação nos quais as PGs atuam como 
mediadoras. 
Os AINEs inibem a inflamação na artrite, mas 
não evitam o avanço da doença nem induzem 
remissão. 
AÇÃO ANALGÉSICA 
Acredita-se que a PGE2 sensibiliza as 
terminações nervosas à ação da: 
 Bradicinina; 
 Histamina; e de 
 Outros mediadores químicos liberados 
localmente pelo processo inflamatório. 
Assim, diminuindo a síntese de PGE2, a 
sensação de dor pode diminuir. 
AÇÃO ANTIPIRÉTICA 
A febre ocorre quando o “ponto de referência” do 
centro termorregulador hipotalâmico anterior é 
aumentado. 
Isso pode ser causado pela síntese da PGE2, que 
é estimulada quando agentes pirógenos, como as 
 
MÓDULO FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
citocinas, são liberados pelos leucócitos ativados 
por: 
 Infecção; 
 Hipersensibilidade; 
 Câncer; ou 
 Inflamação. 
Os AINEs diminuem a temperatura corporal em 
pacientes febris, impedindo a síntese e liberação 
da PGE2. 
A!! Os AINEs não têm efeito sobre a 
temperatura normal do organismo. 
USOS TERAPÊUTICOS 
ANTI-INFLAMATÓRIO E ANALGÉSICO 
Os salicilatos exibem 
apenas atividade 
analgésica em dosagens 
baixas. 
Somente em dosagens 
mais altas eles têm 
atividade anti-
inflamatória. 
Por exemplo, 2 
comprimidos de 325 mg 
de AAS administrados 4 
vezes ao dia produzem 
analgesia, ao passo que 
12-20 comprimidos 
diários de 325 mg 
produzem analgesia e atividade anti-
inflamatória. 
USO ANTIPIRÉTICO 
AAS, ibuprofeno e naproxeno podem ser usados 
para combater a febre. 
A!! O AAS deve ser evitado em pacientes < 20 
anos de idade com infecção viral, como varicela 
[catapora] ou gripe [influenza], para prevenir a 
síndrome de Reye, que pode causar hepatite 
fulminante com edema cerebral, frequentemente 
levando ao óbito. 
APLICAÇÕES CARDIOVASCULARES 
O AAS é usado para inibir a aglutinação 
plaquetária. 
Doses baixas de AAS inibem a produção de: 
 TXA2 mediada por COX-1. 
Reduzindo, assim, a vasoconstrição e a 
aglutinação de plaquetas mediada por TXA2 e o 
subsequente risco de eventos cardiovasculares. 
Doses baixas de AAS (<325 mg; muitos 
consideram doses de 75 a 162 mg, comumente 81 
mg) são usadas profilaticamente para: 
1. Reduzir o risco de eventos cardiovasculares 
recorrentes e/ou morte em pacientes com IM 
prévio ou angina de peito instável; 
2. Reduzir o risco de ataques isquêmicos 
transitórios (AITs) recorrentes ou AVEs; e 
3. Reduzir o risco de eventos cardiovasculares 
ou morte em pacientes de alto risco, como 
aqueles com angina estável crônica ou DM. 
Como o AAS inibe 
irreversivelmente a 
COX-1, o efeito 
antiplaquetário 
persiste por toda a 
vida da plaqueta. 
O uso crônico de doses baixas assegura a 
inibição continuada conforme novas plaquetas 
vão sendo produzidas. 
O AAS também é usado para diminuir o risco de 
morte em IM agudo e em pacientes submetidos 
a certos procedimentos de revascularização. 
APLICAÇÕES EXTERNAS 
O ácido salicílico é utilizado topicamente no 
tratamento de: 
 Acne; 
 Calosidades e Calos ósseos; e 
 Verrugas. 
 
MÓDULO FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
O metilsalicilato (óleo de gaultéria) é utilizado 
externamente como um contrairritante cutâneo 
em linimentos, como pomadas contra artrites e 
friccionantes de esportes. 
EVENTOS ADVERSOS 
Devido aos eventos adversos associados, é 
preferível usar os AINEs na menor dosagem 
eficaz e pelo menor tempo possível. 
EFEITOS TGI 
Efeito mais comum, variando desde dispepsia até 
sangramento. 
Normalmente, a produção de PGI2 inibe a 
secreção de ácido gástrico, e a PGE2 e a PGF2α 
estimulam a síntese de muco protetor no 
estômago e no intestino delgado. 
Fármacos que inibem a COX-1 diminuem os 
níveis benéficos dessas PGs, resultando em: 
 Aumento da secreção de ácido gástrico; 
 Diminuição da proteção da mucosa; e 
 Aumento do risco de sangramento GI e 
ulcerações. 
 Fármacos com maior seletividade para a COX-1 
podem ter maior risco se comparados àqueles 
com maior seletividade pela COX-2. 
Os AINEs devem ser tomados com alimento ou 
líquido para diminuir o desconforto TGI. 
Se os AINEs forem usados em pacientes com risco 
alto de eventos TGI, inibidores da bomba de 
prótons ou misoprostol devem ser usados para 
prevenir úlceras induzidas. 
AUMENTO DO RISCO DE SANGRAMENTOS 
(EFEITO ANTIPLAQUETÁRIO) 
O TXA2 aumenta a aglutinação das plaquetas, 
ao passo que a PGI2 a reduz. 
O AAS inibe irreversivelmente a formação de 
TXA2 mediada por COX-1. 
Como as plaquetas não possuem núcleo, elas não 
podem sintetizar novas enzimas quando inibidas 
pelo AAS, e a falta de tromboxano persiste 
durante toda a vida da plaqueta (3-7 dias). 
Como resultado da diminuição de TXA2, a 
aglutinação plaquetária (primeiro estágio da 
formação do trombo) é reduzida, produzindo 
efeito antiplaquetário com aumento do tempo de 
sangramento. 
Por esse motivo, o uso do AAS é suspenso ou não 
é administrado por pelo menos 1 semana antes 
de uma cirurgia. 
A!! Conforme os fármacos são mais seletivos para 
a COX-2, espera menor efeito na inibição 
plaquetária e no tempo de sangramento. 
Os AINEs podem bloquear a ligação do AAS à 
cicloxigenase se forem usados simultaneamente. 
Pacientes que usam AAS para a cardioproteção 
devem evitar, se possível, o uso concomitante de 
AINEs. 
AÇÃO SOBRE OS RINS 
Os AINEs previnem a síntese de PGE2 e PGI2, 
PGs responsáveis pela manutenção do fluxo 
sanguíneo renal. 
A diminuição da síntese de PGs pode resultar na: 
 Retenção de sódio e água. 
E, consequentemente, causar edema em alguns 
pacientes. 
A!! Pacientes com histórico de IC ou doença 
renal tem maior risco. 
 Esses efeitos também podem diminuir o 
efeito benéfico dos anti-hipertensivos. 
EFEITOS CARDÍACOS 
Fármacos como o AAS mostraram efeito protetor 
cardiovascular provavelmente devido à: 
 Redução na produção de TXA2. 
 
 
MÓDULO FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
OUTROS EFEITOS ADVERSOS 
Aproximadamente 15% dos pacientes tratados com 
AAS apresentam reações de hipersensibilidade. 
Os sintomas da alergia verdadeira incluem 
urticária, broncoconstrição e angioedema. 
Pacientes com hipersensibilidade grave ao AAS 
devem evitar usar AINEs. 
ASPIRINA 
Ref.: rang e dale 
A aspirina foi umdos primeiros fármacos 
sintetizados e é um dos mais consumidos no 
mundo. 
O fármaco em si é relativamente insolúvel, mas 
os seus sais de sódio e cálcio dissolvem-se de 
forma rápida em soluções aquosas. 
A aspirina, inicialmente considerada um “velho 
burro de carga” anti-inflamatório, hoje em dia é 
pouco utilizada com esse propósito, tendo sido 
suplantada por outros AINEs mais bem 
tolerados. 
Atualmente, além do seu uso disseminado como 
um medicamento de venda livre, seu uso clínico 
é sobretudo como: 
 Fármaco cardiovascular, dada sua 
capacidade de causar uma prolongada 
inibição da COX-1 plaquetária e, 
portanto, reduzir sua agregação. 
EFEITOS ADVERSOS 
Os salicilatos (aspirina, diflunisal e sulfassalazina) 
podem produzir efeitos tóxicos locais e 
sistêmicos. 
A aspirina compartilha muitos dos efeitos 
indesejáveis gerais dos AINEs. 
Além disso, há efeitos indesejáveis específicos 
que ocorrem com a aspirina e outros salicilatos, 
como: 
 Síndrome de Reye, um distúrbio raro em 
crianças que se caracteriza por 
encefalopatia hepática após uma doença 
viral aguda. 
A incidência da síndrome de Reye caiu de forma 
dramática com a retirada da aspirina para uso 
pediátrico. 
O salicilismo, que ocorre com a superdosagem de 
qualquer salicilato, é caracterizado por: 
 Tinido; 
 Vertigem; 
 Diminuição da audição; e, algumas vezes 
 Náuseas e vômitos. 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
A aspirina pode causar: 
 Aumento potencialmente perigoso do 
efeito da varfarina, em parte devido ao 
deslocamento desta última dos pontos de 
ligação das proteínas plasmáticas, 
aumentando a sua concentração efetiva, 
e, em parte, porque seu efeito sobre 
plaquetas interfere com a homeostase. 
A aspirina também antagoniza o efeito de alguns 
agentes anti-hipertensivos e uricosúricos, como 
a probenecida e a sulfimpirazona. 
Como a aspirina em baixas doses pode, por si só, 
reduzir a eliminação de uratos, esta não deve ser 
usada na gota. 
PLUS 
A aspirina atua inativando irreversivelmente a 
COX-1 e COX-2. 
Além de suas ações anti-inflamatórias, inibe a 
agregação plaquetária, e seu principal uso 
clínico situa-se, atualmente, na terapia de doença 
cardiovascular. 
É administrada por VO e absorvida 
rapidamente; 75% são metabolizados no fígado. 
 
 
MÓDULO FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO – P2 | Luíza Moura e Vitória Neves 
EFEITOS ADVERSOS 
1. Com doses terapêuticas: é comum 
sangramento gástrico: geralmente discreto e 
assintomático. 
2. Com grandes doses: tonturas, surdez e tinido 
(“salicilismo”); pode ocorrer alcalose respiratória 
compensada. 
3. Com doses tóxicas (p. ex., por 
autointoxicação): pode ocorrer acidose 
respiratória não compensada com acidose 
metabólica, particularmente em crianças 
4. Está vinculada a encefalite pós-viral rara, 
porém grave (síndrome de Reye) em crianças. 
5. se administrada concomitantemente com 
varfarina, a aspirina pode causar um aumento 
potencialmente perigoso do risco de 
hemorragia. 
POSOLOGIA 
Tomar os comprimidos preferencialmente após 
as refeições, com bastante líquido. 
Adultos: 1 a 2 comprimidos 500mg. 
 Se necessário, repetir a cada 4 a 8 horas, 
não excedendo 8 comprimidos por dia. 
Crianças a partir de 12 anos: 1 comprimido 
500mg. 
 Se necessário, repetir a cada 4 a 8 horas, 
até 3 vezes por dia. 
A!! Não deve ser administrada por mais de 3 a 5 
dias sem consultar o médico.

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