@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700); A CORPOREIDADE NA PRÁTICA DOCENTE DE BACHAREIS EM EDUCAÇÃO FÍSICA RESUMO O presente trabalho de Atividade Prática Supervisionada aborda o tema: \u201cA CORPOREIDADE NA PRÁTICA DOCENTE DE BACHAREIS EM EDUCAÇÃO FÍSICA\u201dEm um breve resumo sobre os conceitos de corpo e de corporeidade e a importância no dia a dia dos profissionais de educação física, com abordagem descritiva, qualitativa e reflexiva, a fim de aprimoramento nos estudos sobre o tema proposto.Neste estudo, levantamos questões sobre a corporeidade como ela é vista e estudada no ramo da educação física. A corporeidade tem relação em como o ser (corpo) se adapta, movimenta, sente, pensa e se relaciona com o exterior e interiormente. Com discussões sobre como a corporeidade é vista na visão de profissionais já formados na área, e por jovens estudantes que já conhecem e estão se aprofundando mais sobre este assunto. Palavras-chave: corpo, corporeidade, abordagem, profissionais. SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO.. 12. RELATÓRIO INTERDISCIPLINAR.. 43. CONSIDERAÇÕES FINAIS.. 74. FICHAMENTO.. 8REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.. 11 1. INTRODUÇÃO Esta Atividade Prática Supervisionada (APS), tem por objetivo realizar pesquisas sobre o papel do instrumento sobre corporeidade na atuação dos profissionais de educação física. O corpo está em evidência na atualidade. A pós-modernidade sugere tipos de corpos que sejam aceitos pela sociedade, com padrões impostos, não admitindo imperfeições. O ponto em questão é de que a maioria das pessoas não se ajusta ao modelo globalizado que está de acordo com os padrões atuais e que é fortemente divulgado pela mídia. Para compreender o corpo contemporâneo foi necessário estudar as concepções de corpo ao longo da história, desde a Pré-História até a Modernidade. Pesquisar a evolução dos conceitos sob a ótica filosófica e histórica em que revelou de modo concreto as marcas em seu modo de ser e estar, em diferentes momentos que a sociedade viveu e vive. Nos primórdios dos tempos o homem foi uno em sua existência concreta, porque a sua experiência no mundo era de enfrentamento vivo. O primitivo estava unido consigo mesmo, com seu povo, com a terra, com a natureza, com o cosmo. O sensível e o inteligível estavam conectados numa concepção de humano uno e inteiro. O primitivo não distinguia o pensamento do corpo, da natureza ou da terra (GUSDORF,1980; GONÇALVES,1994). Na Antiguidade, tem-se a mais difusa concepção de corpo. Platão em \u201cFédon, 82 d\u201d afirma: \u201cque o corpo constituía para a alma uma espécie de prisão\u201d (1979, p. 88).O filósofo então dividiu o corpo como dois mundos: \u201cmundo sensível\u201d \u2013 corpo, inferior e \u201cmundo inteligível\u201d \u2013 alma, superior, o corpo seria então, apenas instrumento para a alma habitá-lo. Outro grande filósofo pensador, Aristóteles, reforça a importância do corpo biológico, considerando a beleza e saúde do corpo, o sensível e inteligível já não são mundos separados como ditos por Platão, mas sim, dois aspectos do conhecimento. Já na Idade Média, observa-se na filosofia de São Tomás de Aquino e de Santo Agostinho, uma hierarquia da alma sobre o corpo, sendo corpo submisso ao divino e fonte de pecado. (JANA,1995; GALLO, 2006). Na época, o ser era formado de carne e espírito, a alma \u2013 imortal, rumo à perfeição do céu e do outro lado, o corpo - mortal, que virava pó. René Descartes, já na Idade Média, citava que o homem era constituído de duas partes: a \u201cres cogitans\u201d (coisa pensante) e a \u201cres extensa\u201d (coisa extensa), como diferentes e independentes. O homem, neste período, teve um corpo distinto e autônomo e passou a ser objeto da ciência (ANJOS,1995; INFORSATO, 2006). Para Descartes, haviam dois aspectos: o extensivo e o qualitativo, o filósofo separou definitivamente corpo de alma, o corpo se caracterizava pela extensão e pelo movimento e também por qualidades sensíveis em que existiam independentemente do sujeito. As qualidades sensíveis (proporcionadas pelos sentidos do corpo) eram subjetivas, isto é, só existiam na nossa consciência. Na contemporaneidade as concepções de corpo estão conectadas à identidade do sujeito, ela não está ligada a uma consciência, ou a um arcabouço de grandes ideários como já foi outrora (GUIRALDELLI, J, 2007). O corpo corre o risco de se conectar às noções de um instrumento a serviço da tecnologia e da ciência e do meio em que vivencia. O francês Bernard Andrieu (2004), em seus estudos, apresenta uma concepção de corpo como uma modalidade da aparência e da superfície social. Desse modo, o corpo, hoje, é \u2018auto-móvel\u2019, um \u2018corpo movente\u2019, reflexo de uma mobilidade interior, modificado pelos deslocamentos no espaço- tempo urbano e conforme a ideologia predominante. A noção de corpo então se valorizou e o ser humano se libertou dos controles morais do passado. Por sua vez, a corporeidade (ou mente corpórea) é um termo da filosofia utilizado para designar a maneira como o corpo interage com o meio, através do cérebro e suas vontades e desejos de interagir com o meio, assim, é a maneira pela qual o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento de relação comum. Todo homem é portador de identidades próprias e esta identificação ocorre via corporeidade. Filetti e Silva (2008) afirmam que o corpo é a \u201crepresentação universal de homem social e constitui-se juntamente com os contextos históricos, políticos e culturais\u201d. Conclui-se então de que o \u2018corpo é produto e produtor de cultura\u2019. Inspirada na fenomenologia de Merleau-Ponty, que diz que "a cultura científica ocidental requer que tomemos os nossos corpos simultaneamente como estruturas físicas e como estruturas experienciais vividas \u2013 em suma, tanto como externos e como internos, biológicos e fenomenológicos" e \u201cSomos um corpo tanto na medida e forma de presença/expressão no mundo através do nosso comportamento quanto na maneira de pensar\u201d, o eixo que articula essas duas estruturas corporais é a corporeidade, que: \u201cacompanha o corpo como uma estrutura experiencial vivida e também como o contexto ou o meio de mecanismos cognitivos\u201d. Compreender sobre corpo somente é possível então a partir de experiências e vivências estabelecidas nas relações consigo, com os outros e com o mundo. \u201cE a esta capacidade de cada pessoa sentir e apossar-se do seu próprio corpo como meio de manifestação e interação com o mundo chamamos de corporeidade\u201d. (BONFIM, T 2003). 2. RELATÓRIO INTERDISCIPLINAR A corporeidade é expressa por um conjunto de manifestações corpóreas, nas suas dimensões, sejam elas nos ritmos, danças, lutas, no simples andar entre outros. Essas práticas abrangem vários fatores que ajudam no desenvolvimento da criança/jovem, alguns dos principais fatores são: Cognitivo, afetivo, social, motor e corpóreo. Realizamos uma pesquisa/entrevista com colaboradores de experiência e qualificação na área de educação física \u2013 bacharelado, em que abordamos o grau de conhecimento sobre corporeidade e sobre a importância no seu meio acadêmico, tendo a importância de um indivíduo que se forma profissionalmente para trabalhar com tal área do conhecimento, vivenciar, estudar e conhecer sobre a corporeidade como propriedade do corpo e como possibilidade de desenvolvimento humano próprio e alheio. Questionário:1- Para você, profissional de educação física. O que é um corpo? 2- Como a Corporeidade é vista e trabalhada pelo profissional? 3- Qual a importância, e como deve-se trabalhar corpo e mente?4- Nos dias atuais, qual a maior preocupação que o profissional vem encontrando em relação à busca do \u201ccorpo ideal\u201d? Profissional 1: O corpo (humano) é uma estrutura complexa que nos permite realizar várias atividades importantes como andar, correr, pensar, falar e tudo isso é possível devido as várias células, tecidos, órgãos e sistemas que fazem parte do nosso corpo, principalmente o cérebro, que comanda tudo;A corporeidade é vista e trabalhada como um todo, precisamos olhar sensivelmente o corpo na busca da consciência corporal; Corpo e mente tem que ser trabalhados juntos. \u201cMente sã em corpo são\u201d, tem que haver um equilíbrio entre mente, corpo e espirito; E acredito que existem vários conceitos de \u201ccorpo ideal\u201d e as pessoas querem atingir esse corpo rapidamente e para isso são capazes de fazer qualquer coisa, com isso, podendo prejudicar a própria saúde. Profissional 2:Diante do Profissional da Educação Física, \u201ccorpo\u201d seria \u201cpromover a saúde às pessoas através da prática da atividade física\u201d.Vejo a corporeidade como possibilidades pedagógicas para as aulas de Educação Física, assim trabalhando a motricidade como essencial.E além da melhora do condicionamento físico, através da prática esportiva, também trabalha a questões relacionadas à auto- estima e a autoconfiança. É fundamental manter o corpo e a mente em equilíbrio.O profissional deve transmitir a qualidade de vida, respeitando os limites de cada ser humano. Mostrando a ele que cada um tem a sua individualidade e não o que a mídia mostra \u201ccorpo ideal\u201d. Sabemos então, que a corporeidade é toda ação que um indivíduo realiza, seja ela de forma reflexiva ou não. Entender a corporeidade é, também, distanciar-se do paradigma natural-essencialista e inserir-se no paradigma social-existencial. Não é somente entender o corpo físico em si, mas também suas necessidades e capacidades ali existentes. Há uma união entre trabalhar o corpo e mente, um corpo saudável fisicamente deve-se também ter uma mente saudável para que haja uma harmonia do ser. " A corporeidade apresenta-se como a forma mais autêntica do corpo humano ser representado no mundo vivido". Assmann (1995, pág.76) Deve-se também lembrar que, o profissional de educação física é primordial para o ensino e estimulação da corporeidade infantil, uma criança que tem experiências com profissionais que os ajudaram a entender suas necessidades, habilidades e pensamentos no ramo escolar, felizmente tem uma visão melhor ao decorrer de sua vida, pois, a prática de tais atividades que tem relação ao corpo/mente, são importantes não só individualmente mas como um todo. 3. CONCLUSÃO - CONSIDERAÇÕES FINAIS Como conclusão de nosso APS (Atividade de Práticas Supervisionadas), analisamos a importância do estudo e da vivência da Corporeidade na formação do profissional de Educação Física, no curso de graduação, por meio da revisão de literaturas, de vivências e visão dos próprios docentes. Como fontes de estudo, foram utilizados documentos (livros, teses, artigos, trabalhos didáticos) com registros sobre o tema, e um questionário aplicado pelos alunos bacharéis. A relação interpessoal é um dos mecanismos mais importantes para a vivência e aprendizado, troca de informações gera mais conhecimento. O conceito de corpo, visa o potencial de transmitir mensagens, de expressar, de comunicar- se com o contexto em que fora inserido. Expressão é uma maneira de transmitir informações e, por isso, uma linguagem, e em se tratando de educação, crescimento e desenvolvimento humano, a linguagem corporal é fundamental nas relações estabelecidas. A corporeidade é mutável, ela se modifica a cada nova vivência sem perder o aprendizado anterior; tudo o que vivemos, aprendemos, ouvimos ou até mesmo praticamos, influenciam na corporeidade. Concluímos também que não há uma definição única com relação ao termo e que esta depende mais das vivências de cada indivíduo do que de uma consideração objetiva. O profissional da Educação Física, em sua intervenção pedagógica, para seu próprio crescimento humano e de seus alunos, deve vivenciar o corpo como ser que pensa, sente e age, e que ao mesmo tempo é um ser individual e coletivo e deve ser tratado como tal. (...) os movimentos corporais não são relações mecânicas, estabelecidas por um corpo que percorre um espaço fixo, objetivo, mas relações dialéticas, em que o sujeito motriz forma, como o espaço circundante e os seres que habitam esse espaço, uma totalidade aberta (GONÇALVES, 1994, p.147). 4. FICHAMENTO ASSUNTO: Corpo/corporeidade REFERÊNCIA: TEVES, Nilda. (Org.) Imaginário social e educação. Rio de Janeiro, Ed. Gryphus.\u201cEste corpo não é uma máquina, um instrumento que registra as informações do mundo exterior na forma de um decalque\u201d.(TEVES,1998,p.8).[...] seu sentir não é um sentir de qualquer corpo animal. Sua especificidade está exatamente no processo relacional homem/mundo, procede da sua existência concreta de sentir, pensar, agir, sonhar, imaginar, desejar, seduzir. O homem aprende a sentir, sentindo o mundo através de seu corpo (TEVES, 1992, p. 9). CONSIDERAÇÕES: Nosso corpo difere dos corpos dos demais animais, pois somos seres pensantes, com sonhos, metas, desejos e demais valores, nosso corpo não é uma máquina e sim um complemento para nossas vidas. ASSUNTO: CORPOREIDADE E EDUCAÇÃO FÍSICA REFERÊNCIA: Bonfim, Tânia Regina; CORPOREIDADE E EDUCAÇÃO FÍSICA (Faculdades Integradas FAFIBE).\u201cAs ciências modernas fortaleceram a ideologia da racionalização, construindo um conhecimento objetivo, seguro e praticamente o único verdadeiro perante a realidade, o corpo e a corporeidade[...]\u201d \u201c[...]E a esta capacidade de cada pessoa sentir e apossar-se do seu próprio corpo como meio de manifestação e interação com o mundo chamamos de corporeidade\u201d. (BONFIM,2003) CONSIDERAÇÕES: A autora reforça que somos seres racionais e únicos, e que cada pessoa demonstra, manifesta e interage pela corporeidade própria de maneiras diferentes. ASSUNTO: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS REFERÊNCIA: GONÇALVES, Maria Augusta Salim \u2013 Sentir, Pensar e Agir (Corporeidade e Educação). Ed Papyrus,2017. \u201cA sua prática pedagógica pode ser um meio de levar o aluno a uma maior liberdade subjetiva, possibilitando a ele ampliar seu campo de experiências e integrar suas condutas corporais em um nível superior de integração; a incentivá-lo na conquista de liberdade objetiva, levando-o a desenvolver a consciência crítica e a vivenciar o sentido da responsabilidade social\u201d (GONÇALVES, 1994, p.90 \u2013 91). \u201c [...] os movimentos corporais não são relações mecânicas, estabelecidas por um corpo que percorre um espaço fixo, objetivo, mas relações dialéticas, em que o sujeito motriz forma, como o espaço circundante e os seres que habitam esse espaço, uma totalidade aberta (GONÇALVES, 1994, p.147) CONSIDERAÇÕES: O professor que deve levar ao seu aluno uma liberdade subjetiva, em que o possibilita ter ampla e vastas experiências do desenvolvimento do indivíduo como ser presente, atuante e significante no mundo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASLAPIERRE, André. A simbologia do movimento: psicomotricidade e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.ANJOS, J.L. Corporeidade, higienismo e linguagem. Vitória:UFES,1995.ANDRIEU, B. A nova filosofia do corpo. Lisboa: Instituto Piaget, 2004.GUIRALDELLI JUNIOR, P. O corpo: filosofia e educação. São Paulo, SP: Ática, 2007BONFIM, Tânia Regina; CORPOREIDADE E EDUCAÇÃO FÍSICA - Faculdades Integradas FAFIBE, RJ, 2003TEVES, Nilda. (Org.) Imaginário social e educação. Rio de Janeiro, Ed. Gryphus,1992GONÇALVES, M. A. S. Sentir, pensar, agir - corporeidade e educação. Campinas: Papirus, 1994.ASSMANN, Hugo. Paradigmas educacionais e corporeidade. Piracicaba, UNIMEP, 1995.MOREIRA, W. W (org). Século XXI: a era do corpo ativo. Campinas , Papirus, 2006SANT\u2019ANNA, Denise (org). Políticas do Corpo. São Paulo: Estação Liberdade, 1995.
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