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AULA 7 - Métodos de quantificação da digestibilidade dos alimentos

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08/09/2020
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DISCIPLINA
NUTRIÇÃO ANIMAL
Prof. Dr. Victor Dias
Métodos de quantificação da digestibilidade dos 
alimentos
INTRODUÇÃO
• Digestibilidade - É a proporção do alimento que não é excretado com as
fezes, e que se supõem, portanto, que tenha sido absorvida;
• De uma maneira geral, representa-se o coeficiente de digestibilidade na
base da MS.
• O termo digestibilidade não se aplica apenas à digestão, mas também à
absorção do alimento.
• É medido pela taxa de recuperação do nutriente nas fezes.
INTRODUÇÃO
• Biodisponibilidade - É a proporção do nutriente ingerido que é absorvido
em uma forma química potencialmente sustentável para o metabolismo e
síntese proteica;
INTRODUÇÃO
• Métodos que são utilizados para avaliar a digestibilidade dos
alimentos:
• In vivo:
▪ Direto – Coleta total das fezes e Coleta Ileal;
▪ Indireto – Marcadores internos e externos;
• In vitro;
• In situ.
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METODOS IN VIVO
• Apresenta como vantagem a maior acurácia das determinações, como a
possibilidade de conhecer as interações entre os alimentos e os animais;
• Demandam muito tempo, trabalho e um grande volume de alimento;
• Métodos:
▪ Coleta total das fezes;
▪ Coleta ileal;
▪ Correção das perdas endógenas.
METODOS IN VIVO - COLETA TOTAL DAS FEZES
• Coleta total das fezes dos animais por um determinado período pré-
estipulado;
• Na determinação, considera-se o alimento ingerido e os nutrientes
recuperados nas fezes, calculando-se a digestibilidade por diferença,
podendo ser estudada a digestibilidade da matéria seca;
• Com o uso de gaiolas metabólicas ou baterias com bandejas para a
colheita de fezes e urina;
• Período de Adaptação (Baia e ração) - 5 a 10 dias para Ruminantes.
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METODOS IN VIVO
Coef. de Dig. Aparente = Nutr. Ingerido – Nutr. Consumido X 100
Nutr. Ingerido 
Coef. de Dig. Verdadeira = Nutr. Ingerido – (Nutr. Consumido – Perdas Metabólicas) X 100
Nutr. Ingerido 
Células descamadas do epitélio intestinal, Enzimas
digestivas, Proteínas de origem bacteriana, Gorduras
sintetizadas pelas bactérias, Secreções, etc.
METODOS IN VIVO
• Ex.: Digestibilidade da PB
• Consumo - 112 g;
• Fezes - 25 g;
▪ 15g dietética;
▪ 10g endógena.
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METODOS IN VIVO
F = (f x MSf)/100
A = (a x MSa)/100
Calculo da digestibilidade da MS:
dMS=(1-F/A).100, onde:
d= digestibilidade da MS, em %
F= excreção de fezes, em MS
A= consumo de alimento, em MS
METODOS IN VIVO
Cálculo da Digestibilidade aparente dos nutrientes:
dn=1- [(F x fn)/(A x an)] x100, onde:
dn= digestibilidade do nutriente, em %
F= excreção de fezes, em MS
fn= % nutriente na MS das fezes
A= consumo de alimento, em MS
an= % nutriente na MS do alimento
F = (f x MSf)/100
A = (a x MSa)/100
METODOS IN VIVO
Exemplo de ensaio de digestibilidade:
Resultados obtidos num ensaio de digestibilidade de feno de centrosema, com
carneiros.
Total de alimento consumido e fezes coletadas no período, em gramas:
Alimento fresco – 5600g
Fezes coletadas – 8839g
METODOS IN VIVO
Nutrientes Feno de Centrosema
Fezes dos carneiros
Carneiro 252
MS 87,08 100 30,67 100
Umidade 12,92 - 69,33 -
PB 19,42 22,3 5,02 16,37
EE 2,76 3,17 0,56 1,83
FB 29,03 33,34 12,8 41,73
ENN 28,84 33,12 9,24 30,13
MM 7,03 8,07 3,05 9,94
Analise química do feno de centrosema e das fezes coletadas:
Pede-se:
Cálculo da digestibilidade da MS, PB, EE, FB e dos ENN do feno (carneiro 252).
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METODOS IN VIVO - Coleta Ileal
• Mais preciso;
• Mais trabalhoso;
• Maior número de animais;
• Métodos:
▪ Cânula no íleo terminal;
▪ Anastomose íleo-retal;
▪ Coleta digesta ileal pelo método sacrifício.
METODOS IN VIVO - MARCADORES EXTERNOS
• Quando não é possível controlar a ingestão do alimento ou a quantidade de
fezes excretadas;
• Adicionado ao alimento ingerido, medindo-se sua concentração no
alimento e posteriormente em pequenas amostras representativas das fezes;
• Exemplos:
▪ Sílica;
▪ Óxido de ferro;
▪ Óxido de crômio.
METODOS IN VIVO - MARCADORES EXTERNOS
• Podem ser usados para 2 propósitos básicos:
▪ Estudos de digestibilidade;
▪ Estudos sobre a taxa de passagem e fluxo da digesta;
• No colheitas diárias - 2 (98% de precisão vs coleta total);
• Quantidade introduzida - 0,5 a 5 g/100 kg de PV/dia, em cápsulas de
gelatina ou em mistura com o alimento.
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METODOS IN VIVO - MARCADORES INTERNOS
• Componentes químicos que ocorrem naturalmente na dieta dos animais
(ligninas, alcanas, etc.);
• Devem ser indigestíveis (digestibilidade = 0) e quantitativamente
recuperáveis nas fezes;
• Vantagens:
▪ É simples e não precisa sacrificar o animal;
▪ Ser de determinação química fácil.
METODOS IN VIVO - MARCADORES INTERNOS
• Características dos indicadores:
▪ Ser completamente indigestível e inabsorvível;
▪ Ser inócuo (inofensivo), não apresentar efeitos colaterais ao animal;
▪ Ter boa palatabilidade;
▪ Não ter toxicidade;
▪ Ter movimentação normal no trato alimentar;
▪ Manter o processo digestório inalterado.
METODOS IN VIVO - MARCADORES
Cálculo da Digestibilidade da MS c/ Marcador:
d = [1- (ac/fc)100], onde:
d= digestibilidade da MS, em %
ac= % do indicador na MS do alimento
fc= % do indicador na MS das fezes
METODOS IN VIVO - MARCADORES
Cálculo da Digestibilidade dos Nutrientes c/ Marcador:
dn= 100- [100 x (ac/fc) x (fn/an)], onde:
dn= digestibilidade do nutriente, em %
ac= % do indicador na MS do alimento
fc= % do indicador na MS das fezes
an= % do nutriente na MS do alimento
fn= % do nutriente na MS das fezes
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