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1 Sinapse e Placa Motora Os neurônios, sobretudo através de suas terminações axônicas, entram em contato com outros neurônios, passando-lhes informações. Os locais de tais contatos são denominados sinapses. Quando são feitas entre neurônios são chamadas de sinapses interneuronais. Já quando as terminações axônicas se associam com células não neuronais ou efetuadoras usa- se o termo sinapses e junções neuroefetuadoras. Transmissão sináptica: processo pelo qual a informação é transmitida por contato sináptico para a célula seguinte. Os arranjos sinápticos podem ser axo- dendríticos (A), axônio do neurônio pré- sináptico com o dendrito do neurônio pós- sináptico, axo-somático (B), axônio do neurônio pré-sináptico com o corpo celular do neurônio pós-sináptico, ou axo-axônico (C), axônio do neurônio pré-sináptico com o axônio do neurônio pós-sináptico. Existem dois tipos de sinapses, as sinapses elétricas e as sinapses químicas. Sinapse Elétrica Nessas sinapses, as membranas plasmáticas dos neurônios envolvidos entram em contato em pequenas regiões onde o espaço entre elas é de apenas 2um a 3um. Ocorre comunicação entre dois neurônios, através de canais iônicos concentrados em cada uma das membranas em contato. Esses canais são junções comunicantes formadas por conexinas. Também sendo encontradas em células da glia, no músculo cardíaco e liso, e em células não excitáveis. Elas permitem a passagem direta de pequenas moléculas, como íons, do citoplasma de uma das células para o da outra, permitindo assim a passagem do potencial de ação. Esses tipos de sinapse não possuem mediadores químicos, modulação e são mais rápidas. Sinapse Química A comunicação entre os elementos em contato depende da liberação de substâncias químicas, denominadas neurotransmissores. Entre os neurotransmissores conhecidos estão a acetilcolina, certos aminoácidos como a glicina e o glutamato, o ácido gama-amino- butírico (GABA) e as monoaminas dopamina, noradrenalina, adrenalina, serotonina e histamina. 2 Essas sinapses se caracterizam por serem polarizadas, ou seja, apenas um dos dois elementos em contato, o chamado elemento pré-sináptico, possui o neurotransmissor. Este é armazenado em vesículas especiais, denominadas vesículas sinápticas, que apresentam morfologia variada. Sendo que o tipo de vesícula sináptica predominante no elemento pré-sináptico depende do neurotransmissor que o caracteriza. Sinapses Químicas Interneuronais Na maioria dessas sinapses, uma terminação axônica entra em contato com qualquer parte de outro neurônio, formando sinapses axo- dendríticas, axo-somáticas ou axo-axônicas. Nas sinapses em que o axônio é o elemento pré-sináptico, os contatos se fazem não só através de sua ponta dilatada, denominada botão terminal, mas também em dilatações que podem ocorrer ao longo de toda a sua arborização terminal, os botões sinápticos de passagem. Botões: locais pré-sinápticos onde se acumulam as vesículas sinápticas. Uma sinapse química compreende o elemento pré-sináptico, que armazena e libera o neurotransmissor, o elemento pós-sináptico, que contém receptores para o neurotransmissor, e uma fenda sináptica, que separa as duas membranas sinápticas. As vesículas se aproximam adequadamente da membrana pré-sináptica para com ela se fundir rapidamente, liberando o neurotransmissor por um processo de exocitose. A densidade pré-sináptica corresponde a zona ativa da sinapse, isto é, local no qual se dá, de maneira eficiente, a liberação do neurotransmissor clássico na fenda sináptica. O elemento pós-sináptico é formado pela membrana pós-sináptica. Nesta membrana inserem-se os receptores específicos para cada neurotransmissor. Esses receptores são formados por proteínas integrais que ocupam toda a espessura da membrana. A transmissão sináptica decorre da união do neurotransmissor com seu receptor na membrana pós-sináptica. Sinapses Neuroefetuadoras Essas sinapses, também chamadas de junções neuroefetuadoras, envolvem axônios dos nervos periféricos e uma célula efetuadora não neuronal. Se a conexão se faz com células musculares esqueléticas, tem-se uma junção neuroefetuadora somática, se ocorre com células musculares lisas ou cardíacas ou com células glandulares, tem-se uma junção neuroefetuadora visceral. A primeira compreende as placas motoras e em cada uma, o elemento pré-sináptico é a terminação axônica do neurônio motor somático. Mecanismo de Transmissão Sináptica Quando o impulso nervoso atinge a membrana pré-sináptica, origina pequena alteração no potencial de membrana capaz de abrir canais de cálcio sensíveis à voltagem, o que determina a entrada desse íon. O aumento de 3 íons de cálcio na membrana pré-sináptica provoca uma série de fenômenos, causando a exocitose, por onde ocorre a liberação de neurotransmissor na fenda sináptica e sua difusão, até atingir seus receptores na membrana pós-sináptica. Um canal iônico deixa passar predominantemente, um determinado íon. Tais movimentos iônicos modificam o potencial de membrana, causando uma pequena despolarização, no caso da entrada de sódio (Na+), ou uma hiperpolarização, no caso da entrada de cloro (Cl-) ou da saída de potássio (K+). Esses receptores que se abrem para passagem de íons quando o neurotransmissor se liga a eles, são chamados de ionotrópicos. Mas existem também receptores metabotrópicos, que se combinam com o neurotransmissor, dando origem a uma série de reações químicas que resultam na formação, no citoplasma do neurônio pós-sináptico, de uma nova molécula, chamada segundo mensageiro, que levará a modificação na célula pós-sináptica, resultando, por exemplo, na abertura ou fechamento de canais iônicos. Inativação do Neurotransmissor A perfeita função das sinapses exige que o neurotransmissor seja rapidamente removido da fenda sináptica. Essa remoção pode ser feita por ação enzimática, como no caso da acetilcolina. Já com as monoaminas e os aminoácidos, o principal mecanismo de inativação é a capacitação do neurotransmissor pela membrana pré- sináptica, por meio do mecanismo ativo e eficiente, a bomba de captação. Uma vez dentro do citoplasma do neurônio pré-sináptico, o neurotransmissor pode ser reutilizado ou inativado. No sistema nervoso central, processos astrocitários que envolvem as sinapses têm participação ativa na captação de neurotransmissores.
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