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Maturacao dos linfocitos B: Os linfócitos B saem da medula óssea com os receptores formados (BCR) e vai para os órgãos linfócitos periféricos. **Eles são chamados de imaturos, mesmo com os receptores formados, pois ocorrerá mais uma etapa, pequena, nos órgãos linfoides periféricos. Estrutura do anti-corpo: O BCR é um receptor no linfócito, que está ancorado na membrana, tendo duas cadeias pesadas (dependem do isotipo das imunoglobulinas), e duas cadeias leves, sendo que as leves possuem regiões constantes e variáveis. Estágios de maturação: • Célula tronco multipotentes; • Pró-linfócito; • Pré-linfócito (pré-B): Possui a cadeia leve provisória e a cadeia pesada Mu (relacionada ao IgM) formada, e para que isso ocorra é necessário que seja expressada a parte constante, além de se ter recombinação VDJ. O ponto de controle dessa etapa é ter o pré-BCR, ou seja, se o pré-BCR estiver correto a célula passa para a próxima etapa. Quando o Pré-BCR está formado ocorre a inibição da recombinação da cadeia H (exclusão alélica), a proliferação das células pré-B, a estimulação da recombinação da cadeia leve kappa, e o desligamento da cadeia leve substituta; • Linfócito imaturo: Para essa etapa é necessário formar a cadeia leve que está faltando, sendo que a primeira que irá se expressar será a kappa. O ponto de controle está relacionado a formação do BCR com a testagem do antígeno próprio! Se ocorre o reconhecimento fraco do antígeno próprio, ocorre a seleção positiva, e se há reconhecimento forte do antígeno próprio, ocorre (para o BCR), a edição de receptor, que é a substituição da kappa pela lâmbida! Se continua tendo reconhecimento forte, ocorre a seleção negativa, mas se passa a ter o reconhecimento fraco, ocorre a seleção positiva (normalmente temos 60% de kappa e 40% de lâmbida, sendo que a kappa é formada primeiro e a lâmbida quando é necessária a substituição do receptor)! • Subpopulação de linfócitos; • Linfócito maduro, no tecido ou órgão linfoide periférico: Nos órgãos linfoides periféricos ocorre uma pequena etapa, que é um processamento/splicing alternativo do RNA com a parte constante! NÃO POSSUI RECOMBINAÇÃO VDJ, POIS ELA ACONTECE SOMENTE NO ÓRGÃO LINFOIDE GERADOR. Subtipos de linfócitos B: • B-1: Formado no fígado fetal, então a célula tronco hematopoiética do fígado central, terá todos os estágios de maturação, além de se ter a célula B-1 • B-2: Formado da célula tronco hematopoiética da medula óssea, onde ocorrem todos os estados de maturação e possui também célula B folicular e célula B da zona marginal. Faculdade Ciências Médicas MG // Imunologia Luisa Trindade Vieira (@medstudydalu) - 72D **Essas células expressa receptores diferentes, e BCR diferentes! CÉLULAS B FOLICULARES: • Maioria das células B (resposta timo-dependente); • Produzem IgM e IgD, sendo que elas saem da medula óssea apenas com IgM, e para que se tenha o IgD, ocorre o splicing alternativo, fazendo com que ela passe a expressar a cadeia pesada do IgD, que é a delta; • Ela possui IgD, com o mesmo éxon VDJ (a região variável é a mesma, o que a IgM reconhece, a IgD reconhece, e por isso eles possuem a mesma especificidade). LINFÓCITOS B-1: • São os derivados do fígado fetal, sendo que temos somente o IgM na sua superfície, sendo que essa célula é autorrenovável, se localizando no peritônio e nas mucosas (resposta timo-independente); • A diversidade de BCR dessas células é limitada, pois a enzima TdT (que adiciona nucleotídeos) não é expressa no fígado fetal; • Essa célula que é responsável por excretar espontaneamente IgM em resposta a lipídeos e polissacarídeos microbianos; • É ela que produz a maioria dos anticorpos naturais do sistema ABO. B-2 DA ZONA MARGINAL: • Está nas proximidades do seio marginal do baço; • Ela é muito semelhante a B-1 na questão de diversidade do BCR, pois ela também possui diversidade limitada (resposta timo-independente); • Elas também podem mediar respostas timo dependentes, mas elas mediam muito respostas timo-independentes. Além disso, elas também são responsáveis pela produção de anti-corpos naturais. Ativação dos linfócitos B: O primeiro sinal é sempre do BCR, reconhecendo o antígeno, e sendo ativada, ocorrendo a proliferação e com diversas alterações para o funcionamento eficiente das células. TIMO DEPENDENTES vs TIMO INDEPENDENTES: • O primeiro sinal, em ambas as respostas é o BCR; • RESPOSTA TIMO-DEPENDENTE: O segundo sinal é vindo do linfócito TCD4, e com isso é necessário o reconhecimento MHC com TCR e CD40 com CD40 ligante (essa ligação de CD40 terá um papel importante, levando ao segundo sinal; • RESPOSTA TIMO-INDEPENDENTE: O segundo sinal pode vir de uma ligação cruzada com outro BCR, ou com o receptor inato. **A resposta timo dependente é muito melhor, pois há troca de isotipo, anticorpo de alta afinidade, geração de célula de memória. A resposta secundário ocorre para o tipo timo-dependente. Interação BCR-Antígeno: Para que ela aconteça, o antígeno tem que chegar no folículo, e isso ocorre de maneiras diferentes: • Antígenos menores: Atingem os folículos por meio dos vasos linfáticos aferentes; • Antígenos maiores: Chegam por meio dos macrófagos (pelo seio subcapsular) e das células dendríticas (chegando pela medula do órgão linfoide). **Os antígenos são captados pelos macrófagos, e não fagocitados, pois se eles forem fagocitados, eles serão processados e apresentados via MHC, e o BCR não interage com o MHC (é o TCR que interagem com o MHC)!!!!!; • Antígenos em imunocomplexo podem se ligar a receptores do complemento, como CR2, presentes nas células dendríticas foliculares. Respostas funcionais induzidas pela ligação antígeno-BCR: Isso ocorre para a resposta timo-independente, pode acontecer na timo-dependente, mas para que ocorra todas as reações da timo-dependente, deve ter a interação com a TCD4. Os sinais fracos (sem ligação cruzada), são suficientes para manter as células vivas, induzir alterações na expressão do receptor de quimiocina e promover endocitose do antígeno. Porém, não são suficientes para induzir proliferação e diferenciação dos linfócitos B. Quando ocorre a ligação cruzada há a transcrição de algumas proteínas para promover a proliferação e a sobrevivência aumentada dessa célula, ocorrerá também o aumento da expressão de B7 (muito importante na co-estimulação) para que se tenha depois a interação com a célula T auxiliar. Além disso, ocorre a expressão aumentada de receptores de citocinas e uma expressão aumentada de CCR7 (receptor de quimiocina, que é importante para a migração do folículo, para que ele encontre a célula T). Quando ocorre a timo-independente acontece com o primeiro sinal o reconhecimento do BCR. Nesse processo não ocorre o processamento e a apresentação dessas moléculas via MHC, pois apenas proteínas que são colocadas na fenda do MHC. A maioria dos epítopos são multivalentes (todos iguais). O segundo sinal pode ser por ligação cruzada, ativação TLRs ou ativação do sistema do complemento, gerando C3d (molécula do complemento ligada ao antígeno), que se liga ao antígeno reconhecido por CR2 no linfócito B. Nesse processo ocorre pouca troca de isotipo, e produz anticorpos naturais sem exposição evidente a patógenos. Quando ocorre a timo-dependente ocorre a ativação do linfócito T, levando a ativação da célula T auxiliar. Além disso, ocorre o primeiro sinal, que é a ativação da célula B via BCR. Após esse processo, ocorre a interação inicial entre T e B, com a geração de plasmócitos de vida curta (que tem a função de produzir anticorpos), pois nessa interação ocorre a ativação do linfócito B com o segundo sinal, e além da geração dos plasmócitos, ocorre também a geração da célula T auxiliar extrafolicular, que vai para o centro germinativo, juntamente com alguns linfócitos B. Para que essa interação entre linfócitoB e T ocorram, é necessário que eles abram mão de seus receptores, por meio da alteração de expressão de um receptor (expressão aumentada de CCR7) do linfócito B, a partir da ativação do BCR, e da alteração de expressão de um receptor (expressão aumentada de CXCR5) do linfócito T. A sinalização do MHC com o TCD4 faz com que ocorra a expressão no linfócito T do CD40 ligante (CD40L) que se liga no CD40. Além disso, a interação MHC-TCD4 faz com que o linfócito T, também passe a secretar citocinas, que se ligam nos receptores de citocinas do linfócito B, levando sinalização para a célula B (auxílio, levando a produzir anti-corpos melhores, plasmócitos de vida longa...). **VÍRUS EPSTEIN-BARR (EBV), tem a capacidade de invadir os linfócitos B e induzir a sua proliferação, podendo levar ao desenvolvimento de linfomas. Como ele faz isso? Ele realiza esse processo, pois as proteínas EBV se associam às mesmas moléculas que o CD40, acionando então essa proliferação. Centro germinativo: No centro germinativo, temos uma zona clara e uma zona escura. **FDC = Célula dendrítica folicular, que é chamada assim por estar no folículo, sendo que ela não é uma célula dendrítica normal! Ela fica no centro do folículo e está envolvida com as reações que acontecem no centro germinativo. **Ela não expressa o MHC Classe II, e não são derivadas da medula! Reação do centro germinativo: Zona escura: Ocorre a proliferação das células B, e um evento denominado hipermutação somática; Zona clara: Ocorre a seleção dos linfócitos B de alta afinidade. **Depois de passar pela zona clara e escura, são formados plasmócitos de vida longa e linfócitos B de memória. Troca de isotipo: Ocorre na zona clara, quando tem interação entre as células quando estão sendo produzidas citocinas no linfócito T, que se ligam ao linfócito B! Essas citocinas irão direcionar, para qual o tipo de imunoglobulina que esse linfócito B irá passar a secretar. **IgM já atuava como BCR, logo não precisa de troca de isotipo, mas para IgE e IgA é necessária essa troca de isotipo! Como vai acontecer? O isotipo está relacionado à cadeia pesada, então, para que se tenha o isotipo é necessário que se tenha alteração na expressão da cadeia pesada. Com isso, o linfócito B recebe os sinais do linfócito T, induzindo então a troca de isotipo (pela enzima AID, pois ela é dirigida para as regiões de troca, de maneira ainda desconhecida). Maturação da afinidade: A maturação de afinidade é o aumento da afinidade dos anticorpos a determinado antígeno, ou seja, o anticorpo se liga mais fortemente aos antígenos. Como a ligação anticorpo-antígeno é na região variável, ocorre algumas alterações nessa região. **VDJ acontece somente no órgão linfóide primário, logo, não ocorre VDJ nessa situação. O que ocorrerá nesse caso são algumas mutações somáticas (as mutações somáticas pontuais em uma taxa elevada são denominadas hipermutações somáticas) nessa região, por conta do sinal gerado pela interação entre CD40 e CD40L. DIANTE DISSO, ESSA MATURAÇÃO DE AFINIDADE OCORRE APENAS EM ANTICORPOS TIMO-DEPENDENTES. • Ocorrem muito mais mutações em IgG do que em IgM, por isso que no teste de avidez (teste de mais afinidade) nós procuramos por IgG; • A enzima AID está envolvida nesse processo; • Algumas mutações são úteis gerando anticorpos de alta afinidade; • Algumas mutações podem levar a perda ou declínio da capacidade de ligação dos antígenos; Nesse gráfico mostra que IgM é o primeiro a ser produzido e que depois cai e também é mostrado que o IgG é produzido depois. Além disso, é mostrado que com o tempo a avidez de IgG aumenta! Seleção de células B no centro germinativo: Depois de ocorrer essa maturação de atividade (hipermutação somática), o linfócito B vai migrar para a zona clara, que é rica em células dendrítica foliculat (FDCs), que irão fazer a seleção dos linfócitos. Se as FDCs observarem que os linfócitos B não estão mais fazendo o reconhecimento adequado essas células são eliminadas. Porém se as células B se ligarem ao antígeno em baixas concentrações eles endocitam preferencialmente os antígenos e interagem com os Tfh recebendo sinais para a sobrevivência! Diferenciação de linfócitos B em plasmócitos: Inicialmente são produzidos os plamócitos de vida curta, que é induzido pela resposta timo-dependente e timo- independente. Agora, a timo-dependente é capaz de induzir a produção de plasmócito de vida longa, que irão ficar produzindo anticorpo por muito tempo. **Não podemos chamar os plasmócitos de células B de memória, pois eles ficam produzindo o anti-corpo, e o linfócito B de memória não produz anticorpo. Deve ocorrer a alteração na cadeia pesada de imunoglobulina da forma de membrana para a forma secretada, pois ele não precisa do BCR, logo ele não precisa desse segmento transmenbrânico. Formação da célula B de memória: São geradas durante a reação no centro germinativo, ou seja, enquanto está tendo a interação dos linfócitos B com o T, e por precisar dessa interação, essas células de memória são geradas somente na resposta timo- dependente. **Essa geração de células B de memória são muito cobiçadas pois à partir dessas células as respostas diante da introdução do antígeno são rápidas. Feedback de anticorpo: Serve para que a resposta do linfócito B seja regulada para que não ocorra uma resposta exacerbada. Esse feedback está relacionado com o receptor que induz uma inibição da produção. • Quando ocorre a alta produção de anti-corpos, tendo muito IgG, que se liga ao receptor FcgamaRIIb; • Esse receptor é de domínio ITIM, que é inibitório, que bloqueia a sinalização do BCR; • Com isso ocorre a inibição da ativação do linfócito B.
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