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Analise fenomenologia-existencial do desenvolvimento do adolecente no ambito pandemico

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
CAMPUS DE POÇOS DE CALDAS
CURSO DE PSICOLOGIA
Alice Carmel Marinho Coelho
Entrevista com Adolescente
Poços de Caldas
2020
Adolescência e pandemia
Trabalho apresentado à disciplina de
Psicologia da juventude
da Faculdade de Psicologia Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais
Orientado pela Prof.ª. Fernanda Resende
Poços de Caldas
2020
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Docente:  Fernanda Resende
Discente: Alice Carmel Marinho Coelho 
Data: 18/10/2020
INTRODUÇÃO
O presente trabalho teve como metodologia de cunho exclusivamente bibliográfico e de modalidade qualitativa. Os artigos e livros utilizados foram o fundamento e o suporte para o desenvolvimento do trabalho. Portanto a bibliografia consultada possui relação direta com os termos usados, a adolescência, a metodologia, a análise e a síntese; voltadas na visão Humanista. 
	O início da adolescência se dá no desenvolvimento da consciência transcendental e transcendente no final da infância - produto do ser-no-mundo - levando a reestruturação dos fenômenos psíquicos inerente à própria consciência transcendental (estrato hilético na noese), sendo os mais importantes: certeza, proteção, segurança e necessidades - projetadas pelas experiências da criança no ambiente familiar, afetivo e cognitivo. Quando há a transição desses fenômenos para a reestruturação, - que é devidamente relacionado à percepção da criança ao absurdo do mundo ou o “mundo adulto” - o recém adolescente começa um extremo conflito entre o eu e o mundo, e o mundo e eu. Assim a jornada do vir-a-ser começa a tomar rumo em grandes proporções, e com isso a angústia da liberdade de ser dono de si aparece na experiência de existir. Resultando nas angústias existenciais, as crises existenciais, as crises de identidade e etc. É neste cenário que iremos estudar a adolescência em um mundo pandêmico, baseado na entrevista feita com um adolescente de 17 anos. 
“A angústia se eleva a partir do ser no mundo enquanto ser-lançado-para-a-morte.(...) É a angústia que abre para o indivíduo o abismo do nada, e que pode através dessa experiência proporcionar a este a ocasião de escutar (...) no profundo de si, pois o Nada é o recipiente do Ser. (Oliviéri,2008,p.27)
Entrevista com Adolescente (12 a 17 anos)
Temas: Adolescência e pandemia. 
Dados pessoais:
Nome fictício: Yaskara
Idade: 17 anos
Cidade onde mora: Pouso Alegre, Minas Gerais 
Ano escolar: terceiro ano do ensino médio
Mora com quem? Pai, Mãe e Irmão
Perguntas:
Conte-me como é o seu dia.
“No dia a dia, eu faço as tarefas de casa e depois vou fazer meu lazer, as vezes eu faço os exícios da escola ”
Como sua escola se organizou na pandemia? Há aulas online? Grupos de WhatsApp? Como vocês estão se organizando?
“Tem grupo no whatsapp, porém muito antes de pandemia já não havia aula por conta das greves, e os professores só passam as atividades do pet do governo, e apenas três dão aula online, o resto apenas passam algumas coisas por links da internet”.
Como você analisa sua aprendizagem nesse momento?
“Sinceramente, acho que não aprendi nada esse ano e acho isso um absurdo por que somos obrigados a frequentar as aulas e isso é pior ainda com pra quer fazer faculdade”.
Do que você mais sente falta?
“De poder ver as aulas presencialmente e ver meus amigos, sair com eles pra qualquer lugar”
Quais são os aspectos negativos? Qual é a maior dificuldade que você enfrenta diante da quarentena e do contexto que a pandemia traz?
“Os aspectos negativos são que é deprimente ficar numa rotina assim. A maior dificuldade que enfrento é que eu fico deprimida com as coisas e me sinto sem valor”.
Quais são os aspectos positivos?
Não acho que tenham aspectos positivos. 
O que você mais gostava de fazer antes da pandemia, que agora não pode fazer mais? E o que você não podia fazer e agora pode? 
“Antes da pandemia eu gostava de sair com os amigos e ir pra escola. Agora com a pandemia, eu posso visitar meu tio que veio passar a pandemia em pouso alegre, vejo ele uma vez por semema, tomando todos os cuidados, mas infelizmente ele vai embora em duas semanas”.
Como tem sido o contato e interação com os amigos?
“Eu e meus amigos estamos tendo a maior parte contato virtual, deixei de falar com muita gente por isso.”
Como você caracteriza sua relação familiar nesse momento?
“Prefiro não falar sobre o assunto familiar”
O que tem feito em momentos de lazer?
“Gosto muito de assistido filme e desenho principalmente animes, geralmente vejo com meus amigos por vídeo chamada, jogo alguns games, as vezes faço exercício as vezes, desenhado e ensino meus amigos a desenhar, ouvido musica e tentando aprender a tocar musica.”
Quais as séries e filmes que você assiste?
“Sou mais chegada em desenho e animes, não vejo series mas atualmente estou assistindo um anime que chama Jojo bizzare adventure”
Como é sua alimentação? 
“Minha alimentação não está muito boa alimento pouco, mas como coisa saudáveis.”
Pratica esporte ou faz algum tipo de exercício físico?
“Praticava exercícios físicos uma semana atrás, porem desanimei e acabei parando, mas pretendo voltar ainda.”
Como está seu sono?
“Totalmente desregulado e horrível, já tem um bom tempo que tenho trocado o dia pela noite.”
O que você pensa sobre a pandemia? Você tem medo? Se cuida?
“Inicialmente eu tinha mais medo, mas agora já estou acostumada e não tenho tanto medo da pandemia porque me cuido, mas é sempre bom estar atenta”.
Como você se imagina quando toda essa situação pandêmica terminar? Quais suas expectativas para o futuro? O que você acha que vai aprender com tudo isso?
“Não consigo ter expectativas porque me atacaria a ansiedade, não consigo pensar em algo sobre o futuro”
Desenvolvimento:
	A relação entre ser-mundo e mundo-ser (ser-aí) é evidente na adolescência, é o momento em que a Tendência Atualizante (vir-a-ser) se encontra em extremo conflito com o mundo, e o mundo em conflito com as mudanças do adolescente. A interação e descoberta do Absurdo pelo jovem induz a reestruturação radical de certas intencionalidades, que por consequência a evidência apodítica (intuição) é afetada, de tal forma que é evidenciada de maneira autêntica. Em disparada ele vai buscar nessa autenticidade o desenvolvimento do seu estilo de vida, do seu ciclo social, da sua religião e o sentido da sua existência.
“[...] é um tempo de rupturas e aprendizados, uma etapa caracterizada pela necessidade de integração social, pela busca da auto-afirmação e da independência individual [...]” (Silva & Mattos, 2004. s.p. apud Pratta& Santos, 2007. s.p.)
 Contudo com a Autenticidade o jovem irá se deparar com a finitude da vida e a angústia que se manifesta diante da responsabilidade de si mesmo. Assim o adolescente irá encontrar o dilema do ser-em-si ou ser-para-si. O ser-em-si irá engessar sua essência - limitando em si - negando a autenticidade e qualquer mudança, fechando-se em si mesmo. Já o ser-para-si não é fechado em si, ao contrário, não possui uma essência determinada, ele é pura existência, pura possibilidade e pura autenticidade. E para o adolescente que seguir os passos de um ser-para-si é inevitável que irá experienciar a angústia, que para ele é um fenômeno pouco explorado até o momento; assim terá grandes dificuldades para lidar com os sentimentos atrelados a ele. Portanto é importante que o jovem siga os passos de um ser-para-si, a fim que ele se desenvolva, seja autêntico e aprenda a responder pelo seus atos. O apoio familiar, de amigos e psicológico é fundamental para que o adolescente possa lidar e entender certos fenômenos, assim como a angústia que será seu desafio principal.
Visto que o mundo é o campo primordial da projeção do ser em desenvolvimento da consciência transcendental e transcendente; pode ser preocupante esse mundo ficar em uma situação pandêmica. Visto que as regras de convivência sociais mudam drasticamente e se engrossam, e o sentimento de medo na população aflora.Esse cenário é totalmente propício para a relação ser-no-mundo mudar sem avisos prévios. Essas mudanças drásticas levam ao adolescente ainda a experienciar a angústia.
 Fazendo a époche fenomenológica da experiência da angústia do adolescente ao meio do mundo pandêmico, chegamos a análise que o fenômeno se dá pela atenuação conflituosa do ser-aí, sendo que a liberdade de escolha na visão do ser em questão é reduzida não só mais no âmbito familiar mas pela sociedade. Assim a angústia aparece para o adolescente tanto no excesso da liberdade quanto em suas limitações, de forma a experiência-lá no campo sentimental. 
Na entrevista feita com um adolescente podemos observar o fenômeno analisado anteriormente. Quando perguntado “Do que você sente mais falta?”, a resposta é: “De poder ver as aulas presencialmente e ver meus amigos, sair com eles pra qualquer lugar”. Analisando a pergunta e a resposta podemos entender que para o adolescente a palavra “falta” está atrelada a liberdade, deixando aparente a evidência da angústia experienciada pelas limitações sociais.
 Podemos observar os sentimentos experienciado quando perguntado: “Quais são os aspectos negativos? Qual é a maior dificuldade que você enfrenta diante da quarentena e do contexto que a pandemia traz?”, e a resposta é: “Os aspectos negativos são que é deprimente ficar numa rotina assim. A maior dificuldade que enfrento é que eu fico deprimida com as coisas e me sinto sem valor”. A resposta demonstra os sentimentos provinda da relação da sua rotina e as vastas possibilidades que agora são reduzidas. Gerando a angústia que é experienciada e nomeada em sua resposta como “deprimida” e “... me sinto sem valor.”. A questão do sentimento de desvalorização do ser (adolescente) no mundo pandêmico é a evidência pura que a relação estar-no-mundo é radicalizada, visto que ele vê sua existência sem significado em um ambiente onde há grandes limitações.
“O reconhecimento de algo que me é próprio, pode surgir na experiência, no sentir, no afeto, na sensação, ou seja, na experiênciação” (Dutra, 2000. p. 74) 
 Na pergunta: “Como você se imagina quando toda essa situação pandêmica terminar? Quais suas expectativas para o futuro? O que você acha que vai aprender com tudo isso?” e a sua resposta: “Não consigo ter expectativas porque me atacaria a ansiedade, não consigo pensar em algo sobre o futuro”; evidencia o Absurdo percebido pelo adolescente perante o mundo. No futuro tudo pode acontecer, todas as possibilidades estão em abertas, a vasta aleatoriedade configura o Absurdo para o ser. Para o ser o futuro temporal do mundo é tão Absurdo que beira ao Nada. É nesse sentido que para o adolescente entrevistado a angústia de um futuro incerto ganha a denominação de “ansiedade”. 
[...] sentimento que caracteriza a abertura do homem perante o futuro, uma vez que é ele mesmo que o escolhe. O homem quer caminhar para o futuro, seguir em frente, não paralisar; no entanto, teme o que está porvir, o desconhecido e o inesperado. Esse dilema humano é a angústia. (Angerami- Camon, 2000. p.66)
Conclusão:
 A adolescência é a transição da infância para a vida adulta, ela é caracterizada pela reestruturação do ser, no campo dos valores, das experiências e dos significados. Causada pelo desenvolvimento da consciência transcendental e transcendente. É a fase da vida no qual o ser experiência o mundo como se fosse pela primeira vez, gerando para si a angústia da própria responsabilidade, da sua liberdade, e da interação com o mundo. As condições do cenário epidêmico no mundo dificulta o processo de transição - como foi apontado no trabalho. É de se perceber que a angústia tem papel fundamental no processo da afloração da vida adulta. Por essa razão o adolescente deve ser acompanhado e apoiado por familiares, amigos e profissionais para que ele se torne um adulto com capacidade de lidar com a angústia de forma saudável e autêntica.
Referencias:
RANSOM, Thomas. História do existencialismo e da fenomenologia. 2ed. São Paulo. EPU. 2003
CLOUTIER, Richard; DRAPEAU, Sylvie. Psicologia da Adolescência. Petrópolis: Vozes, 2012, p.12-30.
OLIVEIRA, Adriano Machado; MACHADO, Márcia. A adolescência e a espetacularização da vida. Psicologia e Sociedade, Belo Horizonte, v.27, n. 3, p. 529-536, dez. 2015.
OLETTE, Jacques. Existencialismo, Porto Alegre: L&PM, 2009.
SILVA, Macson. anglicista, adolescência e reestruturação de self na ótica humanista-existência, O portal dos psicólogos,2015.
SILVA, Maria de Lourdes. A intencionalidade da consciência
em Husserl. Revista filosofia. Goiás. 2009.
ASSAD, ivo. Ser e aparecer na filosofia de peirce: o estatuto da fanomenologia. São Paulo
Anexo:

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