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Esther Perinni Lopes – Medicina UVV XXVIII Vascularização do SNC O fluxo sanguíneo cerebral é bastante elevado e é apenas superado pelos fluxos sanguíneos cardíaco e renal. O fluxo sanguíneo cerebral pode ser calculado por uma fórmula: FSC (fluxo sanguíneo cerebral) = Pressão arterial / resistência cerebrovascular A resistência cerebrovascular depende de: • Pressão intracraniana • Condição da parede do vaso, que pode estar alterada em certos processos patológicos, como as arterioscleroses • Viscosidade do sangue • Calibre dos vasos cerebrais O fluxo sanguíneo cerebral é maior nas áreas que são ricas em sinapses e que têm maior atividade metabólica. O Polígono de Willis É uma anastomose arterial de forma poligonal e está situado na base do cérebro. Essa anastomose tem duas origens: sistema carotídeo e sistema vertebrobasilar. O sistema carotídeo é composto pelas artérias carótidas internas e o sistema vertebrobasilar pelas artérias vertebrais que se fundem formando a artéria basilar. A artéria cerebral anterior direita e a artéria cerebral anterior esquerda se comunicam no polígono de Willis pela artéria comunicante anterior. As duas artérias comunicantes posteriores fecham o polígono de Willis, comunicando as duas origens, a origem vertebrobasilar e a origem carotídea. → Artéria carótida interna É um dos dois ramos terminais da artéria carótida comum, que sai do arco aórtico. Penetra no crânio pelo canal carotídeo do osso temporal. O outro ramo da artéria carótida comum, além da artéria carótida interna que irriga o encéfalo, é a artéria carótida externa que não adentra a cavidade craniana, ela irriga a face externa, couro cabeludo. Depois da artéria carótida interna adentrar a cavidade craniana pelo canal carotídeo, ela vai atravessar o seio cavernoso e descrever uma dupla curva, formando a letra S. Essa dupla curva é chamada de sifão carotídeo. O sifão carotídeo é formado com o objetivo de diminuir o impacto da pressão arterial sob o tecido nervoso. Depois de formar o sifão carotídeo, a artéria carótida interna vai perfurar as meninges e se ramificar em artéria cerebral média e artéria cerebral anterior. Além desses dois ramos terminais, a artéria carótida comum também tem outros principais ramos, como a artéria comunicante posterior, artéria oftálmica e artéria corióidea anterior. → Artéria vertebral As artérias vertebrais direita e esquerda são ramos da artéria subclávia. As artérias vertebrais ascendem no pescoço pelos forames transversais das vértebras cervicais, penetrando a cavidade craniana pelo forame magno. Aproximadamente no nível do sulco bulbo-pontino, fundem-se para constituir um único vaso, a artéria basilar. As artérias vertebrais, antes de chegarem ao nível do sulco bulbo-pontino e se fundirem em artéria basilar, dão origem às duas artérias espinhais posteriores e à artéria espinhal anterior que vascularizam a medula. As artérias vertebrais originam ainda as artérias cerebelares inferiores posteriores, que irrigam a porção inferior e posterior do cerebelo. Depois que as artérias vertebrais se fundem para formar a artéria basilar, ela também emite outros ramos, como: a) Artéria cerebelar superior, que irriga a porção superior do cerebelo. b) Artéria cerebelar inferior anterior, que irriga a porção inferior anterior do cerebelo. c) Artéria do labirinto d) Artérias pontinas A artéria basilar vai terminar se bifurcando nas artérias cerebrais posteriores esquerda e direita, que farão parte do círculo arterial do cérebro ou polígono de Willis. → Território cortical das artérias cerebrais • Artéria cerebral anterior Ramo da artéria carótida interna, curva-se em torno do joelho do corpo caloso e ramifica-se na face medial de cada hemisfério, desde o lobo frontal até o sulco parietoccipital (que separa os lobos parietal e occipital). É como se a artéria cerebral anterior irrigasse a parte mais superior do cérebro, os lobos frontal e parietal, como se pode observar nas imagens abaixo. A obstrução de uma das artérias cerebrais anteriores causa, entre outros sintomas, paralisia e diminuição da sensibilidade no membro inferior do lado oposto. • Artéria cerebral média Outro ramo da artéria carótida interna, percorre o sulco lateral em toda a sua extensão, distribuindo ramos que vascularizam a maior parte da face dorsolateral de cada hemisfério. Irriga as áreas do sulco lateral, lobo temporal, parte do lobo frontal também, e, consequentemente, as áreas motoras, somestésicas e de linguagem, como a área de Broca e área de Wernicke. Obstruções da artéria cerebral média, quando não são fatais, determinam sintomatologia muito rica, com paralisia e diminuição da sensibilidade do lado oposto do corpo (exceto no membro inferior), podendo haver ainda graves distúrbios da linguagem. • Artéria cerebral posterior Ramos de bifurcação da artéria basilar, as artérias cerebrais posteriores dirigem-se para trás, contornam o pedúnculo cerebral e, percorrendo a face inferior do lobo temporal, ganham o lobo occipital. A artéria cerebral posterior irriga, pois, a área visual situada nos lábios do sulco calcarino. A obstrução causa cegueira em uma parte do campo visual. Referência: MACHADO, Angelo B. M.. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2007.
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