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LISTA DE EXERCÍCIOS TENDO EM VISTA O DISPOSTO NA LEI 9.605/98 – CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE – ANALISE OS ITENS ABAIXO E ASSINALE V PARA VERDADEIRO E F PARA FALSO I – ( V ) As pessoas jurídicas são responsáveis penalmente nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu próprio órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade; Verdadeiro, conforme o Art. 3º da Lei 9605/98: Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. II – ( V ) A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coatoras ou partícipes do mesmo fato; Verdadeiro, conforme o parágrafo único do Art. 3º da Lei 9605/98: Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. III – ( V ) As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas são: a pena pecuniária, penas restritivas de direitos e prestação de serviço à comunidade; Verdadeiro, conforme o art. 21 da Lei 9605/98: Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são: I - multa; II - restritivas de direitos; III - prestação de serviços à comunidade. 1 IV – ( V ) A responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais não exige a imputação simultânea daquela e da pessoa natural que atua em seu nome; Verdadeiro. Até outubro de 2014, o STF seguia a mesma posição do STJ, aplicando a teoria da dupla imputação nos processos que envolviam pessoas jurídicas nos crimes ambientais, ou seja, de que somente seria possível a responsabilidade penal da pessoa jurídica por dano ambiental se houver a imputação simultânea da pessoa física que atuava em seu nome. Porém, ao julgar o Recurso Extraordinário n° 548.181 (Paraná), o STF mudou seu entendimento, para excluir a teoria da dupla imputação, já que a Constituição Federal, em seu art. 225, § 3° prevê que: As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. O entendimento foi de que esta previsão constitucional não teria condicionado a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. Assim, o Supremo Tribunal Federal, por meio de julgado da 1ª Turma, RE 548.181, entendeu que a Constituição Federal de 1988 não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. Em outras palavras, a norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação. V – ( F ) A pena de prestação de serviços à comunidade, na modalidade de execução de obras de recuperação de áreas degradas, deve ser cumprida pelo representante legal ou contratual da pessoa jurídica ou pelos integrantes do seu órgão colegiado; Falso. Prevê o Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em: I - custeio de programas e de projetos ambientais; II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas; III - manutenção de espaços públicos; IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. Em nenhum momento a lei faz referência ao fato de que tal pena deverá ser cumprida pelas pessoas indicadas neste enunciado. Ademais, tal previsão violaria o princípio da intranscendência das penas (art. 5º, XLV da CRFB), haja vista a condenação ter sido imposta à pessoa jurídica. 2 VI – ( V ) A Lei 9.605/98, que cuida dos crimes ambienteis, estabelece que a proibição imposta à pessoa jurídica de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios não pode exceder o prazo de 10 anos; Verdadeiro, conforme o §3º do art. 22 da referida lei: § 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos VII – ( V ) Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, conforme a Lei 9.605/98, a proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, salvo comprovada impossibilidade. Verdadeira, conforme o art. 27 da referida Lei: Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade. VIII – ( F ) De acordo com a Lei 9.605/98, em caso de suspensão condicional do processo por crime ambiental, declara-se extinga a punibilidade do acusado ao final do prazo de suspensão do processo, independentemente da constatação de reparação do dano ambiental. Falso, conforme o art. 28, I, da Lei 9605/98 Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações: I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo; IX – ( F ) Nos crimes previstos na Lei 9.605/98 é admissível a suspensão condicional da pena desde que a reprimenda aplicada na sentença condenatória não seja superior a 02 anos, além de o réu não ser reincidente e as circunstâncias judiciais lhe sejam favoráveis; Falso, pois prevê o art. 16 da referida lei: Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos. 3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm#art76 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm#art76 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm#art89 X – ( V ) Nos crimes previstos na Lei 9.605/98, dentre as circunstâncias que agravam a sanção penal, quando esta não constitui ou qualifica o crime, considera-se o fato de ter o agente cometido a infração em domingos, feriados ou durante a noite; Verdadeiro, conforme a previsão do art. 53, II, e da referida lei: Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se: II - o crime é cometido: e) durante a noite, em domingo ou feriado. XI – ( V ) Constitui crime ambiental pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente; Verdadeiro.Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. XII – ( V ) Constitui crime ambiental pescar mediante a utilização de explosivo ou substâncias que, em contato com a água, produzem efeito semelhante; Verdadeiro: Art. 35. Pescar mediante a utilização de: I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante; Pena - reclusão de um ano a cinco anos. XIII – ( V ) Constitui crime de contrabando e não crime ambiental exportar peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem autorização da autoridade ambiental competente; Verdadeiro: Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 4 XIV – ( V ) Constitui crime ambiental introduzir espécie animal no país, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade competente; Verdadeiro: Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. XV – ( V ) Constitui crime ambiental praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Verdadeiro: Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. XVI – ( V ) Não é crime ambiental o desmatamento de floresta nativa em terras de domínio público, sem autorização do órgão competente, quando a conduta for necessária à subsistência imediata e pessoal do agente. Verdadeiro, conforme o §1 do art. 50-A da Lei de crimes ambientais: Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) XVII – ( F ) Visando intensificar sua atividade de venda de madeira, a pessoa jurídica Nobre Comércio de Madeiras Ltda. danificou parte remanescente da mata atlântica, pela derrubada de 5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm#art82 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm#art82 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm#art82 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm#art82 árvore. Nesta situação, a sanção penal e administrativa imposta à Nobre Comércio de Madeira Ltda exclui o dever de reparar os danos causados. Falso. art. 20, Lei 9605/98: Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente XVIII ( V ) Anísio, analfabeto, foi preso em flagrante por pescar em período proibido para tal prática. Nessa situação, a pena para esse crime poderá ser atenuada em razão do baixo grau de instrução de Anísio. Verdadeiro, conforme o Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; XIX – ( F ) Luísa, residente e domiciliada na cidade de Recife, após visitar a Austrália, traz consigo para a sua casa um filhote de coala, animal típico daquela pais e inexistente no Brasil. Neste caso, Luísa ao trazer o animal não cometeu qualquer ilícito ambiental já que a propriedade de animais domésticos é livre no Brasil; Ao trazer o animal, Luísa cometeu crime ambiental, pois o introduziu no Brasil sem licença e sem parecer técnico oficial favorável. Assim dispõe o art. 31 da Lei 9.605/98, que define os crimes ambientais: Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. XX – ( F ) José da Silva, diretor executivo da “Industria de Cal JS Ltda.”, foi indiciado pela Delegacia de Crimes Ambientais da Comarca de Manguaça/MS sob a alegação de que os fornos da empresa que dirige ter lançado uma grande quantidade de fumaça, comprovadamente em níveis superiores aos permitidos pelo órgão ambiental estadual, conforme perícia realizada. Neste caso, José da Silva deverá responder pelo crime de poluição, independentemente do resultado da conduta, uma vez que para tal crime aplica-se o princípio da responsabilidade objetiva. Responderá por crime de poluição, previsto no art. 54 da Lei 9.605/98, desde que os efeitos da conduta resultem ou possam ter resultado danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora. 6 Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 7