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Roteiro de Anamnese - Semiologia Respiratória


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 HM III - Luíza Moura e Vitória Neves 
 
Roteiro de Semiologia Respiratória 
 
Anamnese 
Focos principais 
 
Identificação 
 Idade; 
 Sexo; 
 Cor da pele; 
 Profissão; 
 Procedência (domicílio anterior); 
 Residência: tempo que mora. 
Antecedentes Pessoais 
 Infecções pulmonares graves e extensas na infância ou 
juventude: tuberculose, pneumonia necrotizante; 
 Antecedentes traumáticos, com ou sem fraturas; 
 Anestesia, extração dentária; 
 Alergia, eczema, desidrose, dermatite seborreica; 
 Doenças autoimunes; 
 Imunizações; 
 Asma na infância; 
 Tabagismo passivo; 
 Uso de medicamentos. 
Antecedentes Familiares 
 História familiar de atopia. 
Hábitos de Vida 
 Tabagismo; 
 Etilismo. 
Interrogatório Sintomatológico 
Diferenciar se é primitivamente pulmonar ou se foi consequência de 
uma doença sistêmica 
 Asma alérgica: sinusite, rinite crônica e conjuntivite. 
 Colagenose ou sarcoidose: dor articular, alopecia, eritema 
nodoso e despigmentação. 
 
Sinais e Sintomas 
 
Dor Torácica 
 
Cardíaca, pele, nervos, musculatura torácica, ossos e articulações 
pericárdio, mediastino, pulmões e pleuras 
 Analisar: 
 
o Localização; 
o Irradiação; 
o Caráter ou Qualidade; 
o Duração 
o Intensidade 
o Fatores Desencadeantes ou Agravantes; 
o Fatores Atenuantes. 
 
 
 HM III - Luíza Moura e Vitória Neves 
 
Fadiga 
 
 
Astenia 
Fraqueza generalizada – impotência motora funcional 
 
Dispneia 
Dificuldade para respirar, com consciência ou não desse estado 
 Subjetiva: percebida pelo paciente; 
 Objetiva: acompanhada de manifestações ao exame físico. 
 Pode ser acompanhada de: 
o Taquipneia: frequência aumentada; 
o Hiperpneia: amplitude aumentada. 
 
 
 
 
 
 
Tipos 
 
Ortopneia 
 Impede o paciente de ficar deitado; 
 Há melhora sentado ou em pé. 
Trepopneia 
 Aparece com decúbito lateral – derrame pleural. 
Platipneia 
 Paciente deitado, passa para sentado e depois em pé. 
Dispneia de Esforço 
 Aos grandes esforços: dificuldade respiratória ao executar 
uma atividade que antes era normal; 
 Aos médios esforços: exercícios de intensidade mediana; 
 Aos pequenos esforços: tomar banho, escovar dentes etc. 
Causas 
 
Atmosférica 
 Atmosfera com pouco oxigênio; 
 Pressão parcial diminuída 
o Taquipneia dispneia. 
Obstrutiva 
Redução do calibre desde a faringe aos bronquíolos 
 Laríngea (parietal): difteria, laringite estridulosa, edema 
angioneurótico, estenose por tuberculose e neoplasia; 
 Traqueia (compressão extrínseca): bócio, neoplasia maligna, 
aneurisma da aorta e adenomegalia mediastínica; 
 Brôquica (intraluminal, parietal ou mista): neoplasia do 
mediastino, adenomegalia, carcinoma brônquico; 
 Bronquiolar (mistas): asma e bronquiolite. 
 HM III - Luíza Moura e Vitória Neves 
 
Parenquimatosa 
Afecções que reduzam a área de hematose de modo intenso 
 Condensações e rarefações parenquimatosas. 
 
Toracopulmonar 
Redução da elasticidade e movimentação; ou assimetria entre os 
hemitórax da dinâmica toracopulmonar 
 Fratura dos arcos costais; 
 Cifoescoliose; 
 Alterações musculares: miosite ou mialgia intensa. 
Diafragmática 
Interferência na movimentação 
 Paralisia; 
 Hérnias; 
 Elevações uni ou bilaterais. 
Pleural 
Irritação seguida de dor que aumenta com inspiração 
 Melhora com limitação dos movimentos; 
 Deitar sobre o lado que incomoda. 
Cardíaca 
Mau funcionamento do coração 
 Congestão passiva dos pulmões. 
Origem Tecidual 
Intensificação da atividade muscular 
 
Relacionada ao SN 
 Origem neurológica: alterações do ritmo respiratório – 
hipertensão craniana; 
 Psicogênica: dispneia suspirosa. 
 
Tosse 
Estimulação dos receptores da mucosa das vias respiratórias 
 Mecanismo de defesa das vias respiratórias: reage a 
irritantes, elimina secreção anormal, sempre com o objetivo 
de manter permeável; 
 Investigação clínica: 
o Frequência; 
o Intensidade; 
o Tonalidade; 
o Existência ou não de expectoração; 
o Relação com decúbito; 
o Período do dia com maior intensidade. 
Natureza 
 
Inflamatória 
 Hiperemia; 
 Edema; 
 Secreções; 
 Ulcerações. 
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Mecânica 
 Poeira; 
 Corpo estranho; 
 Aumento ou diminuição da pressão pleural. 
Química 
 Gases irritantes. 
Térmica 
 Frio ou calor excessivo. 
Tipos 
 
Seca 
 Causa apenas irritação das vias respiratórias 
Produtiva ou Úmida 
 Acompanhada de secreção – não devendo ser combatida. 
Quintosa 
 Geralmente na madrugada, com intervalo curto de calmaria; 
 Acompanhada de vômito e sensação de asfixia. 
Tosse-Síncope 
 Após crise intensa há perda de consciência. 
Bitonal 
 Paresia ou paralisia de uma das cordas vocais. 
Rouca 
 Própria da laringite crônica, comum nos tabagistas. 
Reprimida 
 Paciente evita por causa da dor torácica ou abdominal. 
Expectoração 
Produto eliminado pela tosse, procedentes das vias respiratórias 
 
Características e Composição 
 
Seroso 
 Contém: água, eletrólitos, proteínas e é pobre em células. 
Mucoide 
 Contém muita água, proteínas (mucoproteínas), eletrólitos e 
células 
Purulento 
 Rico em piócitos e tem muitas células. 
Hemoptoico 
 Há rajadas de sangue. 
 
Hemoptise 
Eliminação de sangue pela boca, passando pela glote 
 
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Origem Brônquica 
 Ruptura de vasos previamente sãos; 
 Ocorre no carcinoma brônquico, na bronquiectasia e na 
tuberculose. 
Origem Alveolar 
 Ruptura de capilares ou transudação de sangue, sem que 
haja continuidade no endotélio; 
 Processo infeccioso seguido de necrose (tuberculose), 
surgem cavidades que, ao desinfetar, podem abrigar 
aneurismas de Rasmussen. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sibilância, Chieira ou Chiado 
Ruído perceptível, predominante na expiração, quase sempre 
acompanhado de dispneia 
Sibilância 
 Timbre elevado, comparado a um miado de gato; 
 Mais referida durante a noite, paciente deitado 
o Ambiente mais silencioso; 
o Posição deitada pode reduzir os volumes pulmonares e o 
diâmetro das vias respiratórias; 
o Redução da produção de corticosteroide e catecolamina. 
Chiado 
Redução do calibre da árvore brônquica 
 Adulto: pode indicar broncoespasmo infeccioso; 
 Neoplasia e corpo estranho: persistente, localizada ou 
unilateral; 
Asma Cardíaca vs Asma Brônquica 
 
Rouquidão ou Disfonia 
Alteração na dinâmica das cordas vocais 
 Sem muito valor clínico: curta duração e aguda; 
 Necessária investigação: prolongada. 
Cornagem 
Dificuldade respiratória por redução do calibre das vias respiratórias 
superiores – laringe 
 Manifesta-se com estridor e tiragem; 
 Para facilitar a entrada de ar, há extensão forçada da cabeça 
para trás. 
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Cianose 
Coloração azulada da pele e das mucosas 
 Exame: 
o Realizar à luz do dia; 
o Obsevar: 
 Lábios, língua, palato e faringe; 
 Ponta do nariz e região malar (bochecha); 
 Lóbulos da orelha; 
 Extremidades. 
 Atentar-se à: 
o Duração/tempo: congênita ou desenvolvida. 
Localização 
 Generalizada: todo o corpo; 
 Localizada: área restrita. 
Outros sintomas 
 Irritabilidade; 
 Sonolência; 
 Torpor; 
 Crises convulsivas; 
 Dor anginosa; 
 Hipocratismo digital; 
 Nanismo ou infantilismo. 
Intensidade 
 Leve; 
 Moderada; 
 Grave. 
Tipos 
 
Central 
 Diminuição da tensão de O2 inspirado: altitude; 
 Distúrbio da ventilação pulmonar: obstrução, paralisia dos 
músculos respiratórios, aumento da resistência nas vias 
respiratórias, depressão do centro respiratório e atelectasia; 
 Distúrbio da difusão: infecções; 
 Distúrbios na perfusão sanguínea; 
 Curto-circuto de sangue: comunicação interatrial/ventricular; 
 Diminui ou desaparece com inalação de O2. 
Periférica 
 Causa: vasoconstrição generalizada em exposiçãoao ar ou à 
água fria; 
 Estase venosa ou estenose dos capilares, levando a perda 
exagerada de O2; 
 Acompanhada de pele fria; 
 Desaparece com o teste da água quente e elevação do 
membro cianótico. 
Mista 
 Associação da cianose central com a periférica. 
Por alterações da hemoglobina 
 Presença de 20% de meta-hemoglobina da quantidade total, 
que dificulta a fixação do O2 pela perda da afinidade. 
 
 HM III - Luíza Moura e Vitória Neves 
 
Edema 
Aumento do líquido intersticial proveniente do plasma sanguíneo 
 Recente: pele lisa e brilhante; 
 Longa duração: pele com aspecto de “casca de laranja”; 
 Bilateral, assimétrico, mais intenso em MMII. 
OBS.: Anasarca: edema generalizado. 
Regulação 
 Pressão Hidrostática: expulsa água e eletrólitos do capilar; 
 Pressão coloidosmótica: retenção de líquido no capilar; 
 Permeabilidade capilar: membrana semipermeável – 
permeável: água e eletrólitos; impermeável: proteínas; 
 Drenagem linfática; 
 Osmolaridade. 
OBS.: Veias: pressão coloidosmótica > pressão hidrostática; 
reabsorção do LEC para o LIC. 
 Edema Localizado 
Edema angioneurótico ou inflamatório; e compressão de VL e veias 
 
Edema Generalizado 
Afecções cardíacas, renais, hepáticas, carenciais ou medicamentos

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