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Amenorreia - Ginecologia

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Saúde da Mulher 
Profª Dra. Nárima Caldana 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
 
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 Definição: ausência de menstruação por 3 ciclos ou por 6 meses. 
✓ Amenorreia primária: 
Quando investigar: 
▪Sem caracteres sexuais desenvolvidos – mamas em estadio inferior a M3, sem desenvolvimento de pilificação – 
inicia investigação aos 14 anos. 
▪Com caracteres sexuais desenvolvidos: aos 16 anos 
Relembrando a fisiologia: 
Hipotálamo (GnRH) → Hipófise (FSH, LH) → Ovário (estrógeno, progesterona) → Endométrio 
Os pulsos de GnRH elevam FSH e LH, preferencialmente durante o sono, levando a estimulação ovariana e produção 
de estradiol durante o dia. 
Pico de estradiol → pico de LH → ciclo ovulatório. 
O estrogênio é responsável pela proliferação do endométrio e a progesterona pela secreção endometrial. 
Fatores que influenciam na puberdade: 
GnRH, fator genético (menarca parecido com a da mãe), luz e temperatura (mulheres de locais tropicais menstruam 
mais cedo) e peso corporal (maior o peso, mais cedo a menarca). 
Cronologia: 
 
 
→Aos 14 anos: 
Se LH e FSH aumentados (não estão sendo respondidos pelo ovário) → hipogonadismo hipogonadotrófico; falência 
ovariana precoce. 
Faz-se cariótipo e Teste do GnRH: 
▪FSH e LH aumentados: causa hipotalâmicos. 
▪FSH e LH mantidos: causa hipofisária. 
Causas hipotalâmicas: exercício físico excessivo: aumento de opioides endógenos; anorexia/bulimia: liberação de 
cortisol; estresse: liberação de cortisol; hiperprolactinemia; hipotireoidismo; síndrome de Kallmann. 
-Sindrome de Kallmann: células olfatórias não migram pela lâmina crivosa; defeito embriogênico das células do 
hipotálamo – pacientes tem anosmia, ausência de desenvolvimento puberal e amenorreia primaria. 
→Aos 16 anos: 
Exame físico: avaliar hímen imperfurado – paciente evolui com abdome agudo (sangue não sai pela vagina, sai pelas 
trompas). 
Teste da progesterona 
US abdominal 
Malformação Mulleriana (colo impérvio, malformação vaginal...) 
✓ Amenorreia secundária: 
Primeira hipótese – gravidez. 
Exames a serem solicitados: Beta-HCG, TSH, Prolactina. 
Saúde da Mulher 
Profª Dra. Nárima Caldana 
Pamela Barbieri – T23 – FMBM 
 
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Aumento da prolactina: falha na pulsatiliade de FSH e LH – anovulação. 
TSH: se alterado, também altera os outros hormônios. 
Beta-HCG -, TSH normal e prolactina normal – e agora? 
→ Teste da progesterona: 
Acetato de medroxiprogesterona 10mg 1x ao dia, por 7 a 10 dias 
Proliferação do endométrio 
Privação da progesterona 
Menstruação – teste da progesterona + 
Se não houver menstruação – teste da progesterona -: se deduz que não tem endométrio proliferado e não tem onde a 
progesterona agir: se infere que o problema é no estrógeno. 
Deficiência de corpo lúteo, mas com endométrio proliferado pelo estrógeno. 
Teste da progesterona -: 
→ Teste do estrogênio e da progesterona: 
Adm anticoncepcional hormonal oral combinado ou estrogênios conjugados 14 dias, depois 10 dias de progesterona 
isolada. 
Se não houver menstruação: teste negativo – causas anatômicas - Sinéquias (miomectomia ou curetagem); “Síndrome 
de Asherman”. 
Conduta: vídeo-histeroscopia. 
Se houver menstruação: positivo: quer dizer que a paciente não está produzindo precursores dos hormônios, as 
gonadotrofinas. 
→Dosagem de LH e FSH: 
Se normal – até 20 mUI/mL: Hipogonadismo hipergonadotrófico (gonadotrofinas altas e gônadas não responsivas). 
Hipogonadismo hipogonadotrófico (gonadotrofinas baixas e gônadas não responsivas): 
Faz-se teste do GnRH: 
Se aumento de FSH e LH – causa hipotalâmica. 
FSH e LH inalterados – causa hipofisária.

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