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Resumo - Aspirina e Doenças Exantemáticas

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Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
PROBLEMA 2 – ABERTURA: 
A ASPIRINA NO TRATAMENTO DE DOENÇAS 
EXANTEMÁTICAS: 
O ácido acetilsalicílico (AAS), conhecido 
comercialmente como aspirina é um 
representante dos anti-inflamatórios não 
esteroides (AINE), porém é pouco utilizada 
para esse fim, tendo sido substituída por 
outros compostos com efeitos adversos 
menos agressivos. Atualmente, sua 
principal utilização é como fármaco 
cardioprotetor, dado seu potencial 
antiagregante plaquetário pela inibição 
definitiva da cicloxigenase-1 (COX-1). 
 
Cadeia de produção de prostaglandinas e 
tromboxano por meio da ação de cicloxigenases e o 
papel regulador do AAS nesse processo 
Esse processo ocorre graças a 
acetilação das COX, que não podem 
ser substituídas rapidamente pelas 
plaquetas devido à sua falta de 
núcleo, o que impede os processos 
de síntese proteica, mantendo a 
supressão até o término do seu ciclo 
de vida (10 dias). A dose necessária 
para manutenção desse efeito é bem 
baixa (75 mg/dia). 
 
Representação do papel do ácido acetilsalicílico para 
a acetilação definitiva da COX-1, impedindo sua 
ligação com o ácido araquidônico 
Esse fármaco é rapidamente hidrolisado 
por esterases, seja no plasma ou nos 
tecidos, produzindo salicilato, o agente anti-
inflamatório direto da aspirina. Cerca de 1/4 
desse composto é oxidado pelo metabolismo 
hepático, outros 25% são conjugados antes 
da eliminação, e mais 25% são excretados 
de forma inalterada pela urina (quando 
alcalina, potencializa a depuração). 
Dentre as aplicações clínicas para a 
administração do AAS estão: 
 Antitrombótico: empregado a pacientes 
com alto risco de trombose, como após 
eventos cardiovasculares relevantes; 
 Analgésico; 
 Antipirético. 
Como mencionado anteriormente, o uso do 
AAS em altas doses induz efeito anti-
inflamatório, ao passo que, em baixa dose, 
promove a inibição da agregação 
plaquetária, útil no tratamento de crianças 
com doença de Kawasaki. Dessa forma, no 
curso agudo, o ácido acetilsalicílico é 
administrado em doses de 80 a 
100mg/kg/dia de 6 em 6h, mantido após, no 
mínimo, 48 a 72h da interrupção da febre. 
Com o término do “tratamento de ataque”, 
a dose utilizada é diminuída, passando a 
oscilar entre 3 e 5mg/kg/dia, sendo mantida 
por até 2 meses. Nos pacientes com 
anormalidades cardíacas, esse 
medicamento é prescrito de forma 
 Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
indefinida, graças a seu efeito 
cardioprotetor, que impede que trombos 
possam impactar sobre vasos com 
aneurismas. 
 
Processo de formação de trombos, que podem 
auxiliar no rompimento de um aneurisma em 
pacientes com doença de Kawasaki 
Os principais efeitos adversos associados à 
aspirina são pequenas hemorragias 
gástricas, salicismo (decorrente de 
superdosagem, promove tinidos, redução da 
capacidade auditiva e vertigem/náuseas), e, 
de forma mais relevante para a população 
pediátrica, a síndrome de Reye. Esse 
quadro é marcado por degeneração 
hepática acentuada seguida por 
encefalopatia hipertensiva, ocorrendo de 
forma subsequente a infecções virais, 
como a varicela. 
Graças a esse potencial nocivo, não é 
indicada a administração de AAS 
como antitérmico em crianças 
(preferência por paracetamol). 
O uso de ácido acetilsalicílico também deve 
ser evitado em quadros de doenças 
exantemáticas com suspeita de dengue, 
pois a evolução natural da doença conta com 
plaquetopenia e aumento da 
susceptibilidade hemorrágica, que pode ser 
potencializada pela administração do 
medicamento. 
Pacientes medicados regularmente 
com AAS devem ser monitorados 
atentamente quanto à concentração 
plaquetária frente a suspeita ou 
confirmação de dengue.