Buscar

Interrogatório Sistema Respiratório

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Júlia Guedes Alves – ATM 2024 - FURG 
1 
 
ANAMNESE 
Interrogatório Sistema Respiratório
ANATOMIA
 
 
 
 
Árvore Traqueobronquial: 
Traqueia → Carina → Brônquio Principal D e E → 
Brônquios Lobares (D=3; E=2) → Brônquios 
segmentares (de acordo com a localização no lóbulo) 
→ Brônquios terminais → Brônquios respiratórios* → 
Sacos alveolares* → Alvéolos* 
*Trocas respiratórias 
Obs.: O Brônquio D é vertical, mais curto e mais largo, o que 
facilita a entrada de objetos aspirados para esse pulmão. 
 
 
 
1) Identificação 
 Idade 
- Crianças: malformações congênitas (ex.: 
atresia de esôfago, fístulas), sarampo (viral), 
coqueluche (bacteriana), tuberculose primária, 
bronquiolite (6 aos 12 meses), fibrose cística, 
pneumonias (gram + ou gram – em RN), 
atelectasias, hemorragias pulmorares, 
síndrome da membrana hialina (++ 
prematuros)/síndrome da angústia 
respiratória do recém nascido 
- Adultos: pneumonias (gram - ), bronquite 
crônica, enfisema e Ca. brônquico (40 a 60 
anos), tuberculose 
- Idosos: Pneumonia (mais grave e pode evoluir 
sem febre) 
 Sexo 
♀ Doenças pulmonares parenquimatosas (ou 
também chamada de intersticiais, resultam de 
Sintopia (sup→inf) 
D = B, A, V 
E = A, B, V 
Júlia Guedes Alves – ATM 2024 - FURG 
2 
 
PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS 
danos nas células que rodeiam os alvéolos) 
associada com lúpus e artrite reumatoide, 
sarcoidose (tumores), linfangioleiomiomatose 
(exclusiva e rara) 
♂ Pneumoconiose (inalação de poeiras 
inorgânicas), DPOC, Ca. de pulmão, 
tuberculose, criptococose (micose sistêmica), 
paracoccidioidomicose (++ devido a exposição 
ocupacional e maior freq. Tabagismo) 
 Cor da pele 
- Negros: tuberculose e sarcoidose 
- Brancos: colagenoses (ex.: lúpus) 
 Procedência, profissão, ocupação 
Depende da nosologia prevalente da região. 
Ex.: regiões industriais = pneumoconiose; 
região rural = paracoccidioidomicose, 
histoplasmose; pedreiras, demolição contendo 
asbesto (amianto), garimpo (silicose); 
cabelereiros = fibrose intersticial pelo spray. 
Importante: saber os materiais com que o 
paciente lida, tipo de ambiente e se outros 
colegas tem sintomas. 
2) Queixa principal (QP) 
 Motivo da busca por atendimento. Pode ser até 3 
queixas e o tempo de ocorrência. 
3) História da doença atual (HDA) 
4) História pregressa da doença atual (HPDA) 
5) Antecedentes pessoais 
. “Doenças da infância” 
Infecções na infância e juventude como sarampo e 
coqueluche; Fibrose pulmonar; Antecedentes 
traumáticos (pneumotórax); Passado alérgico 
(renite alérgica, bronquite, asma); Diabetes (risco 
de tuberculose atípica localizada nas bases); 
Pneumonias de repetição podem ser por 
bronquioectasias ou corpo estranho 
radiotransparente (plástico) 
. Doenças preexistentes 
Quadros alérgicos associado com sintomas de asma 
favorece o diagnóstico para asma; 
Imunocomprometidos podem ter propensão a 
pneumonia e tuberculose; AIDS nas pneumonias de 
repetição. 
. Internação prévia 
Pacientes em longo período de internação estão 
mais sujeitos às pneumonias gram – (Ex.: E. Coli) 
Pacientes com assistência respiratória (mecânica ou 
inaloterapia), com cânula traqueal ou cateter 
venoso estão mais sujeitos à pneumonias por 
pseudômonas (gram - ) 
. Medicamentos 
 - Amiodarona (antiarrítmico e vasodilatador): 
pneumonite intersticial crônica, pneumonia 
organizante e opacidade pulmonar solitária; 
 - Inibidores da ECA (Captopril): tosse (++ seca); 
 - β-bloqueadores não seletivos (Propanolol): 
broncoespasmo em quem tem DPOC e asma; 
 - AINES: pneumonia de hipersensibilidade; 
 - Metotrexato (tratamento do Ca. e doenças 
imunes): pneumonite; 
 - Antibióticos: reação de hipersensibilidade. 
. Hábitos de vida 
Tabagismo: bronquite, asma, enfisema e Ca. 
brônquico 
Etilismo: pneumonia por Klebsiella 
Nebulização por hábito: bactérias pseudômonas 
aerobacter 
Heroína: superdose leva a edema pulmonar 
6) Antecedentes familiares 
7) Interrogatório sintomático 
Importante para esclarecer se é um problema 
primitivamente pulmonar ou se é o espelho de uma 
doença geral. 
 
 
 
 Dor torácica 
 Tosse 
 Expetoração 
 Hemoptise 
 Vômica 
 Dispneia 
 Sibilância 
 Rouquidão 
 Cornagem 
 
DOR TORÁCICA 
→ O que avaliar? LICIDEFF: Localização, intensidade, 
caráter da dor, irradiação, duração, evolução, fatores 
associados 
Fisiopatologia da dor torácica pulmonar: 
O parênquima pulmonar, as vias respiratórias e a pleura 
visceral não transmitem sensações dolorosas para o cérebro. 
Pele, tecido subcutâneo e muscular, aponeuroses e tendões 
liberam bradicinina, desencadeando a dor. Já as vísceras 
(serosa e vasos) têm receptores ligados ao SNA = dor referida 
(estimulo visceral, mas a dor é na superfície da pele). Pleura 
parietal = N. Frênico. 
→ Causas e características 
Pleurite/pleurisias Dor aguda, intensa, em pontada, 
localizada em área pequena, 
aumenta com a tosse, não alivia 
Júlia Guedes Alves – ATM 2024 - FURG 
3 
 
com mudança de decúbito e pode 
ter febre e dispneia associada 
Pneumotórax 
espontâneo 
benigno 
Dor súbita, aguda e intensa, em 
punhaladas. Paciente jovem, sem 
queixas, sem febre. Pode ter 
dispneia. 
Pneumonias 
alveolares 
(bacterianas) 
Dor aguda, intensa, na região 
parietal (lateral), dor ventilatória 
dependente. 
Infarto pulmonar Dor aguda, intensa, que pode ser 
localizada na região cortical, 
parietal ou diafragmática, 
profunda e mal definida. 
Acompanha embolia (Trombose 
venosa profunda ou Trombose 
intracavitária). 
Virose respiratória Dor difusa (desconforto), 
localização retroesternal, aumenta 
com a tosse (que é seca) 
Laringotraqueíte Dor na laringe (sobre o esterno) 
Traqueobronquite 
aguda 
Dor na traqueia (sobre o esterno) 
Hipertensão da A. 
pulmonar 
Dor semelhante à dor cardíaca, 
associada com cansaço 
progressivo e dispneia *Lembrar: A. 
pulmonar = sg venoso, baixa pressão. 
O sg não consegue fluir bem pelos 
pulmões e se acumula, 
sobrecarregando o coração D que tem 
de fazer cada vez mais força para 
impulsioná-lo adiante. 
Esofagite Dor em queimação, retroesternal, 
piora ao deitar 
Tromboembolismo 
pulmonar (TEP) 
Dor aguda e súbita, dispneia 
súbita, taquicardia, taquipneia, 
sibilos, tosse, febre, hemoptise, 
edema unilateral de MMII 
Diagnóstico Diferencial 
 
 
TOSSE 
“Uma expiração explosiva e acompanhada de um som 
característico que fornece um mecanismo normal de 
proteção para a limpeza da árvore traqueobrônquica 
de suas secreções e corpos estranhos. Trata-se de um 
fenômeno reflexo ainda que possa ser desencadeada 
pela vontade” (slide) 
É uma inspiração rápida e profunda, seguida do 
fechamento da glote, contração dos músculos 
expiratórios (++ diafragma), terminando com uma 
expiração forçada após a abertura súbita da glote. 
Fisiopatologia da tosse – Fases: 
1. Fase nervosa 
 Receptores e estímulos 
 Inicia com a estimulação dos 
receptores da tosse (epitélio das VAS e 
inferiores, pericárdio, esôfago, diafragma, 
estômago, ouvido). 
 As extremidades dos nervos sensoriais 
são os receptores mais citados na literatura: 
receptores de adaptação rápida (RARs), ou 
clônicos, fibras não mielinizadas do tipo C e 
ainda os receptores sensoriais de adaptação 
lenta (SARs), ou tônicos e fibras mielinizadas de 
adaptação rápida A. 
 As fibras-C são as principais 
responsáveis pela indução do reflexo da tosse 
por estímulos químicos. O reflexo é iniciado 
pela ativação de canais iônicos nociceptivos ao 
longo desta fibras: receptor de potencial 
transitório do tipo vanilóide 1 (TRPV1) e 
receptor de potencial transitório do tipo 
anquirina (TRPA1). São estimulados por 
compostos vanilóides, mtb do ac. 
Araquidônico, pH baixo, temperaturas 
extremas, vários irritantes incluindo fumaça do 
cigarro. 
 Os RARs e os SARs são os principais 
mecanoreceptores envolvidos no reflexo da 
tosse. São sensíveis a mudança de pH, 
osmolaridade e a estímulos como 
broncoespasmo,edema e secreção de muco. 
 Vias aferentes 
 A principal via aferente é o vago. Existe 
a possibilidade da participação de outros 
nervos na dependência do sítio que está sendo 
estimulado: trigêmeo, glossofaríngeo, frênico, 
ramo auricular do vago. 
 Centro da tosse 
 O centro da tosse é constituído por um 
grupo de neurônios localizados no tronco 
cerebral, no núcleo do trato solitário. Este 
centro pode sofrer controle do córtex cerebral 
no sentido de inibir, desencadear a tosse. 
 Vias eferentes 
 As principais vias eferentes são: 
frênico, vago, recorrente, espinhais e 
intercostais. A estimulação destas vias leva a 
Dor 
torácica
Cardíaca
Isquêmica
Angina 
estável, 
angina 
instável, IAM
Não 
Isquêmica
Pericardite, 
dissecação 
aorta, 
vascular
Não 
Cardíaca
Gastroesof
áfico
Refluxo, 
espasmo 
esofágico, 
úlcera
Não 
gastroesofág
Pneumotórax
, embolia 
pulmonar, 
muscular, 
psico
Júlia Guedes Alves – ATM 2024 - FURG 
4 
 
variações de pressão e volumes executando as 
demais fases da tosse. 
2. Fase Inspiratória 
O estímulo dos nervos frênico e espinhais 
levam a contração dos músculos inspiratórios, 
promovendo uma inspiração curta e profunda. 
Ocorre aumento do volume pulmonar e 
também dilatação dos brônquios. 
3. Fase Compressiva 
Estimulação do recorrente e o fechamento da 
glote por 0,2 s. O vago determina a contração 
da árvore traqueobrônquica. O frênico contrai 
o diafragma e os intercostais a musculatura 
expiratória. Pressão até 300 mmHg. 
4. Fase Expiratória 
Ocorre súbita abertura da glote com saída de 
ar em alta velocidade. Relaxa-se o diafragma 
que é empurrado para cima o que comprime 
ainda mais o tórax. É a fase efetiva da tosse 
aquela que cumpre o seu objetivo como 
mecanismo de defesa. 
# Importância de saber: pacientes debilitados, pós operatório, tumor de 
mediastino (compressão do nervo laríngeo recorrente) ficam incapacitados de 
realizarem algumas fases da tosse. Auxílio de fisioterapeutas para realização do 
mecanismo da tosse. 
Objetivo: Eliminar secreções e/ou irritantes para 
manter as vias aéreas permeáveis 
Complicações: Aumento da pressão na árvore 
brônquica, distensão dos septos alveolares, 
hemorragias conjuntivais, fratura dos arcos costais, 
hérnias inguinais (++ idosos e recém nascidos). 
+ (Slide Isabel) Dor na parede torácica e abdominal, 
incontinência urinária, exaustão, síncope, fratura de 
costela, hemorragia ocular 
→ O que avaliar? Frequência, Intensidade, 
Tonalidade, Presença de secreção (Expectoração), 
Período que predomina, Relação com decúbitos, 
Presença de outros sintomas, Uso de medicamentos, 
Fatores de risco, Fatores desencadeadores, Mudança 
no caráter, Duração 
. Frequência 
 Diário, sazional 
. Intensidade 
 Quantificar 0 a 10 (ajuda em consultas futuras) 
. Tonalidade 
 Grosso, rouco (comum em fumantes) 
. Presença de secreção 
 
 
 
Tosse seca Tosse produtiva 
Inibidor da ECA, corpo estranho, asma, enfisema, 
doença pulmonar intersticial, tromboembolismo, 
IVE, estenose mitral, edema pulmonar agudo, 
sinusite crônica, renite 
Bronquite 
 
. Período do dia 
 Fumante tosse mais pela manhã (durante o 
período da noite, sem fumar, ocorre o retorno da 
movimentação dos cílios, os quais carregam a 
secreção acumulada causando tosse) 
 ICC a noite (ao deitar-se, os líquidos corporais 
são reabsorvidos, aumento do volume circulatório na 
pequena circulação, desencadeando tosse) 
. Relação com decúbitos 
 Exemplo: em uma pneumonia no lóbulo 
médio, a tosse aumenta em decúbito lateral esquerdo 
. Presença de outros sintomas 
 Dispneia, febre, pirose (por estímulo de 
receptores do terço inferior do esôfago), gotejamento 
pós-nasal (pela drenagem de secreção na orofaringe) 
. Uso de medicamentos 
 Captopril (tosse seca) 
. Fatores de risco 
 Tabagismo, ambiente de trabalho 
. Fatores desencadeantes 
 Poeira, pólen, mudança de estação 
. Mudança no caráter 
 Intensidade, frequência, ... (algo mudou na 
tosse ao longo do tempo?) 
. Duração 
 Aguda: presença do sintoma por um período 
de até 3 semanas → infecção de via aérea 
superior, resfriado, pneumonia, insuficiência 
cardíaca esquerda descompensada 
 Subaguda: Tosse persistente por período entre 
três e oito semanas 
 Crônica: Tosse com duração maior que oito 
semanas → doença do refluxo 
gastroesofagiano, equivalente de asma 
brônquica, síndrome do gotejamento 
posterior, Ca. de pulmão, tabagismo 
Tipos de Tosse 
- TOSSE QUINTOSA: surge em acessos (principalmente 
durante a noite/madrugada), acompanhada de vômito 
e sensação de asfixia (tosse característica da 
coqueluche) 
- TOSSE SÍNCOPE: crise de tosse acompanhada por 
perda de consciência 
- TOSSE BITONAL: paresia ou paralisia de uma das 
cordas vocais da laringe. Pode ser comprometimento 
do N. laríngeo recorrente 
- TOSSE ROUCA: característico de fumantes e laringite 
crônica 
Tosse
Seca
Úmida
Produtiva 
(elimina)
Não 
produtiva 
(deglute)
Júlia Guedes Alves – ATM 2024 - FURG 
5 
 
- TOSSE REPRIMIDA: evitada em virtude da dor torácica 
ou abdominal que provoca (comum em pós-
operatório, pneumotórax) 
- TOSSE PSICOGÊNICA: desencadeada por situações 
tensas, exemplo: falar em público 
- TOSSE PÓS-INFECCIOSA subaguda (duração 
entre 3 e 8 semanas), após infecção 
respiratória e descartada outras causas (lesão do 
epitélio respiratório – exposição de receptores  
desencadeia tosse) 
++ agentes: Bordetella pertussis, Mycoplasma 
pneumoniae e vírus respiratórios) 
 
EXPECTORAÇÃO 
É a eliminação de muco produzido pelas células 
caliciformes e glândulas mucíparas, associado com 
tosse. 
Em condições normais são produzidos 100 ml de muco 
em 24 horas, que são eliminados com a movimentação 
ciliar. 
O muco é constituído por cerca de 95% de água, 2 – 3% 
de glicoproteinas. 
→ O que avaliar? Aspecto (transparência, 
consistência), odor, volume, cor, horário, mudança no 
caráter 
. Aspecto 
 Seroso: água, eletrólitos, proteínas, pobre em 
células (“bem líquido”). Ex.: resfriado, edema 
pulmonar (rico em espuma) 
 Mucóide: embora contenha muita água, proteínas 
(mucoproteínas), eletrólitos, apresenta 
celularidade baixa (“clara de ovo” ou 
esbranquiçado). Ex.: Pneumonia, crise de asma 
brônquica, bronquite 
 Purulento: rico em piócitos e celularidade alta 
(“pus”, amarelado ou esverdeado). Ex.: infecção 
bacteriana 
 Hemoptóico: raias de sangue. Ex.: tuberculose 
 Moldes brônquicos: em aspergilose 
broncopulmonar alérgica 
Obs.: Mucoide → Mucopurulento → sinal de infecção 
(pneumonia bacteriana) 
Obs.2: Pneumonia bacteriana gram – pode ter expectoração 
aspecto “geleia de chocolate” 
. Odor 
Odor fétido relaciona à presença de bactérias 
anaeróbios. Ex.: abcesso de pulmão, pneumonia 
necrotisante, bronquiectasia 
. Volume 
 (1xíc ou mais de secreção por dia – grande volume). 
Suspeitar de bronquioectasia e abcesso pulmonar. 
** Dentes em mau estado de conservação + perda de 
consciência + expectoração de odor fétido = abcesso 
pulmonar 
. Viscosidade 
Encontra-se aumentada de infecções bacterianas e 
fúngicas. Ex.: tuberculose (secreção de grande 
viscosidade) 
Obs.: A expectoração diferencia uma síndrome 
brônquica de pleural 
 
HEMOPTISE 
É a expectoração de sangue oriundo do trato 
respiratório. Eliminação de sangue que tem origem 
abaixo das cordas vocais. Eliminação de sangue pela 
boca. 
Um espectro que varia desde estrias de sangue no 
escarro até sangramento maciço com risco de vida. 
→ Como identificar? Precedida por tosse, sangue 
vermelho vivo, presença de bolhas de ar, ruídos 
respiratórios sensação de fervura ou borbulhamento. 
→ Diferenciar de hematêmese (vômito de sangue, pct 
apresenta náusea prévia e restos alimentares) e 
epistaxe (sangramento pelo nariz). 
 
# Dupla circulação nutre o pulmão. 
 
. Artérias brônquicas: brônquios principais até os 
bronquíolos terminais, interstício, pleura, tecido 
linfóide, estruturas nervosas. Alta pressão. 
. Artérias pulmonares: parênquima pulmonar e os 
bronquíolos respiratórios. Baixa pressão.Sangue 
venoso. 
 
# Etiologia: 
As hemoptises podem ser devidas a hemorragias 
brônquicas ou pulmonares. 
 Brônquica: ruptura de vasos previamente sãos 
ou anormais. Mais frequentes. Maior volume 
(maciça). Ex.: Ca. brônquico, bronquiectasia. 
 Alveolar: ruptura de capilares ou transudação 
de sangue. Menor volume. Ex.: pneumonia, 
broncopneumonia, abcesso, 
tromboembolismo 
Principais causas de hemoptise: Bronquiectasia, 
seguido de Tuberculose e aspergilose. 
Júlia Guedes Alves – ATM 2024 - FURG 
6 
 
Pode levar a óbito por asfixia (tamponamento da 
traqueia por coágulos) ou choque (acima de 
600ml/24h). 
Atenção: hemoptise pela primeira vez em homem, 
adulto, fumante. Hipótese diagnóstica é lesão 
brônquica maligna! 
 
VÔMICA 
Eliminação mais ou menos brusca de pus ou líquido de 
outra natureza (proveniente do tórax ou abdome), 
através da glote, em golfadas, com acesso de tosse, em 
grande quantidade 
Pode ter sensação de sufocamento e asfixia 
→ Causas: 
 Abcesso pulmonar 
 Empiema 
 Mediastinites supuradas 
 Abcesso subfrênico 
 
DISPNEIA 
Termo usado para caracterizar a experiência subjetiva 
de desconforto respiratório que consiste de sensações 
qualitativamente distintas, variáveis em sua 
intensidade. “Falta de ar” 
A experiência deriva de interações entre múltiplos 
fatores fisiológicos, psicológicos, sociais e ambientais. 
Leva ao aumento da necessidade do trabalho 
respiratório, resultando em esforço muscular acima do 
necessário para produzir ventilação e trocas gasosas. 
DISPNEIA ATUAL: reflete as características do sintoma 
em um momento preciso como, por exemplo, durante 
ou após a corrida em esteira. 
DISPNEIA USUAL: refere-se às limitações provocadas 
pelo sintoma na execução de atividades do cotidiano 
como, por exemplo, para subir escadas. 
Pode ser classificada em: 
 
 
 
→ O que avaliar? Início, modo de instalação, duração, 
fatores desencadeantes, evolução/comparação, 
número de crises, periodicidade, intensidade, fatores 
de alívio. Importante também verificar se ocorre mais 
na inspiração ou na expiração, ou ainda em ambas. 
. Início 
Época e hora de aparecimento 
. Modo de instalação 
Dispneia de instalação súbita é comum em 
processos de instalação aguda, como pneumotórax 
espontâneo ou embolia pulmonar; dispneia de 
instalação progressiva é característica de processos 
evolutivos, tais como DPOC e fibrose pulmonar. 
. Duração 
Desde o início dos sintomas e duração das 
crises 
. Fatores desencadeantes 
Tipos de esforços, exposições ambientais e 
ocupacionais, alterações climáticas, estresse, etc. 
. Comparação 
Sensação de cansaço, esforço, sufocação, 
aperto no peito, etc. 
. Número de crises e periodicidade 
Ao longo do dia, semanas e meses 
. Intensidade 
Avaliada com emprego de escalas apropriadas 
e medidas de repercussão sobre a qualidade de vida. 
Utilização de escalas: numérica, analógica visual e de 
Borg modificada (dispneia atual) 
 Escala MRC: avaliam o impacto da dispneia 
usual na realização de atividades pelos 
pacientes (impactos sobre a qualidade de 
vida) 
 
 Escala de esforço: grandes, médios, 
pequenos esforços, ou ainda, em repouso. 
. Fatores que acompanham 
Tosse, chiado, edema, palpitações, cianose, 
baqueteamento digital (DPOC) 
. Fatores de alívio 
Tipo de medicamentos, repouso, posições 
assumidas e relação com o decúbito 
→ Causas: 
 Atmosféricas 
↓O2 ou ↑Pressão atmosférica (gera 
taquipneia, se perdurar, dispneia) 
 Obstrutivas 
↓Calibre das vias respiratórias 
1. Laríngeas (parentais): difteria, laringite 
estribulosa, edema angioneurogênico, 
estenose por tuberculose ou blastomicose, 
neoplasia. 
2. Traqueia (compressão extrínseca): bócio, 
neoplasia maligna, aneurisma da A. Aorta, 
adenomegalias mediastínicas 
3. Brônquicas (intraluminal, parietal, mista): 
neoplasia do mediastino, adenomegalias, 
Ca. Brônquico 
4. Bronquiolares (mista): asma, bronquiolite 
 Parenquimatosas: afecções que ↓ a área de 
hematose, ex. DPOC 
 Toracopulmonares: alterações que ↓ a 
elasticidade e movimentação ou provocam 
Subjetiva = só é percebida pelo pct 
Objetiva = evidenciada pelo exame clínico 
Júlia Guedes Alves – ATM 2024 - FURG 
7 
 
assimetria entre os hemitórax, ex. fratura dos 
arcos costais, cifoescoliose, alterações 
musculares 
 Diafragmáticas: afecções que alteram o 
diafragma (responsável por 50% da ventilação 
pulmonar), ex. paralisia, hérnias, elevações uni 
ou bilaterais. 
 Pleurais: pleura parietal, por ter inervação 
sensitiva, alterações podem levar dor na 
inspiração 
 Cardíacas: devido a congestão passiva do 
pulmão 
 Tecidual: aumento da atividade metabólica, 
como na atividade física 
 Ligado ao Sistema Nervoso: pode ser de origem 
neurológica, quando há alteração no ritmo 
respiratório, ex. HAS craniana; ou origem 
psicogênica, ex. dispneia suspirosa. *Casos 
graves = Síndrome da Hiperventilação 
(ansiedade, pânico, DPOC, asma, AVC, acidose 
metabólica, convulsão) → alcalose 
respiratória (↓CO2 sg = hipocapnia), espasmos 
musculares, dormência, pode haver perda da 
consciência. 
Outras condições associadas: obesidade, gravidez, 
HAS, descondicionamento físico 
→ Tipos de dispneia 
 DISPNEIA DE ESFORÇO: dispneia que surge ou 
se agrava com a realização de atividades 
físicas. Queixa comum entre pacientes com 
pneumo e cardiopatias. 
 dispneia aos grandes esforços – corrida, 
exercícios físicos mais intensos 
 dispneia aos médios esforços – caminhar no 
plano, subir alguns degraus 
 dispneia aos pequenos esforços – vestir-se, 
banhar-se 
 ORTOPNEIA: dispneia que surge ou se agrava 
em posição horizontal. Alívio com elevação da 
porção superior do tórax, sentar ou ficar em 
pé. Comum em pacientes com Insuficiência 
Cardíaca Esquerda e está associada ao quadro 
de Congestão Pulmonar; também pode ser 
observada em pacientes com asma e DPOC, 
portadores de fraqueza da musculatura 
diafragmática (doenças neuromusculares) 
 DISPNEIA PAROXÍSTICA NOTURNA: condição 
na qual o paciente tem seu sono interrompido 
devido a episódios de falta de ar (pode estar 
acompanhada de sudorese). Também é 
comum em pacientes com Insuficiência 
Cardíaca Esquerda 
 PLATPNEIA: dispneia que surge ou se agrava 
na posição ortostática (em pé). Ocorre em 
pacientes com quadros de pericardites 
 TREPOPNEIA: dispneia que surge ou se agrava 
na posição lateral, desaparecendo ou 
melhorando em decúbito lateral oposto. Ex.: 
derrame pleural (paciente só consegue deitar 
do lado sadio) 
 ASMA CARDÍACA: termo utilizado para 
designar queixa de chiado no peito e a 
presença de sibilos em pacientes com 
Insuficiência Cardíaca Esquerda e sintomas de 
dispneia. Estreitamento das pequenas vias 
aéreas por edema da mucosa e reflexos 
gerados a partir de receptores nervosos 
levando à broncoespasmo. 
→ Ritmos respiratórios 
o TAQUIPNEIA 
Aumento do número de incursões 
respiratórias por unidade de tempo e está, geralmente, 
acompanhada por diminuição da amplitude dessas 
incursões (em condições fisiológicas de repouso 12-20 
incursões na unidade de tempo). Pode estar presente 
em síndromes restritivas pulmonares (derrames 
pleurais, doenças intersticiais, edema pulmonar), 
febre, ansiedade 
o HIPERPNEIA 
Aumento da frequência respiratória 
acompanhado de aumento da amplitude dos 
movimentos respiratórios. Pode estar presentes em 
situações de acidose metabólica, febre, ansiedade 
o BRADIPNEIA 
Redução do número de 
movimentos respiratórios (<8 MRPM). Pode estar 
presentes em pacientes com lesões neurológicas, 
depressão do centro respiratório por drogas (opiáceos, 
diazepínicos), precedendo a para respiratória em casos 
de fadiga da musculatura respiratória 
o APNEIA 
Interrupção dos movimentos 
respiratórios por um período de tempo prolongado. 
Pacientes com síndrome de apneia podem permanecer 
sem respirar por tempo prolongado  hipoxemia 
acentuada  arritmias cardíacas 
o DISPNEIA SUSPIROSA 
Consiste na presença de inspirações 
profundas, esporádicas, em meio a 
um ritmo respiratórionormal. Comum aparecer em 
pacientes com distúrbios psicológicos ou pela 
ansiedade. 
o RITMO DE BIOT 
Amplitude e freqüência 
respiratória totalmente irregular. 
Júlia Guedes Alves – ATM 2024 - FURG 
8 
 
PRINCIPAIS PATOLOGIAS 
Ocorre em pacientes com hipertensão intracraniana, 
lesões do SNC 
o RITMO DE CANTANI 
Caracterizado pelo aumento da 
amplitude dos movimentos 
respiratórios, de modo regular e secundário à presença 
de acidose metabólica*. Tal ritmo pode ser 
evidenciado, por exemplo, em casos de cetoacidose 
diabética* e de insuficiência renal. No entanto, vale 
lembrar que, à medida que ocorre o agravamento da 
acidose metabólica, pode haver o surgimento do ritmo 
de Kussmaul 
* A maior fonte de H+ é a produção de CO2 no metabolismo celular. 
A eliminação se dá 1º em um sistema tampão (qualquer substância 
que possa se ligar no H+ e tornar um ácido fraco – que pouco 
dissocia), 2º pelo pulmão (dissociação em CO2 + H2O), 3º pelos rins 
(dissocia esse H+ e HCO3- em diversas etapas até chegar em NH3+ 
amônia e ser eliminado na urina) 
Acidose metabólica → ocorre por 3 causas, sendo elas: 1) acúmulo 
de ácido por produção excessiva; 2) perda de HCO3- (é quem liga o 
H+ nos rins); 3) falência renal (não excreta o ácido). 
 
* Cetoacidose diabética é uma complicação metabólica aguda do 
diabetes, que ocorre quando o corpo produz ácidos sanguíneos 
(cetonas) em excesso. Caracterizada por hiperglicemia, 
hipercetonemia e acidose metabólica. 
o RITMO DE KUSSMAUL 
É um padrão respiratório 
profundo e trabalhoso associado 
com acidose metabólica grave, 
particularmente com a cetoacidose diabética, mas 
também com a insuficiência renal. Caracterizada por 
inspirações profundas seguidas de um período de 
apneia e uma expiração rápida e breve, acompanhado 
por outro período de apneia. 
o RITMO DE CHEYNE STOKES 
Alternância de períodos de apneia, seguidos por 
hiperpneia crescente e decrescente, até a instalação de 
nova apneia. Aparece mais comumente em pacientes 
com Insuficiência Cardíaca Congestiva grave, 
problemas no SNC e hipertensão intracraniana. 
 
 
 
SIBILÂNCIA 
Termo usado para caracterizar “chiado” ou “chieira”, 
ruído na fase expiratória, associado com dispneia. 
→ Causa: 
 ↓ do calibre da árvore brônquica (espasmo) 
 Asma 
 Bronquite aguda e crônica 
 Infiltrado eosinofílico 
 Tuberculose brônquica 
 Neoplasias malignas e benignas 
 Embolias pulmonares 
 Alguns fármacos 
 Insuficiência ventricular esquerda/Edema 
pulmonar (“asma cardíaca”) = sibilância e 
dispneia 
“Miado de gato”, principalmente à noite, deitado, por causa 
que está em silêncio, ↓volume pulmonar, ↓produção de 
corticoide e catecolaminas. 
 
ROUQUIDÃO/DISFONIA 
Mudança no timbre da voz 
Se for aguda e de curta duração, pode ser laringite viral 
comum. 
CORNAGEM 
Ruído estridor devido à dificuldade respiratória 
→ Causa: 
 ↓ do calibre das vias respiratórias superiores 
 Laringite 
 Difteria 
 Edema de glote 
 Corpos estranhos 
 
 
 
Bronquite Crônica 
Tosse com expectoração, por pelo menos 3 meses em 
dois anos consecutivos. Muito associada ao fumo 
(inclusive passivo e maconha). 
Bronquiolite 
Reação brônquica inflamatória em crianças pequenas e 
bebes, principalmente viral. 
Bronquiectasia 
Dilatação/alargamento crônico dos brônquios com 
secreção mucopurulenta, resultado de infecções (ex. 
pneumonia) ou condições médicas (ex. fibrose cística), 
devido a dano nas paredes. Paciente apresenta tosse 
com catarro. 
Atelectasia 
Colapso pulmonar ou de um lobo. 
Asma 
Resposta inflamatória alérgica. Condição em que as 
vias aéreas de uma pessoa ficam inflamadas, estreitas 
e inchadas, além de produzirem muco extra, o que 
dificulta a respiração. 
Bronquite 
Inflamação da mucosa brônquica com estreitamento 
das vias aéreas, muco (pois os cílios não conseguem 
eliminar e se acumula nos ductos). Pode ser aguda 
(principalmente viral, bacteriana, contato ambiental) 
ou crônica (cigarro).

Outros materiais