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Bruna Oliveira - 144 DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO Acontece em 30% das mulheres, sendo mais comum nas mais idosas. Anatomia Suporte pelvico ● Fáscia endopélvica e músculos elevadores do ânus ● Quando uma delas ou ambas é lesada → prolapso ● Fáscia endopélvica: sustenta a bexiga, o útero, o intestino. Se prende de um lado a outro, através de um arco tendineo. Se romper, o músculo não consegue sustentar direito. ● Músculo puborretal: circunda uretra vagina e reto. Feixe importante na incontinência. Faz com que contraia o anus e a uretra. Importante também no ato sexual. ● Músculo ileococcígeo e músculo pubococcígeo Sustentação ● Suporte mais superficial formado pelo m. bulbocavernoso (ou bulboesponjoso), ajuda no fechamento do óstio vaginal. ● Esfincter externo do ânus auxilia o puborretal na continência das fazes ● Corpo perineal ou centro tendineo do perineo: insersão do bulbocavernoso, do esfincter externo do ânus e do transverso superficial do períneo. Área entre o introito vaginal e o anus. Era lesado na epsiotomia. ● Ligamento uterossacro (US): em caso de histerectomia, lembrar de fixar na vagina pra não prolapsar ● Ligamento uretropélvico (UP): passa por baixo da uretra, sustentando. Funciona como um anteparo para o aumento da força abdominal. Suspensão ● Ligamento pubovesical: liga bexiga a vagina. ● Ligamento cardinal: ligamento lateral do útero, sustentando ele no centro. ● Musculatura lisa que circunda a uretra + m. compressor da uretra (passa na frente da uretra e se insere lateralmente na pelve) + m. esfincter uretrovaginal (circula uretra e vagina) → contração involuntária da uretra ● Musculatura de suspensão é mais voluntária Fatores de risco ● Mulheres brancas; ● Pacientes mais velhas, por causa da diminuição de estrógeno, que causa uma alteração do tecido conjuntivo (diminui qualidade e quantidade), levando a atrofia urogeniral (ressecamento vaginal) e diminuição do suporte pélvico (fascia fica mais fina), perdendo capacidade de contração. Também há uma diminuição de sangue nos vasos que circundam a uretra, que causavam um reforço no seu tônus. ● Gestação além de 20s causa estiramento dos ligamentos e nervos pélvicos, normalmente temporário ● Parto cesário que alcançou 4cm de dilatação ● Parto vaginal pode causar um dano permanente ● Parto instrumentalizado ● Aumento de pressão abdominal crônicas (DPOC, crossfit - tem que lembrar de contrair o perineo pra não estirar, constipação crônica - principalmente de parede vaginal posterior, obesidade) ● Alterações de tecido conjuntivo - doenças do tecido conjuntivo (Sindrome de Marfan, Sindrome de Ehlers-Danlos ● Tabagismo Incontinência urinária de esforço ● Pode ser causas neurológicas, mas não é o foco aqui. ● Etiologia: Deficiência esfincteriana intrínseca ou por hipermobilidade uretral ● Aumento da pressão + fragilidade do sistêmica de continência: vaza urina ● Na de esforço, a uretra não fecha automáticamente, ai a pacinete tem que lembrar de contrair voluntáriamente, mas nem sempre rola. As vezes na tentativa de contrair, ela aumenta a pressão abdominal, o que piora (contração paradoxal) 1. Deficiência esfincteriana intrínseca ● Defeito no m. compressor da uretra, musculatura lisa ou esfincter uretrovaginal. ● O aparato pode ser todo ok, mas a uretra não tem força pra fechar. ● Só resolve com cirurgia Bruna Oliveira - 144 2. Hipermobilidade ureteral ● Quando vem o esforço abdominal, a uretra até fecha, mas não tem o anteparo extrínseco. ● Fisioterapia pode melhorar (se os ligamentos estiverem íntegros) ou não (se os ligamentos estiverem danificados ou se houver uma laceração na fáscia endopélvica). ● Se a fáscia for fraca, pode colocar uma tela. ● Perda de urina é associada ao aumento de pressão. Ela tenta conter a urina, é uma perda em pingos que não chega a se molhar. Incontinência urinária de urgência ● Controle central da urina através de nervos (pudendo e sacrais) que ajudam a fechar e contrair. ● Inervação simpática: contração da uretra (receptor alfa 1) e relaxamento da bexiga (receptor Beta 3). A medida que a bexiga vai se enchendo, tem uma ativação simpática pra que ela continue relaxando para continuar armazendo. ● Parassimpática: contração da bexiga (receptor M3). ● O tratamento é relacionado com os nervos parassimpáticos, pois ele contrai a bexiga. obs. O receptor alfa 1 pode ser inibido por toxinas da E. coli, podendo levar a incontinência. É recente e comum em mulheres jovens. Característica da perda é intermediária entre os dois tipos. Trata com antibióticos. ● Perda totalmente involuntaria. Deu vontade de fazer xixi, mas não deu tempo de chegar ao banho, mesmo que tente contrair voluntariamente, o xixi não para, só quando a bexiga já esvaziou o suficiente para parar de estimular os receptores ou , as vezes, só para quando perde todo o conteúdo vesical. ● Comum em pacientes diabéticas (neuropatia do nervo pélvico), mas o mais comum é ser idiopática. Também pode ocorrer por infecção por HTLV, que causa uma neuropatia medular. ● Exames a serem feitos: urocultura, glicose. Prolapso de órgãos genitais ● Prolapso vaginal anterior - cistocele. Provavelmente tem incontinência urinaria. ● Parede vaginal posteior - fica uma bolinha (retocele) - tem dificuldade de defecar. O bolo fecal em vez de descer até o ânus, pode impactar nessa area. ● Prolapso apical - cúpula da vagina ta descendo. Frequentemente tem parece anterior e posterior envolvida, estando tudo herniado. Quando tem útero, o colo do útero se apresenta. Não tem queixa de incontinência (uretra dobrada), ai quando conserta, passa a ter (incontinência urinária oculta). Normalmente o apical já vem precedito de outros tipos de prolapso. Sintomas ● Urinários: mais comuns. IU, principalmente por hipermobilidade. Pode acontecer dificuldade de urinar, se for grave o suficiente pra dobrar a uretra. Infecção do TU. ● Intestinais: constipações graves (causa e consequência do prolapso), digitação (colocar dedos na vagina pra retificar o reto e conseguir evacular). O esforço repetitivo pode enfraquecer a musculatura do esfincter e ela começar a ter incontinencia de gases, fezes e líquidas e depois sólidas. Pode ter as duas entidades ao mesmo tempo, e deve-se associar os dois tratamentos. Bruna Oliveira - 144 ● Sexuais: Dor, desconforto, IU durante a relação ● Outros: Incomodo, peso, dor , dor lombar (estiramento de ligamentos) POP-Q Medidas do meio - sem esforço e não tem sinal • Hiato genital: pega um abaixador de lingua graduado em cm e mede a distância da uretra para a fúrcula vaginal • Corpo perineal: medida entre a fúrcula e o ânus • Comprimeto vaginal total: fundo de saco lateral esquerdo até o óstio As outras medidas, faz manobra de valsava. Da um sinal de + ou - A referência é a carúncula himenal Pra dentro da vagina - Pra fora da vagina + a - parede vaginal anterior p - posterior A e B (anteriores e posteriores). Ponto A fica a 3cm de alguma coisa • é 3cm por causa da JUV, na parede anteior (Aa) que é o ponto onde tem mais causas de incontinência, se a JUV descer fala a favor de uma incontinência por hipermobilidade). • Pede para paciente fazer esforço e vê quando desce. Ponto B - ponto de maior prolapso da vagina (quanto desceu, tipo desceu 4cm, mas não saiu, então é -4) Ponto C - marca no colo anterior ou cúpula, caso não tenha útero. • Vê a distância do colo até a carúncula hímenal. • Tem uma relação com o comprimento vaginal total. • Comprimento do colo = comprimento vaginal total - o ponto C. Ponto D - Quando tem útero, é o ponto de fórnice posterior. Fixação pelo ligamento uterossacro. Não existe quando a paciente é histerectomizada. Estadiamento 0 - não tem prolapso (faz esforço mas nada sai do lugar) I - chega na vagina II - Ao redor da rima vulvar. Entre - 1 e 1. III - Passa na rima vulvar além de 1cm . Para diferenciar entre o III e o IV, precisa calcularo comprimento vaginal total - 2. Se ele passa até o valor do CVT, é III. IV - Ultrapassar o valor do CVT. Eversão total da vagina. Exames complementares: Estudo urodinâmico → sondas na uretra, vagina e reto que vão medir as pressões. Anamsese Perguntar: ● Usa absorventes para conter a urina? ● Com que frequência perde urina? ● Quando sente vontade de urinar, tem que correr até o banheiro? ● Consegue segurar a urina até chegar ao banheiro? ● Acorda a noite para urinar? ● Já fez xixi na cama? ● Perde urina aos esforços? Quais? ● Perde urina durante as relações sexuais? ● Ao urinar, acha que esvaziou completamente a bexiga? ● Tem DM? ● Tem ITU? ● Tem constipação intestinal? ● Perde fezes com facilidade? ● Precisa reduzir manualmente o prolapso? ● Seus sintomas atrapalham sua vida sexual? Exame físico ● Observar marcha (talvez tenha uma lesão medular) ● Inspeção vulvar ● exame especular (univalvar) Bruna Oliveira - 144 Tratamento ● Fisioterapia - reforço da musculatura, importante no pré-operatório. Usa em incontinência de urgência e de esforço. ● Perda de peso ● Cessação do tabagismo, controle de diabetes e outras patologias ● Tratamento do POP → tratamento cirúrgico. Coloca o prolapso pra dentro e insere uma peça bem ajustada que vai sustentar. Tira 1x por semana e deixa uma noite sem usar, pois pode diminuir a circulação. Pode usar também telas, que é mais usado aqui no Brasil. Tela com o tempo se incorpora ao tecido, através de uma fibrose. Tela para prolapso posterior é proscrita, pelo risco de fístulas. É possível suturar a fascia, mas nem sempre tem uma boa eficaácia, pois a fascia pode estrar frágil e rasgar de novo.No caso de prolapso de parade posterior, faz a sutura da fáscia retovaginal. Em prolapso de cupula, pode fixar a cúpula ao sacro (sacropexia) por laparoscopia ou cirurgia aberta. Por via vaginal, abre o fundo da vagina e fixa no ligamento que vai do sacro as espinhas. ● Tratamento da atrofia → Estrogenio tópico ou promestrieno - faz uma dose de ataque e depois usar 3x/ semana. Lubrificantes na hora da relação. Existe um tratamento com laser vaginal que promove o espessamento da mucosa vaginal. ● Tratamento da IUE → Sling - fica no lugar do ligamento ureteropélvico. Droga anticolinérgica (oxibutin) - causa ressecamento da vagina e da boca eterfere em algumas funções cognitivas. Tolterodina - age mais especificamente, mas ainda tem efeitos colaterais. Micção programada (ex. a cada 3h fazer xixi pra não deixar a bexiga encher). Em casos mais graves, pode usar a toxina botulínica, para a musculatura ficar rigida. Faz isso atraves da cistoscopia e injeta. Mais comum ser usado quando tem dano neurologico ta associado. Referência: Aula de Márcia 2020.1
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