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Monografia GestEscolarEAD-COVID(2)

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FACULDADE CAMPOS ELISEOS
NOME DO CURSO
ALUNA
ELLEN REGINA STOFFEL
DESAFIOS DO ENSINO À DISTÂNCIA DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19 NA GESTÃO ESCOLAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL
CUIABÁ - MT 
2021
	
ELLEN REGINA STOFFEL
DESAFIOS DO ENSINO À DISTÂNCIA DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19 NA GESTÃO ESCOLAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Monografia apresentada à Universidade CAMPOS ELISEOS como exigência parcial a obtenção do Diploma de Especialista em(mencionar o nome do Curso) 
Nome do Orientador 
 
CUIABÁ - MT 
2021
RESUMO
O presente trabalho monográfico tem como objetivo avaliar as dificuldades encontradas pela gestão escolar da educação infantil enquanto opta pelo ensino à distância no período da pandemia do Covid-19 por meio de uma metodologia bibliográfica com enfoque qualitativo sobre o tema, a fim de responder o seguinte questionamento que balizou os esforços deste trabalho: Quais os desafios enfrentados pela gestão escolar no ensino infantil durante a pandemia provocada pelo vírus Covid-19? Assim, a pesquisa mergulha nos temas pertinentes a proposta sugerida pela monografia, que compreendem: a gestão, a escola, a gestão escolar e a gestão escolar no ensino infantil, o ensino à distância, a pandemia do covid-19 e os desafios que a mesma trouxe para a educação infantil ao ter que migrar para o modelo de ensino a distância. De maneira que, ao final chega-se a conclusão de que, de fato, há inúmeras dificuldades enfrentadas pelos gestores escolares da educação infantil ao passarem a trabalhar com a modalidade à distância de ensino e que deve-se encontrar um equilíbrio, pois de forma alguma as aulas, principalmente as voltadas ao ensino infantil, devem ser totalmente à distância.
Palavras-Chave: EAD, Pandemia Covid-19, Educação Infantil, Educação EAD, Gestão Escolar.
ABSTRACT
This monographic work aims to assess the difficulties encountered by the school management of early childhood education while opting for distance learning during the Covid-19 pandemic period through a bibliographic methodology with a qualitative focus on the topic, in order to answer below question that marked the efforts of this work: What are the challenges faced by school management in early childhood education during the pandemic caused by the Covid-19 virus? Thus, research dives into the relevant themes the proposal suggested by the monograph, which include: management, the school, school management and school management in early childhood education, distance learning, the covid-19 pandemic and the challenges that it brought to early childhood education by having to migrate to the distance learning model. So that, at the end, the conclusion is reached that, in fact, there are difficulties faced by school managers of early childhood education when they start working with a distance teaching modality and that a balance must be found, because in some ways as classes, mainly as directed to infant education, they must be totally at a distance.
Keywords: EAD, Covid-19 Pandemic, Early Childhood Education, EAD Education, School Management.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................06
1. GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL....................................................08
1.1 CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS SOBRE GESTÃO.............................................08
1.2 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA GESTÃO ESCOLAR........................................11
1.3 GESTÃO ESCOLAR PARTICIPATIVA.........................................................................13
1.4 GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL.......................................................16
1.4.1 DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL...............................................................................................................................21
2. EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA..........................................................................................23
2.1 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA...........................................................23
2.2. CONCEITOS DE EAD....................................................................................................25
3. DESAFIOS DA GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL EAD NA PANDEMIA COVID-19........................................................................................................29
3.1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O COVID-19....................................................29
3.1.1. O Covid-19 no Brasil......................................................................................................30
3.2. O ENSINO INFANTIL EM TEMPOS DE PANDEMIA................................................31
3.3. DESAFIOS PARA A GESTÃO ESCOLAR NO ENSINO INFANTIL DURANTE A PANDEMIA.............................................................................................................................32
3.4 POSSÍVEIS SOLUÇÕES...................................................................................................34
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................38
REFERÊNCIAS......................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
A situação desencadeada a partir do vírus Covid-19 que provocou um contágio de nível mundial, por mais que seja um assunto de saúde pública, afetou nosso planeta em todas as áreas, acarretando em impactos políticos, econômicos, sociais e, obviamente se refletiu no campo educacional. Em face do distanciamento social, que teve sua rigorosidade de forma diferente de acordo com cada país, cerca de 300 milhões de crianças e adolescentes tiveram que ficar fora da escola nos primeiros 30 após a disseminação do vírus pelo mundo.
Como outros direitos constitucionais, o direito à educação é reduzido pelo gozo do direito à saúde e à vida. De modo que, gestores escolares e educadores em geral têm buscado novos métodos e procedimentos que não afetem negativamente o aprendizado e o ano letivo de crianças e jovens brasileiros, enquanto tentam se adaptar às circunstâncias especiais emergentes.
Desta feita, esse tipo de suspensão obrigatória traz inevitavelmente o uso da tecnologia para o centro do debate educacional com o objetivo de realizar atividades escolares não presenciais. Diante dessa emergência, os governos estaduais e municipais carecem de estruturas para implantar a educação a distância e precisam se concentrar na preparação de gestores escolares e professores para o desenvolvimento de situações de educação a distância utilizando-se dos meios permitidos pela tecnologia.
Na área da educação, o fechamento de escolas é uma medida preventiva para evitar a disseminação em larga escala do novo coronavírus, que nos alerta para a gravidade da situação e estimula todas as unidades escolares a tomar decisões perante a população. Esse controle visa orientar, tranquilizar, conscientizar e preparar as ações futuras de toda a comunidade escolar, independentemente de quando a pandemia estará sob controle.
O século 21 nos trouxe para a era da tecnologia e da ciência, e os métodos de aprendizagem e de ensino estão em constante evolução. É o que estamos presenciando hoje, porque a educação a distância por meio de recursos tecnológicos trouxe uma verdadeira mudança educacional, que se fortaleceu ainda mais nesses meses de pandemia.
Portanto, devido à situação atípica em que nos encontramos, a escolha deste tema se justifica, quando inúmeras instituições de ensino e até mesmo o sistema econômico e político do país enfrentam dificuldades e buscam reinventar métodos para se manterem ativos no contexto de suas operações.
Desta forma, abordando uma temática tão amplamente discutida na atualidade, o presente estudo monográfico se dispõe a analisar os desafios que a gestão escolar têm enfrentado em meio a pandemia provocada peloCovid-19 em todo o mundo, com foco especial no ensino infantil, que por depender bastante da convivência com pessoas de fora do ambiente familiar, como professores e colegas e, principalmente por ser a base da educação, se mostra deveras prejudicada com a caótica realidade.
Portanto, por meio de uma metodologia bibliográfica com enfoque qualitativo sobre o tema, o objetivo geral desta pesquisa reside na avaliação das dificuldades encontradas pela gestão escolar da educação infantil enquanto opta pelo ensino à distância no período da pandemia do Covid-19. De forma que, o trabalho vale-se de matérias como livros, arquivos de documentários em vídeo, entrevistas, notícias, artigos científicos entre outros trabalho técnicos, científicos e mesmo acadêmicos, com notas de escritores educacionais que são bem versados ​​no assunto. Pois além de nos abrilhantar com seus conhecimentos a respeito de conceitos pertinentes ao tema proposto, fornecerem ricas propostas e sugestões sobre maneiras de eliminar os obstáculos enfrentados atualmente pela educação em nosso país contribuem para uma satisfatória resposta a questão problema que norteou a presente monográfica: Quais os desafios enfrentados pela gestão escolar no ensino infantil durante a pandemia provocada pelo vírus Covid-19?
Assim, buscando o melhor esclarecimento e compreensão do leitor, o trabalho aqui apresentado está dividido em três capítulos. Onde, no primeiro é discutido conceitos, elementos e características a respeito da gestão escolar e também é abordado a gestão escolar infantil, seus desafios e perspectivas; o segundo capítulo é dedicado a explicar conceitos pertinentes a educação à distância; O terceiro capítulo apresenta os desafios enfrentados pela gestão escolar no que diz respeito a educação infantil no período de distanciamento social provocado pela pandemia do vírus Covid-19.
Por fim, cabe ressaltar a relevância do estudo, que como já mencionado aborda um tema absolutamente atual, pois é o momento que todos nos presenciam diariamente, seja como gestor escolar, professor, tutor, aluno ou pais, ou seja, há uma importância social considerável inerente a proposta temática desta pesquisa, além do interesse acadêmico por parte dos estudantes das áreas que compreendem a educação.
1. A GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O presente capítulo pode ser considerado como o cerne do presente trabalho, pois aqui serão discutidos os assuntos mais importantes na qual a pesquisa baseia-se. Aqui serão abordados conceitos e características da gestão, tal como uma ampla abordagem a respeito da educação infantil e sua gestão, onde apresentam-se históricos legais, desafios, elementos entre outros assuntos inerentes ao tema.
1.1 CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS SOBRE GESTÃO
Hoje em dia se discute muito sobre gestão escolar, mas na verdade poucas pessoas conseguem estabelecer e elaborar conceitos sobre o assunto. Esse conceito é uma forma de entender e compreender objetos, pois a busca pela gestão escolar prejudica escolas e disciplinas e proporciona um caminho contrário à lógica neoliberal que individualiza as pessoas. Portanto, quando se trata de gestão escolar, é muito importante usar a democratização como princípio norteador para promover a redistribuição e o compartilhamento de responsabilidades para aumentar a legitimidade do sistema escolar (PARO, 2018).
De acordo com Vitor Henrique Paro (2018), o termo gestão escolar é caracterizado pelo planejamento das tarefas escolares e pelo uso racional de recursos materiais, financeiros e intelectuais; orientação e controle dos serviços necessários à educação e coordenação e controle do trabalho das pessoas. Para as instituições escolares, o termo "organização institucional" deve-se ao fato de ter maior abrangência e ao fato de que as instituições escolares são altamente interativas e podem distingui-las das empresas tradicionais.
Na prática, os termos "organização" e "gestão" podem ser usados ​​em combinação, desde que o conteúdo de cada um seja explicado. Percebemos que a escola é uma organização porque é descrita como uma unidade social que interage internamente e consigo mesma, atua por meio de seu próprio processo organizacional, atuando de forma coletiva e democrática para atingir os objetivos da organização. De forma que, para que a organização funcione de forma clara, é importante tomar e controlar as decisões, por isso ligue para a gerência (ROBINSON, 2019).
A participação dá às pessoas a oportunidade de controlar o seu próprio trabalho. No contexto da organização escolar, para este tipo de gestão, as pessoas precisam sentir-se parte orgânica da realidade. Por meio dessa abordagem, o exercício do poder individual foi superado, promovendo a capacitação centrada na escola como um todo.
A característica da gestão, segundo ensina Vicentini (2010), é a atividade de implementar procedimentos para atingir os objetivos organizacionais, envolvendo e interagindo com a gestão e a direção técnica. A direção é um atributo da administração e, por meio desse atributo, pode-se concentrar o trabalho coletivo dos trabalhadores em equipe orientados para o grupo e para os objetivos. A própria gestão toma decisões na organização e coordena da melhor forma o trabalho a ser feito.
A organizações de gestão escolar têm ideias diferentes sobre a organização e educação escolar, ao relacionar a sociedade e educação dos alunos. Os três conceitos mais representativos em gestão são: o conceito de pessoal técnico, o conceito de autogestão e a participação democrática.
No conceito de ciência técnica, a direção concentra-se apenas em uma pessoa, a tomada de decisão é feita verticalmente, mas o plano é realizado sem a participação do professor, e a tarefa é mais focada do que nas pessoas. Este conceito segue alguns métodos de gestão empresarial e é caracterizado pela divisão técnica do trabalho escolar e pela concentração de poder no diretor, que tem mais poder do que qualquer outra pessoa.
O conceito de autogestão é baseado na responsabilidade coletiva, não existe uma gestão centralizada e todos os membros da organização participam igualmente. É caracterizada pela auto-organização dos grupos institucionais e pela alternância de funções, pois na autogestão social, o poder de todos os componentes da escola leva à formulação de planos de educação política e enfatiza a responsabilidade coletiva pelas normas.
No conceito de participação democrática, a tomada de decisões é realizada de forma coletiva, buscando objetivos comuns e compartilhados por todos (como dirigentes e dirigidos), todos avaliam o trabalho e também são avaliados com a participação ativa de todos os membros (PARO, 2018 – 58).
Tendo em vista esses três conceitos de organização gerencial, podemos perceber quando a gestão está centrada em indivíduos ou coletivos. É caracterizada pela relação global entre a gestão e a escola, e defende a tomada de decisão coletiva com base em discussões abertas.
Esta estratégia de participação visa obter bons resultados e um sentido de prática democrática para estabelecer uma forma não autoritária, intervir na tomada de decisões do poder e definir em conjunto os rumos dos trabalhos.
Assim, a LDB1 9394/96, em seu Art. 13, diz que a gestão democrática e as suas normas deve ter como princípios: I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II- participação das comunidades escolares e local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL, 1996).
Desta forma, a descentralização ocorre dentro da escola, mas aumenta a responsabilidade da equipe gestora e da comunidade escolar. Portanto, as comunidades escolares ainda precisam ser inseridas na gestão democrática e ter autonomia para formular propostas de políticas de ensino a partir de sua formação.
Paro (2018) ressalta que, a organização geral da escola é alcançada através do esforço conjunto de todas as pessoas e é combinada com os objetivos educacionais da sociedade relevante e com a formação dos alunos. A gestão coordena o trabalho de forma a executá-loda melhor forma, e os próprios funcionários avaliam e modificam para se adequar às necessidades da gestão.
O diretor da escola é o responsável pelas funções docente e administrativa, portanto necessita de conhecimentos, pois é o principal responsável pela gestão geral da escola, principalmente as administrativas, e passa a docência para o coordenador pedagógico. O diretor é muito importante para garantir que a escola seja respeitada pela comunidade. O chefe da escola é o responsável pelas funções administrativas e pedagógicas da escola, por isso requer conhecimentos administrativos e pedagógicos (PARO, 2018).
Os pais também estão envolvidos na organização da escola, que corresponde à nova relação entre escola, sociedade e trabalho. A escola não pode ser uma instituição isolada, pois cada disciplina tem uma visão diferente das questões escolares. O primeiro lote de estudos e prática inicial de administração escolar apontou o modelo burocrático e inspirou o status das organizações escolares nas organizações comerciais.
Ao estudar a questão supracitada a autora da publicação “Gestão democrática da educação: retórica política ou prática possível”, Maria de Fátima Cossio, esclarece que existem dois métodos, o cientifico-racional e o crítico de cunho sócio-político.
No primeiro método, a organização escolar é a realidade de cumprimento de metas, que é uma tecnologia razoavelmente operacional que pode ser planejada e controlada para alcançar maior eficiência. As escolas que adotarem este modelo focarão em normas e regulamentos para centralizar a tomada de decisões, a participação das pessoas é baixa e a implementação vertical de planos de ação, este é o modo mais comum de organização e operação escolar.
No segundo método, a educação pode ser planejada e organizada para melhorar a eficiência, pois a organização escolar é vista como uma realidade objetiva e tecnicamente razoável. Ao contrário do primeiro modelo, este método abre espaço para a participação coletiva, na qual a relação entre as escolas se dá de forma aceitável para todos por meio de diversos métodos que garantem a participação democrática da maioria. A escola que adota este modelo é caracterizada por uma estrutura organizacional dinâmica, a distribuição de funções e a participação de pessoal da organização integrada (COSSIO, 2006 – 88).
As escolas inspiradas neste método enfatizam o nivelamento de funções e a democratização da tomada de decisões na forma de um sistema que reúne pessoas com influência mútua para gerar coletivamente conhecimento interdisciplinar. Esse modelo organizacional não é apenas objetivo, mas também uma construção desencadeada por professores, alunos e demais integrantes da escola. Opiniões críticas sobre as escolas levaram a diferentes maneiras de tornar possível a gestão democrática.
Por fim, Cossio (2006) frisa que, a organização é considerada um sistema de aglutinação de pessoas, preocupando-se com a intencionalidade e a interação social entre as pessoas em um contexto sociopolítico, ao invés de ser totalmente objetiva e funcional. Todos os membros, professores, alunos, pais e membros da comunidade devem realizar a construção social.
1.2 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA GESTÃO ESCOLAR
A gestão democrática e participativa enfatiza a participação na tomada de decisões por meio do diálogo e do consenso para atingir o objetivo da construção coletiva e do funcionamento da escola. Cada escola se esforça para atingir os objetivos do plano.A gestão é uma atividade coletiva, com os objetivos e metas comuns dos agentes de processo, racionalizando o trabalho nos aspectos materiais e físicos, e tendo a qualificação dos educadores, planejamento e avaliação dos educadores.
A gestão democrática é formada por diferentes ações: a formulação de projetos políticos pedagógicos de forma coletiva e participativa; a comunidade escolar determina e acompanha o orçamento da escola; transparência do sistema de prestação de contas; a responsabilidade da escola; avaliação institucional, qque inclui professores, diretores, alunos e equipe técnica. Portanto, a gestão democrática vai além do processo decisório, podendo identificar problemas, através do acompanhamento e controle das ações na fiscalização dos resultados. Portanto, com a democratização da gestão, a participação popular aumentou (COSSIO, 2006).
A participação ativa de todos é um grande sucesso para a escola. A importância da comunidade reside no conhecimento e avaliação dos serviços prestados, principalmente na atuação conjunta da família e da escola no plano de educação. A participação afeta a democratização da gestão por meio de cinco componentes, que são mobilizados para o alcance dos objetivos da escola. Esses elementos, segundo o trabalho de Júlia Riçardo (2017) em “Gestão Escolar: Espaço Para a Participação”, são:
· Planejamento: Processo de antecipar a tomada de decisões, fornecendo diretrizes e ações para atingir as metas. O planejamento é fundamental para o crescimento da gestão, pois repensar a atitude vivenciada é fundamental para a organização. No entanto, nem sempre a execução do plano é feita na forma do primeiro plano, pois muitas vezes é necessário rever, discutir e enriquecer as ações a partir de discussões permanentes. O processo de planejamento e os exercícios constituem expectativas da prática, ou seja, planejar significa prever e programar as ações e resultados necessários para que a equipe de gestão possa tomar decisões.
Para estabelecer uma cultura democrática e participativa no processo de desenvolvimento escolar, o planejamento escolar não pode ser realizado de forma centralizada. A gestão democrática não se estabelece sem um planejamento participativo, que envolve todos os representantes da comunidade escolar que participam do processo de tomada de decisão e definição de metas e estratégias de ação (PARO, 2018 – 105).
· Organização: A realização de tudo que fora planejado, onde os recursos físicos, materiais e financeiros são racionalizados para garantir a eficácia do processo de ensino/aprendizagem, de modo a possibilitar as condições e formas para se realizar o que fora previamente planejado. Assim, a organização solidifica os planos e projetos traçados pela escola.
· Direção e coordenação: Coordenar os esforços coletivos dos funcionários da escola refere-se às atividades de coordenação dos esforços coletivos dos funcionários para lidar com o real desenvolvimento do processo de planejamento, organização e avaliação. Portanto, as funções de gestão envolvem mobilização, liderança, motivação, comunicação e capacidade de interagir com cada um dos participantes envolvidos nesses processos. Coordenação significa exercer iniciativa.
· Formação continuada: Ações de melhoria dos profissionais da escola para melhor desempenho de suas atividades e seu desenvolvimento profissional. O bom planejamento do horário coletivo de trabalho, aliado à chegada do mediador formador, faz com que a equipe busque cada vez mais a ampliação do conhecimento e o melhor espaço para a formação na rede de formação. Profissionais bem estruturados no ambiente de trabalho são um dos meios mais eficazes para melhorar a qualidade do ensino.
· Avaliação: A avaliação do trabalho profissional comprova o funcionamento da escola. Com base nos dados e informações coletados por meio de vários processos e métodos, a avaliação inclui verificar se os objetivos são efetivamente alcançados. Além da análise qualitativa de dados e informações, a avaliação também inclui a avaliação e avaliação de diferentes formas de medidas com padrões previamente definidos.
1.3 GESTÃO ESCOLAR PARTICIPATIVA
A escola é um local onde professores e administradores escolares mediam ações para promover o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e valores dos alunos. A tarefa da educação escolar é desenvolver habilidades cognitivas, sociais e morais, simplificar o currículo da cidadania participativa e fazer com que os objetivos atendam às expectativas da organização e da gestão. Para realizar essas habilidades, a participaçãoafetará a democratização e a melhoria da qualidade do ensino. Portanto, os profissionais participarão do processo de tomada de decisão (SILVA, 2019).
De acordo com a publicação “Gestão escolar: caminhos para integração escola-família comunidade” de Aline Oliveira e Sergio Donizete Mariotini (2016), a participação é exercida de muitas formas e nuances no ambiente escolar, de modo que se pode supor que a característica da participação é a personificação da vontade individualista, às vezes disfarçada, até que efetivamente expresse compromissos sociais e organizacionais e se transforme em ações concretas e objetivas. Visando atingir objetivos juntos. Por meio da participação, os professores podem aprender coisas como tomada de decisão coletiva, compartilhando questões com colegas, construindo solidariedade e investindo em seu desenvolvimento profissional.
Os intelectuais da gestão escolar acrescentaram ainda que existem múltiplas formas de participação dependendo do ambiente, que podem ser: de presença, expressão oral e discussão, representação política, tomada de decisão e de participação (OLIVEIRA e MARIOTINI, 2016). Com isso, a gestão escolar ganhou um novo olhar, colocando desafios aos envolvidos, pois eles precisam estar abertos para aceitar as opiniões dos outros e construir conjuntamente uma escola participativa.
Manter as múltiplas formas de participação dos profissionais da educação nas escolas deve ser o principal objetivo da gestão escolar. A escola é um local de formação de competências de participação na vida social, através dela, interage com a sociedade, responsabilizando as opiniões de pais, professores e alunos pelas decisões tomadas para melhor funcionar a partir da escola (CARVALHO, 2016 – 43).
O conceito de participação é baseado no conceito de autonomia, o que significa que pessoas e grupos determinam livremente suas habilidades, ou seja, de viver suas próprias vidas. Já que a autonomia se opõe à ditadura, sua realização concreta no sistema é a participação.
Diante da construção da democracia e da gestão escolar participativa que mudam a situação escolar, muda a relação e o papel de cada disciplina para ajudar a construir escolas que busquem a participação de todos. Vale a pena refletir sobre o papel da democracia e dos participantes na ação para que possam fazer sua parte e atuar de forma prática na mudança da escola e de suas disciplinas. Isso significa a necessidade da organização escolar buscar a plena participação da equipe para o alcance do objetivo comum, o que mostra a importância da corresponsabilidade e da forma de comunicação e organização do setor educacional (OLIVEIRA e MARIOTINI, 2016).
Silva (2019) entende que a direção da instituição escolar é o departamento básico da gestão escolar porque define a posição contra os objetivos sociais e políticos da escola. As escolas que desempenham a função social de mediação contribuem para a formação da personalidade humana, portanto, é impossível construí-la sem considerar a política e os objetivos do ensino. 
Por conseguinte, o supracitado autor assevera ainda que:
As características pedagógicas da ação educativa estão justamente na formulação de objetivos sociopolíticos e educacionais e na viabilidade da organização e do método de criação da educação (como a seleção e organização de conteúdos e métodos, a organização do ensino e a organização do trabalho) de forma a proporcionar orientação de forma consciente e planejamento ao processo educativo (SILVA, 2019 – 26).
De modo que, todo o processo de formação inclui o conceito de sua direção normal de operação, o que ajuda a atingir seus objetivos de treinamento. Levando em consideração o papel e as funções dos gestores escolares, eles têm a função de estimular e incentivar as potencialidades pessoais e desenvolver as relações entre eles, percebendo assim a transformação social que parte da escola e atinge a comunidade em que está inserida (CARVALHO, 2016). Esta não é uma tarefa fácil, mas requer determinação para conduzir o processo de forma administrativa e pedagógica.
Ao considerar a participação e gestão escolar, as disciplinas devem ser envolvidas e dar contribuições importantes para a construção da escola. A gestão escolar tem a função de unir os diversos departamentos da escola e toda a comunidade. Partindo desse pressuposto, todos têm tempo e voz para expressar opiniões, sugestões e críticas para aprimorar o processo de ensino.
Assim, vejamos o que defende Maria de Fátima Cossio em seu estudo intitulado “Gestão democrática da educação: retórica política ou prática possível”:
A escola é uma instituição interdependente na utilização de materiais e recursos conceituais e na coordenação de mão de obra coletiva. Qualquer mudança na função ou estrutura de gerenciamento afetará outros componentes. O princípio fundamental da participação democrática na gestão é a autonomia das escolas e dos círculos educacionais. A autonomia é a base do conceito de gestão escolar participativa e tem o poder de determinar seus objetivos, organização e gestão dos recursos financeiros. Quando a gestão escolar promove a participação de todos, é porque tem uma perspectiva social que permite aos educados participar da formulação e avaliação das políticas educacionais e acompanhar a sua implementação (COSSIO, 2006 – 31).
A gestão escolar deve basear-se na construção de espaços públicos, na promoção da igualdade e na oferta de um ambiente de trabalho coletivo e na superação do individualismo e da educação para a exclusão, para que o todo se conecte e se gere conhecimento. Assim, a supracitada autora afirma que isso ajuda a se preparar para a vida e permite que os alunos vivam com dignidade, trabalho e vida cívica.
A relação orgânica entre a orientação e a participação dos membros da equipa escolar é o princípio de conjugar a gestão partilhada, as formas de participação e as responsabilidades de cada membro da equipa. No processo em que o supervisor responsável por coordenar e atribuir responsabilidades de tomada de decisão toma ações com base em tarefas específicas, fornece avaliações de equipe e resolve problemas em conjunto, a equipe formula planos de ensino, toma decisões e aprova um consultor sob a supervisão do diretor. Participar, para atingir os objetivos de ensino, significa buscar o processo de gestão em um consenso baseado em princípios básicos, que inclui o processo de gestão, a forma de cumprir e cumprir responsabilidades comuns na divisão do trabalho (OLIVEIRA e MARIOTINI, 2016 - 77).
A comunidade, principalmente a participação dos pais na diretoria, no processo escolar auxilia na elaboração dos planos de ensino e na fiscalização dos serviços prestados.
Assim, como bem coloca Silva (2019 – 45), “a participação da comunidade apoia o governo no encaminhamento ao legislativo de um projeto de lei que atende às necessidades educacionais”. A presença direta da comunidade na vida escolar também possibilita a participação em tomadas de decisões civis, organizações comunitárias e campanhas de educação ambiental, promovendo o acompanhamento das políticas de educação.
O planejamento das tarefas é um princípio razoável, pois a escola busca organizar ações para atingir seus objetivos. O plano de ensino formulado coletivamente é uma ferramenta unificada para as atividades escolares e é acompanhado por ações razoáveis ​​sobre metas, estratégias de ação, recursos e medidas de controle de avaliação.
O treinamento dos membros da comunidade escolar deve ser continuo. Pois como afirma Silva (2019 – 45), “a democracia participativa valoriza o desenvolvimento profissional e as habilidades técnicas dos profissionais da educação”. Os objetivos básicos de avaliar os alunos para que todos aprendam e participem do processo de tomada de decisão são objetivos educacionais e de gestão. Assim, os profissionais desenvolvem suas habilidades melhorando as habilidades da equipe em política, ciências e ensino.
A partir da busca de objetivos, decisões e procedimentos comuns, a avaliação compartilhada e as relações interpessoaisprodutivas devem ser sempre acompanhadas e avaliadas com base nos princípios das relações orgânicas. Esse conjunto de ações de trabalho educativo visa a ações de ensino e objetivos básicos, os quais são introduzidos na avaliação mútua de toda a equipe escolar (CARVALHO, 2016 – 58).
As relações produtivas indicam a importância do sistema de relacionamento interpessoal na qualidade do trabalho de cada educador e na avaliação da experiência pessoal de trabalho. A equipe escolar, portanto deve investir em relacionamentos baseados no diálogo e no relacionamento entre gestores, professores, alunos e demais colaboradores.
1.4 GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ao se discutir a gestão da educação infantil, faz-se muito importante em primeiro lugar compreender todo o processo ocorrido no Brasil para que se firmasse a educação infantil de forma objetiva como conhecemos hoje, de modo a não perder o foco desta seção, mas que possibilite entender a gestão dessa etapa da educação básica.
A educação infantil brasileira teve seu direcionamento legal com a promulgação da Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, onde, a responsabilidade pela prestação dos serviços passava a ser das empresas cujas trabalhadoras tinham filhos menores de 7 anos. Para o poder público ficava apenas uma obrigação de prestar assistência a essas empresas.
Portanto, esta etapa da educação básica não é tão nova assim, de acordo com Guy Bourdé (2018), e ao decorrer dos anos, adquiriu uma variedade de nomenclaturas, incluindo: jardim de infância, sala de asilo, creche, escola tricolar, escola maternal, pré-escola, pré-primário, etc., mas foi apenas nas últimas décadas, que a taxa de frequência de crianças de 0 a 6 anos aumentou devido ao aumento da demanda por assentos institucionais e pelo seu reconhecimento legal.
Em concordância com o exposto acima, observa-se que, historicamente a gestão escolar infantil vem passando por grandes mudanças, porém foi no final da década 1980 que passou por um grande processo de democratização, resultados provenientes da constituição federal de 1988. Portanto, essa expansão e o direito à educação infantil finalmente foram afirmados. E foi reconhecido na promulgação da Constituição Federal 1988, frisando o Inciso IV do artigo 208 que determina: "o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: [...] educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade” (BRASIL, 1988).
Este direito seria então posteriormente reafirmado na década de 90 através do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 1069/1990, e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, de 1996, onde a educação infantil brasileira ganharia novos contornos sendo definida a partir daí como primeira etapa da educação básica, tendo sua finalidade definida no artigo 29 da LDB: “[...] o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” (BRASIL, 1996).
Portanto, constatamos que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 96 não define apenas a educação infantil como um local de cuidado e assistência, mas também considera o desenvolvimento da criança integrada, e essa etapa da educação básica trará experiências de aprendizagem diversas.
De acordo com nossa Constituição (1988), no contexto da reorganização educacional, a educação infantil representa a primeira etapa da educação básica, estando sob o regime de cooperativismo dos entes federados de responsabilidade dos poderes estaduais e municipais. Simultaneamente, há um crescentes debates sobre o papel dos gestores nessa etapa da formação.
Dessa forma a educação infantil se tornou legal e um direito, tornando-se assim a primeira etapa da educação básica na vida da criança que vai do 0 aos 5 anos e com o objetivo o desenvolvimento integral. De forma distinta de outros segmentos da educação, a educação infantil necessita de uma forma de gestão própria focado nas habilidades e necessidades de cada aluno (COSSIO, 2006). 
De acordo com o documento Subsídios para Credenciamento e Funcionamento de Instituições de Educação Infantil, instituído em 1998, há elementos que ajudam a entender a expansão ocorrida na educação infantil, a qual destaca-se: 
Em primeiro lugar, podem ser citadas a urbanização, a industrialização, a participação da mulher no mercado de trabalho e as modificações na organização e estrutura da família contemporânea, demandando a instalação de instituições para o cuidado e a educação das crianças. Por outro lado, também motivaram a expansão da área, o reconhecimento, pela sociedade, da importância das experiências da infância para o desenvolvimento da criança e as conquistas sociais dos movimentos pelos direitos da criança, entre elas, o acesso à educação nos primeiros anos de vida (BRASIL, 1998 – 23).
Entretanto, ressalta-se que, nem todos os problemas podem ser resolvidos apenas com o reconhecimento legal. Ainda há muito trabalho a ser feito, como: ampliar as vagas, o que requer a construção de unidades de ensino e a contratação de profissionais; o reconhecimento social como espaço para a educação; aquisição de materiais adequados para realização de atividades pedagógicas e capacitação dos profissionais atuantes na área. De forma que a concretização destes fatores depende em muito da boa gestão educacional.
Os autores Oliveira e Mariotini (2016) afirmam que, é fundamental para a realização de uma boa gestão escolar que o gestor tenha a capacidade de promover o bom uso da sua equipe, motivando através de cursos de educação continuada, elevando a sua autoestima dos mesmos, planejar metas, elaborar o projeto politico pedagógico e coloca-lo em pratica diante dessas ações que irão resultar de forma positiva na instituição e refletir no aprendizado das crianças. É de grande importância que haja o mínimo de improvisos em se tratando de educação infantil e subtraindo o tempo de espera dos alunos nas atividades do cotidiano.
Assim, os supracitados autores afirmam ainda que, a gestão é um dos campos da prática profissional educacional, que visa realizar os processos necessários para planejar, organizar, conduzir, orientar, supervisionar e avaliar a eficácia das ações educativas. O gestor carrega o papel de articulador se tratando de educação infantil, terá que ser a ponte entre escola e comunidade escolar e ter um olhar tanto no individual quanto no coletivo atento a todas as demandas impostas no lugar em que a escola estar inserida. 
Assim, Silva (2019) conclui que por gestão escolar na educação infantil entende-se uma junção de esforços efetuados por gestores, educadores e isso incluem famílias também, pois para coordenar os grupos diversos que convivem na escola, tem o papel de fazer essa mediação de vivencias e aprendizado, tal notoriedade está longe de se demarcar apenas a organização administrativa e fins burocráticos.
A respeito de quem pode assumir este papel de gestor, a LDB/96 explicita em seu artigo 64 que esta função deve ser exercida por profissionais devidamente habilitados: “a formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação [...]” (BRASIL, 1996).
De acordo com o engrandecimento profissional do docente de educação básica-intantil que é uma nova forma de agrupamento de ensino nos cursos de magistério, a formação de um olhar mais sensível tornando as praticas pedagógicas mais cogitativo e assim gerando autonomia de cada professor no processo de uma educação com qualidade. 
A respeito do gestor e da própria gestão escolar, a autora Claudia Aratangy através do seu livro “Um pouco de história da docência no Brasil” coloca que:
A gestão é um dos campos de atuação do profissional educacional, que visa realizar os processos necessários ao planejamento, organização, condução, direcionamento, supervisão e avaliação da eficáciadas ações educativas. Por meio do diálogo com a comunidade escolar, respeitamos as diferenças dos alunos e promovemos uma educação participativa para promover a formação de cidadãos ativos e atuantes na sociedade e nos utilizarmos como meio para o alcance dos objetivos educacionais. Torne-se um departamento extremamente importante para a educação (ARATANGY, 2019).
Nesse processo de transmissão de conhecimentos para alunos da educação infantil, Silva (2019) ressalta que é necessário que seja da forma mais acessível, dinâmica e objetiva dessa forma é essencial que haja uma preparação especifica voltada para os profissionais que ficarão responsáveis por eles, para que isso ocorra à gestão escolar na educação infantil precisa investir em seu material humano, isso requer formações continuadas e capacitação adequadas para estimular de forma correta os seus profissionais e isso tende a refletir na sala de aula, através da troca de conhecimento.
Para promover formações continuadas na escola é necessário que todos os professores se envolvam, o que muitas vezes é um desafio, pois não pode ser encarada como uma obrigação. Por isso é preciso saber quais os interesses, duvidas e pretensões que desejam, como por exemplo, uma formação voltada para alunos inclusos ou abordagem de outro tema exemplo corona vírus, sem esquecer as questões apresentadas pelos alunos e suas respectivas famílias. A gestão de quem como prioridade a formação dos seus docentes, certamente terá sucesso, porque além de investir com capital intelectual trazendo mais conhecimentos, descobrindo novas habilidades e fomentando outras também trabalha a autoestima, isso reflete na transmissão do conhecimento em sala de aula, facilitando a metodologia ensino aprendizagem (BORGES e PANDINI-SIMIAN, 2019 – 15).
No que diz respeito, a mudança conjunta do trabalho real dos professores e o conhecimento de diversas formas de ação é uma forma de continuação e construção de novas outras capacidades profissionais, de forma que cada um possa ter respostas adequadas e criativas em situações de ensino em que hajam novas comunicações com as crianças, ainda que possam parecer similares.
As autoras do artigo “Desafios da gestão na educação infantil: entre concepções e práticas de gestoras”, Rúbia Borges e Luciene Pandini-Simiano (2019), explicam que no momento em que trabalhamos com crianças pequenas, é fundamental que tenhamos a responsabilidade de que sansões devem acontecer para repreender maus hábitos, porém se deve ter a capacidade de saber a maneira correta para realiza-las, para que elas tenham conhecimento do erro que fizeram, mas de maneira alguma essas ações prejudica-las psicologicamente. 
No caso uma gestão escolar automizada, pode ser de grande importância na comunicação entre escola e pais, pois há muitos meios de comunicações que podem ser usados facilitando a troca de informação. Os responsáveis podem acessar com facilidade os comunicados, bilhetes, relatório diário, uma gama de possiblidades com apenas uns cliques, porém é preciso dizer que essas tecnologias não irá substituir o profissional de campo, ao contrario essas várias tecnologias irão facilitar de modo que professores e gestores não façam trabalhos recorrentes, assim ganhando mais tempo para traçarem metas e planos de ensino, a tecnologia na educação infantil resulta com incríveis possiblidades de aprendizado (CARVALHO, 2016).
Quando se fala na gestão diária das crianças isso abrange um trabalho em equipe, desde organização de tempo execução da atividade, dos espaços, de atenção, sobre as formas de que o professor desempenha seu papel, para responder os desejos e as necessidades dos alunos.
Borges e Pandini-Simiano (2019) observam que, incorretamente, o dia a dia das creches e pré-escolas é entendido pela lógica da rotina obrigatória aos adultos que nela trabalham, porém compreender de que como funciona a estrutura e a jornada do cotidiano das crianças, ofertando o tempo que necessitam para de fato vivenciar as atividades, ajudar na construção de sua autonomia, de forma que possam agir nas mais diferentes situações.
O professor poderá ter participação nessa reestruturação do tempo, escutando as crianças, ofertando a elas materiais como massinha, objetos de apetar etc e o apoio emocional, proporcionando um ambiente organizado, ou fazendo brincadeiras de maneira em que elas possam explorar o próprio mundo.
Assim, o desenvolvimento de elaboração de uma pedagogia, voltada para a educação infantil está fazendo com que docentes e pesquisadores somem seus aprendizados e experiências em relação as diversas maneiras de como aprendem e se desenvolvem, fundado nesse conhecimento, com o cuidado ascensão de uma educação infantil, que garanta as crianças as vivencias marcantes e conciliadoras do desenvolvimento.
1.4.1 Desafios e Perspectivas da Gestão Escolar na Educação Infantil
Para alcançar e efetivamente oferecer uma educação infantil de qualidade, a gestão escolar enfrenta alguns desafios, que precisam ser enfatizados neste momento, como por exemplo, o desenvolvimento de práticas e/ou métodos de qualidade, a formação contínua de professores/gestores, entre outros obstáculos.
O planejamento pedagógico é uma das principais ferramentas da educação infantil para o desenvolvimento global das disciplinas envolvidas no processo. Assim, vejamos as colocações feitas por Audry Marinho dos Santos e Nátaly Marinho dos Santos Alves em sua publicação “Os principais desafios e perspectivas da gestão escolar na Educação Infantil”:
A educação infantil exige que o plano seja refletido pela equipe e executado sob a supervisão de uma pessoa concentrada e coordenada, e que compreenda a essência de cada etapa do desenvolvimento. Portanto, na composição do supervisor/gestor e de sua equipe também deve haver um conhecimento mais aprofundado sobre o desenvolvimento das crianças, ou seja, é impossível desenvolver ou realizar a equipe sem os profissionais envolvidos na compreensão dos princípios básicos do financiamento infantil. Cooperação. Conhecimento infantil (SANTOS e ALVES, 2020 – 14).
Em seu livro “Projetos e Práticas pedagógicas na Educação Infantil” Celso Antunes (2010) promove a reflexão sobre as práticas pedagógicas mais adequadas, enfatizando a necessidade de estimular o brincar, a iniciativa infantil, os aspectos emocionais e emocionais, a interação positiva entre adultos e crianças, o trabalho individual e as atividades em grupo. Nesse sentido, essas ações levam em consideração os aspectos emocionais, cognitivos, físicos e sociais das crianças. Trabalhar com crianças é uma tarefa complexa, na qual é muito importante ter profundo conhecimento, dedicação, criatividade e disponibilidade para desenvolver uma aprendizagem contínua.
Enquanto Santos e Alves (2020 - 16) destacam a importância de momentos e ambientes propícios à diferenciação, para que crianças e adultos possam compartilhar experiências culturais diferentes e, assim, fortalecer conexões. “As crianças precisam criar, construir e desconstruir. Necessitam de espaços para areia, água, solo, diversos objetos, brinquedos, livros, jornais, revistas, tecidos, pôsteres e espaços para vivenciar a cultura, a arte e a ciência”.
Neste caso, os gestores de escolas infantis atribuem grande importância ao desenvolvimento do seu papel neste espaço, pois precisam proporcionar aos alunos espaço e materiais suficientes para que possam realizar diversas atividades para as crianças e permitir que vivenciem diferentes experiências. . Para proporcionar às crianças uma aprendizagem inovadora e satisfatória.
Ao discutir a organização do ambiente escolar, Santos e Alves (2020) transmitem uma mensagem muito importante, ou seja, como os gestores procuram conscientizar as pessoas de que as famílias e as comunidades podem intervir livremente na escolha das crianças O processo e as atividades construtivas, a organização ambiental, a estrutura física da escola, material escolar, móveis, brinquedos fixos e móveis, ou seja, a família é a maior e melhor parceira nesteprocesso.
Enquanto responsável pelos espaço físico e relacional, a principal contribuição dos gestores escolares para a organização espacial é o desenvolvimento do sentimento de pertencimento à escola entre professores, funcionários, pais e comunidade. A partir do momento em que a outra parte olha para a realidade da escola, é preciso fazer mudanças, negociar propostas, e sempre levar em consideração as necessidades das crianças (SANTOS e ALVES, 2020 – 18).
Portanto, os desafios enfrentados pela gestão escolar geralmente estão relacionados às condições de trabalho oferecidas pela escola, e essas condições de trabalho costumam ser instáveis. Na educação infantil, é natural que o tempo do professor para planejamento e pesquisa não seja bom para você.
A maioria das escolas só realiza reuniões de aprendizagem e reflexão uma vez por mês e, em última análise, apenas discute a parte burocrática das regras. Portanto, é importante encontrar e planejar os momentos e espaços de pesquisa e troca de experiências, pois são pontos fundamentais para que os professores reflitam sobre suas próprias práticas e busquem melhores estratégias de trabalho, formando assim uma creche de qualidade.
2. EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
A educação, como já visto nesta pesquisa, passa constantemente por processos evolutivos que carregam as características do desenvolvimento social e tecnológico de cada época. Assim, chegamos há uma nova maneira de se transmitir conhecimentos, onde não mais se necessita que professores e alunos ocupem a mesma sala, a mesma cidade ou o mesmo Estado. Trata-se da educação à distância, a qual será conceituada e historicamente explicada nas páginas deste capítulo.
2.1 INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
Atualmente, podem ser considerados os seguintes tipos de ensino: presencial e a distância. A abordagem presencial é um método muito utilizado nos cursos regulares, desta forma, o professor e o aluno ficam sempre no mesmo local físico (denominado sala de aula), sendo estes encontros realizados em simultâneo: é o denominado ensino regular. Na modalidade a distância, professores e alunos são, na verdade, separados no espaço e / ou no tempo. Essa educação é realizada por meio do uso extensivo de tecnologias de informação e comunicação, independentemente de haver um momento presencial.
A educação a distância, ou EAD como é comumente referenciada, é um recurso valioso que atende a um grande número de alunos, é mais eficaz do que outras modalidades e não trás redução a qualidade dos serviços prestados devido à ampliação das metas de atendimento. Novas tecnologias no campo da informação e comunicação tornam isso possível, o que abre novas possibilidades para o processo de educação a distância. Devido ao crescente uso de ferramentas multimídia e interativas remotas no processo de realização dos cursos, novos métodos surgiram, pois com o desenvolvimento das mídias digitais e a expansão da Internet, uma grande quantidade de informações pode ser acessada, permitindo localizações geograficamente distantes ou diferentes.
Além disso, a metodologia da educação a distância tem um significado social muito importante porque permite que as pessoas que são excluídas do curso superior público por estarem longe da vida universitária ou por causa de planos curriculares tradicionais e não tenham tempo. Tal como aponta Preti em seu estudo “Educação a Distância: uma prática educativa mediadora e mediatizada”: 
A crescente demanda por educação não se deve apenas ao crescimento populacional, mas principalmente à luta da classe trabalhadora pelo conhecimento gerado pela sociedade e pelo desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico para a obtenção da educação, exigindo de escolas e universidades mudanças em suas funções e em sua estrutura (PRETI, 1996 – 109).
Nesse caso, a educação a distância tornou-se uma ferramenta básica para a promoção de oportunidades, pois muitos indivíduos podem utilizar essa modalidade de ensino para concluir cursos de maior qualidade e aceitar novas oportunidades de carreira.
O desenvolvimento desta modalidade de ensino facilita a implementação dos mais diversos projetos pedagógicos e se adequa às mais complexas situações, tais como: cursos profissionalizantes, estágios de trabalho ou comunicação científica, campanhas de alfabetização e estudos formais em todos os níveis e áreas do sistema de educação.
Atualmente, a educação a distância é aplicada em muitas áreas. É utilizada na educação básica, no ensino superior, em universidades abertas, em universidades virtuais, em treinamentos governamentais, cursos abertos, gratuitos, etc.
Em 1994 quando José Moran (2002) começou a escrever seu artigo sobre o que seria a Educação à Distância, que foi atualizado em 2002, o autor já vislumbrava as possibilidades, que atualmente já solidificaram como avanço tecnológico e consequentemente dos mecanismos e ferramentas disponíveis na internet:
A Internet está caminhando para ser audiovisual, para transmissão em tempo real de som e imagem (tecnologias streaming, que permitem ver o professor numa tela, acompanhar o resumo do que fala e fazer perguntas ou comentários). Cada vez será mais fácil fazer integrações mais profundas entre TV e WEB (a parte da Internet que nos permite navegar, fazer pesquisas...). Enquanto assiste a determinado programa, o telespectador começa a poder acessar simultaneamente às informações que achar interessantes sobre o programa, acessando o site da programadora na Internet ou outros bancos de dados.
As possibilidades educacionais que se abrem são fantásticas. Com o alargamento da banda de transmissão, como acontece na TV a cabo, torna-se mais fácil poder ver-nos e ouvir-nos a distância. Muitos cursos poderão ser realizados a distância com som e imagem, principalmente cursos de atualização, de extensão. As possibilidades de interação serão diretamente proporcionais ao número de pessoas envolvidas.
Teremos aulas a distância com possibilidade de interação on-line (ao vivo) e aulas presenciais com interação a distância. Algumas organizações e cursos oferecerão tecnologias avançadas dentro de uma visão conservadora (só visando o lucro, multiplicando o número de alunos com poucos professores). Outras oferecerão cursos de qualidade, integrando tecnologias e propostas pedagógicas inovadoras, com foco na aprendizagem e com um mix de uso de tecnologias: ora com momentos presenciais; ora de ensino on-line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes); adaptação ao ritmo pessoal; interação grupal; diferentes formas de avaliação, que poderá também ser mais personalizada e a partir de níveis diferenciados de visão pedagógica (MORAN, 2002 – 03).
O processo de transformação da educação a distância não é unificado nem fácil. Iremos mudar gradualmente todos os níveis e vários métodos educacionais. Existem enormes desigualdades econômicas no acesso, maturidade e motivações das pessoas. Alguns estão prontos para a mudança, enquanto outros não. A mudança dos conceitos e padrões das organizações, governos, profissionais e da sociedade em geral não é algo fácil. E para que haja de fato uma evolução, as pessoas necessitam ter acesso a esses recursos que a tecnologia tem oferecido, o que de fato democratizaria o acesso à informação. Portanto, é mais importante que todos tenham acesso à tecnologia, informações significativas e mediação do professor, e que possam se preparar com eficácia para o uso inovador destes recursos.
2.2. CONCEITOS DE EAD
 
A educação a distância possui vários conceitos, e em todos eles pode-se identificar alguns pontos em comum. No entanto, cada autor que trata do assunto finda por dar mais relevância ou ressaltar algum ponto especifico no conceito que elabora. Assim, destacam-se alguns conceitos, como:
· O conceito de Dohmem elaborado em 1967 que dava enfase em como a aprendizagem na educação era concebida a distância:
A educação a distância é uma forma sistematicamente organizada de autoaprendizagem, instruindo os alunos a partir dos materiais de aprendizagemapresentados a ele, acompanhamento e orientação. A supervisão do sucesso dos alunos é realizada por um grupo de professores. Os meios de comunicação podem superar as grandes distâncias (DOHEM, 1967 – 78).
· O conceito proposto por Peters em 1973 enfatizou a metodologia da educação à distância e gerou discussões acaloradas, e sua conclusão é: “a educação a distância é um método de ensino industrializado”:
A educação/ensino a distância é uma forma razoável de compartilhar conhecimentos, habilidades e atitudes através do uso de princípios de divisão de trabalho, organização e uso extensivo de métodos de comunicação, especialmente para fins de cópia de materiais técnicos de alta qualidade. , O que permite instruir um grande número de alunos ao mesmo tempo, e esses materiais serão utilizados de forma contínua. Este é um método de ensino industrializado (PETERS, 1973 – 88).
· O conceito de Moore em 1973 ressaltava que o comportamento dos professores e sua comunicação para com os seus alunos deveriam ser algo simples e de modo facilitado:
O ensino a distância pode ser definido como uma série de métodos de ensino em que o comportamento do professor é realizado separadamente do comportamento do aluno, inclusive aqueles que podem ser realizados de forma contínua na presença do aluno. Entretanto, a comunicação entre professores e alunos deve ser promovida utilizando-se de impressos, eletrônicos, mecânicos ou outros (MOORE, 1973 – 53).
· O conceito de Holmberg, proposto em 1977 focava na diversificação das formas de estudar:
O termo educação a distância está oculto sob várias formas de aprendizagem, não sendo contínua e diretamente supervisionado por tutores na sala de leitura ou no mesmo local que seus alunos em todos os níveis. A educação a distância se beneficia do planejamento, orientação e instrução da organização de ensino (HOLMBERG, 1977 – 81).
· Keegan, em 1991, trata enfaticamente da distância física entre aluno e professor e de haver possíveis e ocasionais encontros entre eles:
A educação a distância é como a separação física entre professores e alunos, que se diferencia do ensino presencial e da comunicação bidirecional. No ensino a distância, os alunos se beneficiam da possibilidade de diálogo e de atividades bidirecionais e da possibilidade de encontros pontuais de ensino e Propósito social (KEEGAN, 1991 – 105).
· O isolamento físico e a utilização de tecnologias de telecomunicações são características destacadas no conceito de Chaves de 1999:
Fundamentalmente falando, educação a distância se refere ao ensino que ocorre quando professores e alunos estão separados (no tempo ou no espaço). No sentido de expressão hoje assumido, a distância espacial é mais enfatizada, sendo recomendável evitar a distância espacial através da utilização de telecomunicações e tecnologias de transmissão de dados, voz e imagem (incluindo dinâmica, nomeadamente TV ou vídeo). Nem é preciso dizer que todas essas tecnologias estão integradas aos computadores da atualidade (CHAVES, 1999 – 177).
O Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, definiu formalmente o conceito de educação a distância no Brasil:
Art. 1º Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos (BRASIL, 2005).
A definição de educação a distância é complementada no primeiro parágrafo do mesmo artigo, que enfatiza a necessidade de realização dos seguintes momentos presenciais:
§ 1o A Educação a Distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para:
I – avaliações de estudantes;
II – estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente;
III – defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente e.
IV – atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso (BRASIL, 2005).
Desta forma, compreende-se que a educação a distância é um processo de ensino orientado pela tecnologia, onde professores e alunos são separados no espaço e/ou no tempo. Nesta modalidade de ensino, professores e alunos geralmente não estão fisicamente juntos, mas podem estar conectados e interconectados por meio da tecnologia (especialmente telemática, como a Internet).
No termo “ensino à distância”, o foco está no papel do professor (como aquele que ensina a distância). O presente trabalho opta pelo termo "educação", embora não haja nenhuma expressão que seja totalmente apropriada, entretanto “educação à distância” finda por ser mais abrangente.
A modalidade de educação à distância coloca em foco o que deveria ser fundamental em todo e qualquer processo de educação: a interação entre todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. A respeito disto, vejamos as ponderações feitas por José Moran em seu artigo “O que é educação à distância”:
Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual (que conectam pessoas que estão distantes fisicamente como a Internet, telecomunicações, videoconferência, redes de alta velocidade) o conceito de presencialidade também se altera. Poderemos ter professores externos compartilhando determinadas aulas, um professor de fora "entrando" com sua imagem e voz, na aula de outro professor. Haverá, assim, um intercâmbio maior de saberes, possibilitando que cada professor colabore, com seus conhecimentos específicos, no processo de construção do conhecimento, muitas vezes a distância (MORAN, 2002 – 02).
O supracitado autor comenta ainda sobre o conceito de curso e de aula e sua modificação em relação à EAD:
O conceito de curso, de aula também muda. Hoje, ainda entendemos por aula um espaço e um tempo determinados. Mas, esse tempo e esse espaço, cada vez mais, serão flexíveis. O professor continuará "dando aula", e enriquecerá esse processo com as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam: para receber e responder mensagens dos alunos, criar listas de discussão e alimentar continuamente os debates e pesquisas com textos, páginas da Internet, até mesmo fora do horário específico da aula. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto professores quanto alunos estarão motivados, entendendo "aula" como pesquisa e intercâmbio. Nesse processo, o papel do professor vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento (MORAN, 2002 – 02).
O conceito de educação a distância pode ser muito mais simples, segundo o estudo "Educação a Distância ou Atividade Educacional Remota Emergencial: em busca do elo perdido da educação escolar em tempos de COVID-19" de Cassandra Ribeiro Joyce et al (2020):
A nosso ver, o conceito de Ead é bem mais simples: professores e alunos que estão mediando seu conhecimento por meio de interação síncrona e/ou assíncrona em espaços e tempos distintos, com ou sem uso de artefatos digitais. O termo “à distância” explicita sua principal característica: a separação física do professor e do aluno em termos espaciais, não excluindo, contudo, o contato direto dos alunos entre si ou do aluno com o professor, a partir do uso dos meios tecnológicos (JOYCE et al., 2020 – 07).
Por fim, cabe acrescentar o conceito de educação à distância previsto na legislação brasileira. No Brasil, desde 1996, o artigo 80 da Lei de Diretrizes e Educação Básica (LDB) dispõe sobre a educação a distância. O conceito atual está consubstanciado no art. 1º do Decreto nº 9.057, de 2017, que oferece amparo legal para instituições de ensino públicas e privadas:
Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino eaprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos (BRASIL, 1996).
O referido decreto ampliou o conceito de educação a distância, enfatizando os métodos de ensino e os requisitos para profissionais qualificados, tal como estabeleceu políticas de acesso, monitoramento e de avaliações específicas, tornando-se assim um marco legal na somente na educação à distância, mas também na educação brasileira de forma geral.
3. DESAFIOS DA GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL EAD NA PANDEMIA COVID-19
A educação básica brasileira consiste em três etapas principais: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. A educação infantil é o primeiro contato entre a criança e a escola, e os participantes são alunos de 0 a 5 anos. Frisando que, no Brasil, crianças maiores de 4 anos devem obrigatoriamente receber educação infantil e a matrícula nos anos anteriores é opcional.
A pandemia Covid-19 apresenta enormes desafios para todos os setores no Brasil e no mundo. A fim de reduzir a disseminação do novo coronavírus, a maioria dos países tem adotado uma série de medidas, dentre elas o distanciamento social, sem saber ao certo até quando isso vai durar.
Assim, este capítulo dedica-se a explanar a respeito do Covid-19, do ensino infantil brasileiro, como este ensino tem sido voltado para a modalidade de EAD e como isso tem sido um desafio para a gestão escolar tal como as repercussões na sociedade e possíveis consequências destas medidas.
3.1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O COVID-19
Em dezembro de 2019 a China identificou um surto de pneumonia em uma pequena província chamada de Hubei, localizada na cidade de Wuhan. A origem do surto que apresentava quadro clínico muito semelhante a uma infecção respiratória era até então desconhecida. Com sintomas que poderiam ser como o de um resfriado simples e leve ou mesmo de uma pneumonia viral mais grave, o mal poderia causar uma síndrome de desconforto no sistema respiratório de forma aguda e em alguns casos poderia ser extremamente fatal (RAMOS, 2020).
No dia 31 do mesmo mês, os 44 casos da suposta pneumonia de etiologia microbiana desconhecida foram informados a Organização Mundial de Saúde (OMS) que logo notificou a detecção de um novo coronavírus ao coletar amostras desses pacientes.
Os coronavírus são uma grande família de vírus comuns em muitas espécies diferentes de animais, incluindo camelos, gado, gatos e morcegos. Raramente, os coronavírus que infectam animais podem infectar pessoas, como exemplo do MERS-CoV e SARS-CoV (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).
Através de testes feitos em laboratórios a OMS descartou a síndrome respiratória aguda grave por coronavírus (SARS-CoV), a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)-CoV, influenza, gripe aviária e outros patógenos respiratórios comuns. O vírus foi e (BMJ, 2020).
A OMS passou a chamar oficialmente a doença causada pelo novo coronavírus de Covid-19. COVID significa Corona Virus Disease (Doença do Coronavírus), enquanto “19” se refere a 2019, quando os primeiros casos em Wuhan, na China, foram divulgados publicamente pelo governo chinês no final de dezembro (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).
A partir de então o surto espalhou-se com tremenda velocidade a ponto da OMS declarar emergência de saúde pública de importância internacional pela primeira vez no dia 30 de janeiro de 2020 e, posteriormente, declarou pandemia no dia 11 de março de 2020.
3.1.1. O Covid-19 no Brasil
O covid-19 que hoje já se disseminou por todo o território nacional, teve o primeiro caso de infecção em 26 de fevereiro de 2020 no estado de São Paulo. Com sintomas e sinais que não se diferenciam clinicamente de uma gripe comum, o processo assistencial tornou-se um verdadeiro desafio, principalmente no inicio da pandemia que se instaurou no mundo inteiro. Menos de 5 meses depois do primeiro infectado no país, nos já estávamos ultrapassando a marca de 500 mil casos confirmados e seguindo com a demanda hospitalar em rota ascendente (MARTINS, 2020).
A situação que se viu no pico da pandemia beirou o caos, a demanda por medidas de saúde pública por parte dos gestores a níveis federais, estaduais e municipais foi tremenda. Pois sem uma vacina ou mesmo um tratamento especifico, abrandar as taxas altíssimas de morbimortalidade com o vírus se espalhando cada vez mais foi algo extremamente complicado. Faltaram equipamentos, medicamentos, profissionais da saúde entre outras coisas. Em meio a tudo isso, havia ainda a resistência ao isolamento social por grande parte das pessoas, que foi um dos fatores da rápida disseminação do covid-19, não só no Brasil, mas em todo o mundo.
Desde o inicio do surto de infecção causada pelo Covid-19, profissionais de saúde, autoridades e toda a população se preocuparam com a doença que velozmente se espalhou por todo o planeta, pois trouxe diferentes impactos para a sociedade moderna. Pois a pandemia provocada pela COVID-19 é, sem dúvida alguma, uma das maiores crises de saúde pública enfrentada pela humanidade.
O trabalho, as aulas presenciais entre outras coisas tiveram que ser interrompidos, gerando, além do sofrimento com as notícias da mídia sobre mortes e hospitalizações, danos emocionais e até mesmo financeiros. Essas medidas tiveram impactos diferentes para cada grupo geracional (ZHANG, 2020).
3.2. O ENSINO INFANTIL EM TEMPOS DE PANDEMIA
Em relação à educação, de acordo com o estudo “A Educação e a Covid-19” elaborado por Érika Dias e Fátima C. Ferreira Pinto, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) compreende que a crise causada pela Covid-19 levou ao fechamento de salas de aula em escolas e universidades, afetando mais de 90 por cento dos alunos do mundo inteiro.
Deste modo, cabe citar a colocação da primeira versão da Nota Técnica “Ensino a distância Educação Básica frente à pandemia da Covid-19” desenvolvida pela organização da sociedade civil Todos Pela Educação que versa a respeito das medidas tomadas no Brasil no que se refere a educação:
Nesse quesito, o Brasil tem seguido a tendência mundial. Em todo o território nacional, redes públicas e privadas interromperam o funcionamento das escolas e, entre outras ações, têm cogitado – ou já estão em processo de – transferir aulas e outras atividades pedagógicas para formatos a distância. Por ora, são as redes estaduais que mais têm avançado nesse sentido, e o caminho tem sido viabilizado, principalmente, por meio da disponibilização de plataformas online, aulas ao vivo em redes sociais e envio de materiais digitais aos alunos, como mostra recente levantamento realizado com mais de três mil Secretarias de Educação de todo o País (FILHO et al., 2020 – 03).
Com as escolas fechando temporariamente, os alunos não terão salas de aula presenciais, o que trás preocupações a respeito da completa paralisia do processo de ensino-aprendizagem e a redução dos estímulos que buscam o desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos alunos. Nesse caso, principalmente no que se refere ao ensino infantil, fundamental e médio, estratégias de incentivo e apoio a atividades a distância são fundamentais para reduzir o potencial impacto da crise na educação.
Como não há um plano oficial definido, as instituições de ensino particulares estão enviando sugestões de atividades e materiais aos pais. Como é o caso da escola QI do Rio de Janeiro que envia roteiros por meio de uma plataforma todas as semanas, e suas atividades envolvem música, jogos e contação de histórias (DIAS e PINTO, 2020).
De acordo com a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) do Ministério da Educação que orienta a educação do país, na fase de educação infantil, o objetivo principal é promover a interação e o brincar, por meio do qual as crianças possam se desenvolver emocional e cognitivamente.
Há um entendimento de quepara uma criança aprender é necessário interagir com todo o corpo. Portanto, do ponto de vista da aprendizagem, aprender sem interação é impossível, o que significa contato, exploração, formulação hipotética, descoberta, sentimento, emoção, conflito, compartilhamento, etc.
3.3. DESAFIOS PARA A GESTÃO ESCOLAR NO ENSINO INFANTIL DURANTE A PANDEMIA
Os dias de hoje representam um marco na história mundial, a pandemia provocada pelo Covid-19 afetou todas as áreas e ramos do país. Em meados de março de 2020 vários estados decretaram o fechamento de instituições de ensino como medida preventiva para combater a disseminação do novo coronavírus. O que a princípio especulava-se não passar de algo temporário arrastou-se por todo o ano e não há sinais de mudanças positivas. Assim, para este trabalho, importa especialmente o que se refere à educação, e mais especificamente, à educação infantil.
O planejamento inicial para compensar as semanas perdidas de aula era o de adiantar o recesso escolar de meio de ano e alguns feriados, seguindo as aulas direto sem as férias escolares. No entanto, está medida mostrou-se ineficaz, uma vez que a pandemia perdurou. Logo alternativas começaram e serem elaboradas. Foi quando o Ensino À Distância mostrou-se como uma alternativa paliativa para que os estudantes não perdessem por completo o ano letivo.
Deste modo, como Janete Palú et al. (2020) nos transmite, as aulas à distância de maneira online passaram a fazer parte do cotidiano de milhares de estudantes brasileiros e até foram adotados por profissionais autônomos como uma alternativa para superar a crise atual. A EAD tem experimentado um crescimento constante no país, mas agora se tornou uma prática comum na educação básica, ensino superior e outros métodos.
Para muitas instituições e profissionais, o ensino na modalidade à distância surgiu de forma muito repentina, mas demandando uma adequação urgente ao novo método de ensino-aprendizagem. Assim, de acordo com o artigo do site Educa Mais Brasil de Gabriele Silva (2020) que expõe a pesquisa realizada pelo Instituto Península, 83% dos professores não se sentem preparados para ministrar aulas online.
A pesquisa, que avaliou as respostas quase 8 mil professores de todo o país, indica ainda que cerca de 88% dos professores entrevistados não havia dado nenhum tipo de aula na modalidade EAD antes da quarentena do Covid-19. A pesquisa reflete os desafios que o ensino brasileiro teve e tem que enfrentar nesse momento de distanciamento social (SILVA, 2020).
A Educação Infantil tem sido uma das mais afetadas. Ainda de acordo com a pesquisa, os profissionais da primeira etapa da educação básica são os que se sentem menos preparados para o ensino remoto, cerca de 89%. Por lidarem com crianças de até 5 anos de idade, a interação mediada pelos meios de comunicação digitais se torna um pouco mais complicada. Nesses casos, os educadores precisam realizar verdadeiros malabarismos para produzir as videoaulas e prender a atenção dos alunos. (SILVA, 2020 – N.p.).
Por depender bastante do contato presencial, a educação infantil tem sido uma das que mais sentiu os efeitos do distanciamento social imposto pela pandemia do Covid-19. Os professores que atuam nessa parte do ensino tiveram que usar sua criatividade ao máximo para conseguir manter a atenção dos alunos que estavam do outro lado da tela, de computador, tablete ou celular.
A pesquisa exposta no estudo de Filho et al. (2020) indica que no Brasil, embora a grande maioria dos professores (76%) tenha procurado recentemente formas de desenvolver ou melhorar sua compreensão do uso da tecnologia no ensino em sala de aula, apenas 42% dos professores afirmaram que já tiveram alguma formação no uso da tecnologia durante a graduação. Apenas 22% participaram de algum curso de formação continuada sobre o uso de computadores e da Internet nas atividades de ensino. Portanto, 67% dos professores afirmam que precisam de qualificação profissional no uso da tecnologia educacional.
Outro dado da pesquisa apresentada por Silva (2020) mostra que as redes sociais se tornaram o segundo método de contato mais comum para professores em toda a área de quarentena. A taxa de utilização do Whatsapp ficou em primeiro lugar, atingindo 83%, seguido do Facebook, atingindo 44%. Entre as redes privadas, a AVA está à frente do Whatsapp e das redes sociais e é a principal forma de contato com os alunos. Aproximadamente 69% dos profissionais utilizam essas plataformas. 
E a carência em equipamentos e recursos não se limita apenas as escolas, pois é preciso conscientizar-se de que muitas famílias não dispõem de internet ou computadores. Há também os casos em que mesmo possuindo essas ferramentas, lhes faltam os conhecimentos necessários para a utilização destes recursos.
Nesse sentido, além do uso da tecnologia, pesquisas têm mostrado ainda que em situações como a da atual pandemia do Covid-19, os professores também enfrentarão outros desafios nos aspectos temáticos exacerbados pela distância social. Alguns exemplos que incidem tanto sobre professores como em alunos revelados em pesquisas de opinião pública, já realizadas em 2020 incluem o impacto na saúde mental, a falta de participação e motivação em atividades remotas e as dificuldades de gerenciamento de tempo e autocontrole que afetam suas respectivas famílias (SILVA, 2020).
A falta de parâmetros nacionais mínimos sobre quais tipos de atividades devem ser considerados atividades equivalentes representará um sério risco no futuro próximo. Essas são questões não resolvidas e, portanto, devem receber importante atenção do Conselho Nacional de Educação, o CNE e dos respectivos órgãos reguladores dos governos estaduais e municipais.
Pajú (2020) lembra que o Conselho Nacional de Educação está formulando uma resolução para regulamentar o assunto. As instituições educacionais têm autonomia de ensino, mas devem existir princípios e padrões norteadores para que todas as escolas tenham o mesmo encaminhamento. Afinal, eles precisam desempenhar seu papel de maneira adequada na aventura educacional dessa emergência de saúde pública. Eles estão ansiosos para receber orientações e conselhos sobre boas práticas educacionais na era Covid-19.
3.4 POSSÍVEIS SOLUÇÕES
No momento atual, as soluções de educação a distância podem funcionar e devem ser implementadas. No entanto, considerando seu impacto limitado, é necessária uma supervisão cuidadosa e, a partir de agora, atenção deve ser dada ao replanejamento da escola. As estratégias de ensino à distância devem desempenhar um papel importante na redução dos efeitos negativos do distanciamento temporário, mas as evidências sugerem que podem surgir diferentes tipos de lacunas. Com isso, para atingir as metas do ano letivo, a regulamentação das habilitações equivalentes precisa estar no foco dos órgãos reguladores e, a partir de agora, as redes de ensino precisam começar a planejar uma série de ações fortes para o retorno à escola.
Para fazer frente ao risco crescente de desigualdade, os gestores escolares precisam ao utilizar estratégias de ensino a distância, precisam entender que a alocação de recursos técnicos entre os alunos é heterogênea, e aqueles com melhor desempenho acadêmico muitas vezes se beneficiam mais das soluções tecnologias implantadas.
Uma das mais importantes medidas que os gestores escolares precisam tomar para continuar a considerar a introdução temporária de soluções de ensino à distância é avaliar os recursos técnicos que foram fornecidos aos alunos ou podem ser fornecidos rapidamente. Por isso, é preciso levar em conta as diferenças sociais no Brasil, que existem não só entre redes de ensino, mas também entre alunos de uma mesma rede, escola ou mesmo sala de aula.
Além do mais, em se tratando de nível nacional ou mesmo regional, o rádio e a televisão são duas ferramentas importantes que devem ser consideradas para garantir uma ampla cobertura. Com relação a TV, este recurso já começou a se tornar uma parte importante de algumas estratégias de alguns Estados. Estudos

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