Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Micobactérias Saprófitas = encontradas no solo, na água, somente algumas espécies são patogênicas ao homem. FISIOLOGIA E ESTRUTURA DAS MICOBACTÉRIAS As micobactérias possuem uma complexa parede celular, rica em lipídios, que é responsável por muitas das propriedades características das bactérias (p.ex., acidorresistência; crescimento lento; resistência a detergentes, a antibióticos antibacterianos comuns e a resposta imune do hospedeiro; antigenicidade). CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA DE IMPORTÂNCIA MÉDICA Gênero:Mycobacterium, Família: Micobacteriaceae . • Mycobacterium leprae • Complexo M. tuberculosis (M. bocis, M. africanum, M. tuberculosis)→ patogênicas ao homem • Complexo M. avium → importantes em imunodeprimidos pessoas com AIDS. (Ar-condicionado) • Micobactérias não tuberculosas (MNT) - Infecções linfáticas, pulmonares, esqueléticas, cutâneas e disseminadas- (não passa de paciente para paciente) Classificação de bactérias - MNT As outras micobactérias, referidas como “micobactérias não tuberculosas” (NTMs), foram classificadas originalmente por Runyon, levando em consideração as suas taxas de crescimento e pigmentação. Grupos I, II, III, IV (: fotocromógenos de crescimento lento, escotocromógenos de crescimento lento, micobactérias não pigmentadas de crescimento lento e micobactérias de crescimento rápido, respectivamente). CARACTERISTICAS GERAIS DAS MICOBACTÉRIAS • Não apresentam fatores de virulência clássicos • Bacilos pleomórficos: retos ou encurvados, cocobacilos, filamentosos ou formas ramificadas. (0,2- 0,6 µm por 1-10 µm) • Não esporulados • Imóveis- não possuem flagelos • Sem cápsula • Fracamente Gram positivos; • Álcool-ácido resistentes (BAAR) • Aeróbios obrigatórios • Sensível a ação de calor e radiação ultravioleta = sensível a luz solar • Resistente a dessecação e ao ambiente escuro – podem sobreviver por anos no ambiente externo • Parede: Complexa Lipídeos (60% lipídeos) • Natureza hidrofóbica (30% do genoma produção destes lipídeos (Ácido micólico = 70 a 90 carbonos) Fracamente gram positivas, devido a sua parede celular ser muito lipídica , elas são álcool-ácido resistentes (BAAR) TESTE DE BAAR Usa-se 3 amostras de escarros para evitar falso negativo. Escarro no frasco - com a alça faz o esfregaço. Passa no fogo para fixar na lâmina. Usa-se a fucsina ziehl-neelsen, e coloca no fogo até sair vapor para desnaturar lipídeo e o corante ser penetrado. Adiciona também álcool ácido 3%, e azul de metileno. Se for o mycobacterium, mesmo dando ácido ele continua intacto. Se não for, o ácido vai desnaturar. MICOBACTERIUM TUBERCULOSIS -Tuberculose: uma das doenças mais antigas. EPIDEMIOLOGIA Mais mortes entre homens, por conta da demora de procurar atendimento médico. CARACTERÍSTICAS DA BACTÉRIA • Principal agente de tuberculose no homem • Dimensões 0,3 a 0,6 µm por 1,0 a 4,0 µm • parasita intracelular facultativo • Imóvel • Crescimento lento /Tempo de geração de 24 horas • Virulência: Propriedades metabólicas e/ou estruturais • Sem Fatores de Virulência Clássicos • Infecções que podem durar a vida toda do indivíduo (latência) • *Componentes lipídios estão envolvidos na patogênese (Intracelulares facultativas e não destruídos no interior dos fagócitos, evita fusão do fagossomo com o lisossomo) A maioria das bactérias e micobactérias não patogênicas são rapidamente mortas quando fagossomo fundem-se com lisossomos. O M. tuberculosis libera PknG (proteína Kinase G) fará uma inibição de fagossomo com lisossomo. O macrófago irá fagocitar, e formará o fagossomo. Esse fagossomo para ser digerido precisa se fundir com o lisossomo. Nesse caso do Mycobacterium tuberculosis, ele inibe essa fusão. Desse modo, não tem digestão. O patógeno escapa do sistema imune, e cresce dentro do macrófago. TRANSMISSÃO • Somente pessoas doentes com tuberculose pulmonar e laríngea transmitem a doença. • Contato direto • Inalação de aerossol CONTÁGIO Um indivíduo bacilífero de uma comunidade pode infectar entre 10 e 15 pessoas num ano. • Tipo de ambiente • Duração da exposição MODOS DE TRANSMISSÃO • Fala / Espirro /Tosse • Somente o núcleo das gotículas em suspensão (núcleos de Wells) com diâmetro de até 5 micra que podem atingem os brônquios e alvéolos (1 a 2 bacilos). AEROSOL. • Não há transmissão por roupas, lençóis, copos e outros objetos, pois os bacilos dificilmente se dispersarão em aerossóis. • transmissão depende da capacidade da fonte produzir gotículas-núcleos (1 a 250/h) , no sarampo 5.000/h • convivência > possibilidade de infecção (tempo necessário para uma infecção bem sucedida 100 e 200h) Resposta Imune: TUBERCULOSE PRIMÁRIA • Tuberculose pulmonar Inata - depende de imunidade inata até 3 semanas. • Alguns macrófagos não geram resposta, por conta da Pkng - proteína codificada pelo gene de mesmo nome. • Alguns macrófagos geram resposta. APC se liga no linfócito, ativando Th1. Há liberação de IFN-gama que ativa mais macrófagos. • Esse macrófago libera mais TNF e citocinas, fazendo com que mais leucócitos sejam atraídos para o local da infecção, formando um GRANULOMA. • Há liberação de Óxido Nítrico, EROS. • Hipersensibilidade do tipo IV - NÃO TEM ENVOLVIMENTO DE ANTICORPO. FORMAÇÃO DE GRANULOMA OU TUBÉRCULO Granuloma - patógeno de difícil eliminação. Aumenta fibrina, colágeno - remodelamento gradativo e crônico. Pode gerar necrose caseosa em decorrência do granuloma. Pode ficar muito tempo na forma latente dentro dos granulomas. Em caso de baixa imunológica, rompe o granuloma e se torna ativo novamente. De todos os indivíduos infectados 90% não desenvolvem a doença TB SECUNDÁRIA: DORMÊNCIA E REATIVAÇÃO • Na TB secundária pode ser pós primária - caracterizando uma disseminação para outros órgãos (chamamos de tuberculose miliar). • 90% dos indivíduos vão estar apenas infectados. Sem a manifestação de doença. • Forma granuloma. Tem como detectar através de prova tuberculínica - detecta hipersensibilidade do tipo IV. Consegue detectar tuberculose latente. • A baciloscopia de um paciente latente estaria negativa. Não tem transmissão. • Nódulo de implantação visto, mesmo sem sintomas, deve-se fazer a prova tuberculínica. Diagnóstico (CLÍNICO) • Anamnese e exame físico • Contato com pessoas com Tb (infecção – bacilíferos) • Sintomas e sinais sugestivos: • tosse seca ou produtiva por 3 semanas ou + • febre vespertina • perda de peso • sudorese noturna • dor de cabeça • História de tratamento anterior para Tb • Presença fatores de risco: pessoas que vivem com HIV (PVHIV), câncer, etilismo, transplantado. LABORATORIAL DIAGNÓSTICO POR IMAGEM 1. Cavitação - indica tuberculose primária progressiva, ou tuberculose secundária. 2. Na tuberculose miliar - presença de vários pontos - focos de crescimento em resposta imune. 3. Deve-se fazer investigação para possíveis infecções sistêmicas (intestinal, hepática…). Baciloscopia tem um padrao de sensibilidade → 10^4 DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO Biópsia (TB pulmonar e extra pulmonar) DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO LATENTE PELO M.tuberculosis (ILTB) Prova tuberculínica - PT (antes chamado de PPD)- Prova de tuberculina não serve para diagnóstico e sim é um auxiliar. Vacina 50% de eficácia. TRATAMENTO • Pelo SUS • Tratamento dura 6 meses para maiores de 10 anos. • Há dois tipo de tratamento: • 2RHZE para garantir a fase de ataque. São 4 medicamentos (antibióticos). São muito nefrotóxicos e hepatotóxicos. • 4RH para garantir a fase de manutenção. São 2 medicamentos (antibióticos). Usado mais para Tb para não ter resistência. VACINA- BCG • Formuladacom o Mycobacterium bovis atenuado; • Administrada ao nascer; • Proteção contra as formas mais graves de tuberculose (meníngea e miliar); • Resposta T dependente - Celular e Humoral; • Resposta Celular – Bactéria intracelular. HANSENÍASE CARACTERÍSTICAS GERAIS M. leprae • Morfologia semelhante ao M. tuberculosis (bacilos retos ou ligeiramente encurvados); • Dimensões 0,3 a 0,6 µm por 4,0 a 7,0 µm; • BAAR; • Não móveis e não produtores de esporos; • Não cultivados em meios de cultura artificiais (culturas de células); • Temperatura ótima de crescimento 30°C • Intracelular obrigatório sendo o homem único a apresentar a doença • Multiplica-se por divisão binária → 11 a 16 dias • Afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos • Resiste no meio ambiente: 9 dias em secreções dessecadas e 46 dias em ambiente úmido • Baixa patogenicidade - alta infectividade (infectar grande número de indivíduos) MODOS DE TRANSMISSÃO Resposta humoral pode evoluir o quadro, celular consegue eliminar) CADEIA DO PROCESSO INFECCIOSO CLASSIFICAÇÕES DA HANSENÍASE DE ACORDO COM A PATOGENICIDADE E MANIFESTAÇÃO Pacuibacilar → não transmissor, até 5 lesões Multibacilar → transmissor EVOLUÇÃO OU CURA • Hanseníase indeterminada pode desenvolver cura ou evoluir para um dos polos de acordo com o padrão da resposta imune do paciente • Hanseníase dimorfa→ não se tem uma resposta imune bem definida • Hanseníase tuberculoide→ resposta Th1 (celular) → morte bacilar→ paucibacilar → Teste de Mitsuda positivo • Hanseníase Virchoviana → resposta Th2 (anticorpos) → não há morte celular → multibacilares → Teste de Mistuda negativo. SINAIS E SINTOMAS Sinais e sintomas dermatológicos - Lesões - Alteração sensibilidade – Mais frequentes: face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas Sinais e sintomas neurológicos -Dor e espessamento nervos periféricos -Perda sensibilidade área inervadas (olhos, mãos e pés) -Perda força músculos inervados (pálpebras)// Neurite DIAGNÓSTICO O diagnóstico é feito por exame clínico, principalmente análise das manchas, se são dolorosas, táteis e sensíveis ao calor. NÃO REALIZA CULTURA. A baciloscopia detecta presença ativa de bacilos, já o teste Mitsuda tem-se uma resposta imune celular. Nas formas mais graves não temos uma resposta imune celular. Avaliamos aqui o prognóstico da doença. I → indeterminada T → tuberculoide D → Dimorfa V→ virchoviana PB → paucibacilar MB → multibacilar TRATAMENTO
Compartilhar