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PUERPÉRIO PATOLÓGICO Puer: criança Parere: parir Mastites: - MASTITES PUERPERAL - LACTACIONAL: • Processo inflamatório de etiologia geralmente bacteriana • Podendo evoluir para abscesso e sepse se não tratada de forma precoce e adequada • Incidência de 3 a 20% • Ocorre principalmente nas primeiras 6-12 semanas após o parto ou no desmame, em primigestas e após cesáreas eletivas. • Abscesso mamário: 3-11% das mulheres com mastite, como uma incidência de 0.1-3% • Staphylococcus aureus - principais bactérias que causam mastite • Outros agentes: Estafilococos coagulase-negativos (ex. Staphylococcus epidermidis); Streptococcus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Serratia, Bacteroides, Kelbsiella e Proteus mirabillis ; S aureus resistente à meticilina (MRSA) é um problema crescente e tem sido cada vez mais encontrado em casos de mastite e abscesso mamário Quadro clinico: - SINTOMAS RELACIONADOS: aumento da temperatura, dor, edema, rigidez e eritema; - SINTOMAS RELACIONADOS A ESTASE: queixa de diminuição da produção de leite. - SINTOMAS GERAIS: calafrios, mialgia, mal-estar, cefaleia e febre; Exame fisico: - Sinais de Inflamacao da mama - dor, rigidez, edema e eritema. - Massa mamária palpável dolorosa: pode indicar mastite localizada ou abscesso mamário. - Massa flutuante palpável em caso de abscesso mamário tardio. - Linfonodos axilares dolorosos ipsilaterais. Exames complementares: - LABORATORIAIS: hemograma, VHS e PCR - ESPECIFICOS: Cultura do leite? Em casos de resposta inadequada à antibioticoterapia, mastites recorrentes, mastites adquiridas em ambiente hospitalar e casos graves; Coleta: lavagem prévia das mamas com água corrente, ordenha do leite com cuidado para que o mamilo não toque o vidro de coleta, que deve ser esterilizado. Os primeiros 3-5 mL devem ser descartados. - USG: avaliar a presença ou ausência de abscesso subjacente, identificar o tamanho e a profundidade da cavidade do abscesso, bem como a presença de abscessos múltiplos. Método para. Direcionar a drenagem de coleções investigar possíveis diagnósticos diferenciais. Manter aleitamento se não houver saída de secreção purulenta pelo mamilo (iniciar pela mama não-afetada); Em caso de desconforto excessivo, manter aleitamento pela mama sadia e esvaziamento manual da mama afetada Orientar pega adequada; Suporte emocional e sustentação das mamas com sutiã firme; O uso de compressa (morna ou fria) ainda é controverso na literatura, mas pode-se recomendar compressa morna antes das mamadas (ajuda o leite a fluir mais facilmente) e compressa fria entre as mamada (ajuda a aliviar a dor e o edema local). ABSCESSO MAMÁRIO: • Presença ou suspeita de abscesso mamário • Grandes abscessos (>5cm), abscessos com necrose cutânea extensa, abscessos múltiplos e recorrentes; abscessos muito espessos; desconforto excessivo da paciente; falha das outras terapias - DRENAGEM CIRÚRGICA. • Lesões <5cm sem ponto de flutuação -> aspiração por agulha (preferivelmente guiada por US) • Lesões <5cm superficiais com ponto de flutuação -> drenagem incisional • Mastite sem melhora ou recorrente: deve-se suspeitar de abscesso mamário, infecção por cepas resistentes, mastite subareolar cronica recidivante, galactocele, carcinoma inflamatório, mastites granuloma tosas (incluindo idiopática) e outras causas de mastites crônicas. INFECÇÃO PUERPERAL: • Febre (>38ºC) por > 48h dentro dos primeiros 10 dias, excluindo-se as primeiras 24h • Obs: febre fisiológica: início nas primeiras 24h pós-parto e por menos de 48h • Causa: resposta endócrino-metabólica normal ao estresse do parto • Qual o principal fator de risco? Cesariana • Demais: Rotura prematura de membranas / Trabalho de parto prolongado / Múltiplos toques / Anemia / Baixo nível sócio- econômico • FORMAS CLÍNICAS: Endometrite, infecção de episotomia ou de laceração de trajeto, infecção de parede abdominal, celulite. • Complicações: parametrite, salpingite, abscesso pélvico, peritonite, tromboflebite pélvica séptica, sepse e choque séptico, fasciite necrotizante ENDOMETRITE: - 10 a 20%: Febre + Tremor + Calafrio + Taquipneia + Taquicardia Geralmente 4º - 5º dia de puerpério - Quadro: útero subinvoluído, hipersensível, amolecido (TRÍADE DE BUMM) + colo entreaberto + lóquia poissanguinolenta e fétida (peixe podre) + febre + (leucocitose) • Dieta geral • Clindamicina 600 a 900 mg EV 8/8 h • Gentamicina 3 a 4,5 mg/kg EV 1x/dia • Hidratação • Temperatura (axilar / sublingual) e FC 4/4h • Solicitar Urina I / URC / HMG / US (se suspeita de restos ovulares) • (?) Hemocultura / Cultura de material endocercival e vaginal – sem evidência • Manter ATB até 24h – 72h após último pico febril e suspender medicação apos - Não transicionar para VO • Se apos 24 h a paciente mantiver febre associar: Ampicilina 1 g EV 6/6 h (enterococo) FALHA TERAPÊUTICA (Febre após 48-72h) Reexaminar a paciente Resistência bacteriana Associação clindamicina e gentamicina-ineficaz. Enterococos. Infecção do sítio cirúrgico Tromboflebite pélvica puerperal TRATAMENTO CIRÚRGICO Curetagem Desbridamento material necrótico Drenagem de abscessos Histerectomia TOTAL INFECÇÃO DA EPISOTOMIA, LACERAÇÃO: • Pouco comum (0,09 a 0,3%). Não grave e não fatal. • Simples: pele e fáscia superficial • Da fáscia superficial: continuidade com fáscias da parede abd, reg. glútea e pernas, estendendo a infecção. • Necrose da fáscia superficial: septicemia evidente. Mortalidade de 100% se não houver cirurgia. • Mionecrose: atinge os músculos do períneo TROMBOFLEBITE PÉLVICA SÉPTICA: • Patogênese: Tríade de Virchow (Estase venosa + Hipercoagulabilidade + Lesão da íntima dos vasos) • Diagnóstico: Clínico + Imagem (USG – Doppler Colorido / TC / RNM) • Tratamento: Anticoagulação, Antibiótico e Cirurgia